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Ciclos de Vida III

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Prévia do material em texto

Nutrição e 
Planejamento nos 
Ciclos de Vida
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof.ª Me. Vanessa Fracaro Menck
Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin
Recomendações Nutricionais para o Adolescente 
• Nutrição para Adolescentes;
• Alterações Corporais do Adolescente;
• Recomendações Nutricionais;
• Transtornos Alimentares.
• Conhecer os principais aspectos que envolvem a alimentação na adolescência e os princi-
pais transtornos alimentares na idade.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Recomendações Nutricionais 
para o Adolescente 
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas: 
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como seu “momento do estudo”;
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos 
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua 
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o 
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e 
de aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e de se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE Recomendações Nutricionais para o Adolescente 
Nutrição para Adolescentes
Adolescentes
A adolescência é uma época de grande transformação fisiológica, psicológica e 
cognitiva, fase durante a qual uma criança se torna um adulto, sendo um período 
cheio de descobertas e mudanças, como: a maturação dos órgãos e sistemas e al-
terações hormonais, emocionais e sociais nas relações afetivas e na velocidade de 
crescimento, entre outras. 
Todas essas alterações apresentam um efeito direto nas necessidades de nu-
trientes e no comportamento alimentar dos adolescentes. 
Para lidar da melhor forma com essa fase, é importante que se tenha uma 
compreensão de como essas alterações do desenvolvimento podem afetar o es-
tado nutricional, não apenas durante a adolescência, mas suas consequências nas 
próximas fases da vida, devendo o profissional de saúde estimular um estilo de vida 
saudável e uma boa relação, tanto com os alimentos quanto com a saúde e o corpo 
(MAHAM, 2013; BRASIL, 2010).
A Organização Mundial de Saúde (OMS) define a adolescência como o período 
entre os 10 e os 19 anos. Já na Legislação brasileira, o Estatuto da Criança e do 
Adolescente (ECA), Lei 8.069, de 1990, considera a faixa etária dos 12 até os 18 
anos de idade completos. 
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, no ano de 
2016, de 206,1 milhões de pessoas, 68 milhões eram crianças e adolescentes entre 
zero e 19 anos de idade (IBGE, 2016). 
Vejamos, a seguir, o número de adolescentes separados por região:
Tabela 1 – Estimativas populacionais produzidas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e 
enviadas ao Tribunal de Contas da União (TCU), estratificadas por idade pela Fundação Abrinq (2016)
Grandes regiões População total
População entre zero 
e 19 anos de idade
% da população entre zero e 19 anos 
de idade
Região norte 17.707.783 7.365.216 41,6
Região nordeste 56.915.936 20.633.044 36,3
Região sudeste 86.356.952 25.845.691 29,9
Região sul 29.439.773 8.958.357 30,4
Região centro-oeste 15.660.988 5.244.996 33,5
Brasil 206.081.432 68.018.239 33,0
Fonte: IBGE, 2016
8
9
Alterações Corporais do Adolescente
A puberdade (início da adolescência) é um período em que, ao mesmo tempo, 
acontecem mudanças no corpo, acontecem mudanças nos sentimentos, no humor, 
no jeito de enxergar a si mesmo e ao mundo (MAHAN, 2013; BRASIL, 2010). 
As alterações cognitivas e emocionais decorrentes das mudanças hormonais le-
vam ao amadurecimento, o famoso “estirão”. 
É um período em que o adolescente começa a experienciar mais autonomia, 
responsabilidades e independência. Começa a questionar mais e todo esse pro-
cesso se reflete em suas escolhas alimentares. Tende a ser uma fase de conflitos e 
questionamentos com os pais e na escola (MAHAN, 2013; BRASIL, 2010).
A autoimagem passa a sofrer mais influência da mídia, dos amigos e das Redes 
Sociais. É uma fase na qual aumenta muito a incidência de transtornos alimentares. 
O adolescente passa a construir seus próprios valores. Todo esse processo se refle-
te nas escolhas alimentares e no estado de saúde do adolescente (MAHAN, 2013; 
BRASIL, 2010).
Adolescentes tendem a dormir tarde, acordar muito cedo e a passar muito tempo 
em atividades que exigem atenção e concentração. A privação de sono, associada 
à ansiedade, pode levar ao aumento do índice de massa corporal, quando o ado-
lescente não pratica atividade física ou não tem uma boa alimentação (MAHAN, 
2013; BRASIL, 2010). 
Durante o estirão, o crescimento do adolescente é acelerado e a demanda por 
alguns micronutrientes aumenta, como veremos mais para frente (MAHAN, 2013; 
BRASIL, 2010).
A alimentação do adolescente tem sido caracterizada pelo elevado consumo de 
alimentos ultraprocessados, ricos em gordura, açúcar e sódio, e pelo baixo consumo 
de alimentos in natura, como frutas, verduras, legumes e hortaliças (BRASIL, 2009). 
Uma alimentação inadequada, nessa fase, aumenta o risco de desenvolvimento 
de doenças crônicas não transmissíveis, como obesidade, diabetes do tipo II e di-
versos tipos de câncer. 
