Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
NUTRIÇÃO DO ADOLESCENTE PLANEJAMENTO DIETÉTICO EM INDIVÍDUOS SAUDÁVEIS II OMS/2008: indivíduo 10 aos 19 anos 20% da população mundial Puberdade Adolescência Modificações de peso, estatura e composição corporal, entre outras, que influenciam o aumento das necessidades nutricionais Adolescência • Características fisiológicas e psicológicas específicas além de mudanças físicas há mudanças sociais significativas adolescente adquire independência e responsabilidades • CARACTERÍSTICAS DA PERSONALIDADE • Atitudes que contrariam os pais tentativa de se auto-afirmar e revelar sua identidade alimentação pode ser meio de controle do poder familiar • Senso de onipotência e indestrutibilidade sem preocupação com a promoção da saúde e prevenção de doenças • Suscetíveis a mídia e vulneráveis a ídolos técnicos, treinadores, artistas de música e T Adolescência Mídia Grupo Social (amigos) Atitudes que contrariam os pais Adolescência • Período de alta vulnerabilidade nutricional adolescentes expostos à desnutrição, excesso de peso, obesidade e transtornos alimentares • Etapa fundamental para formação dos hábitos e atitudes alimentares influenciarão a vida adulta Necessária intervenção nutricional ativa e participativa junto à escola e família Processo de transformação física da criança para o adulto Rápido aumento dos órgãos e tecidos, mudanças hormonais que causam mudanças fisiológicas (Guthrie et al., 1995) influência necessidades nutricionais, absorção e uso de nutrientes Período de maturação do corpo e mente junto com o crescimento físico (aumento massa muscular) da puberdade Período marcado por profundas mudanças biopsicossociais mudanças de atitudes, interesses e emoções Estirão de Crescimento Necessidades nutricionais aumentadas Pico máximo da ingestão calórica Coincide com pico da velocidade máxima de crescimento Aumento do apetite Fase de Repleção / Desaceleração evidente nas meninas imediatamente antes do da velocidade de crescimento pode ocorrer ganho de peso e desaceleração do crescimento Processo de estirão do crescimento: meninas: 11 - 13 anos meninos: 12 - 15 anos Desaceleração de crescimento: meninas: 15 - 16 anos meninos: 17 - 18 anos Alteração da composição corporal: testosterona (meninos), estrógeno (meninas) Maturação sexual e desenvolvimento das características sexuais secundárias Alterações biológicas da Adolescência Reserva energética: 8 a 9 anos (meninas) e 10 a 11 anos (meninos). Cautela com intervenção nutricional Estágios de maturação sexual (Estágios de Tanner) Estágios de maturação sexual (Estágios de Tanner) Estágio 1: características físicas infantis Estágio 2: as meninas estão iniciando o estirão de crescimento, e dois anos mais tarde, apresentarão a menarca; os meninos estão iniciando a puberdade e não o período de estirão Estágio 3: a menarca ocorrerá no final desse estágio para as meninas; início do estirão dos meninos Estágio 4: período de desaceleração do crescimento para os meninos Estágio 5: finalização do processo de maturação sexual para as meninas e os meninos Características dos estágios de maturação sexual (Estágios de Tanner) Pêlos Pubianos (sexo feminino e masculino) P1 Ausência de pêlos pubianos. P2 Aparecimento de pêlos longos e finos, levemente pigmentados, lisos ou pouco encaracolados, principalmente na base do pênis ou ao longo dos grandes lábios. P3 Maior quantidade de pêlos, mais grossos, escuros e encaracolados, espalhando-se pela sínfise púbica. P4 Os pêlos têm aspecto adulto, mas cobrem uma área menor do que na maioria dos adultos, não se estendem para a superfície medial das coxas. P5 Os pêlos são adultos em quantidade e aparência, estendendo-se para a face medial das coxas. Características dos estágios de maturação sexual (Estágios de Tanner) Genitais (sexo masculino) G1 Pênis, testículos e escroto de tamanho e proporções infantis. G2 O escroto começa a aumentar, e a pele se torna um pouco avermelhada, com mudança na sua textura. G3 Crescimento peniano principalmente em comprimento. Maior