Buscar

petição inicial

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA ___VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DE 
FORTALEZA-CE 
 
AÇÃO DE RECONHECIMENTO E DISSOLUÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL C/C ALIMENTOS 
 
 
 
 CLEMILDA SOARES, brasileira, em união estável, professora, inscrita no CPF 
sob o n° XXX.XXX.XXX-XX e no RG: XXXXXXX-X, endereço eletrônico, residente e domiciliada 
à Rua Monte Verde, Nº 22, Boa Esperança, CEP: XX-XXX-XXX, Fortaleza-CE, vem por 
intermédio de seu advogado e bastante procurador, com procuração anexa, mui 
respeitosamente à presença de vossa excelência, propor, AÇÃO DE RECONHECIMENTO E 
DISSOLUÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL C/C ALIMENTOS em face de JOÃO PAULO, brasileiro, 
em união estável, engenheiro civil, inscrito no CPF sob o n° XXX.XXX.XXX-XX e no RG: 
XXXXXXX-X, endereço eletrônico, residente e domiciliado à Rua 100, nº XX, Icaraí, Caucaia/CE, 
pelas razões de fato e de direito a seguir aduzidas. 
 
CONSIDERAÇÕES INCIAIS 
DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA 
Requer os benefícios da justiça gratuita, por ser pobre na forma da lei, com base 
no Art. 98 do Código de Processo Civil de 2015 que em total consonância com a norma prevista 
no artigo 5°, LXXIV da Carta da República de 1988 garante a assistência judiciária gratuita e 
integral aqueles com que não podem sem prejuízo da subsistência própria e de seus familiares 
arcar com os ônus processuais. 
 
DA AUDIÊNCIA DE MEDIAÇÃO E CONCILIAÇÃO 
 A autora requer, com fulcro no artigo 334 do Código de Processo Civil, que seja 
designada data para realização da audiência de mediação e conciliação. 
 
 
 
 
DOS FATOS 
 A autora e o requerido viveram em união estável por um período de 
aproximadamente 09 (nove) anos, formando uma entidade familiar configurada na convivência 
pública, continua e duradoura, resultando na concepção de um filho, hoje com 07 (sete) anos. 
Entretanto, após uma grave crise, constituída de desentendimentos corriqueiros, pensando no 
bem estar do filho menor que sofria demasiadamente com o conflito entre os pais, estes então 
puseram fim ao relacionamento. 
 Ressalta-se que, durante a união estável não foram constituídos bens, sendo 
que todos os imóveis utilizados pelo casal e o automóvel utilizado pela autora, são de 
propriedade exclusiva desta, em razão da aquisição ter ocorrido antes da formação da união 
estável. O automóvel utilizado pelo requerido foi adquirido por ele, de igual forma, antes do inicio 
da relação, sem a sem esforço comum, desta forma, em razão do principio da boa fé, a autora, 
não versará seus pedidos sobre o automóvel de propriedade exclusiva do requerido. 
 BENS DA AUTORA ANTERIORES À UNIÃO ESTÁVEL: 
I – 01 (um) apartamento: R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reis) 
 II – 01 (uma) casa de praia: R$ 200.000,00 (duzentos mil reais) 
 III – 01 (um) carro: R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais). 
 Desta forma, com base na legislação vigente, a incomunicabilidade dos 
supracitados bens deve ser reconhecida, ademais, pelo fato de não se comunicarem, 
deverão ser desconsiderados para fins de partilha. 
 Excelência, após o rompimento da união o requerido não vem arcando com suas 
obrigações paternais, ficando os ônus referentes à mantença do filho menor a cargo da 
requerente. 
 Ocorre caro julgador, que o requerido tem possibilidades de ajudar no sustento 
da criança, vez que é engenheiro civil, percebendo mensalmente cerca de R$ 15.000,00 (quinze 
mil reais). 
 Ademais, de acordo com documentação acostada, a autora, em razão da 
assunção exclusiva dos ônus da criança, além dos decorrentes das necessidades essências à 
vida, passa por critico momento financeiro. 
 A presente ação objetiva que seja reconhecida e dissolvida a sociedade de fato 
do casal, haja vista, que a união era pública e notória, do conhecimento de todos na comunidade 
onde residiam, bem como a fixação de alimentos no percentual de 30% dos vencimentos do 
requerido, descontados apenas os encargos legais. 
 Desta forma, haja vista as infrutíferas tentativas de autocomposição com o 
requerido, não resta à autora, alternativa senão buscar no judiciário a tutela que lhe é garantida 
pela lei. 
 DO DIREITO 
DO RECONHECIMENTO DA UNIÃO ESTÁVEL 
 A Carta Magna Brasileira dá integral proteção e reconhecimento ao 
relacionamento entre homem e mulher, duradouro, público e com objetivo de constituir família, 
intitulando-o de União Estável, in verbis: 
Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do 
Estado. 
(...) 
§ 3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união 
estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, 
devendo a lei facilitar sua conversão em casamento. 
 O Código Civil de 2002 em seu título três define os requisitos para configuração 
da união estável, in verbis: 
Art. 1.723. É reconhecida como entidade familiar a união estável 
entre o homem e a mulher, configurada na convivência pública, 
contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de 
constituição de família. 
 A disposição legal, aliada ao texto constitucional, não deixa dúvidas quanto ao 
vinculo existente entre a requerente e o requerido, sendo o reconhecimento da união estável, 
medida que se impõe. 
 
