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Evolução do Pensamento 
da Administração e 
Tecnologias de Gestão
Unidade 2
1ª edição
2019
A abordagem clássica da 
Administração
Produção do Material Didático - Pedagógico 
Delinea Tecnologia Educacional 
Diretoria Executiva
Charlie Anderson Olsen 
Larissa Kleis Pereira 
Margarete Lazzaris Kleis
Gestão de Produção
Camila Sayury Nakahara
Coordenação de Produção
Fátima Satsuki de Araujo Iino
Professor Conteudista
Alice Castro 
Erica Sarraf Fernandes Biondo 
Flaviana Totti Custódio dos 
Santos
Design Educacional
Juliana Bordinhão Diana
Revisão Gramatical
Sílvia Almeida
Coordenação de Design Gráfico
Edison Valim
Projeto Gráfico
Hortência Granair
Diagramação
Thiago Rocha
Sumário
2.1 Primeiras teorias da administração do século XX ................................... 6
2.2 A linha de montagem e o fordismo ....................................................... 10
2.2.1 O fordismo ........................................................................................ 10
2.3 Aportes de Fayol à Administração científica ......................................... 12
2.3.1 O nível gerencial ................................................................................ 14
2.4 A burocracia de Weber ......................................................................... 14
2.4.1 Disfunções da burocracia .................................................................. 16
Unidade 2
A abordagem clássica da Administração 
Para iniciar seus estudos
Compreender a teoria da burocracia, a administração científica e a teoria clássica da administração, 
bem como suas principais características e contribuições para o desenvolvimento do pensamento 
administrativo.
Objetivos de Aprendizagem
• Compreender os preceitos que balizaram a administração científica de Frederick Winslow Taylor: 
estudo dos tempos e movimentos; padronização das ferramentas e dos movimentos; cartões de 
instrução do sistema de pagamento conforme desempenho; cálculo dos custos.
• Compreender os preceitos que balizaram o modelo de produção fordista: linha de montagem; 
inovação; economia de escala; dentre outros.
• Compreender os preceitos que balizaram a administração clássica de Henri Fayol: processos 
administrativos; princípios e funções da administração; estrutura das organizações; princípios 
da administração; papel dos gerentes; dentre outros.
• Compreender os preceitos que balizaram a teoria da burocracia de Max Weber: processos buro-
cráticos; formalidade; impessoalidade; profissionalismo; poder nas organizações; hierarquias; 
unidade de comando; normas para as organizações.
5
2.1 Primeiras teorias da administração do século XX
No início do século XX, dois importantes engenheiros desenvolveram os primeiros trabalhos a respeito 
da administração: o americano Frederick Winslow Taylor, considerado pai da administração e criador 
da escola da administração científica, com ênfase no estudo dos tempos e movimentos; e o francês 
Henri Fayol, que desenvolveu a chamada teoria clássica, com a aplicação de princípios gerais da admi-
nistração em bases científicas.
Figura 2.1: Base da administração
Fonte: Plataforma Deduca (2018).
Taylor foi responsável pela proposição dos chamados princípios da administração científica e pelo 
estudo dos tempos e movimentos para a melhoria do processo produtivo, a redução de custos e o 
aumento de produtividade. Por sua vez, Fayol preocupou-se em melhorar o processo administrativo, por 
meio da formulação de seus famosos princípios: planejar, organizar, comandar e controlar.
Segundo Maximiano (2015), Taylor defendeu que sempre haverá um método mais fácil e rápido de 
executar uma tarefa. Para tanto, esse engenheiro empreendeu o estudo dos tempos e movimentos na 
produção. Tal fato evidenciou que, com observação e análise de dados, a organização poderia produzir 
mais para o “patrão”, bem como melhorar, ao máximo, a prosperidade do empregado. Essa abordagem 
de Taylor ficou conhecida como organização racional do trabalho, transformando os métodos de traba-
lhos empíricos em métodos científicos.
De acordo com Chiavenato (2014), essa tentativa de substituir métodos empíricos e rudimentares por 
métodos científicos recebeu o nome de Organização Racional do Trabalho (ORT), que se fundamenta 
nos seguintes aspectos:
a. Estudo dos tempos e movimentos: o trabalho é metodicamente analisado, em sua totalidade, 
visando à eliminação de movimentos desnecessários. Nesse estudo, os movimentos úteis são 
simplificados, a fim de diminuir o tempo médio que o operário leva para desenvolver uma tarefa. 
