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MANDADO DE SEGURANÇA

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AO EXCELENTÍSSIMO JUÍZO DA __VARA CÍVEL DA COMARCA DE ___. 
 
JOÃO (nome completo), nacionalidade, profissão, estado civil, portador do RG 
nº [...], inscrito no CPF nº [...], endereço eletrônico, residente e domiciliado na 
Rua [...], nº [...], Bairro [...], Cidade [...], Estado [...], vem pelo advogado que 
esta subscreve, inscrito na OAB nº [...], qualificado conforme dados presentes 
na procuração em anexo, impetrar MANDADO DE SEGURANÇA COM 
PEDIDO LIMINAR, nos termos do art. 5º, inciso LXIX da Constituição Federal, 
bem como art. 1º da Lei nº12.016/2009, em face de ato praticado pelo 
SECRETÁRIO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO, vinculado à pessoa jurídica de 
Direito Público MUNICÍPIO ALFA, com sede na Rua [...], nº [...],Bairro [...], 
Cidade [...], Estado [...], pelos fatos e fundamentos que se seguem. 
 
DOS FATOS 
O impetrante, enquanto cidadão politicamente atuante e plenamente 
consciente dos deveres a serem cumpridos pelos poderes constituídos em 
suas relações com a população, decidiu fiscalizar a forma de distribuição dos 
recursos aplicados na área de educação no Município Alfa, sede da Comarca X 
e vizinho àquele em que residia, considerando as dificuldades enfrentadas 
pelos moradores do local. Para tanto, compareceu à respectiva Secretaria 
Municipal de Educação e requereu o fornecimento de informações detalhadas 
a respeito das despesas com educação no exercício anterior, a discriminação 
dos valores gastos com pessoal e custeio em geral e os montantes 
direcionados a cada unidade escolar, já que as contratações eram 
descentralizadas. 
O requerimento formulado foi indeferido por escrito, no qual, o Secretário 
Municipal de Educação, argumenta que o impetrante não reside no Município 
Alfa, que os gastos com pessoal eram sigilosos, por dizerem respeito à 
intimidade dos servidores e, ainda, que as demais informações seriam 
disponibilizadas para o requerente e para o público em geral, via Internet, 
quando estivesse concluída a estruturação do “portal da transparência”, a qual 
está prevista para ocorrer em, pelo menos, 2 (dois) anos. 
Nesse sentido, resta inquestionável a pretensão arguida pelo Impetrante 
e, portanto, imperiosa a Ação Mandamental, haja vista a clara inobservância 
dos princípios Constitucionais, norteadores do ordenamento jurídico, e 
preceitos legais que fundamentam a proteção contra a violação do direito ora 
apontada. 
 
DA LEGITIMIDADE 
A legitimidade ativa do impetrante decorre do fato de ter seu direito de 
acesso à informação violado, sendo titular do direito que postula. Já a 
legitimidade passiva do Secretário de Educação do Município Alfa se justifica 
pelo fato de ter indeferido o requerimento de João. 
 
DO CABIMENTO 
É cabível o Mandado de Segurança para o caso em tela uma vez que 
a pretensão se funda em direito líquido e certo, nos termos do art. 5º, inciso 
LXIX da Constituição Federal, bem como art. 1º da Lei nº12.016/2009. 
Na petição ora apresentada já consta prova pré-constituída, qual seja 
o requerimento do Impetrante com a negativa expressa da autoridade coatora, 
sendo, desnecessária, portanto, qualquer dilação probatória. 
Ainda, resta comprovada a tempestividade no que se refere à 
impetração do mandamus, nos termos do art. 23 da Lei 12.016/2009, em que o 
prazo decadencial será de 120 (cento e vinte) dias para ajuizamento da referida 
ação mandamental, posto que o ato fora praticado na data XX/XX/XXXX, 
conforme disposto no requerimento anexo. 
 