 
 
 
 
DADA DISSOLUÇÃO DA UNIÃO ESTÁVEL. 
 Considerando o rompimento da união entre as partes, a liquidação de acordo 
com o regime de comunhão parcial de bens, nos termos do artigo 1.725 do Código Civilista, deve 
ser procedida. 
 Determina o CC: 
Art. 1.725. Na união estável, salvo contrato escrito entre os 
companheiros, aplica-se às relações patrimoniais, no que 
couber, o regime da comunhão parcial de bens. 
DA INCOMUNICABILIDADE DOS BENS 
 O capítulo III do Código Civil de 2002, nos artigo 1.658 e 1659, I, chancela a 
pretensão autoral, haja vista, prever que serão considerados bens comuns aqueles adquiridos na 
constância do casamento, elencando como exceção os bens os bens que cada cônjuge possuir 
ao casar, in verbis: 
Art. 1.658. No regime de comunhão parcial, comunicam-se os 
bens que sobrevierem ao casal, na constância do casamento, 
com as exceções dos artigos seguintes. 
Art. 1.659. Excluem-se da comunhão: 
I - os bens que cada cônjuge possuir ao casar, e os que lhe 
sobrevierem, na constância do casamento, por doação ou 
sucessão, e os sub-rogados em seu lugar; 
 O Superior Tribunal de Justiça, com base em compilado de decisões, firma 
entendimento de que os bens adquiridos antes do casamento sob o regime de união parcial de 
bens, não se comunicam, ora, a lei equipara para todos os fins a união estável ao casamento 
civil, desta forma, o que se aplica a um deverá também incidir sobre o outro. 
 Tese nº 7, STJ: 
São incomunicáveis os bens particulares adquiridos 
anteriormente à união estável ou ao casamento sob o regime de 
comunhão parcial, ainda que a transcrição no registro imobiliário 
ocorra na constância da relação. 
Precedentes: REsp 1324222/DF, Rel. Ministro RICARDO 
VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA, julgado em 
06/10/2015, DJe 14/10/2015; REsp 1304116/PR, Rel. Ministro 
CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado em 25/09/2012, 
DJe 04/10/2012; REsp 707092/ DF, Rel. Ministra NANCY 
ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 28/06/2005, DJ 
01/08/2005. (VIDE INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA N. 
253). 
DOS ALIMENTOS EM FAVOR DO FILHO MENOR 
 A Carta Magna, em seu artigo 229, prescreve: 
Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos 
menores, e os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar 
os pais na velhice, carência ou enfermidade. 
 A Lei Civil, através do disposto no artigo 1.696, estabelece da seguinte forma: 
Art. 1.696. O direito à prestação de alimentos é recíproco entre 
pais e filhos, e extensivo a todos osascendentes, recaindo a 
obrigação nos mais próximos em grau, uns em falta de outros. 
 Constatado que a lei prevê que os pais tem obrigação de prestar alimentos aos 
filhos, nasce a partir de então a analise de outro ponto determinante, qual seja do binômio 
necessidade-possibilidade, que encontra exegética previsão no Código Civil, in verbis: 
Art. 1.694. Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros 
pedir uns aos outros os alimentos de que necessitem para viver 
de modo compatível com a sua condição social, inclusive para 
atender às necessidades de sua educação. 
§ 1o Os alimentos devem ser fixados na proporção das 
necessidades do reclamante e dos recursos da pessoa 
obrigada. 
Art. 1.695. São devidos os alimentos quando quem os pretende 
não tem bens suficientes, nem pode prover, pelo seu trabalho, à 
própria mantença, e aquele, de quem se reclamam, pode 
fornecê-los, sem desfalque do necessário ao seu sustento. 
 