crescimento dos testículos e escroto. G4 Continua crescimento peniano, especialmente em diâmetro e com maior desenvolvimento da glande. G5 Genitália adulta em tamanho e aparência. Características dos estágios de maturação sexual (Estágios de Tanner) Mamas (sexo feminino) M1 Aspecto infantil, com apenas elevação do mamilo. M2 Estágio de broto mamário: aumento inicial da glândula mamária, com elevação da aréola e do mamilo, formando uma pequena saliência. M3 Maior crescimento da mama e da aréola, mas sem separação de seus contornos. M4 A aréola e o mamilo estão mais aumentados, iniciando separação dos contornos. M5 Mamas com aspecto adulto, com suave contorno arredondado da mama. Hábitos Alimentares dos adolescentes fatores internos e ambientais comportamento alimentar dos adolescentes Hábitos Alimentares dos adolescentes Prática de 3 a 4 refeições/dia Omissão de refeições, principalmente o desjejum Consumo de pão, acompanhamento e bebida no jantar: lanche em substituição a uma refeição completa Consumo de lanches e fast-foods entre as refeições Consumo excessivo de açúcar, refrigerantes e gordura Baixo consumo de frutas, hortaliças e alimentos fonte de cálcio Baixo consumo de peixes e ovos Apetite intenso sem preocupação com a qualidade da dieta Associação atividades prazerosas com junk food, em casa: pais – alimentos saudáveis Ambiente familiar desarmônico e pais muito permissivos RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS ENERGIA Excedem dos adultos e diferem entre os sexos Velocidade de crescimento impõe maior demanda de todos os nutrientes Necessidade de energia varia com o nível de atividade física e estágio de maturação Menarca 1. Determinação da necessidade estimada de energia (EER) - DRI, 2002 IDADE FÓRMULA 9 a 18 anos - MENINOS EER = 88,5 - (61,9xI)+{PAx [(26,7xP)+(903xE)]}+25kcal Onde: PA=1,00 – sedentário PA=1,13 –pouco ativo PA=1,26 – ativo PA=1,42 – muito ativo I=idade(anos), P=peso(Kg) e E=estatura(m) 9 a 18 anos -MENINAS EER =135,3 -(30,8xI)+ {PAx[(10,0xP)+(934xE)]}+25kcal Onde: PA=1,00 – sedentário PA=1,16 –pouco ativo PA=1,31 – ativo PA=1,56 – muito ativo I=idade(anos), P=peso(Kg) e E=estatura(m) 2. Cálculo energético de acordo com a recomendação de energia da RDA (1989) por centímetro de altura real IDADE (ANOS) SEXO MASCULINO SEXO FEMININO 11 a 14 16,0Kcal/cm 14,0Kcal/cm 15 a 18 17,0Kcal/cm 13,5Kcal/cm 3. Cálculo do gasto energético total (GET) baseado no gasto energético basal (GEB) e na atividade física IDADE (ANOS) SEXO MASCULINO SEXO FEMININO 10 a 18 16,25 (P) + 1,372 (E) + 515,5 8,365 (P) + 4,65 (E) + 200 Cálculo do GEB segundo Shofield, 1985: P: peso real (Kg); E: estatura real (cm) Fonte: Vitolo, 2008 GET = GEB x fator atividade Atividades Cálculo do GET Dormindo ou deitado GEB x 1,0 Atividades muito leves GEB x 1,3 a 1,5 Atividades leves GEB x 1,6 a 2,5 Atividade moderadas e intensas GEB x 2,5 a 5,0 •Atividades muito leves: sentado, escrevendo, estudando, tocando um instrumento musical. •Atividade leves:andando devagar, passeando de bicicleta, dançando, brincando de bola. •Atividades moderadas e intensas: andando depressa, correndo, andando de bicicleta, dançando em ritmo acelerado, natação, ginástica olímpica, jogando futebol, vôlei, basquete. Multiplicar as horas do dia de acordo com as atividades – somar todas e dividir por 24 horas = fator atividade a ser utilizado Exemplo: Adolescente de 11 anos, sexo masculino, peso: 35 Kg, estatura: 140 cm, com as seguintes atividades diárias Tipo de atividade Fator de atividade Duração (h) Cálculo total Dormindo 1 9 9 Muito leve 1,3 8 10,4 Leve 2 4 8 Moderada 3,5 3 10,5 TOTAL 24 37,9 Fator atividade = Cálculo total / 24 horas Fator atividade = 37,9 / 24 = 1,57 GET = 1276* x 1,57 = 2000 Kcal * Cálculo realizado a partir da fórmula de Schofield (1985) PROTEÍNA As quantidades de proteína podem ser estimadas por duas formas: a)utilizando-se a distribuição de 12% a 15% VET; b) segundo as DRIs: Recomendações protéicas* para adolescentes, segundo idade e sexo Sexo Idade (anos) g/Kg/dia g/dia