Muitos dos padrões alimentares estabelecidos nesta idade serão mantidos ao 
longo da vida adulta. 
Alterações Hormonais
Nesta fase, ocorre o aumento da transpiração e dos odores, tanto em meninos 
quanto em meninas, principalmente nas axilas e nos pés. Também pode ocorrer 
o surgimento de espinhas devido ao processo de amadurecimento hormonal do 
corpo e pela oleosidade da pele aumentada. 
9
UNIDADE Recomendações Nutricionais para o Adolescente 
Nas meninas, ocorre a menarca (primeira menstruação), o surgimento do bro-
to mamário (seio), pelos na genitália (vulva) e axilas e aumento no tamanho dos 
quadris, que ficam arredondados, enquanto a cintura fica mais fina. A maioria das 
meninas cresce em média de 5 a 8cm de altura após a menarca, no máximo. 
Já nos meninos, acontece a semenarca (1ª ejaculação), além do alargamento dos 
ombros e um aumento gradativo da força e da musculatura, que dobra de tamanho. 
Os homens ganham duas vezes mais massa magra do que as mulheres, resultando 
em diferenciação na porcentagem de massa livre de gordura e massa gorda.
Nos meninos, também ocorrem mudanças no tom de voz, inicia-se o aumento 
dos testículos e do pênis. Também há o aparecimento de pelos na região pubiana, 
axilas, rosto e restante do corpo (MAHAN, 2013; BRASIL, 2010). 
Em meio a tantas transformações, é importante que o nutricionista se comunique 
de forma interessante e que desperte autonomia no adolescente para que, em meio 
a todos os processos pelo qual ele passa, ele se sinta confortávele empoderado 
para seguir uma alimentação saudável. 
Excesso de rigidez pode levar tanto o adolescente a não seguir a dieta como a 
transtornos alimentares. Afinal, essa é uma fase de grandes mudanças, em que o 
adolescente se compara e busca se encaixar em grupos. Exigir demais, cobrar ou 
colocar um “peso” sobre a alimentação saudável pode levar a traumas e à intensi-
ficação da má alimentação. 
Recomendações Nutricionais
Alimentação adequada e saudável é uma prática alimentar apropriada 
aos aspectos biológicos e socioculturais dos indivíduos, bem como ao 
uso sustentável do meio ambiente. Deve estar de acordo com as necessi-
dades de cada fase do curso da vida e com as necessidades alimentares 
especiais; ser referenciada pela cultura alimentar e pelas dimensões de 
gênero, raça e etnia; ser acessível do ponto de vista físico e financeiro; 
harmônica em quantidade e qualidade; baseada em práticas produtivas 
adequadas e sustentáveis; com quantidades mínimas de contaminantes fí-
sicos, químicos e biológicos Política Nacional de Alimentação e Nutrição. 
(PNAN) (BRASIL, 2013)
Nesta fase da vida, em que o crescimento é acelerado, deve-se ter atenção es-
pecial a alguns nutrientes, cujas necessidades estão aumentadas por estarem forte-
mente ligados ao padrão de crescimento, como proteína, ferro, cálcio e vitaminas 
A e C.
10
11
A prescrição dietética pode ser calculada por meio de algumas fórmulas, apre-
sentadas no Quadro a seguir.
Assim, para o Gasto Energético Total (GET), temos:
Tabela 2 – Prescrição dietética
Idade Meninas Meninos
9 a 18 anos 135,3- (30,8 x I) + FA x [(10 x P)] + (539,6 x E)] 88,5 – (61,9 x I) + FA x[(26,7 x P)] + (903 x E)] + 25
19 anos ou 
mais 354- (6,91 x I) + FA x [(9,36 x P) + (726 x E)] 662 – (9,53 x I) + FA x [(15,91 x P) + (539, E)]
Fonte: IOM, 2002
E, para compor o cálculo, consideramos também os fatores de atividade física 
descritos na Tabela a seguir. 
O valor selecionado para cálculo da atividade física, substituímos na fórmula 
acima, no local de FA.
Tabela 3 – Gasto energético
F.A. Meninos F.A Meninas
1 Sedentário 1 Sedentário
1,13 Pouco ativo 1,16 Pouco ativo
1,26 Ativo 1,31 Ativo
1,42 Muito ativo 1,56 Muito ativo
Fonte: IOM, 2002/2005
O GET também pode ser estimado por meio da fórmula de bolso:
Tabela 4 – Fórmula de bolso
Idade Meninas Meninos
11 a 14 anos 47 kcal/kg ou 14 kcal/cm 55 kcal/kg ou 16 kcal/cm
15 a 18 anos 40 kcal/kg ou 13, 5 kcal/cm 45 kcal/kg ou 17 kcal/cm
Fonte: NRC RDA, 1989
Em seu material de estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica, o 
Ministério da Saúde traz: Obesidade, uma fórmula de cálculo para crianças e ado-
lescentes com sobrepeso e obesidade.
