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inicial reclamatoria Jane Nunes 10-08

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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DA ... VARA DO TRABALHO DE ...
 
	 
	
SARA JANE NUNES, nacionalidade, estado civil, profissão, portadora do CPF nº... e RG nº..., residente de domiciliada na Rua ..., por seu procurador signatário, vêm à presença de Vossa Excelência propor:
RECLAMATÓRIA TRABALHISTA, com fundamento no artigo 840, §1º da CLT, contra:
SUPERMERCADO GUINADA LTDA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº..., situada na Rua ..., pelos fatos e fundamentos que passa a expor:
A reclamante foi contratada pela reclamada em 01/08/2004, para a função de caixa do supermercado, tendo sido dispensada sem justa causa em 31/03/2012. 
	
LICENÇA MATERNIDADE
Em 01/06/2011 a autora realizou a adoção de uma menina, porém não lhe foi assegurado o direito a licença maternidade, sob o argumento de que está somente é concedida aquelas mulheres que estavam grávidas e deram à luz ao bebê, tendo continuado a trabalhar normalmente.
Todavia, o artigo 392-A da CLT prevê o direito da adotante a licença maternidade por 120 dias, como segue: “empregada que adotar ou obtiver guarda judicial para fins de adoção de criança ou adolescente será concedida licença-maternidade nos termos do art. 392 desta Lei”.  
Desta forma, requer-se indenização equivalente aos 120 (cento e vinte) dias de salário pela não concessão da Licença Maternidade. 
FÉRIAS
A autora gozou do período de férias de 200/2010, contudo, o seu pagamento não foi realizado no prazo correto, conforme verifica-se dos documentos anexos. 
O artigo 145 da CLT dispõe que o pagamento da remuneração das férias deve ser efetuado até dois dias antes do início do respectivo período, ou seja, dois dias antes da concessão. 
Ademais, a Súmula 450 do TST determina que é devido o pagamento da remuneração das férias em dobro, incluído o terço constitucional, caso ainda que gozadas em época própria, o empregador tenha descumprido o prazo de pagamento previsto no artigo 145 da CLT. 
Portanto, diante do pagamento das férias fora no prazo, pretende-se o pagamento da dobra das férias.
HORA EXTRA DE JORNADA
A autora normalmente trabalhava por uma hora além do seu horário normal, tendo sido contratada para trabalhar por seis horas diárias e na prática acabava trabalhando durante sete hora. 
De acordo com o artigo 59, caput e parágrafo 1º da CLT ultrapassada a jornada de trabalho contratada, incide ao empregado o direito as horas extras, com adicional no mínimo de 50%. 
Logo, por ter sido contratada para trabalhar seis horas diárias e tendo trabalhado diariamente por sete horas faz jus ao pagamento das horas acima da jornada, bem como seus reflexos em aviso prévio, férias com 1/3, décimo terceiro salário, FGTS e multa de 40%. 
HORA EXTRA INTERVALAR
Como já mencionado a autora foi contratada para laborar durante seis horas diárias, mas trabalhava por sete e conforme o artigo 71 da CLT o empregado que trabalhar por mais de seis horas deverá ter intervalo para alimentação e repouso de no mínimo uma hora. 
O parágrafo quarto do mesmo artigo determina que o não concessão ou a concessão parcial do intervalo intrajornada mínimo por repouso ou alimentação, implica o pagamento de natureza indenizatória apenas do período suprimido, com acréscimo no mínimo de 50%. 
Assim, requer o pagamento das horas extras intervalares em que foram desrespeitados seu intervalo mínimo. 
VERBAS RESCISÓRIAS
A autora foi dispensada em 31/03/2012 sem ter recebido nenhuma das verbas rescisórias, sendo que o empregador a informou que buscasse seus direitos na justiça. 
Todo empregado que tiver seu contrato rescindido por iniciativa de seu empregador tem direito a receber aviso prévio, férias vencidas e proporcionais com 1/3, décimo terceiro proporcional e multa de 40% sobre o saldo do FGTS já depositado em sua conta vinculada. 
Descreve o § 6º do artigo 477 da CLT “A entrega ao empregado de documentos que comprovem a comunicação da extinção contratual aos órgãos competentes bem como o pagamento dos valores constantes do instrumento de rescisão ou recibo de quitação deverão ser efetuados até dez dias contados a partir do término do contrato”. 
Caso esses prazos não sejam respeitados, o parágrafo 8º do mesmo diz que gerará uma multa de uma vez o salário recebido pela empregada.
Diante disso, requer o pagamento das verbas rescisórias, quais sejam, aviso prévio, décimo terceiro, férias com 1/3, FGTS, multa de 40% sobre o FGTS; além da multa do artigo 477 da CLT pelo pagamento da rescisão fora do prazo.
FGTS
Conforme extrato da conta vinculada da autora, retirado junto a Caixa Econômica Federal a empresa nunca depositou o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço – FGTS em nome da atora. 
O artigo 7º, III, da Constituição Federal garante o direito ao FGTS para todos os trabalhadores urbanos e rurais, sendo regulamentado pela Lei 8.036/90. 
Logo, requer o pagamento direto a autora do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço de todo o período trabalhado. 
SEGURO DESEMPREGADO 
Da mesma forma como a autora não recebeu as verbas rescisórias, não lhe foi fornecida a documentação necessária para que encaminhasse o seguro desemprego. 
Com previsão no artigo 7º, II, da Constituição Federal e disciplinado pela Lei nº. 7.998/90 o seguro desemprego é garantido aos trabalhadores.
Ainda, a Súmula 389, II, do TST dispõe acerca do direito do recebimento do seguro-desemprego na forma indenizada, como segue: 
Súmula 389: SEGURO-DESEMPREGO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. DIREITO À INDENIZAÇÃO POR NÃO LIBERAÇÃO DE GUIAS (conversão das Orientações Jurisprudenciais nºs 210 e 211 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005
I - Inscreve-se na competência material da Justiça do Trabalho a lide entre empregado e empregador tendo por objeto indenização pelo não-fornecimento das guias do seguro-desemprego. (ex-OJ nº 210 da SBDI-1 - inserida em 08.11.2000)
II - O não-fornecimento pelo empregador da guia necessária para o recebimento do seguro-desemprego dá origem ao direito à indenização. (ex-OJ nº 211 da SBDI-1 - inserida em 08.11.2000).
Requer, assim, o pagamento de indenização pelo seguro-desemprego. 
SALÁRIO FAMÍLIA
Durante o período que laborou para a reclamada a autora não recebeu o benefício de salário família, mesmo possuindo uma filha, ainda que tenha sido esta adotada como já mencionado anteriormente. 
O direito ao salário família é reconhecido constitucionalmente no artigo 7º, XII, da Constituição Federal e pela Lei nº. 4.266/63, sendo concedido tal benefício ao empregado de acordo com o número de filhos.
Requer o pagamento do salário família desde a adoção de sua filha em 01/06/2011. 
NOTIFICAÇÃO POR EDITAL
Considerando que a autora não logrou êxito em encontrar o empregador, pois este não está mais desenvolvendo sua atividade no mesmo endereço em que prestou os serviços, pretende a notificação desde por edital, conforme autoriza o artigo 841, §1º da CLT e artigo 256 do CPC. 
 
