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Ciência Política DEMOCRACIA REPRESENTATIVA (REGIME POLÍTICO) 1 Sumário Introdução ...........................................................................................................................................2 Objetivos ..............................................................................................................................................2 1. Definições ....................................................................................................................................2 2. Regimes políticos .......................................................................................................................4 Exercícios .............................................................................................................................................6 Gabarito ...............................................................................................................................................7 Resumo ................................................................................................................................................7 2 Introdução O objeto do estudo da ciência política envolve alguns atores tais como governados e governantes. Mas tudo se passa em torno do poder. A democracia representativa, também conhecida como democracia indireta, tem como fundamento o exercício do poder político pela sociedade de forma indireta, ou seja, exercida através de seus representantes eleitos através do voto pela população de determinado estado ou país. Enfim, esse é o objeto de estudo desta unidade, a democracia representativa e seus respectivos regimes políticos. Objetivos • Apresentar os principais objetos de estudos da democracia representativa. • Conhecer as principais definições da democracia representativa e seus respectivos regimes políticos. 1. Definições A democracia representativa é uma forma de governo em que o povo elege seus representantes para realizarem a gestão dos interesses e direitos da população. Esses representantes têm mandato político para atuar em seu nome e por sua autoridade, isto é, legitimados pela soberania popular. Diante da impossibilidade da participação pessoal de todos de uma comunidade criou-se a democracia representativa, na qual o povo elege um representante para realizar a gestão dos recursos públicos e atuação efetiva em busca da geração de trabalho, renda, saúde e educação para toda coletividade. O principal sustentáculo da democracia representativa é o voto direto, ou seja, metodologia utilizada para avaliar todos os candidatos a representantes do povo a fim de realizar o processo de escolha do mesmo. O arcabouço legal mundial apresenta-se o projeto da Constituição Europeia, no seu artigo 46º, que traz de forma expressa referência à democracia representativa. No mesmo prisma, o artigo 10º do Tratado de Maastricht, afirma-se que o funcionamento da União baseia-se na democracia representativa ressaltando assim, a importância da democracia representativa em um estado moderno e contemporâneo. Ressalta-se que para a eficiência do regime democrático representativo, desempenhado pelos representantes em seus cargos públicos, eleitos pelo povo, 3 devem ser constantemente renovadas. O ideal é que o arcabouço legal determine períodos fixos para que se ocorram novas eleições. No Brasil, os representantes eleitos através do voto são distribuídos em diversos cargos, tais quais apresentados na Figura 1. 01 Figura 1: Cargos eletivos e executivos no Brasil Do ponto de vista etimológico, a democracia é uma forma de governo onde a soberania é exercida pela população. Dessa forma, a população exerce o seu direito de expressão através do voto ao eleger os seus representantes de acordo com os candidatos disponíveis para os respectivos cargos políticos. No Brasil, existe a Câmara Federal que apresenta no seu lado esquerdo o senado federal, com a cúpula voltada para dentro, ou seja, voltada para terra. O quantitativo de representantes federais é composto por três senadores independentemente do número populacional de cada estado. A Figura 2 apresenta o Congresso Nacional. Ainda sobre o Congresso Nacional, ressalta-se que a cúpula do lado direito é a da Câmara dos Deputados, aberta para cima. O número de deputados é formado de acordo com o quantitativo populacional do estado federativo. Ou seja, em estados menores como o Acre, o número de deputados, pela quantidade de população é de oito representantes. Já um estado mais populoso, como São Paulo pode chegar até setenta deputados federais. De acordo com Nicolau (1997) um dos principais obstáculos para a validação do princípio democráticos nos sistemas representativo é a não-proporcionalidade entre o eleitorado de uma região e o números dos seus representantes na Câmara de Deputados. As formas mais comuns para a violação a proporcionalidade entre população e representantes ocorrem: na não revisão periódica do número de Presidente Governador Prefeito Senador Deputados (Federal e Estadual) Vereador 4 representantes de cada circunscrição eleitoral na Câmara dos Deputados e das regras estabelecidas para alocação das cadeiras. No Brasil a desproporcionalidade que ocorre ao logo da história, e ainda é vigente, é imposta pela legislação eleitoral apontando um número mínimo (8) e um número máximo (70) para deputados federais. Nicolau (1997) conclui a alocação desproporcional prejudica estados como São Paulo e beneficia pequenos estados da região Norte. Enfim, o importante em um regime democrático é o direito de escolher os representantes do país. Esse por sua vez tem poder para agir e se expressar através do uso da palavra e de instrumentos admitidos por leis para decidir em nome do povo. DICA! É importante conhecer também a democracia pura ou direta, na qual a população tem participação direta nas decisões que envolvem as necessidades e interesses pessoais e/ou coletivo. Em geral, esse tipo de modelo de democracia direta é eficaz em pequenas comunidades, em que as opiniões dos envolvidos são escutadas visando estabelecer um consenso entre as partes, escolhendo as melhores soluções para a comunidade. 