Nesse tempo médio, são acrescentados os tempos considerados mortos, como, por exemplo, 
o tempo de espera pela matéria-prima (com finalidade de padronizar o método de trabalho) e, 
também, o tempo destinado à execução desse trabalho.
6
Evolução do Pensamento da Administração e Tecnologias de Gestão | Unidade 2 - A abordagem clássica da 
Administração 
Conforme Chiavenato (2014), Taylor observou as seguintes vantagens no desenvolvimento de 
um método padrão de produção:
 » elimina desperdício de esforço humano e movimentos inúteis;
 » facilita e racionaliza a seleção e o treinamento de operários e melhora a eficiência e o rendi-
mento da produção pela especialização das atividades;
 » distribui uniformemente o trabalho e evita períodos de falta ou de excesso de trabalho;
 » define métodos e estabelece normas para execução do trabalho;
 » estabelece base uniforme para salários equitativos e prêmios de produção.
b. Estudo da fadiga humana com base na anatomia e na fisiologia humana: possui dupla finali-
dade:
 » evita movimentos inúteis na execução de tarefas, do ponto de vista fisiológico;
 » reduz a fadiga para aumentar a eficiência.
c. Divisão do trabalho e especialização do operário: há eliminação de movimentos desnecessá-
rios, economizando, assim, energia e tempo, consequentemente, elevando a produtividade do 
operário.
d. Desenho de cargos e de tarefas: tem como finalidade criar, projetar e combinar cargos para que 
uma tarefa seja executada com os demais cargos existentes dentro da organização. A simplifi-
cação no desenho de cargos permite algumas vantagens, tais como:
 » admissão de empregados com qualificações mínimas, o que reduz os custos de produção;
 » minimização de custos de treinamentos;
 » redução de erros na execução do trabalho.
e. Incentivos salariais e prêmios de produção: o operário é estimulado a produzir mais e também 
a ganhar mais pelos seus serviços, uma vez que a remuneração é baseada na produção.
f. Condições ambientais de trabalho: a eficiência depende não somente do método de trabalho e 
do incentivo salarial, mas de um conjunto de condições que garantam o bem-estar do trabalha-
dor, o que inclui:
 » a adequação de instrumentos e ferramentas de trabalho e equipamentos de produção para 
minimizar o esforço do operador;
 » o arranjo físico das máquinas e equipamentos para racionalizar o fluxo de produção.
g. Padronização: o objetivo é minimizar a variabilidade no processo produtivo e, consequente-
mente, eliminar desperdícios, aumentando, assim, a eficiência.
Cabe observar, conforme Chiavenato (2014), que a Organização Racional do Trabalho, maior contri-
buição de Taylor à teoria administrativa, é, sobretudo, uma forma de executar melhor as tarefas, tendo 
como referência a observação no chão de fábrica. Ao desenvolver esses princípios, Taylor, de acordo 
com Chiavenato (2014), tinha como objetivo tornar a empresa mais eficiente e mais produtiva, algo que, 
para a época, era impensável.
Foi também uma preocupação de Taylor desenvolver uma forma de aplicar esses princípios na prática 
administrativa das fábricas, porque, para ele, a ferramenta administrativa era uma prática estruturada 
7
Evolução do Pensamento daAdministração e Tecnologias de Gestão | Unidade 2 - A abordagem clássica da 
Administração 
que ajudaria a desenvolver não só o processo de administração, mas também a qualidade decisória 
das organizações.
Chiavenato (2014) define que a preocupação de racionalizar, padronizar e prescrever normas de con-
duta ao administrador levou os engenheiros da administração científica a pensar que tais princípios 
pudessem ser aplicados em todas as situações possíveis. Dentre a profusão de princípios defendidos 
pelos autores, os mais importantes são:
1. Princípios de planejamento: substituir a improvisação por métodos baseados em procedimen-
tos científicos, por meio de planejamento.
2. Princípio de preparo: os trabalhadores são selecionados de acordo com suas aptidões e, então, 
é necessário prepará-los e treiná-los para produzir mais e segundo o método planejado.