Art. 841 CLT. Recebida e protocolada a reclamação, o escrivão ou secretário, dentro de 48 (quarenta e oito) horas, remeterá a segunda via da petição, ou do termo, ao reclamado, notificando-o ao mesmo tempo, para comparecer à audiência do julgamento, que será a primeira desimpedida, depois de 5 (cinco) dias.
§ 1o - A notificação será feita em registro postal com franquia. Se o reclamado criar embaraços ao seu recebimento ou não for encontrado, far-se-á a notificação por edital, inserto no jornal oficial ou no que publicar o expediente forense, ou, na falta, afixado na sede da Junta ou Juízo.
Art. 256 CPC. A citação por edital será feita:
I - quando desconhecido ou incerto o citando;
II - quando ignorado, incerto ou inacessível o lugar em que se encontrar o citando;
ASSIM RECLAMA
a) Licença Maternidade, no valor de R$ ...
b) Férias com 1/3, referente a todo período em que houve o pagamento em época incorreta, no valor de R$ ...
c) Pagamento de horas extras de jornada, comreflexos em aviso prévio, décimo terceiro, férias com 1/3, FGTS e sua multa de 40%, no valor aproximado de R$ ...
d) Pagamento de horas extras intervalares, com adicional de 50%, com relação aos minutos que foram suprimidos dos intervalos para alimentação e descanso, somando R$ ...
e) O pagamento das Verbas Rescisórias nunca adimplidas, totalizando R$ ...
f) Multa do artigo 477, § 8o, da CLT, em razão do não pagamento das Verbas Rescisórias no momento correto, somando financeiramente R$ ...
g) Condenação ao pagamento do FGTS, com multa de 40% com relação a todo o contrato de trabalho, com valor de R$ ...
h) Seguro Desemprego, no valor de R$ ...
i) Salário Família, totalizando a quantia de R$ ...
ISTO POSTO REQUER
A notificação da reclamada por edital, pois a empresa encontra-se em lugar desconhecido ou incerto, para querendo contestar a presente reclamação, sob as penas da revelia e confissão e para comparecer na audiência a ser designada por essa MM. Vara;
A condenação da reclamada ao pagamento e cumprimento dos itens supra referidos, acrescidos de juros e correção monetária aplicados aos débitos trabalhistas;
 A condenação em honorários advocatícios;
Protesta pela apresentação de todos os meios de prova em direito admitidos, requerendo, finalmente, o depoimento pessoal do representante legal da demandada, sob pena de confissão.
 				 
Valor estimado da Causa: R$...
Nestes Termos, Pede Deferimento.
CIDADE/DATA
ADVOGADO/OAB

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