2. Regimes políticos Os regimes políticos se caracterizam pelas regras e instituições, que atuam na regulação da disputa do certame existente em uma determinada região ou país pelo poder político e por seu pleno exercício admitido entre os governantes e governados. Em outras palavras, o regime político é o conjunto de instituições políticas, pelas quais o Estado se constitui e dessa forma, exerce o seu poder sobre a população em geral. Para Aron (1980), os regimes políticos no contexto atual, são divididos em regime pluralista e regime de partido único, representado respectivamente pelas democracias e estados comunistas. Conheça mais sobre o sistema bicameral do Brasil acessando o site da Câmara dos Deputados. 5 Os regimes políticos, podem ser divididos em democráticos e autocráticos. O regime democrático é caracterizado pelo poder que emana do povo, que elege seus representantes por meio do voto popular respeitando princípios da legalidade e isonomia, além do regramento jurídico da área. Ou seja, os membros da sociedade têm direitos políticos iguais e a soberania popularprevalece. Já o regime autocrático emana do poder vindo Das instâncias superiores, sem a possibilidade de uma participação democrática. FIQUE ATENTO! As instituições políticas organizam de forma legal e institucional a disputa pelo poder político, e por seu regular exercício. Dessa forma, é possível estabelecer normas e procedimentos para regular o relacionamento entre governantes e governados. É certo que as normas e procedimentos devem seguir o arcabouço legal de um determinado país ou região em prol da segurança jurídica dos atos administrativos. No Brasil, as instituições políticas são divididas por três esferas federativas além do Distrito Federal, tal como discriminado a seguir: • União: trata dos interesses de todo o país no âmbito federal. • Estados: tratam dos interesses de cada estado da federação, sendo que no Brasil temos vinte e seis estados distribuídos em cinco regiões (Norte, Nordeste, Centro Oeste, Sudeste e Sul). • Munícipios: tratam dos interesses dos munícipios, sendo que no Brasil temos cinco mil quinhentos e setenta municípios. • Distrito Federal: trata dos interesses do Distrito Federal, onde se localiza a capital federal do país, a cidade de Brasília. Conheça quais são os Deputados Federais de seu estado. O pleno exercício da democracia só é possível através do acionamento dos deputados de sua região em busca de recursos pecuniários para a resolução de problemas na área da saúde, educação, segurança, infraestrutura, entre outras coisas. 6 PRATIQUE! O regime político utilizado por um Estado não deve ser confundido ou comparado com a sua forma de Estado (unitário ou federal). Também não cabe esse comparativo com o seu sistema de governo (presidencialismo ou parlamentarismo). Outra observação a ser feita é o estudo da categorização das formas de governos. As sociedades possuem seus aspectos específicos e funcionam de acordo com as suas estruturas de poderes. Por isso, é possível afirmar que existem variadas formas de governos, assim como de organizações de sociais. Havendo desde regimes políticos em alguns países da África, extremamente autoritários, até países europeus extremamente democráticos. SAIBA MAIS! Exercícios 1. Qual é o número de senadores por cada estado da federação? a. Dez b. Três c. Quatro d. Cinco e. Depende do estado da federação Conheça mais sobre os regimes autoritários após a leitura do trabalho de Juan Linz intitulado “Una Interpretacion de los regimes autoritários. Esse foi um papers publicado na Revista de Sociologia, número 8, na página 197. na cidade Madrid, Espanha. Pesquisem quantos deputados estaduais e federais representam o seu estado. Por exemplo, se você mora em Santa Catarina, então o “Pratique” é para que possa pesquisar a quantidade de deputados do seu estado e depois comparar com a quantidade de deputados de outros estados próximos como o Rio Grande do Sul e Paraná. Realize essa análise comparativa. 7 2. Qual é o número de deputados federais por cada estado da federação? a. Cinquenta b. Quarenta c. Trinta d. Vinte e. Depende do sistema de proporcionalidade de cada estado, que varia de acordo com o quantitativo populacional. 3. Quais são os principais tipos de regimes políticos existentes no Brasil e no mundo? a. Autocrático e Democrático b. Democrático apenas c. Autocrático apenas d. Democracia crista apenas e. Nenhuma das respostas acima. Gabarito Questão 1 - Letra B: São três senadores por estado. Questão 2 - Letra E: A quantidade de deputados federais varia de acordo com a população do estado da federação. Questão 3 - Letra A: os regimes são o autocrático e democrático. Resumo Nesta unidade foi estudada a democracia representativa que se caracteriza por um governo em que o povo elege seus representantes para que os mesmos possam realizar a gestão dos interesses da população. Os estudos perpassaram pelos regimes políticos democráticos e autocráticos definindo as características de cada regime e suas diferenças. A maioria das nações buscam regimes visivelmente considerados democráticos, com a participação popular nas decisões. 8 Foi apresentado os representantes da democracia no Brasil e as as nuances da Câmara Federal no Brasil. Abordou-se a União, Estados e Munícipios, além da existência do Distrito Federal. Enfim, o estudo sobre esse tema se atualiza a todo o momento, pois a sociedade muda e assim mudam paulatinamente os usos e costumes, nesse contexto, e passam por mudanças, já que são o reflexo da sociedade atual e o reflexo dos eleitos pela população que de tempos em tempos propõe novas leis para acompanhar essa mudança da sociedade. 9 Referências bibliográficas DAHL, Robert. Poliarquia. Participação e oposição. São Paulo, Edusp, 1991. BOBBIO, Norbert; MATTEUCCI, Nicola; PASQUINO, Gianfranco. Dicionário de política. DAHL, Robert. Regimes Políticos: "Populares e Hegemônicos". In Robert Dahl (Ed.), Análise política moderna. Ed. Universidade de Brasília, 1988. ARON, Raymond. Comentários sobre a classificação dos regimes políticos, In Aron, Raymond., Estudos Políticos, Ed. Universidade de Brasília, 1980. LINZ, Juan. Una Interpretacion de los regimes autoritários. Papers: Revista de Sociologia, 8, Madrid, 1978. NICOLAU, Jairo Marconi. As distorções na representação dos estados na Câmara dos Deputados brasileira. Dados, v. 40, n. 3, 1997.
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