Para calcular as necessidades energéticas de adolescentes com sobrepeso ou 
obesidade, seguimos outras recomendações que estão descritas a seguir:
11
UNIDADE Recomendações Nutricionais para o Adolescente 
Tabela 5 – Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica com obesidade
Fórmula de cálculo para manutenção do p eso em meninos com excesso de peso entre 3 e 18 anos
TEE= 114 - (50,9 x idade[anos]) + PA (19,5 x peso [kg] +1161,4 x estatura[m])
Em que o PA é o coeficiente de atividade física:
PA= 1,00 se PAL estimado em ≥1,0 1,4 (sedentário)
PA= 1,12 se PAL estimado em ≥1,4 1,6 (pouco ativo)
PA= 1,24 se PAL estimado em ≥1,6 1,9 (ativo)
PA= 1,45 se PAL estimado em ≥1,9 2,5 (muito ativo)
Fórmula de cálculo para manutenção do peso em meninas com excesso de peso entre 3 e 18 anos
TEE= 389 - (41,2 x idade[anos]) + PA x 15,0 x peso [kg] + 701,6 x estatura [m])
Em que PA é o coeficiente de atividade física:
PA= 1,00 se PAL estimado em ≥1,0 1,4 (sedentário)
PA= 1,18 se PAL estimado em ≥1,4 1,6 (pouco ativo)
PA= 1,35 se PAL estimado em ≥1,6 1,9 (ativo)
PA= 1,60 se PAL estimado em ≥1,9 2,5 (muito ativo)
Fonte: MS, 2014
Equação para predizer necessidades energéticas:
Tabela 6
Variação etária (anos) kcal/dia
Masculino
zero - 3
3 - 10
10 - 18
18 - 30
30 - 60
60
60,9 x Peso (kg) - 54
22,7 x Peso (kg) + 495
17,5 x Peso (kg) + 651
15,3 x Peso (kg) + 679
11,6 x Peso (kg) + 879
13,5 x Peso (kg) + 487
Feminino
zero - 3
3 - 10
10 - 18
18 - 30
30 - 60
60
61,0 x Peso (kg) - 51
22,5 x P Peso (kg) + 499
12,2 x Peso (kg) + 746
14,7 x Peso (kg) + 496
8,7 x Peso (kg) + 829
10,5 x Peso (kg) + 596
Fator atividade Física
Homens Mulheres
Leve 1,55 1,56
Moderado 1,78 1,64
Intenso 2,10 1,82
Fonte: WHO, 1985
Macronutrientes
Proteínas, Carboidratos e Lipídeos
Proteína
Segundo as DRIs, é recomendada ingestão proteica de 12 a 15% do VET, sendo 
a recomendação em g/kg/d de acordo com a idade:
12
13
Tabela 7 – NME, necessidades médias estimadas. RDA, ingestão diária recomendada
Idade (anos) RDA (g /kg /dia)
9-13 0,95 ou 34 g/dia*
14-18 Homens 0,85 ou 52 g/dia*
14-18 Mulheres 0,85 ou 46 g/dia*
Fonte: Institute of Medicine, Food and Nutrition Board: Dietary reference intakes for energy, carbohydrate, 
fiber, fat, fatty acids, cholesterol, protein, and amino acids, Washington, DC, 2002, National Academies Press
Carboidrato
45 a 65% do VET, sendo aproximadamente 130g/d.
Fibras
Os valores recomendados para adolescentes são: para garotos com 9 a 13 anos 
– 31 g/dia; com 14 a 18 anos – 38 g/dia, e garotas com 9 a 18 anos – 26 g/dia 
(IOM, 2006).
Lipídeo
25 a 35% do VET, sendo que os Ácidos Graxos Saturados não devem exceder 
10% das calorias de lipídeos.
A seguir, temos as recomendações para os tipos de ácidos graxos mono e po-
liinsaturados:
Tabela 8 – IA para ácidos graxos poli-insaturados (ácido linoleico) por sexo e idade
Ácidos graxos poliinsaturados (ácido linoleico) Ácidos graxos poli-insaturados ω-3 (α-ácido linoleico)
Idade Meninos Meninas Idade Meninos Meninas
9 a 13 anos 12 g/dia 10 g/dia 9 a 13 anos 1,2 g/dia 1 g/dia
14 a 18 anos 16 g/dia 11 g/dia 14 a 18 anos 1,6 g/dia 1,1 g/dia
Fonte: IOM, 2006
Alimentos que contém os ácidos graxos: 
• Ácidos graxos saturados: encontrados em alimentos de origem animal, como 
carnes, laticínios e ovos, principalmente. Nos vegetais, são encontrados no 
coco e no amendoim; 
• Ácidos graxos monoinsaturados: azeite de oliva, abacate, açaí, óleos de açaí, 
tucumã e buriti, óleo de canola, oleaginosas (nozes, amêndoas, castanhas, ma-
cadâmia, castanhas de caju, castanha-do-Pará, semente de girassol);
13
UNIDADE Recomendações Nutricionais para o Adolescente 
• Ácidos graxos poliinsaturados: encontrados em grande quantidade nos óle-
os de peixes marinhos de águas frias e em suas vísceras (sardinha, salmão, 
atum, arenque e anchova, entre outros, e também em algas marinhas, nos 
óleos e nas sementes de alguns vegetais, como a chia e a linhaça, por exemplo.
