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* * Princípios Gerais do Diagnóstico Psicopatológico - Limites do Diagnóstico Psiquiátrico. O que é um Diagnóstico? O que é diagnosticar? DALGALARRONDO, P. Psicopatologia e Semiologia dos Transtornos Mentais. Porto Alegre: Artes Médicas, 2008. Cap. 5. * 2 posições quanto ao Diagnóstico em Psiquiatria: 1ª Posição: O DP apenas serviria para rotular as pessoas diferentes, excêntricas, permitindo e legitimando o poder médico, o controle social sobre o individuo desadaptado ou questionador. Punir – excluir – regimes totalitários, opressores. * 2ª Posição: -Defende o DP. -O valor e o lugar do DP é o elemento principal e mais importante da prática psiquiátrica. Para compreender adequadamente o paciente e seu sofrimento, escolher a estratégia terapêutica mais adeq. * Relação dialética entre o individual e o universal Aristóteles: somente o individual é real. O universal não existe na natureza, apenas no espírito humano. UNIVERSAL Saber Teórico Sem a Experiência Saber sem relação com o indivíduo INDIVIDUAL Saber empírico Valor da experiência Forma específica e particular que assume a doença em cada sujeito * “Assim, no processo diagnóstico, há uma relação dialética permanente entre o particular (aquele paciente específico, aquela pessoa em especial) e o geral, universal (categoria diagnóstica)” “Os diagnósticos são ideias fundamentais para o trabalho científico, para o conhecimento do mundo, mas não objetos reais, concretos.” * Diagnóstico em Psicopatologia: 2 correntes: 1- Diagnóstico não tem nenhum valor porque cada pessoa é uma realidade única. 2- Diagnóstico é essencial para compreender o paciente e escolher a estratégia terapêutica. Processo diagnóstico: Permanente relação entre o particular/individual e o geral/universal. * 3 tipos de fenômenos, na esfera humana, em relação à possibilidade de classificação: a) Aspectos e Fenômenos encontrados em todos os seres humanos. Categoria ampla demais, pouco útil. Por ex: excesso de trabalho causa stress. b) Aspectos e Fenômenos encontrados em algumas pessoas, mas não em todas. Grande interesse para a Psicopatologia. Aqui se situam a maioria dos sinais, sintomas e transtornos mentais. Por ex: Estados de sofrimento psíquico relacionados à existência de idéias obsessivas e comportamentos compulsivos encontram-se em pessoas com TOC. c) Aspectos e Fenômenos encontrados em apenas um ser humano em particular. São fenômenos restritos demais, de difícil classificação. Pouco ou nada interessantes para a Psicopatologia. * O diagnóstico somente será útil e válido se: - Mais do que um simples rótulo. - Aprofunda o conhecimento – legitimidade - Permite antever prognóstico. - Permite estabelecer ações terapêuticas. * Assim, o Diagnóstico de um transtorno Psiquiátrico apresenta alguns aspectos particulares: 1- O Diagnóstico Psicopatológico é quase sempre baseado preponderantemente em dados clínicos. História bem colhida, exame psíquico minucioso, resultados de testes. 2- O Diagnóstico Psicopatológico não é, de modo geral, baseado em possíveis mecanismos etiológicos supostos pelo entrevistador. Baseia-se principalmente no perfil de sinais e sintomas. 3- Não existem, de modo geral, sinais e sintomas psicopatológicos totalmente específicos. (Sintoma patognomônico) Por tanto, em Psicopatologia o diagnóstico repousa sobre a totalidade de dados clínicos, momentâneos (exame psíquico – momento atual do paciente) e evolutivos (anamnese, história dos sintomas e evolução do transtorno). * 4- O Diagnóstico Psicopatológico é apenas possível com a observação do curso da doença. 5- O Diagnóstico Psiquiátrico deve ser sempre pluridimensional. Várias dimensões clínicas e psicossociais, personalidade, nível intelectual, fatores ambientais protetores ou desencadeantes. 6- Confiabilidade e validade do diagnóstico em psiquiatria. Confiabilidade: Diz respeito à capacidade de um procedimento produzir em relação a um mesmo indivíduo ou a diferentes pacientes com o mesmo diagnóstico, o mesmo diagnóstico. Validade: Capacidade de um procedimento diagnóstico de conseguir captar, identificar ou medir aquilo que realmente se propõe a reconhecer.
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