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Psicologia do Desenvolvimento Ciclo Vital Márcio Silva, Professor Psicólogo 2 A família e o desenvolvimento humano 3 [ ] Sociedade [ ] Família [ ] Escola 4 [ ] Sociedade [ ] Família [ ] Escola 5 [ ] Sociedade [ ] Família [ ] Escola 6 Conceito histórico de família O termo “família” é derivado do latim “famulus”, que significa “escravo doméstico”. Este termo foi criado na Roma Antiga para designar um novo grupo social que surgiu entre as tribos latinas, ao serem introduzidas à agricultura e também escravidão legalizada. 7 No direito romano clássico a "família natural" cresce de importância - esta família é baseada no casamento e no vínculo de sangue. A família natural é o agrupamento constituído apenas dos cônjuges e de seus filhos. A família natural tem por base o casamento e as relações jurídicas dele resultantes, entre os cônjuges, e pais e filhos. 8 Se nesta época predominava uma estrutura familiar patriarcal em que um vasto leque de pessoas se encontrava sob a autoridade do mesmo chefe, nos tempos medievais (Idade Média), as pessoas começaram a estar ligadas por vínculos matrimoniais, formando novas famílias. Dessas novas famílias fazia também parte a descendência gerada que, assim, tinha duas famílias, a paterna e a materna. 9 Com a Revolução Francesa surgiram os casamentos laicos no Ocidente e, com a Revolução Industrial, tornaram-se frequentes os movimentos migratórios para cidades maiores, construídas em redor dos complexos industriais. Estas mudanças demográficas originaram o estreitamento dos laços familiares e as pequenas famílias, num cenário similar ao que existe hoje em dia. As mulheres saem de casa, integrando a população ativa, e a educação dos filhos é partilhada com as escolas. 10 Os idosos deixam também de poder contar com o apoio directo dos familiares nos moldes pré-Revoluções Francesa e Industrial, sendo entregues aos cuidados de instituições de assistência (cf. MOREIRA, 2001). Na altura, a família era definida como um “agregado doméstico (…) composto por pessoas unidas por vínculos de aliança, consanguinidade ou outros laços sociais, podendo ser restrita ou alargada” (MOREIRA, 2001, p. 22). Nesta definição, nota-se a ambiguidade motivada pela transição entre o período anterior às revoluções, representada pelas referências à família alargada, com a tendência reducionista que começava a instalar-se refletida pelos vínculos de aliança matrimonial. 11 Na cultura ocidental, uma família é definida especificamente como um grupo de pessoas de mesmo sangue, ou unidas legalmente (como no casamento e na adoção). Muitos etnólogos argumentam que a noção de "sangue" como elemento de unificação familiar deve ser entendida metaforicamente; dizem que em muitas sociedades e culturas não-ocidentais a família é definida por outros conceitos que não "sangue". A família poderia assim se constituir de uma instituição normalizada por uma série de regulamentos de afiliação e aliança, aceites pelos membros. Alguns destes regulamentos envolvem: a exogamia, a endogamia, o incesto, a monogamia, a poligamia, e a poliandria. 12 • Exogamia do ponto de vista cultural Casamentos entre membros de grupos diferentes, ou seja, japonês com alemã, italiano com africana, americano com havaiana, caracterizando a exogamia. • Endogamia É um sistema em que os acasalamentos se dão entre indivíduos aparentados, relacionados pela ascendência, ou seja, é a união de indivíduos mais aparentados do que a média da população. • Incesto É quando se possui uma relação sexual ou marital entre parentes próximos ou alguma forma de restrição sexual dentro de determinada sociedade • Poliandria (grego: poly- muitos, andros- homem) Entende-se a união em que uma só mulher é ligada a dois ou mais maridos ao mesmo tempo. É o oposto da poligania, forma de poligamia em que um homem possui duas ou mais esposas. . 13 Draupadi com seus cinco maridos Draupadi no texto épico Majábharata é a filha do rei Drupada de Panchala, que se tornou em esposa poliândrica dos cinco irmãos Pandavas. 14 A configuração de família no seu surgimento está atrelada ao casamento monogâmico, heterossexual, ao modelo patriarcal e a propriedade privada. Família na Antiguidade 15 Segundo ATKINSON e MURRAY (cit. por VARA, 1996), a família é um sistema social uno, composto por um grupo de indivíduos, cada um com um papel atribuído, e embora diferenciados, consubstanciam o funcionamento do sistema como um todo. 16 O conceito de família, ao ser abordado, evoca obrigatoriamente, os conceitos de papéis e funções, como se têm vindo a verificar. Em todas as famílias, independentemente da sociedade, cada membro ocupa determinada posição ou tem determinado estatuto, como por exemplo, marido, mulher, filho ou irmão, sendo orientados por papéis. 