 
 
 Cristiano Chaves de Farias e Nelson Rosenvald (Direito das famílias, 3ª edição, 
Editora Lumen juris, 2011, página 763) comentando acerca do valor da fixação do valor da 
pensão e com esteio nos dispositivos acima dispostos, lecionam: 
 
Para a fixação do quantum alimentar, por tanto, leva-se em 
conta a proporcionalidade entre a necessidade do alimentando e 
a capacidade do alimentante, evidenciando um verdadeiro 
trinômio norteador do arbitramento da pensão. 
 
 A despeito da inexistência de fórmula matemática, a verba alimentar não pode 
ser arbitrada em quantia irrisória, imprópria para suprir as exigências vitais do alimentado, 
tampouco em valor excessivo capaz de levar à insolvência o alimentante, desta forma, a fixação 
em percentual de 30% dos proventos do requerido, apresenta justa adequação ao binômio 
necessidade-possibilidade. 
 
DOS ALIMENTOS PROVISÓRIOS 
 
 O legislador pátrio, na edição da Lei. 5.478/68, considerando a urgência na 
concessão dos alimentos, definiu que o magistrado, havendo prova nos autos da filiação, deverá, 
em pronunciamento inicial, desde logo, fixar alimentos provisórios, in verbis: 
 Art. 3º. (omissis) 
§4º. Ao despachar o pedido, o juiz fixará desde logo alimentos 
provisórios a serem pagos pelo devedor, salvo se o credor 
expressamente declarar que deles não necessita. 
 
 Assim, considerando que, o registro de nascimento do alimentando é prova 
irrefutável da filiação, faz-se justa a fixação de alimentos provisórios em favor do menor. 
 
 
 
DOS PEDIDOS 
 Isto posto, com base em todo conjunto de elementos fáticos e jurídicos 
apresentados, requer que vossa excelência se digne de: 
a) Receber a presente peça vestibular para processar e dar integral provimento; 
b) Conceder o benefício da Justiça Gratuita; 
c) Fixar alimentos provisórios no montante de 30% (trinta por cento) sobre o valor dos 
proventos do requerido, descontados apenas os descontos legais, a serem depositados em 
conta de titularidade da requerente; 
d) Citar o réu de acordo com o procedimento comum, para que, querendo, apresente 
contestação, sob pena de revelia; 
e) Reconhecer como incomunicáveis os bens adquiridos exclusivamente pela autora antes da 
constituição da união estável, e consequentemente sua desconsideração para fins de partilha; 
f) Reconhecer a existência da união estável, e sua dissolução com as confirmações legais; 
g) Condenar o réu ao pagamento das custas e honorários advocatícios de sucumbência em até 
20%, nos termos do artigo 85, §2º, do CPC. 
 Protesta ainda, provar o alegado por todos os meios admitidos em direito, em 
especial o depoimento pessoal do requerido, a testemunhal, a documental e a pericial. 
 Dar-se-se à causa o valor de R$ 454.000,00 (quatrocentos e cinquenta e quatro 
mil reais) 
 
 Nestes termos em que pede, espera e confia deferimento. 
 
 Fortaleza, 22 de setembro de 2018. 
 
CLAUDEMIR BEZERRA DE ALMEIDA FILHO 
OAB CE XX.XXX.

Continue navegando