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Urinálise Também denominado: exame de rotina completo de urina (urina tipo I), urinálise, exame simples de urina, uroanálise, EAS (Elementos Anormais e Sedimento), 3A+S (Albumina, Açúcar e Acetona mais Sedimento), entre outras. São incluídos os exames físico, químico e microscópico da urina, que são realizados (desde a etapa de coleta e transporte da amostra até a interpretação dos resultados) para permitir que os resultados sejam confiáveis e comparáveis. Principais vantagens: a amostra de urina pode ser obtida facilmente por métodos não-invasivos. Permite a obtenção de informações sobre o metabolismo do corpo, fígado e rins. Infecção do trato urinário: confirmados mediante realização de urocultura para a identificação e isolamento do microrganismo patogênico, sendo muitas vezes acompanhado do antibiograma para testar a sensibilidade ou resistência do microrganismo aos antibióticos. Esse exame completo inclui a avaliação de características físicas da urina como a cor e o cheiro, de composição química da urina (em geral avaliados pelas tiras reagentes) e análise dos sedimentos da urina por meio de microscopia. Fisiologia da filtração sanguínea: a urina normalmente é estéril e provém da filtração do sangue pelos glomérulos renais cuja membrana filtrante é bastante seletiva, impedindo a passagem de células sanguíneas e de proteínas. Ao longo dos túbulos renais, todas as substancias filtradas que são essenciais para o organismo (como o sódio, glicose, aminoácidos e bicarbonato) retornam para o sangue e as substancias indesejáveis ou tóxicas que não foram filtradas são removidas dos capilares peritubulares e secretadas para dentro da urina. A urina formada é acidificada nas ultimas porções do néfron, de maneira que a urina final que segue pelos ureteres e é armazenada na bexiga (para depois ser expulsa por micção). Contém água, solutos não reabsorvidos como uréia, creatinina, ácido úrico, urobilinogênio e pequenas quantidades de sais e outras substâncias como pigmentos, enzimas e hormônios, além de células que descamam das paredes mucosas internas da bexiga e da uretra. Exame físico da urina • Normal: apresenta odor sui generis, cor amarelo citrino, aspecto límpido e densidade entre 1005 a 1035 (densidade da água é 1000). • Baixa densidade: valores mais próximos de 1005. Ocorre quando a urina estiver diluída e hipotônica, resultado que pode indicar hipervolemia (aumento anormal do volume de sangue de um indivíduo.), hipertensão arterial, aumento de pressão intracraniana, volume excessivo de soro endovenoso ou insuficiência renal crônica que podem reduzir a densidade para valores anormais em casos graves. • Alta densidade: (valores próximos ou maiores que 1035). Urina mais concentrada, com cor e cheiro mais fortes, podendo estar associada a vômitos e diarréias, febre, diabetes mellitus, glomerulonefrite e insuficiência cardíaca congestiva. A presença de quantidade excessiva de solutos como glicose, uréia e contraste radiológico eleva a densidade para valores anormais. • Urina turva: pode indicar infecção do trato urinário, presença excessiva de proteínas, sedimentos, cristais e células. • Urina escura (marrom) ou vermelha: pode indicar infecção renal, presença de sangue ou urobilinogênio na urina. Exame químico da urina com tiras reagentes Medições químicas: pH, glicose, proteínas, hemoglobina/hemácias, esterase leucocitária/leucócitos, corpos cetônicos, urobilinogênio/ bilirrubina, nitritos e ácido ascórbico. Resultados expressos em forma de cruzes (negativo, positivo + até ++++) ou concentrações aproximadas em mg/dL. Significado do resultado positivo da análise de urina Parâmetro Normal Significado do resultado positivo pH 5,5 a 6,5 Valores maiores que 6,5 podem indicar presença de bactérias ou fatores não patogênicos que alcalinizam a urina; valores menores do que 5,5 indicam acidose ou doença dos túbulos renais e perda de potássio na urina. Glicose negativo ou traços Glicosúria ocorre quando a glicemia está acima de 180 mg/dL e geralmente é sinal de diabetes mellitus. Glicosúria na ausência de diabetes é sinal de doença nos túbulos renais. Proteínas negativo ou traços Valores maiores que 100 mg/dL podem ser produzidos por infecção urinária, lúpus, glomerulonefrite, pielonefrite, nefropatia diabética, rim policístico e outras condições patológicas. Corpos cetônicos negativo Cetonúria é um sinal de diabetes mellitus descompensado, estado de desnutrição e inanição. Urobilinogên io e Bilirrubina negativo Aparece na urina quando níveis sanguíneos ultrapassam 1,5 mg/dL, podendo indicar lesões hepáticas ou obstrução das vias biliares e sinalizar anemia perniciosa ou hemolítica. Nitritos negativo Resultado