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DALGA CAP 5 2017

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Princípios Gerais 
do Diagnóstico Psicopatológico 
- Limites do Diagnóstico Psiquiátrico. 
O que é um Diagnóstico?
O que é diagnosticar?
DALGALARRONDO, P. Psicopatologia e Semiologia dos Transtornos Mentais. Porto Alegre: Artes Médicas, 2008. Cap. 5.
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2 posições quanto ao Diagnóstico em Psiquiatria:
1ª Posição:
O DP apenas serviria para rotular as pessoas diferentes, excêntricas, permitindo e legitimando o poder médico, o controle social sobre o individuo desadaptado ou questionador. 
Punir – excluir – regimes totalitários, opressores.
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2ª Posição:
-Defende o DP.
-O valor e o lugar do DP é o elemento principal e mais importante da prática psiquiátrica. 
Para compreender adequadamente o paciente e seu sofrimento, escolher a estratégia terapêutica mais adeq.
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Relação dialética entre o individual e o universal
Aristóteles: somente o individual é real. O universal não existe na natureza, apenas no espírito humano.
 UNIVERSAL			 Saber Teórico
Sem a Experiência
Saber sem relação com o indivíduo
 
INDIVIDUAL
Saber empírico
Valor da experiência
Forma específica e particular que assume a doença 
em cada sujeito
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“Assim, no processo diagnóstico, há uma relação dialética permanente entre o particular (aquele paciente específico, aquela pessoa em especial) e o geral, universal (categoria diagnóstica)”
“Os diagnósticos são ideias fundamentais para o trabalho científico, 
para o conhecimento do mundo,
 mas não objetos reais, concretos.”
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Diagnóstico em Psicopatologia: 2 correntes: 
1- Diagnóstico não tem nenhum valor porque cada pessoa é uma realidade única.
2- Diagnóstico é essencial para compreender o paciente e escolher a estratégia terapêutica.
Processo diagnóstico: Permanente relação entre o particular/individual e o geral/universal. 
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3 tipos de fenômenos, na esfera humana, em relação à possibilidade de classificação:
a) Aspectos e Fenômenos encontrados em todos os seres humanos.
Categoria ampla demais, pouco útil. Por ex: excesso de trabalho causa stress.
b) Aspectos e Fenômenos encontrados em algumas pessoas, mas não em todas.
Grande interesse para a Psicopatologia. Aqui se situam a maioria dos sinais, sintomas e transtornos mentais.
Por ex: Estados de sofrimento psíquico relacionados à existência de idéias obsessivas e comportamentos compulsivos encontram-se em pessoas com TOC. 
c) Aspectos e Fenômenos encontrados em apenas um ser humano em particular.
São fenômenos restritos demais, de difícil classificação. Pouco ou nada interessantes para a Psicopatologia.
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O diagnóstico somente será útil e válido se:
- Mais do que um simples rótulo.
- Aprofunda o conhecimento – legitimidade
- Permite antever prognóstico. 
- Permite estabelecer ações terapêuticas.
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Assim, o Diagnóstico de um transtorno Psiquiátrico apresenta alguns aspectos particulares:
1- O Diagnóstico Psicopatológico é quase sempre baseado preponderantemente em dados clínicos. História bem colhida, exame psíquico minucioso, resultados de testes. 
2- O Diagnóstico Psicopatológico não é, de modo geral, baseado em possíveis mecanismos etiológicos supostos pelo entrevistador. 
Baseia-se principalmente no perfil de sinais e sintomas.
3- Não existem, de modo geral, sinais e sintomas psicopatológicos totalmente específicos. 
 (Sintoma patognomônico)
Por tanto, em Psicopatologia o diagnóstico repousa 
sobre a totalidade de dados clínicos,
momentâneos (exame psíquico – momento atual do paciente) 
e evolutivos (anamnese, história dos sintomas e evolução do transtorno). 
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4- O Diagnóstico Psicopatológico é apenas possível com a observação do curso da doença. 
5- O Diagnóstico Psiquiátrico deve ser sempre pluridimensional. Várias dimensões clínicas e psicossociais, personalidade, nível intelectual, fatores ambientais protetores ou desencadeantes. 
6- Confiabilidade e validade do diagnóstico em psiquiatria. 
Confiabilidade: Diz respeito à capacidade de um procedimento produzir em relação a um mesmo indivíduo ou a diferentes pacientes com o mesmo diagnóstico, o mesmo diagnóstico. 
Validade: Capacidade de um procedimento diagnóstico de conseguir captar, identificar ou medir aquilo que realmente se propõe a reconhecer.

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