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Histerectomia
INTRODUÇÃO 
A Histerectomia consiste na remoção do útero por meio de cirurgia (parcial), podendo também remover o colo do útero (total), além de ovários, trompas, linfonodos e porção superior da vagina (radical), como pode ser observado na Figura 1. Pode ser feita por três vias: histerectomia abdominal, histerectomia vaginal e histerectomia por vídeolaparoscopia (SILVA, 2010). Estima-se que no Brasil cerca de 300.000 mulheres recebem a indicação de histerectomia por ano. As principais indicações atualmente são para doenças benignas, visto que, as indicações da cirurgia para doenças do tipo maligna representam apenas 10% das cirurgias (SILVA et al, 2010). 
As indicações mais comuns para uma histerectomia são: falha do tratamento clínico ou da ablação endometrial em pacientes com sangramento uterino anormal; miomas uterinos associados à dor ou com sangramento uterino anormal (SALIMENA, 2008). A histerectomia é uma cirurgia que envolve muitas questões emocionais, segundo Silva (2010), a mulher quando recebe a notícia de que terá este órgão retirado, enfrenta dois problemas principais: o medo da cirurgia e o medo da mutilação de um órgão que representa sexualidade feminina e maternidade. Este procedimento, por ser realizado em um considerável número de mulheres, requer uma abordagem mais ampla, onde são considerados os aspectos biológicos, psicológicos, sociais e culturais, uma vez que existem inúmeros mitos, entre eles: o da mulher “ficar oca”, “ser menos mulher por causa da ausência do útero” e de “não ter mais prazer sexual” (VILLAR, 2010).
De acordo com Salvador (2008) os profissionais de enfermagem utilizam de uma visão cartesiana-medicalizada, ou seja, se o útero não está funcionando adequadamente, em uma mulher com mais de 30 anos ou que já tenha sido mãe, a principal opção seria a remoção deste órgão. Noticiar a paciente de uma situação que necessita de uma intervenção cirúrgica é uma experiência impactante sobre seu cotidiano, afetando sua condição de mulher. No período transoperatório e pós-operatório, onde geralmente necessita-se de uma hospitalização, podem ocorrer limitações que podem exigir o afastamento laboral, afastamento da família e necessidade de repouso (SALIMENA, 2010). O que pode acarretar mais problemas psicológicos a essa mulher. Também deve se atentar aos cuidados pós-operatórios, como circulação periférica, infecção, micção e hemorragia (SALIMENA, 2010). 
Nesse sentido os enfermeiros têm um papel fundamental no atendimento de pacientes antes, durante e após a cirurgia. Porque fatores como a imagem do corpo, a falta de preparação, apoio psicológico e social limitado pode dificultar uma recuperação completa. Os enfermeiros têm a responsabilidade como intervencionistas e educadores abordando estas questões (HAMPTON, 2014). 
O profissional de enfermagem deve ter a atenção voltada ao cuidado e orientação à mulher que se submete a uma histerectomia (informar, tranquilizar, desmistificar, tirar dúvidas, etc.) objetivando minimizar o sofrimento e possíveis complicações (SALIMENA, 2010). Além disso, no período pré operatório os enfermeiros devem preparar a paciente para a realização de exames físicos e laboratoriais, atentarem aos sinais vitais, verificar a roupa cirúrgica, anti-sepsia da pele, tricotomia, jejum, preparo intestinal e fornecer todo suporte psicológico. Na etapa intra operatório o profissional deve receber a paciente, realizar a punção venosa de grosso calibre, verificar os sinais vitais, realizar cateterismo vesical de demora (sonda de Foley preferencialmente n° 18), preparar a paciente para a anestesia colocando-a sentada, realizar anti-sepsia e auxiliar os cirurgiões. No pós operatório imediato, deve transportar a paciente e mantê-la em decúbito dorsal, verificar os sinais vitais de duas em duas horas, observar constantemente a paciente, atentar sobre possíveis hemorragias, dar suporte emocional, observar o nível de consciência, manter a paciente aquecida, instalar balanço hídrico e informar aos cirurgiões sobre qualquer sinal de alerta. No pós operatório tardio, o profissional deve anotar e controlar parâmetros vitais de acordo com evolução clínica do paciente e/ou prescrição médica, realizar o controle da hidratação venosa, atentar a mudança de decúbito, prestar higiene, trocar curativo de 12 em 12 horas e realizar as informações para a pós alta (aconselhar o paciente a retornar ao hospital em caso de: febre persistente, vômitos incessantes, dor forte no abdome que não passe com a medicação prescrita pelo médico, secreção fétida na ferida da operação ou vermelhidão, calor ou grandes sangramentos e dificuldades para urinar).
A histerectomia é um procedimento cirúrgico irreversível, realizado com o intuito de restabelecer a saúde ou até mesmo salvar a vida da mulher. Porém, é uma cirurgia que deixa a maioria das mulheres vulneráveis emocionalmente, principalmente por ser um órgão relacionado à sexualidade e maternidade (VILLAR, 2010). Por isso torna-se indispensável que os profissionais de enfermagem dialoguem com essas pacientes tanto no pré quanto no pós operatório, de modo a facilitar todo processo cirúrgico e de recuperação. Após uma cirurgia, qualquer paciente fica mais vulnerável biologicamente e emocionalmente. Por isso, a atenção deve ser redobrada, para que haja uma recuperação completa e sem problemas subsequentes. Um pós-operatório cuidadoso evitará infecções ou complicações e por isso a figura do enfermeiro é fundamental ao lado do paciente. A presença do profissional de enfermagem é indispensável, pois, tranquilizará a paciente e seus acompanhantes, deixando-os mais calmos em um momento de fragilização, que consiste uma intervenção cirúrgica. O trabalho meticuloso e carinhoso de um enfermeiro em um momento desses colabora para uma recuperação tranquila e saudável (CAÇADOR, 2013).
Referências
CAÇADOR Victória Maria da Cunha. Funcionamento Sexual e Qualidade de Vida em Mulheres Submetidas a Histectomia. Faculdade de Medicina de Lisboa. 2013. Disponível em: https://repositorio.ul.pt/bitstream/10451/9615/1/686610_Tese.pdf. Acesso em 01 out. 2019.
SALIMENA Anna Maria de Oliveira, SOUZA Ivis Emília de Oliveira. Cotidiano da mulher pós-hiterectomia à luz do pensamento de Heidegger. Rev. Bras. Enferm., Brasília, v. 63, n.2, p. 196-202, 2010. 
SALVADOR Rachel Torres, VARGENS Octavio Muniz da Costa, Progianti Jane Márcia. Sexualidade e histerectomia: mitos e realidade. Rev. Gaúcha Enferm., v. 29, n. 2, p. 320- 323, 2008
SILVA Carolina de Mendonça Coutinho, SANTOS Inês Maria Meneses dos , Vargens Octávio Muniz da Costa Histerectomia e mulheres em idade reprodutiva. Esc. Anna Nery Rev. Enferm., v. 14, n. 1, p. 76-82, 2010.
VILLAR Alana Stéphanie Esteves, SILVA Leila Rangel da. Historia de vidas de mulheres histerectomizadas Cienc Cuid Saúde, v. 9, n. 3, p. 479-486, 2010.

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