3. Princípio do controle: controlar o trabalho para certificar que esteja sendo executado de acordo 
com os métodos estabelecidos e segundo o plano previsto.
4. Princípios da execução: distribuir atribuições e responsabilidades para que a execução do tra-
balho seja disciplinada.
Posteriormente, o século XX foi marcado por grandes mudanças no ambiente econômico e social das 
organizações. Um exemplo disso foi o grande desenvolvimento econômico dos Estados Unidos, no 
início do século, em virtude do sucesso do modo de produção fordista, idealizado por Henry Ford. Tam-
bém, em meados desse século, Max Weber, nos seus estudos sobre a ação social, descreveu as formas 
de autoridade e de legitimidade que lhe permitiram refletir sobre as características da burocracia que se 
encaixariam em um tipo de autoridade racional-legal e que contemplariam alguns princípios centrais, 
como a impessoalidade, o profissionalismo, a hierarquia, o formalismo etc.
O século XX foi marcado por grandes mudanças no ambiente econômico e social 
das organizações, tendo como grande exemplo o desenvolvimento econômico dos 
Estados Unidos, decorrente da mudança no modo de produção.
Atenção
Observe no quadro a seguir as principais ideias da administração no século XX.
8
Evolução do Pensamento da Administração e Tecnologias de Gestão | Unidade 2 - A abordagem clássica da 
Administração 
Quadro 2.1: Principais ideias da administração no século XX
Ideias/Enfoques/Teorias 1900-1925 1925-1950 1950-1975 1975-2000
Produção em massa, 
preocupação com eficiência 
(ênfase na eficiência dos 
processos produtivos).
Administração 
científica, linha 
de montagem.
Popularização 
do fordismo.
Sistema toyota 
de produção.
Modelo 
japonês, 
empresa 
de classe 
mundial, 
“Seis Sigma”, 
redesenho de 
processos.
Humanismo, enfoque 
comportamental, escola das 
relações humanas (ênfase 
nas pessoas e na condição 
humana).
Características 
individuais.
Relações 
humanas, 
dinâmicas 
de grupo, 
liderança.
Administração 
participativa.
Gestão de 
pessoas, 
qualidade 
de vida no 
trabalho, ética.
Escola da qualidade 
(ênfase na uniformidade, 
na conformidade e na 
adequação ao uso).
Controle 
estatístico da 
qualidade.
Administração 
da qualidade.
Qualidade 
total, qualidade 
no Japão.
Sistemas da 
qualidade, 
qualidade 
garantida, 
normas ISO.
Enfoque no processo 
administrativo (ênfase no 
papel dos gerentes e no 
processo de administrar 
organizações).
Enfoque 
funcional da 
administração, 
políticas de 
negócios.
Processo 
decisório, 
estruturação 
das grandes 
empresas, 
política de 
negócios, 
administração 
por objetivos.
Planejamento 
estratégico.
Administração 
de projetos, 
administração 
por processos, 
cadeia de 
suprimentos, 
papéis e 
competências 
gerenciais.
Teorias das organizações 
(ênfase no entendimento da 
natureza das organizações).
Tipo ideal de 
burocracia.
Teoria das 
organizações.
Modelos de 
organização.
Imagens das 
organizações, 
aprendizagem 
organizacional.
Pensamento sistêmico 
(ênfase na compreensão de 
totalidades e nas relações 
entre as partes).
Aplicação do 
pensamento 
sistêmico na 
concepção 
de processos 
produtivos, 
especialmente 
na linha de 
montagem.
Teoria geral dos 
sistemas.
Pensamento 
sistêmico 
influenciando 
todas as 
ideias da 
administração.
Fonte: Maximiano (2015).
9
Evolução do Pensamento da Administração e Tecnologias de Gestão | Unidade 2 - A abordagem clássica da 
Administração 
2.2 A linha de montagem e o fordismo
Segundo Chiavenato (2014), Henry Ford nasceu em 30 de julho de 1863, na cidade norte-americana 
Springwells. Em 1903, superando inúmeras adversidades, fundou a “Ford Motors Company”, com mais 
11 acionistas, ficando com 25% das ações. Com o passar dos anos, comprou as ações dos demais 
investidores e, em 1919, passou a ser o controlador da companhia. Sua grande ambição sempre foi 
construir um carro para o povo e, então, em 1913, inaugurou a primeira fábrica com linha de produção 
em série.