DO DIREITO 
A Constituição Federal de 1988, em seu art. 5º, inciso LXIX, dispõe 
acerca do cabimento do Mandado de Segurança para proteção de direito 
líquido e certo, o qual não seja amparado por habeas corpus ou habeas data, 
a fim de tornar possível o exercício dos direitos e garantias que forem violados 
mediante ato ilegal ou abuso de poder, de autoridade pública ou agente de 
pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público. 
Por direito líquido e certo entende-se aquele que está expresso em 
norma legal e que contém todos os requisitos necessários à sua aplicação. 
Assim, temos que a pretensão de João é legítima, uma vez que houve a 
negativa do acesso à informação, a qual constitui-se em prova da violação do 
direito, a teor do que dispõe art. 5º, inciso XIV, da CF/1988, colacionado a 
seguir: 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer 
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes 
no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à 
segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 
[...] 
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o 
sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional; 
Ainda, o disposto no inciso XXXIII, do aludido diploma legal, aduz que a 
todos é assegurado o direito de receber dos órgãos públicos informações de 
seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, a serem prestadas 
nos prazos estabelecidos em Lei, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja 
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado. Dessa forma, o 
argumento trazido pela autoridade coatora em tratar como sigilosas as 
informações referentes aos valores gastos com pessoal não se sustenta, uma 
vez que tais valores retratam um modo de emprego do dinheiro público e, 
portanto, tratam de interesse público, não comprometendo, de nenhum modo, a 
segurança da sociedade e do Estado. 
Destarte, a publicidade dos atos administrativos é uma das formas de 
efetivação da garantia constitucional do direito à informação, direito 
fundamental de quarta geração, além da concretização dos princípios da 
transparência e da publicidade, norteadores da atuação do Poder Público. Para 
tanto, a Lei de Acesso à Informação no art. 10, § 3º, dispõe que não deve 
haver qualquer exigência relacionada aos motivos inerentes a solicitação de 
informações que versem sobre o interesse público e, por isso, o fato de João 
não informar suas razões da necessidade do acesso às informações 
requeridas não desobriga a autoridade coatora de fornecê-las. 
Ademais, no tocante ao prazo para concessão das informações 
solicitadas pelo impetrante, o Secretário de Educação do Município Alfa não 
observou o constante na Lei nº 12.527/2011, em seu art. 11, uma vez que 
deveria ter concedido o acesso imediato às informações disponíveis. 
Cumpre ressaltar que a alegação apresentada pelo Secretário de 
Educação no concernente ao impetrado não residir no município Alfa, resta 
frustrada, pois o art. 19, III, da CRFB/88, dispõe que é vedado à União, 
Estados, DF e Municípios, criar distinções entre brasileiros ou preferências 
entre si. Assim, é indiscutível a legitimidade de João para impetração do 
mandamus, posto que houve clara violação do seu direito de acesso às 
informações requeridas, não havendo qualquer amparo legal que venha ao 
encontro da ilegalidade cometida pela autoridade coatora. 
 
DO CABIMENTO DO PEDIDO LIMINAR 
Diante dos fundamentos apresentados, é notória a grave violação ao 
direito do Impetrante, sendo, por conseguinte, evidenciados os requisitos 
necessários à concessão de medida liminar, a teor do disposto no art. 7º, III, da 
Lei 12.016/2009, a seguir: 
Art. 7
o
 Ao despachar a inicial, o juiz ordenará: 
[...] 
III - que se suspenda o ato que deu motivo ao pedido, quando houver 
fundamento relevante e do ato impugnado puder resultar a ineficácia 
da medida, caso seja finalmente deferida, sendo facultado exigir do 
impetrante caução, fiança ou depósito, com o objetivo de assegurar o 
ressarcimento à pessoa jurídica. 
Assim, hão de ser considerados como relevantes os fundamentos da 
presente, tendo em vista a expressa violação do direito líquido e certo de João, 
pela negativa do órgão em fornecer informações de suma importância. 
Ainda, a ineficácia da medida, caso não deferida a liminar de imediato, 
representa o chamado “periculum in mora”, em que pese tratar-se de situação 
urgente, pois as informações requeridas servirão à toda população do 
municípioAlfa, sendo imprescindíveis à análise do desempenho do Prefeito 
que está candidato à reeleição, tornando possível a transparência necessária 
aos cidadãos para que elejam, de modo mais consciente, o representante que 
lhes assistirá no próximo mandato eletivo. 
 
DOS PEDIDOS 
Ante o exposto, requer o Impetrante que Vossa Excelência se digne a: 
1. Conceder a medida liminar, determinando a anulação do ato ilegal e, 
consequentemente, o fornecimento imediato das informações requeridas 
pelo impetrante; 
2. Notificar o Secretário de Educação do Município Alfa acerca do 
conteúdo da exordial a fim de que, no prazo de 10 (dez) dias, preste as 
informações, a teor do art. 7º, I, da Lei 12.016/2009; 
3. Dar ciência ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica 
interessada para que, querendo, ingresse no feito, nos termos do art. 7º, 
II, da Lei 12.016/2009; 
4. Encaminhar os autos ao Ministério Público, após o prazo concedido à 
prestação de informações pela parte coatora, para, no prazo de 10 (dez) 
dias, manifestar-se, conforme art. 12 da Lei 12.016/2009; 
5. Acolher as provas apresentadas que demonstram a liquidez do direito 
em questão; 
6. Conceder a Segurança, em sede de julgamento definitivo, confirmando o 
deferimento da liminar, determinando a anulação do ato ilegal e a 
concessão das informações solicitadas. 
 
Dá-se a causa o valor de R$ 1.000,00 (mil reais) para fins procedimentais. 
 
Nesses termos, pede e aguarda deferimento. 
 
Local, dia, mês e ano 
 
ASSINATURA DO ADVOGADO 
Nº DA OAB/SECCIONAL

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