Masculino 11 a 14 1,0 45 15 a 18 0,9 66 Feminino 11 a 14 1,0 46 15 a 18 0,8 55 Fonte: RDA (NRC, 1989) *Os valores recomendados referem-se à proteína de alto valor biológico Ingestão excessiva de proteína mobilização do cálcio dos ossos RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS CARBOIDRATOS DRI: 45 - 65% do GET Priorizar polissacarídeos e limitar açúcares simples RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS Recomendações de fibras (DRIs) Faixa etária (anos) Masculino (mg) Feminino (mg) 9 a 13 31 38 14 a 18 26 26 Fonte: IOM, 2002 FIBRA ALIMENTAR 10 a 15 anos: idade + 5 (Williams e cols., 1995) após os 15 anos: 20 a 30 g diários de fibra, sendo 6g de fibra solúvel RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS Alimentos fontes de fibra alimentar Alimento Medida caseira Quantidade (g) Fibra alimentar (g) Feijão preto cozido 1 concha média 117 4,9 Maçã com casca 1 unidade média 150 4 Granola meia xícara 40 4,2 Laranja com bagaço 1 unidade média 159 7,2 Laranja sem bagaço 1 unidade média 150 3,7 Fonte: Vitolo, 2008 RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS LIPÍDIOS • DRI: 25 - 35% do GET • Evitar gorduras saturadas e estimular as poliinsaturadas e monoinsaturadas • Atenção: ÁCIDOS GRAXOS TRANS! COMPOSIÇÃO DOS ALIMENTOS Composição de ácidos graxos por 100g do alimento: Alimentos Saturados PUFA MUFA Trans Batata frita (chips) 16,8 3,49 14,76 - Batata frita (fast food) 4,57 1,73 3,67 4,76 Sorvete (chocolate, morango e creme) 1,18 0,1 1,22 1,4 Biscoito cream cracker 3,84 0,9 3,43 5,6 Biscoito recheado de chocolate 4,45 2,98 4,31 2,81 Fonte: Vitolo, 2008 VITAMINAS E MINERAIS FERRO Necessidade em decorrência do crescimento rápido, do aumento da massa muscular, do volume sanguíneo e das enzimas respiratórias; As adolescentes apresentam maior risco de desenvolver anemia depois da ocorrência da menarca. Faixa etária (anos) Masculino (mg) Feminino (mg) 9 a 13 8 8 14 a 18 11 15 Fonte: IOM, 2002 Recomendações de ferro (DRIs) VITAMINAS E MINERAIS CÁLCIO Período de acúmulo de massa óssea estende-se do início da puberdade até os 20 anos Consumo elevado de refrigerantes está associado à baixa ingestão de cálcio. Faixa etária (anos) Masculino (mg) Feminino (mg) 10 - 18 1300 1300 Fonte: IOM, 2002 Recomendações de cálcio (DRIs) VITAMINAS E MINERAIS VITAMINA A Necessária para o crescimento, diferenciação e proliferação celular, reprodução e integridade do sistema imunológico; Idade (anos) Masculino (mcg) Feminino (mcg) 9 a 13 600 600 14 a 18 900 700 Fonte: IOM, 2002 Recomendações de vitamina A (DRIs) Estratégias de Educação Nutricional Desenvolvimento do pensamento crítico Profissional com conduta transparente, honesta Evitar expressões que imitem as recomendações familiares Evitar enfoque em prevenção de patologias na vida adulta COMPOSIÇÃO DOS ALIMENTOS SBP. Manual Obesidade. 2012. DIFERENÇA ENTRE ALIMENTOS SBP. Manual Obesidade. 2012. DIFERENÇA ENTRE ALIMENTOS SBP. Manual Obesidade. 2012. DIFERENÇA ENTRE ALIMENTOS SBP. Manual Obesidade. 2012. DIFERENÇA ENTRE ALIMENTOS SBP. Manual Obesidade. 2012. Pirâmide alimentar - adolescente Philippi ST (2000) citado por Sociedade Brasileira de Pediatria (2006). Pirâmide alimentar - adolescente Níveis e Grupos Alimentares Sexo Masculino 11 a 14 anos Sexo Masculino 15 a 18 anos Sexo Feminino 18 anos Nível 1: CHO 8 9 7 Nível 2: Frutas 4 5 4 Hortaliças 4 ½ 5 4 ½ Nível 3: Carnes 2 2 2 Laticínios 3 3 3 Leguminosas 1 1 2 Nível 4: Óleos 2 2 1 ½ Gorduras 2 2 1 ½ Philippi ST (2000) citado por Sociedade Brasileira de Pediatria (2006). SBP 2012. Pirâmide alimentar para adolescentes: porções SBP 2012. Pirâmide alimentar para adolescentes: porções SBP 2012. Exemplo de Cardápio Café da manhã Banana Flocos de milho com leite Lanche da manhã Suco de laranja Bolo simples Almoço Salada de agrião Frango assado Creme de milho Arroz Feijão Melancia Lanche da tarde Vitamina de mamão Lanche de queijo quente Jantar Salada de brócolis Carne cozida com batata Cenoura baby sauté Arroz Feijão Lanche da noite Leite com chocolate
Compartilhar