Figura 2.2: Linha de produção
Fonte: Plataforma Deduca (2018).
Ford foi pioneiro no que ficou conhecido como linha de montagem e produção em série. Produzir em 
série significa fabricar produtos iguais, em grande quantidade, fato que reduz os custos de produção e 
aumenta sua velocidade. Pensando nisso, Ford entendeu que seria vantajosa a fabricação de automó-
veis padronizados.
2.2.1 O fordismo
O processo produtivo inventado por Henry Ford ficou conhecido como fordismo e funcionava da 
seguinte maneira: o automóvel passava por uma esteira de montagem em movimento, e os operários 
colocavam as peças. Isso era possível em função da especialização dos funcionários, ou seja, cada um 
executava uma função específica (ou única) no processo. Por exemplo: alguns operários trabalhavam 
com a pintura; outros colocavam os pneus; alguns retificavam os motores, e assim por diante. Em ape-
nas 98 minutos, o automóvel ficava pronto.
O modelo de automóvel “T” foi o mais famoso produzido por Henry Ford. Também conhecido como 
“Ford Bigode”, esse veículo foi o mais vendido no fim do século XIX. Desse tempo, é famosa a frase 
de Ford a seus clientes, de que poderiam pedir a cor que quisessem para seus automóveis, desde que 
fosse preta. (MAXIMIANO, 2015).
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Evolução do Pensamento da Administração e Tecnologias de Gestão | Unidade 2 - A abordagem clássica da 
Administração 
Figura 2.3: Modelo Ford “T”
Fonte: Plataforma Deduca (2018).
Segundo Chiavenato (2014), foi utilizando as abordagens da administração científica que Henry Ford 
aplicou de forma intensiva o novo conceito de linha de montagem na sua indústria “Ford Motors Com-
pany”. Esse sistema revolucionou o mercado, em virtude da produção em massa, tornando os automó-
veis mais baratos.
Cabe destacar que as inovações de Ford permitiram eliminar quase todos os movimentos desnecessá-
rios às atividades dos trabalhadores. Para Ford, era importante organizar o trabalho de forma a requerer 
o mínimo possível de força e de esforço físico dos trabalhadores.
O sucesso do invento de Ford foi tão grande que, na década de 1920, chegou a produzir dois milhões 
de automóveis por ano. O sistema de produção de Ford foi muito importante para a sociedade, uma 
vez que democratizou o acesso à aquisição de automóveis. A estratégia de negócio no fordismo era 
produzir o automóvel o mais rápido possível e vendê-lo no mercado no menor prazo.
A rapidez nesse processo é um fator importante, pois, quando a linha de montagem está parada, não 
gera lucros, o que deve ser evitado. Isso também requer um estoque de peças de reposição indispen-
sáveis para que a linha de montagem não pare. Com essa forma de produção, Ford desenvolveu um 
sistema de pagamento com base em bônus, que crescia à medida que a produtividade aumentava.
O taylorismo e o fordismo são sistemas de trabalho que visavam à racionalizaçãoextrema da produção 
e, consequentemente, à maximização da produção e do lucro. O sucesso desses dois modelos fez com 
que várias empresas adotassem as técnicas desenvolvidas por Taylor e Ford, sendo utilizadas até hoje 
por algumas indústrias. O fordismo se baseou nas propostas do taylorismo e desenvolveu alguns avan-
ços. Assim, enquanto Taylor focava a divisão eficiente e racional das tarefas dentro da fábrica, Ford 
buscava colocar seus trabalhadores em posições fixas no sistema produtivo.
Conforme Maximiano (2015), cabe destacar, ainda, que o fordismo era visto como um modelo de ges-
tão da produção; mas, a partir de 1930, passou a ser concebido como um modelo técnico-econômico, 
irradiando-se pelo mundo no pós-guerra. Antes do fordismo, a produção de veículos era artesanal, 
dependente da habilidade técnica da mão de obra disponível e sem padronização.