Micronutrientes 
Tabela 9 
DRI: Adolescentes do Sexo Masculino (M) e Feminino (F)
Micronutriente RDA/IA dos 9-13 de idade RDA/IA dos 14-18 de idade
Vitaminas
Vitamina A (mcg RAE) 600 (M e F) 700 (M e F)
Vitamina E (mg) 11 (M e F) 15 (M e F)
Tiamina (mg) 0,9 (M e F) 1,2 (M) 1 (F)
Riboflavina (mg) 0,9 (F e M) 1,3 (M)1,0 (F)
Niacina (mg) 12 (F e M) 16 (M)14 (F)
Vitamina B6 (mg) 1 (F e M) 1,3 (M)1,2 (F)
Folato (Ug DEF) 300 (F e M) 400 (F e M)
Vitamina B12 (mcg) 1,8 (F e M) 2,4 (F e M)
Vitamina C (mg) 45 (F e M) 75 (M)65 (F)
Vitamina K (mg) 60 (F e M) 75 (F e M)
Vitamina D 5 (F e M) 5 (F e M)
Minerais
Fósforo (mg)  1.250 (F e M) 1.250 (F e M)
Magnésio (mg) 240 (F e M) 410 (M)360 (F)
Ferro (mg) 8 (F e M) 11 (M)15 (F)
Zinco (mg) 8 (F e M) 11 (M)9 (F)
Cálcio (mg) 1.300 (F e M) 1.300 (F e M)
Sódio (mg) 1.500 (F e M) 1.500 (F e M)
Alguns Pontos que devem ser Considerados ao Realizar o Cálculo 
e Distribuição de Micronutrientes
Ferro
Especialmente para as meninas, por conta da menarca, o ferro deve ser obser-
vado. Os valores de recomendação são maiores para mulheres a partir dessa idade. 
14
15
Alimentos fonte de ferro: carnes, gema de ovos, vegetais verde-escuros, beter-
raba, leguminosas, soja, tofu e algumas algas. Podemos combinar com alimentos 
fonte de vitamina C (que ajudam na sua absorção), o que é uma estratégiaeficiente. 
Uma opção simples é temperar a salada com limão ou orientar o consumo de frutas 
de sobremesa. 
Outro ponto de atenção é quando o adolescente substitui refeições por lanches 
ou outras opções pouco nutritivas. Devemos orientá-lo para preservar os valores 
nutricionais das refeições principais.
Cálcio
A necessidade é maior do que em adultos, devido ao acelerado crescimento 
muscular e ósseo, e para a manutenção da função endócrina. Pode haver baixo 
consumo pela omissão do café da manhã, alto consumo de refrigerantes e café 
(aumento da excreção de cálcio pela urina).
Alimentos fonte de cálcio: laticínios, feijão branco, vegetais verde-escuros, grão 
de bico, soja, tofu, gergelim, damasco, tangerina e ameixa.
O adolescente deve ser orientado, também, para não incluir, na mesma refeição, 
laticínios e alimentos fonte de ferro, visto que eles competem pelo mesmo sítio de 
absorção, atrapalhando a absorção de ambos.
Vitamina A
Sua deficiência pode prejudicar os processos de crescimento, a diferenciação celular, 
a visão e a integridade da pele, entre outras funções no processo de desenvolvimento. 
A deficiência de vitamina A é muito comum no Brasil, desde a gestação. Temos 
políticas de suplementação para gestantes e neonatos para suprir essa deficiência, 
que é uma das principais causas de cegueira. 
Alimentos fonte de retinol (vitamina A “pronta”): vísceras, gema de ovos e laticínios. 
Carotenoides (precursor de vitamina A): frutas e legumes amarelos, laranja e ver-
de escuro. Alguns exemplos: manga, espinafre, acelga, pequi, abóbora, cenoura, 
caju, cajá, laranja, chicória, couve, salsa, goiaba. 
Alguns óleos também são fonte de vitamina A: dendê, pequi, buriti, pupunha 
e tucumã. 
Vitamina C
Devemos ficar mais atentos aos adolescentes que fumam ou fazem uso de con-
traceptivos orais, pois atrapalham a absorção das vitaminas. 
Os alimentos fonte são os mesmos fonte de vitamina A. 
15
UNIDADE Recomendações Nutricionais para o Adolescente 
Ácido fólico
O ácido fólico atua no processo de multiplicação celular, na formação de pro-
teínas estruturais e na hemoglobina. Como o adolescente passa pelo estirão, é 
fundamental incluir esses alimentos diariamente na alimentação. 
O ácido fólico está presente nos vegetais de folhas verde-escuras e nas frutas 
cítricas. Hoje, muitos alimentos já são fortificados com ácido fólico e podem ser 
indicados, especialmente os cereais (MAHAN, 2013). 
