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Disciplina 1 – Planejamento e Políticas Ambientais Tema 8 – Novas tendências de planejamento, política e sustentabilidade Prof. Dr. Ronaldo Tavares de Araújo CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM GESTÃO, AUDITORIA E LICENCIAMENTO AMBIENTAL Referências bibliográficas: ALMEIDA, et al. (2008), PHILIPPI JR, (2014). Novas tendências de planejamento, política e sustentabilidade Nesta aula, você, aluno, compreenderá as novas tendências do planejamento ambiental nas perspectivas: cidade e o território como ecossistemas e as redes sustentáveis. Novas tendências de planejamento, política e sustentabilidade De acordo com Odum, a cidade é um ecossistema e, como tal, contém uma comunidade de organismos vivos, onde predomina o homem, um meio físico que se vai transformando, fruto da atividade interna, e um funcionamento à base de trocas de matéria, energia e informação. Novas tendências de planejamento, política e sustentabilidade • Para Rueda, a atual planificação urbana continua refletindo, em muitos casos, os princípios do funcionalismo expostos na Carta de Atenas e Cidade Jardim. • Ambas as teorias expõem os méritos de um sistema de planificação urbana baseado em uma rígida compartimentação e na localização das atividades segundo a função. • Isto significa que a moradia, a indústria, as zonas comerciais, os espaços verdes, as universidades, etc., se separam fisicamente, conectando-se mediante uma rede extensa de ruas e transportes horizontais. Novas tendências de planejamento, política e sustentabilidade O resultado mais notável do modelo funcionalista é que garante o máximo consumo de unidades de tempo, energia e solo na realização das funções correntes da vida urbana. Novas tendências de planejamento, política e sustentabilidade Todos os ecossistemas tendem ao aumento da complexidade e a estágios mais maduros da sucessão. Isso sucede também nos ecossistemas urbanos, e assim se comprova que a complexidade do conjunto da cidade tem tendência a aumentar; não obstante, também é comprovável que a complexidade diminui nas que a configurem, pois a homogeneidade aumenta a causa da zonificação funcional. Novas tendências de planejamento, política e sustentabilidade Assim, Rueda prega que um modelo funcional baseado na diversidade de usos, aonde haja aumento de complexidade em espaços relativamente reduzidos, diminui a ocupação de solo, a redução de tempo e de energia. Novas tendências de planejamento, política e sustentabilidade Como já afirmado, a cidade, bem como seu sentido ampliado para área metropolitana, podem ser classificados, na visão ecológica, como um ecossistema incompleto e heterotrófico. Embora as cidades não ocupem uma área muito grande da superfície terrestre (apenas de 1% a 5% do mundo inteiro, segundo Odum), elas, porém, alteram a natureza dos rios, campos naturais e cultivados, florestas, além da atmosfera e dos oceanos, por causa dos ambientes extensos de entrada e de saída que elas demandam. Novas tendências de planejamento, política e sustentabilidade • Redes sustentáveis: a globalização da economia metropolitana na economia regional caminha de par com o estabelecimento de uma nova organização territorial, que aparece como causa e efeito de um desenvolvimento geral, fundamentada numa territorialidade regional que gera nos sistemas locais inter- relações dinâmicas que aumentam a criatividade global. • Assim, o território regional é, para Benko, um espaço de comunicações para a integração de know how e produção cultural, constituindo, a partir da inserção dos atores locais, redes de inovações e externalidades que associam diferentes papéis de excelência da região (Ex: Vale do Silício). Novas tendências de planejamento, política e sustentabilidade Refletindo no que foi dito, somos levados a pensar não apenas na região como base territorial essencial para a sustentabilidade dos ecossistemas urbanos, mas na conexão de redes urbanas, numa escala mais ampla, trabalhando por uma sustentabilidade entre si mesmas e as suas regiões suporte. Dessa forma, as redes urbanas poderão funcionar em harmonia com seu suporte físico ambiental de âmbito regional, ou até mesmo continental, em benefício da sustentabilidade planetária. Disciplina 1 – Planejamento e Políticas Ambientais Tema 8 – Novas tendências de planejamento, política e sustentabilidade Prof. Dr. Ronaldo Tavares de Araújo CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM GESTÃO, AUDITORIA E LICENCIAMENTO AMBIENTAL Referências bibliográficas: ALMEIDA, et al. (2008), PHILIPPI JR, (2014). Novas tendências de planejamento, política e sustentabilidade Nesta aula, você, aluno, continuará a compreender as novas tendências do planejamento ambiental estudando as perspectivas: a sustentabilidade como projeto de cidadania e o município como ente central na gestão ambiental brasileira. Novas tendências de planejamento, política e sustentabilidade No bojo das discussões sobre desenvolvimento sustentável e gestão ambiental, as cidades constituem espaço fundamental para uma mudança de paradigma, não só em relação ao uso dos recursos naturais, mas na construção da territorialidade e, consequentemente, nos seus processos de gestão. Novas tendências de planejamento, política e sustentabilidade “Não retirar da natureza mais que a sua capacidade de reciclagem e não lançar nos ecossistemas mais que sua capacidade de absorção” requer mais que conhecimento dos limites da natureza. Requer novos valores de mediação da relação sociedade-natureza, entre espaço individual e coletivo, entre gerações presentes e futuras (FERNANDES e SAMPAIO, 2008). Novas tendências de planejamento, política e sustentabilidade As cidades são o locus desse processo, porque é onde vive a maior parte da população brasileira e, portanto, segundo boa parcela das correntes teóricas que vêm pensando a gestão ambiental, é o locus também onde se pode construir uma ação democrática de gestão apoiada na participação social, como sustentação de um processo durável que não se esvai a cada troca de governo. Novas tendências de planejamento, política e sustentabilidade Gestão ambiental municipal no Brasil (definições de marcos legais): O município é formado pelos seguintes ambientes que permanecem (urbano, rural e primevo – com características específicas de cada região, reservas e identidades do ecossistema). No Brasil, os municípios só ganharam reconhecimento para a adoção de ações relevantes à proteção dos recursos naturais a partir da promulgação da CF 1988. Novas tendências de planejamento, política e sustentabilidade A partir da Resolução CONAMA 237/97, os municípios passam a ter diretrizes para exercício de licenciamentos ambientais, tendo como obrigatoriedade para esta ação a implementação de conselhos municipais de meio ambiente com caráter deliberativo e participação social, além de possuírem ou terem à disposição profissional habilitado para exercer esta ação. Novas tendências de planejamento, política e sustentabilidade Cenário atual – principais desafios • Ter um número de servidores adequados às necessidades dos municípios. • Poder contar com apoio externo, como de universidades, ONGs e instituições que possam trazer saberes privilegiados da cidade para melhor capacitação dos funcionários. Novas tendências de planejamento, política e sustentabilidade Cenário atual – principais desafios • Evitar superposições e conflitos entre equipes, buscando sinergias e cooperação institucionais. • Evitar procedimentos longos e burocratizados, substituindo-os por caminhos mais curtos, ágeis e eficazes. • Divulgar para todos os níveis de parceiros e corresponsáveis as ações desenvolvidas, suas dinâmicas, prazos e justificativa, facilitandoo conhecimento de todas as ações realizadas pelo município (FRANCO, 1999).
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