Outro fator importante que contribuiu para as ferramentas de gestão diz respeito à aplicação dos princí-
pios da administração científica no sistema fordista de produção, que levou à redução da complexidade 
das tarefas e à padronização e ao controle do processo produtivo: o processo saiu das mãos dos tra-
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Evolução do Pensamento da Administração e Tecnologias de Gestão | Unidade 2 - A abordagem clássica da 
Administração 
balhadores e passou para a gerência, levando até às últimas consequências a ideia de separação entre 
o planejamento (engenheiros) e a execução (operário).
A administração clássica de Taylor e o fordismo recuperaram o ideário do homem “economicus”, ou 
seja, o homem é um ser racional que toma suas decisões com base no conhecimento de todas as pos-
sibilidades de ações viáveis, bem como de suas consequências.
Segundo Maximiano (2015), esse modelo de homem, reduzido e simplificado, serviu de fundamento 
para a construção de uma teoria da administração que tinha como base a concepção de um homem 
racional e previsível, que se satisfazia com incentivos financeiros, vigilância e treinamento. Investir nes-
ses quesitos, portanto, auxiliaria a aumentar a produtividade esperada.
Como consequência dessa visão de homem, os pensadores clássicos – Taylor, Fayol e Ford – compar-
tilhavam da ideia de que o comportamento humano não era um problema em si. Isso quer dizer que, 
quando os gerentes percebiam nos trabalhadores um comportamento inadequado, deduziam que o 
problema decorria de defeitos na estrutura da organização ou no processo produtivo.
2.3 Aportes de Fayol à Administração científica
Henri Fayol nasceu em 1841, em Istambul, e faleceu em 1925, em Paris. Ele foi um importante pesqui-
sador da chamada escola clássica da administração. Fayol dedicou-se a disseminar os princípios da 
administração, com base em seus anos de aprendizado prático na indústria. Para esse engenheiro, a 
administração compreende, basicamente, cinco funções:
• planejamento;
• organização;
• comando;
• coordenação;
• controle.
De acordo com Maximiano (2015), para Fayol, a administração é uma atividade que pode ser encon-
trada em todos os empreendimentos humanos, como a família, os negócios, as religiões e os governos, 
exigindo, mesmo que não nos demos conta, o uso de, pelo menos, alguma das cinco funções supraci-
tadas.
Fayol propôs a divisão das organizações em seis estruturas de operações específicas, mas que se 
relacionam mutuamente:
• Técnica: produção, manufatura.
• Comercial: compra, venda, troca.
• Financeira: empréstimos, capital de giro.
• Segurança: proteção da propriedade privada e das pessoas.
• Contabilidade: registro de estoques, custos, estatísticas.
• Administração: planejamento, organização, comando, coordenação e controle.
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Evolução do Pensamento da Administração e Tecnologias de Gestão | Unidade 2 - A abordagem clássica da 
Administração 
Observe, na figura a seguir, as funções da empresa.
Figura 2.4: Funções da empresa
EM
PR
ES
A
Função comercial
Função financeira
Função de administração
Função de segurança
Função de contabilidade
Função técnica
Planejamento
Organização
Comando
Coordenação
Controle
Fonte: Maximiano (2015, p. 68).
Lembre-se de que cada área empresarial tem, sob sua responsabilidade, diferentes 
funções. A área administrativa demanda planejamento, organização, comando, coor-
denação e controle.
Atenção
Perceba que, para Fayol, o conceito de administração está ligado ao ato de administrar, englobando as 
funções de administrador, as quais estão descritas a seguir, de acordo com Maximiano (2015):
• prever o futuro e traçar o programa de ação;
• organizar, isto é, constituir o duplo organismo material e social da empresa;
• comandar, o que significa dirigir e orientar o pessoal;
• coordenar: ligar, unir e harmonizar todos os atos e esforços coletivos;
• controlar compreende garantir que tudo ocorra de acordo com as regras estabelecidas e as 
ordens dadas.
Chiavenato (2014) acha importante informar que nenhuma organização pode fazer mais do que per-
mitem seus principais administradores, afinal de contas, o gargalo está sempre na parte superior da 
garrafa. De todas as tarefas de uma organização, a mais difícil, mas também a mais importante, é 
estruturar sua alta administração.