É importante ter cuidado com o tipo de alimento fortificado que será indicado, já 
que muitos possuem antinutrientes, gordura hidrogenada e muito açúcar. 
A seguir, temos orientações do Departamento de Nutrologia, separando os alimentos 
de acordo com grupos alimentares e sugestões de consumo diários para adolescentes:
Tabela 10
Número de porções 
diárias recomendadas 
de acordo com a faixa 
etária, por grupo da 
Pirâmide Alimentar
Nível Pirâmide Grupo Alimentar Adolescentes
1 Cereais, pães, tubérculos e raízes 5 a 9
2
Verduras e legumes 4 a 5
Frutas 4 a 5
3
Leites, queijos e iogurtes 3
Carnes e ovos 1 a 2
Feijões  1
4
Óleos e gorduras 1 a 2
Açúcar e doces 1 a 2
Fonte: Sociedade Brasileira de Pediatria, 2012
Avaliação do Estado Nutricional
O Caderno de Atenção Básica do Ministério da Saúde dispõe que, para a 
avaliação do estado nutricional de adolescentes de 10 a 19 anos de idade, são ne-
cessárias as seguintes informações: cálculo da idade em meses (data de nascimento 
e data de atendimento), peso, estatura e sexo, sendo necessário para a classificação 
do estado nutricional: 
1. Mensuração do peso e da altura; 
2. Cálculo do IMC; 
3. Cálculo da idade em meses.
Por meio das Tabelas de percentis, é possível identificar eutrofia, magreza, so-
brepeso ou obesidade, pelo valor de IMC obtido. 
Na Disciplina de Avaliação do Estado Nutricional, veremos quais as curvas, 
orientações para antropometria e como orientar os adolescentes e os pais para 
manutenção do peso adequado. 
16
17
A seguir, temos três modelos de planejamento alimentar, sendo um deles vege-
tariano, atendendo a todas as necessidades de um adolescente. 
Esse plano foi calculado nas necessidades diárias de uma adolescente entre 15 
a 19 anos, com necessidades diárias de aproximadamente 1600kcal, seguindo as 
recomendações de 15% de proteína e 25% de lipídeos. 
Tabela 11 – Modelo de Planos Alimentares para adolescentes
Refeição
Alimento
Opção 1
Opção 2
(Vegetariana)
Opção 3
Café da 
Manhã
Leite semidesnatado (1 copo 
de 200ml);
2 colheres de sopa de chocolate 
50% cacau;
1 pão francês integral com;
1 fatia pequena de queijo 
branco (minas frescal);
3 fatias de tomate e orégano a gosto.
Vitamina de abacate (1 copo de 200ml 
de leite semidesnatado + 3 colheres de 
sopa cheias de abacate);
5 colheres de sopa de granola sem açúcar;
1 colher de sobremesa de mel para adoçar.
Iogurte de morango (smoothie);
1 copo de iogurte desnatado;
1 banana congelada;
6 morangos médios.
Lanche da 
Manhã
4 castanhas de caju (10g);
1 fatia pequena de bolo de maçã 
integral (60g).
Lanche natural de ricota com cenoura 
(2 pães de forma integral + 1 colher de 
sopa de ricota com cenoura ralada).
1 copo de suco de laranja 
natural sem açúcar;
1 unidade de pão de queijo 
integral (80g).
Almoço
½ prato de salada de alface e 
cenoura ralada;
Temperar com 1 colher de chá de 
azeite, limão e sal (com moderação);
1 filé pequeno de bife 
acebolado grelhado;
2 colheres de servir de arroz branco;
1 concha pequena de feijão carioca;
1 fatia fina de melancia.
½ prato de salada de rúcula e 3 rodelas 
de tomate;
Temperar com 1 colher de chá de azeite, 
limão e sal (com moderação);
4 almôndegas de grão-de-bico com couve;
2 colheres de servir de arroz integral;
1 concha pequena de feijão carioca;
1 mexerica.
½ prato de repolho branco e 
repolho roxo;
Temperar com 1 colher de chá 
de azeite, limão e sal (com 
moderação);
5 colheres de sopa de 
brócolis cozido;
4 colheres de sopa de 
cenoura cozida;
1 filé de salmão pequeno assado 
2 colheres de servir de 
arroz branco;
1 concha pequena de feijão preto;
10 uvas.
Lanche da 
Tarde
1 copo de iogurte desnatado (200ml);
5 colheres de sopa rasas de 
granola sem açúcar (25g);
1 fatia pequena de mamão (100g);
1 colher de sobremesa de mel;
Adicionar canela a gosto.
1 tapioca com queijo;
4 colheres de sopa de goma de tapioca;
1 fatia pequena de queijo branco.
1 xícara de salada de frutas 
picadas (mamão, abacaxi, manga, 
maçã, banana) com caldo de suco 
de laranja sem açúcar.