17 Papéis estes, que não são mais do que, “as expectativas de comportamento, de obrigações e de direitos que estão associados a uma dada posição na família ou no grupo social” (DUVALL ; MILLER cit. por STANHOPE, 1999; p. 502). 18 No fim do século XVI e durante o século XVII vai surgir um novo sentimento de família que vem acompanhado de mudanças significativas em relação às crianças. “A criança tornou-se um elemento indispensável da vida cotidiana, e os adultos passaram a se preocupar com sua educação, carreira e futuro” (Arié, p. História social da criança e da família, p.270) 19 A Europa como civilização mais avançada, promove/sofre guerras que vão alterar as formas de relações pessoais e sociais. Impondo um sentimento de urgência em viver todas as coisas já. 20 Neste contexto a família também será alterada, a criança será entendida como esperança, há uma extensão da família pelo espírito da solidariedade, espírito de comunidade e de cuidado mútuo. 21 DIVERSIDADE ESTRUTURAL MAIS COMUM FAMÍLIAS TRADICIONAIS FAMÍLIAS MONOPARENTAIS FAMÍLIAS RECASADAS FAMÍLIAS AMPLIADAS FAMÍLIAS NÃO CONVENCIONAIS FAMÍLIA HOJE 22 Família na pré-história: papéis muito bem definidos (pela capacidade e força de cada um) 23 Família romana: modelo paternalista / patriarcal. Papéis estabelecidos pelo pater. 24 Família Aristocrata: Papéis impostos por rígidas tradições. (Amas de criação) 25 Família camponesa: Mulheres cuidam das crianças e da casa, tecem e cozinham. Os homens cuidavam das plantações, das construções e do comércio. 26 Família classe trabalhadora: Com a revolução industrial homens e mulheres compartilhavam afazeres na indústria. Os filhos perambulavam pelas ruas. O papel da ama de criação (babá) ressurge posteriormente. 27 Família moderna: Valorização da mulher no mercado de trabalho, filhos na responsabilidade de avós ou “amas” modernas. Papéis confusos. Sustento da casa é compartilhado. Surgimento de novos modelos familiares. 28 E os papéis? 29 Não existe uma família ideal ou um modelo pré- determinado de família, existem famílias reais. Independente de sua configuração, a família continua sendo a instituição social responsável pelos cuidados, proteção, afeto e educação das crianças pequenas, ou seja, é o primeiro e importante canal de iniciação dosafetos, da socialização, das relações de aprendizagem. Pensar a família é pensá-la no tempo, no decorrer de seu percurso de vida. Ela não está cristalizada em uma etapa ou momento da vida. Não se trata de idealizar a família. Ela pode ou não ser um lugar seguro para as crianças e adolescentes crescerem *Aumento da expectativa de vida *Aumento da participação da mulher no mercado de trabalho *Famílias menores *Famílias mais instáveis socialmente *Mobilidade das famílias é maior *Menos tempo de convivência Mudanças familiares 1. Crescimentos de separações/divórcios 2. Casamentos e recasamentos 3. Famílias monoparentais 4. Mulheres chefes de família 5. Famílias reconfiguradas (pluriparental) 6. Famílias homo afetivas 7. Famílias unipessoais 8. Famílias não parentais Mudanças familiares CASAMENTOS 49% dos brasileiros são casados 37% são solteiros 9% são separados 6% viúvos. 37% dos casados moram com filhos Famílias sem filhos somam 15,3 milhões de pessoas. Para a maioria dos brasileiros morar juntos durante um certo tempo significa “constituir família”. ABORTO 87% condenaram esta prática como moralmente errada; 6% opinaram que não é uma questão moral; 3% consideraram a prática como moralmente aceitável. 4% não opinaram. De 1998 a 2007, a rejeição à prática do aborto cresceu dez pontos percentuais. ADOLESCENTES E JOVENS Na sociedade de hoje estão mais expostos aos efeitos da pobreza, vitimas de toda sorte de alienação, que afetam sua identidade pessoal e social (20 milhões de famílias que não recebem mais que 3 salários mínimos por mês) São fortemente influenciados por falsas ilusões de felicidade e pelo paraíso enganoso das drogas, do prazer, do álcool e de todas as formas de violência. Estão afetados por uma educação de baixa qualidade (Doc. 87, n. 122). ATITUDE DOS PAIS Dificuldade familiares não tem a ver só com o natural conflito de gerações, mas também com a atitude geral dos pais. Em lugar do patriarcado (regras rígidas) estabeleceu-se uma alegre bagunça. “Pais bonzinho são tão danosos quanto pais indiferentes: o amor não se compra com presentes, nem fingindo não saber, desviando o olhar quando ele devia estar vigilante”. (Lya Luft – Veja 11/06/2008 – Ponto de Vista) POSIÇÃO DOS PAIS DIANTE DO DESVIO COMPORTAMENTO DOS FILHOS. Quanto ao uso da maconha, a maioria dos pais acha isso falta grave. 