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Evolução do Pensamento da Administração e Tecnologias de Gestão | Unidade 2 - A abordagem clássica da 
Administração 
2.3.1 O nível gerencial
As atividades para o nível gerencial são a essência da administração. Sua característica principal é 
conseguir resultados por meio de terceiros.
Chiavenato (2014) afirma que as atividades gerenciais são divididas em três níveis, cada um com res-
ponsabilidades específicas, conforme apresentamos a seguir.
Gerência geral
Comando geral do processo produtivo e acionamento dos recursos disponíveis para a reali-
zação dos objetivos fixados pelo nível de direção. Gerencia unidades complexas, englobando 
mais de uma função. Às vezes, esses gerentes são responsáveis por empresas subsidiárias.
Gerência média (ou funcional)
Comando das atividades de operações especializadas, como: finanças, marketing, recursos 
humanos, manutenção etc.
Supervisão imediata
Comando da realização propriamente dita e das tarefas, implicando contato direto com os 
executores. São os supervisores de primeira linha.
Ainda de acordo com Chiavenato (2014, p. 34-35):
O papel dos gerentes é fundamental para obter a cooperação dos subordinados, para os quais ele 
representa a empresa e deve ser capaz de motivá-los e fazê-los “vestir a camisa”. Por outro lado, 
deve ser capaz de levar aos níveis superiores as aspirações, os desejos e as necessidades do seu 
pessoal. Um gerente que não prestigia os subordinados não consegue mantê-los dedicados.
2.4 A burocracia de Weber
Max Weber nasceu no dia 21 de abril de 1864, na Alemanha. Foi um sociólogo que se preocupou com 
o estudo da organização burocrática e, por isso, propôs a teoria da burocracia. (CHIAVENATO, 2014).
14
Evolução do Pensamento da Administração e Tecnologias de Gestão | Unidade 2 - A abordagem clássica da 
Administração 
Conforme Maximiano (2015), o ponto central dos estudos de Weber é a investigação sobre a ação 
social. Para esse sociólogo, as normas que compartilhamos na sociedade só se tornam concretas 
quando se manifestam em cada um de nós, sob forma de motivação. Cada sujeito age levado por um 
motivo, orientando-se pela tradição, por interesses racionais ou pela afetividade.
Figura 2.5: A ação social
Fonte: Plataforma Deduca (2018).
Para Weber, a ação social consiste na conduta humana, dotada de sentido e orientada pela ação de 
outros, apresentando quatro formas distintas:
1. Ação racional com relação a fins: determinada pela expectativa de alcançar os objetivos racio-
nalmente avaliados e perseguidos.
2. Ação racional com relação a um valor: definida pela crença consciente no valor (moral, religiosoe estético) de uma determinada conduta.
3. Ação afetiva: ditada por afetos ou por estados sentimentais e emocionais.
4. Ação tradicional: ditada pelos hábitos, pelos costumes e pelas crenças.
Chiavenato (2014) afirma que a aplicação da burocracia de Weber levou, em muitos casos, a um excesso 
de normas e de regulamentos impessoais, não condizentes com a agilidade e a flexibilidade das orga-
nizações modernas. No entanto, ainda é empregada em grandes administrações públicas, por falta de 
substitutos eficazes para alguns casos.
Para Weber, a burocracia deveria ter as seguintes características:
1. organização contínua de cargos, limitados por normas escritas, às quais estão subordinados os 
detentores de poder, o sistema administrativo e os dominados;
2. divisão de trabalho definida e sistemática, com áreas específicas de competência;
15
Evolução do Pensamento da Administração e Tecnologias de Gestão | Unidade 2 - A abordagem clássica da 
Administração 
3. cargos organizados segundo o princípio hierárquico;
4. regras e normas técnicas claramente definidas por escrito;
5. separação entre propriedade e administração, ou seja, as atividades administrativas deverão ser 
exercidas por profissionais contratados em virtude de suas qualificações técnicas.
Ainda na visão de Weber, as ênfases da burocracia serão as seguintes:
1. formalização (obediência a normas, rotinas, regras, regulamentos etc.);
2. divisão do trabalho;
3. hierarquia;
4. impessoalidade;
5. profissionalização e competência técnica dos empregados.