Jantar
½ prato de acelga crua;
2 rodelas grossas de tomate:
Temperar com 1 colher de chá de 
azeite, limão e sal (com moderação);
omelete (1 ovo + 2 fatias grossa 
de tomate e orégano);
batatinha grelhada 
(4 unidades pequenas);
1 colher de servir de arroz branco;
1 concha pequena de feijão carioca;
1 fatia grande de melão (100g).
1 colher de servir cheia de taioba 
refogada;
Escondidinho de lentilha e ervilha:
4 colheres de sopa cheias de purê 
de mandioquinha;
2 conchas cheias de Lentilha e 
ervilha cozidas;
1 colher de servir de arroz integral;
1 fatia pequena de abacaxi.
½ prato de alface crua;
2 rodelas grossas de tomate
Hambúrguer caseiro ;
1 pão de hambúrguer ou filão;
1 hambúrguer de carne 
moída ou grão- de bico.
Ceia 1 maçã cortada em fatias, com canela no micro-ondas.
Bolinho de banana com aveia no micro-ondas:
1 ovo;
2 colheres de sopa de aveia em flocos finos;
1 banana amassada.
1 fatia grande de melão.
Fonte: Cardápios elaborados pela professora Vanessa Menck. Todas as informações de porções foram calculadas no aplicativo Dietbox
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UNIDADE Recomendações Nutricionais para o Adolescente 
Dez passos para a Alimentação Saudável de Adolescentes
• Passo 1: Para manter, perder ou ganhar peso, procure a orientação de um 
profissional de Saúde;
• Passo 2: Alimente-se cinco ou seis vezes ao dia. Coma no café da manhã, 
almoço, jantar e faça lanches saudáveis nos intervalos;
• Passo 3: Tente comer menos salgadinho de pacote, refrigerantes, biscoitos reche-
ados, lanches de fast-food, alimentosde preparo instantâneo, doces e sorvetes;
• Passo 4: Escolha frutas, verduras e legumes de sua preferência;
• Passo 5: Tente comer feijão todos os dias;
• Passo 6: Procure comer arroz, massas e pães todos os dias;
• Passo 7: Procure tomar leite e/ou derivados todos os dias;
• Passo 8: Evite o consumo de bebidas alcoólicas;
• Passo 9: Movimente-se! Não fique horas em frente à TV ou ao computador;
• Passo 10: Escolha alimentos saudáveis nos lanches da Escola e nos momentos 
de lazer.
Mudanças de Hábito Alimentar na Adolescência
Dietas restritivas, da moda e impactos na saúde
A mudança de hábitos alimentares é uma forma de diferenciação dos pais, con-
siderando que os alimentos podem ser vistos como uma forma de exercer autono-
mia, expressar preocupações éticas e morais ou para se inserir ao ciclo social. 
É nesse período que os hábitos e o consumo de alimentos fora de casa e junto 
aos amigos trazem diversas mudanças comuns para os adolescentes:
• Pular refeições;
• Substituir as refeições principais por lanches;
• Aumentar o consumo de doces, salgadinhos, frituras e refrigerantes;
• Reduzir o consumo de frutas, verduras, legumes e hortaliças.
Isso tem como consequência a baixa ingestão de vitaminas, minerais, água e 
fibras. Em médio e longo prazo, leva à deficiência desses nutrientes e maior inci-
dência das doenças crônicas não transmissíveis. 
Nessa fase, a maioria dos adolescentes não é capaz de correlacionar seus com-
portamentos atuais com os riscos futuros na saúde. Além de sofrerem concomi-
tantemente uma pressão midiática dos e da própria cultura e sociedade para que 
tenham um corpo “ideal”. Isso ocorre, principalmente, com as meninas. 
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De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) (2015), uma 
em cada cinco meninas brasileiras com idade entre 13 e 15 anos se considera gorda 
ou muito gorda. E, embora as meninas que se consideram gordas ou muito gordas 
representem 21,8% das entrevistadas, o desejo de perder peso atinge 30,3% delas. 
Até o final do século XIX, as pessoas eram bem vistas com sobrepeso e o estere-
ótipo de uma pessoa saudável tinha umas “curvinhas” a mais. O sobrepeso estava 
relacionado à riqueza, à beleza e à força. 
Nos dias atuais, vemos exatamente o inverso. Um foco excessivo na magreza. 
Em ambos os casos, o “corpo belo” não está relacionado à saúde, mas sim, a um 
padrão social e status de corpo belo e desejado. 
É frequente o número de pessoas que insatisfeitas com sua imagem, acaba 
fazendo as dietas extremamente restritivas ou “malucas”. Dieta da sopa, dieta da 
lua, dieta da proteína, low carb, jejum, paleo e muitas outras que virão... são alguns 
dos exemplos de dietas que são “prescritas” por pessoas da Internet não qualifica-
das e, também, por Profissionais da Saúde. 
Não vamos entrar no mérito das dietas: se cada uma “funciona” em seus meta-
bolismos, o que importa para nós nutricionistas é que, para os adolescentes, existe 
um risco forte de trazer como consequência o desenvolvimento de transtornos ali-
mentares, como bulimia ou anorexia. 