83% acham falta grave o uso da cocaína. Acham muito grave o fato do filho pertencer a uma gangue violenta. NO TOCANTE AO TEMA VALORES. RELIGIÃO: - 40% dos homens consideram muito importante; - 50% das mulheres consideram muito importante. - FAMILIA - 81% consideram a família como muito importante TIPOS DE FAMÍLIAS Casamentos regulares (casados no civil e religioso); Casamento à experiência (amasiados); Uniões livres de fato (sem nenhum vínculo institucional) Separados e divorciados sem segunda união; Divorciados que contraem nova união – casais em segunda união. Fonte CNPF. NOVO TIPO DE CASAMENTO Em 1998, 20% dos homens pensavam que a qualidade da mulher era cuidar bem da casa, em 2007 essa percentagem caiu para 7%. Em 1998, 12% dos homens disseram que cuidar dos filhos seria a qualidade principal da mulher, em 2007, caiu para 4%. Em 1998, 14% das mulheres achavam que o importante no marido era sustentar a família, agora em 2007, o índice caiu para 4%. Em 1998, 23% escolheram a fidelidade como essencial para a felicidade no casamento, agora são 38%. Em compensação a importância do amor caiu de 41% para 35% para a felicidade no casamento. • Diminuição na Configuração Familiar: Mudanças no Perfil da Família Brasileira • Diminui o número de casamentos: Estudos demonstram que na década de 90 a tendência foi a diminuição na configuração ( menor número de pessoas que compõem a família) e aumento da diversidade dos grupos familiares; O número de casamentos em 2002 ( IBGE, 2003) é 4% inferior ao de 1991. Há 12 anos eram 7,5 uniões legais por mil habitantes. Esse número caiu para 5,7 por mil. •Aumento do número de relações sem registro: • Casamentos tardios: • Idosos se casam mais: O número de uniões consensuais, “sem papel passado” quase dobraram na última década; Homens e mulheres estão casando três anos mais tarde do que há uma década. Média de idade feminina: 26,7 anos – Média masculina: 30,3 anos; No grupo com mais de 65 anos, os homens casam-se cerca de 5 vezes mais do que as mulheres; • Menos casamentos e mais uniões rompidas: • Recasamentos: De 1991 a 2002 as separações aumentaram 30,7%. Houve um incremento de 59,6% dos divórcios; O percentual de divorciados em novas tentativas de casamento passou de 5,3% do total em 1991 para 10,8% em 2002. • Uniões precoces: • Casais sem filhos: Nas uniões de 2002, 12% dos cônjuges tinham menos de 20 anos; • Pessoas morando sozinhas: Aumentou em 64% o número de pessoas que moram sozinhas; 39% dos casais não tem filhos; • Famílias monoparentais: Mulheres que criam seus filhos sozinhas: aumentou 53% na última década; 45 A FAMÍLIA, BASE DA SOCIEDADE TEM ESPECIAL PROTEÇÃO DO ESTADO. (C.F capítulo VII, Art,226. 1988) 46 FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA EDUCAÇÃO REGULAR SOCIALIZAR E PRODUZIR CONHECIMENTO CIENTÍFICO PARA QUALIFICAR A VIDA CIDADÃ 47 EDUCAÇÃO FORMAL EDUCAÇÃO REGULAR ASPECTOS COMPLEMENTARES FAMÍLIA ESCOLA Bom dia, boa tarde, boa noite, Obrigado(a), licença, desculpe, Bons modos, higiene, princípios e valores tradicionais da família Direitos e deveres pessoais Gramática, história, geografia, ciências, matemática, filosofia Sociabilidade, coletividade, regras sociais, direitos e deveres sociais (cidadania) 48 A educação é um dos requisitos fundamentais para que os indivíduos tenham acesso ao conjunto de bens e serviços disponíveis na sociedade. Ela é um direito de todo ser humano como condição necessária para ele usufruir de outros direitos constituídos numa sociedade democrática. Por isso, o direito à educação é reconhecido e consagrado na legislação de praticamente todos os países e, particularmente, pela Convenção dos Direitos da Infância das Nações Unidas (particularmente os artigos 28 e 29). 49 “Para que sejais útil a pátria deveis manter comportamento semelhante ao que mantiveste como militar (membro familiar e aluno)” Espírito de corpo X Espírito de porco Compromisso com sigo e com o outro; Deixar as coisas (e as pessoas) melhores do que as encontrou; A vivência social é reflexo da vivência familiar; Princípios como ética, respeito, presença e participação nas decisões coletivas, zelar pelo bem alheio e comum. 50 Psicologia do Desenvolvimento Ciclo Vital (PDCV) Márcio Silva Professor Psicólogo Universidade Paulista - UNIP
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