De acordo com Chiavenato (2014), a descrição de Weber sobre a burocracia não levou em conta a cha-
mada organização informal nem o excesso de formalismo, que é fonte das denominadas disfunções da 
burocracia. Vamos verificar quais são as características das disfunções da burocracia.
2.4.1 Disfunções da burocracia
Quando as características da burocracia são levadas ao extremo, o excesso de rigidez e a falta de flexi-
bilidade fazem surgir as disfunções da burocracia: no lugar de propiciar segurança e qualidade, acaba 
por emperrar o andamento dos serviços e a produção de bens, ou seja, é como se o sistema criasse 
vida própria. É a burocracia pela burocracia, que perde sentido e finalidade, beirando o absurdo, ao exigir 
carimbos e comprovantes desnecessários. 
Confira a seguir as principais características e disfunções da burocracia, conforme colocado por Chia-
venato (2014).
Quadro 2.2: Características e disfunções da burocracia
Engessamento de regras 
e regulamentos
No modelo ideal de burocracia de Weber, as regras e os 
regulamentos têm objetivo de normatizar os procedimentos, 
ajudando, assim, a aumentar a produtividade e a melhorar a 
qualidade do que é produzido e realizado. No entanto, a falta 
de flexibilidade na aplicação de regras e regulamentos faz com 
que estes deixem de ser um meio para se atingir um dado fim, 
transformando-se em um objetivo em si mesmo: é o momento 
em que as pessoas cumprem regras e regulamentos sem saber 
o motivo pelo qual estão cumprindo.
Excesso de 
documentação
Para formalizar tudo e controlar a qualidade e a produtividade, 
é produzida uma quantidade excessiva de documentos, que 
geram perda de tempo – tanto no preenchimento de formulários 
e papéis quanto no resgate de informações.
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Evolução do Pensamento da Administração e Tecnologias de Gestão | Unidade 2 - A abordagem clássica da 
Administração 
Despersonalização de 
relacionamentos
Como nos sistemas burocráticos o poder está no cargo, e não 
nas pessoas, as relações interpessoais ficam em segundo 
plano. No entanto, o ser humano necessita de interações 
sociais. A despersonalização pode provocar estresse excessivo.
Autoridade aparente
Como a autoridade é exercida pelo cargo, busca-se exibir sinais 
exteriores que reforcem tal posição, como uniformes, crachás 
de identificação com o cargo em destaque, placas na porta etc.
Autoridade 
descontrolada
Como a pessoa está em um cargo de autoridade, passa a 
utilizar esse poder de maneira agressiva.
Fonte: Adaptado de Chiavenato (2014).
17
Evolução do Pensamento da Administração e Tecnologias de Gestão | Unidade 2 - A abordagem clássica da 
Administração 
Nesta unidade, estudamos a abordagem clássica da administração, com ênfase nos seguintes tópicos:
• As primeiras teorias da administração do século XX.
• A administração científica de Frederick Winslow Taylor, com destaque para os conceitos relacio-
nados à padronização das ferramentas e ao estudo dos tempos e movimentos.
• O modelo de produção fordista, entendido e aplicado por Henry Ford, com sua linha de monta-
gem e de inovação.
• Os processos administrativos liderados por Henri Fayol, por meio da abordagem da estrutura 
das organizações, dos princípios da administração e do papel dos gerentes nas organizações.
• A teoria da burocracia de Max Weber e suas disfunções.
Conheça mais sobre as divergências e convergências entre os princípios da adminis-
tração pública brasileira e os princípios de Henri Fayol. Acesse: <http://periodicos.
uesc.br/index.php/reflexoeseconomicas/article/view/1324/1493>.
Saiba mais
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Síntese
CHIAVENATO, I. Introdução à teoria geral da administração. 9. ed. São Paulo: Manole, 2014.
MAXIMIANO, A. A. Fundamentos de administração: introdução à teoria geral e aos processos da 
administração. 3. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2015.
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Referências
	2.1 Primeiras teorias da administração do século XX
	2.2 A linha de montagem e o fordismo
	2.2.1 O fordismo
	2.3 Aportes de Fayol à Administração científica
	2.3.1 O nível gerencial
	2.4 A burocracia de Weber
	2.4.1 Disfunções da burocracia

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