Outros prejuízos que dietas restritivas podem causar:
• Físicos: Distúrbios no crescimento, dificuldades respiratórias, alterações de 
pele e problemas sanguíneos; 
• Sociais: Exclusão do grupo de amigos e familiares, envolvimento com grupos 
com desconhecidos na Internet que promovem ações e práticas extremistas;
• Psicológicas: Baixa autoestima, confiança, ansiedade e depressão. 
A forma como o adolescente lida com suas insatisfações pode desencadear com-
portamentos de risco ou transtornos alimentares, tanto a restrição alimentar extre-
ma quanto a compulsão e o uso de métodos compensatórios. 
Ao lidar com adolescentes, é importante que o nutricionista aborde temas como 
dietas da moda. Ele deve compreender o conceito e o impacto da imagem corpo-
ral e discutir sobre os modelos irreais propagados nas Mídias, para que, com esse 
enfoque, o profissional contribua com a autoestima do adolescente e estimule com-
portamentos saudáveis para o controle de peso e a mudança do comportamento 
alimentar (ALVARENGA et al., 2015).
Críticas excessivas, “broncas” e formas impositivas não costumam funcionar na 
abordagem nutricional com os adolescentes. 
As dietas restritivas podem ser um início para transtornos alimentares. A seguir, 
temos os mais comuns, quais seus efeitos no organismo e o tratamento nutricional. 
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UNIDADE Recomendações Nutricionais para o Adolescente 
Transtornos Alimentares
Os Transtornos Alimentares (TA) têm critérios diagnósticos baseados em carac-
terísticas psicológicas, comportamentais e fisiológicas. A Anorexia Nervosa (AN) e 
a Bulimia Nervosa (BN) são os quadros mais conhecidos. 
Existem outros tipos de transtornos, que são classificados como: Transtorno Ali-
mentar sem Outra Especificação (TASOE), como é o caso de Transtorno da Compul-
são Alimentar Periódica (TCAP). São mais frequentes entre mulheres adolescentes ou 
adultas jovens, entre 18 e 30 anos (ADA, 2006). 
Transtorno da Compulsão Alimentar Periódica (Tcap)
O perfil de portadores do TCAP inclui pacientes com maior índice de Massa 
Corporal (IMC), refeições de alto consumo calórico, histórico de oscilações de peso 
rápidas, dificuldade de perder peso, acentuada insatisfação com o corpo, imagem 
corporal ruim e distância entre o peso desejado e o real (GALVÃO, 2006).
Anorexia Nervosa (AN)
A Anorexia Nervosa (AN) caracteriza-se pela perda de peso intensa à custa de 
dieta extremamente rígida. Em quase todos os casos, existe uma busca desenfreada 
pela magreza, distorção da imagem corporal e alterações do ciclo menstrual, no 
caso de meninas. 
Por vezes, ocorre a prática do jejum e restrições alimentares rígidas. Os pacien-
tes com NA evitam alimentos com alto conteúdo calórico e buscam, em alguns 
casos, prática da atividade física intensa (exercícios e hiperatividade motora). 
Alguns portadores da doença, além de controlar a dieta, induzem vômitos, to-
mam purgantes, utilizam frequentemente diuréticos ou drogas anorexígenas, hor-
mônios tireoidianos ou outras substâncias. 
A Anorexia Nervosa pode acarretar diversas complicações físicas: 
• Queda de cabelo; 
• Pele seca;
• Hipotensão arterial;
• Intolerância ao frio;
• Anemia;
• Distúrbios renais;
• Infertilidade;
• Hipotermia;
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• Convulsões;
• Indução de osteoporose severa em idade precoce. 
Trazendo, também, consequências emocionais como depressão, desânimo e 
tristeza. Alterações no estado nutricional e no metabolismo são consequências da 
ingestão insuficiente de calorias e proteínas, o que leva à queima das reservas de 
gordura e de massa magra, com aumento de água extracelular (semelhantes àque-
las encontradas no estado de inanição por carência de alimentos) (SBAN, 2011). 
Ocorrem alterações no funcionamento e níveis dos hormônios tireoidianos, 
IGF1, da concentração plasmática de leptina e do aumento dos níveis de cortisol 
e de grelina. É comum, também, a hipercolesterolemia, por perda grave da massa 
gordurosa corporal (a lipólise está aumentada e a síntese de colesterol reduzida) 
(SBAN, 2011).
Algumas consequências físicas refletem sobre vários sistemas orgânicos e são: 
redução da força muscular, fraqueza do músculo cardíaco, redução do crescimento 
corporal, alterações endócrinas, hidroeletrolíticas, gastrintestinais, redução dos meca-
nismos de defesa orgânica e até alterações na matriz cerebral (CARVALHO, 2008).
Bulimia Nervosa
A Bulimia Nervosa (BN) é caracterizada pela rápida ingestão de alimentos em gran-
des quantidades e está relacionada à sensação de perda do controle (episódios bulímicos).
Os episódios vêm acompanhados de métodos para compensar o alto consumo 
de alimentos, como o vômito autoinduzido, o uso de medicamentos, dietas e exer-
cícios físicos. 