Griess positivo ou nitrito positivo indica presença de bactérias que transformam nitrato em nitrito na urina. Ácido ascórbico negativo Dado importante como controle porque a presença de ácido ascórbico pode alterar resultados de hemoglobina, glicose, nitritos, bilirrubina e cetonas. Hemácias e hemoglobina Negativo ou traços Hematúria ou sangue na urina pode ocorrer em infecções renais ou pedras no rim. Leucócitos ou piócitos negativo São identificados pela presença da enzima esterase leucocitária principalmente de neutrófilos. Valores positivos indicam processo inflamatório nas vias urinárias. A análise do sedimento urinário e a contagem de células (leucócitos, hemácias isomórficas ou dismórficas, células epiteliais ou tumorais) são feitas por microscopia juntamente com a pesquisa de cristais ou cilindros (aglomerados de células descamadas ou inflamatórias, hemácias, leucócitos, proteínas que se agrupam dentro dos túbulos renais tomando a forma cilíndrica). Cristais na urina: constituídos de oxalato ou fosfato de cálcio e uratos amorfos (urina ácida) ou carbonato de cálcio, biurato de amônio e fosfato amorfo (urina alcalina), porém são considerados anormais cristais como os de cistina, que indicam risco de cálculos renais e os de estruvita (magnésio-amônio-fosfato ou fosfato triplo), provocadas por bactérias como Proteus ou Klebsiella. Cristais de tirosina: indicam uma condição rara de prognóstico ruim chamada de leucinose ou doença da urina de xarope de bordo (urina tem cheiro de açúcar queimado). É uma doença genética que oferece risco de desenvolvimento de retardo mental grave se não for tratada com dieta rigorosa sem proteínas animais. Outros cristais anormais são os de urato ou ácido úrico presente em pacientes com gota ou neoplasias como leucemia, os de colesterol e de bilirrubina que podem indicar doença hepática. A presença de cilindros (hemático, leucocitário, epiteliais, gordurosos e hialinos) em geral indicam doenças renais sendo necessário a realização de uroculturas para o diagnóstico das infecções do trato urinário. Urocultura ou Cultura de Urina e Bacterioscopia Indicados quando há suspeita de infecção primária do trato urinário após avaliação clínica, quando o primeiro tratamento da infecção urinária com antibióticos não conseguiu eliminar completamente a infecção, em casos em que a urinálise detectou indícios de infecção do trato urinário ou pielonefrite, em casos de infecção urinária de repetição e antes de procedimentos urológicos. Bacterioscopia: consiste em se preparar, a partir da amostra de urina, uma lâmina corada pelo método de Gram para identificação da bactéria no microscópio. Urocultura: método utilizado para pesquisae isolamento de agente patogênico de infeções do trato urinário, sendo mais sensível do que a bacterioscopia, com a vantagem de existir diversos meios seletivos para as diferentes bactérias Gram negativas ou Gram positivas, do tipo aeróbios ou anaeróbios facultativos, além de fungos e leveduras. Meio de cultura: o meio sólido ou em ágar é o mais econômico e amplamente utilizado. Para urocultura, o meio usual é o CLED (cistina lactose deficiente em eletrólitos), que é um meio rico contendo lactose e cistina, permitindo diferenciar Gram positivos de Gram negativos fermentadores de lactose (alteram a cor verde do ágar para amarelo), impedindo crescimento do véu de Proteus e favorecendo o crescimento de colônias anãs. Importante: a cultura negativa é liberada como ausência de crescimento bacteriano nas condições utilizadas para o teste. Quando ocorre crescimento de três ou mais agentes em urina de jato médio, considera-se a possibilidade de contaminação e indica-se nova cultura com outra amostra. Antibiograma ou teste de sensibilidade e resistência a antimicrobianos Realizado principalmente nas infecções urinárias complicadas, hospitalares, associadas a septicemia e que sugerem desenvolvimento de resistência antimicrobiana. O teste avalia o padrão de sensibilidade ou de resistência de uma bactéria frente a diferentes concentrações preestabelecidas de um ou mais antibióticos. Para a realização do teste, o agente patogênico deve ser primeiramente isolado para possibilitar o seu cultivo na placa própria para antibiograma (ágar Mueller Hinton). O teste de sensibilidade por difusão em disco é um método antigo adotado como referência até os dias atuais. Para o teste, uma quantidade padronizada de colônias (determinadas pelo índice de turbidez segundo o padrão de McFarland) é semeada na placa e em seguida são adicionados os discos embebidos com antibióticos. O método é conhecido como teste de disco de difusão de Kirby e Bauer e existem dois tipos de antibiograma:
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