O start da bulimia é, normalmente, a excessiva preocupação em relação ao 
corpo e suas formas. As dietas restritivas costumam gerar momentos de fome des-
controlada e compulsão alimentar (come descontroladamente). 
A compulsãovem acompanhada da culpa, de mal-estar físico e de vômito (indu-
zido para não engordar). É um comportamento que traz satisfação e alívio momen-
tâneos e se transforma em um círculo vicioso. 
As complicações clínicas mais comuns do portador de bulimia são: calosidade no 
dorso da mão pela lesão da pele com os dentes (sinal de Russel), erosão do esmalte den-
tário (em função dos vômitos), irregularidade menstrual e desidratação (SBAN, 2011).
Na BN, ocorrem alterações hidroeletrolíticas gastrointestinais (gastrite, esofagite, 
azia, pirose), aumento da frequência do desenvolvimento e cáries e até mesmo, a 
perda dos dentes. Pode ocorrer aumento dos triglicérides, anemia e comprometi-
mento muscular e cardíaco (CARNEY, 2002). 
É possível que, com o agravamento do quadro de AN, o paciente precise 
ser hospitalizado. 
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UNIDADE Recomendações Nutricionais para o Adolescente 
Recomendação Nutricional nos Transtornos Alimentares
Os objetivos principais da Terapia Nutricional para a anorexia nervosa são a 
recuperação do peso corporal e a normalização do padrão alimentar. 
Na bulimia, o objetivo da TN é reduzir ou eliminar o comportamento alimentar 
de voracidade e de purgação, quando este último estiver presente (SBAN, 2011; 
CR130, 2005).
O ganho de peso em pacientes durante a hospitalização está associado a melhor 
evolução em curto prazo e continuidade do tratamento. Durante esse processo, é 
recomendada a monitorização diária dos eletrólitos séricos.
A recomendação de ganho de peso durante a internação hospitalar é de 0,5 a 1,0kg/semana.
Os transtornos alimentares acometem muitos adolescentes e devem ser observa-
dos pelos pais, professores e alunos. 
A atuação do nutricionista é junto à Equipe Multiprofissional para tratamento do 
transtorno alimentar.
No atendimento clínico, quando diagnosticado, o paciente deve ser encaminhado 
para o médico e o psicólogo especializados. A área de transtornos alimentares é uma 
área com especializações e direcionamentos muito específicos. É possível atuar em 
hospitais e no atendimento clínico especializado em consultórios e clínicas médicas. 
Veja os exercícios desta aula!
Bons estudos!
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Livros
Perfil nutricional e autopercepção corporal de bailarinas adolescentes
Vargas, J.; Bernardi, J.; Gallon, C. Perfil nutricional e autopercepção corporal de 
bailarinas adolescentes. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva, São Paulo. v. 5. n. 
29. p. 425-433. Setembro/Outubro. 2011.
Problematização como estratégia de educação nutricional com adolescentes obesos
Rodrigues, E.; Boog, M. C. Problematização como estratégia de educação nutricional 
com adolescentes obesos. Cad. Saúde Pública vol.22 no.5 Rio de Janeiro May 2006.
 Leitura
Diretrizes nacionais para a atenção integral à saúde de adolescentes e jovens na promoção, proteção e recuperação 
da saúde
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção em Saúde. Departamento de 
Ações Programáticas Estratégicas. Diretrizes nacionais para a atenção integral à saúde 
de adolescentes e jovens na promoção, proteção e recuperação da saúde. Brasília: 
Ministério da Saúde, 2010.
http://bit.ly/2u68QFL
Centro Colaborador em Alimentação e Nutrição-Região Sudeste
Centro Colaborador em Alimentação e Nutrição-Região Sudeste (CECAN-SUDESTE) 
/ENSP/FIOCRUZ/MS. Guia alimentar do adolescente. 2017.
http://bit.ly/2v4zEpF
23
UNIDADE Recomendações Nutricionais para o Adolescente 
Referências
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Micronutrients. J Nutr Health Aging Toronto, n. 10, p. 377-385, 2006.
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Ministério da Saúde, 2010.
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CARVALHO, R. J. M. A moda das dietas e suas repercussões no comporta-
mento alimentar das mulheres. Pleiade, [S.l.], v. 2, n. 2, p. 59-74, 2008.
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visão nutricional. Barueri: Manole, 2004.
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MAHAN, S. E.; KRAUSE, R. J. Alimentos, Nutrição e Dietoterapia – 13.ed. Rio 
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SALVY, S. J., MCCARGAR, L. Nutritional interventions for individuals with 
bulimia nervosa. Eat Weight Disord, Switzerland, n. 7, p. 258-267, 2002.
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WHO – World Health Organization. Young People´s Health – A Challenge for 
Society. Report of a WHO Study Group on Young People and Health for All. 
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SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA. Manual de orientação para a ali-
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min/user_upload/pdfs/14617a-PDManualNutrologia-Alimentacao.pdf>.
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Outros materiais