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RESUMO NP1 - PSICOLOGIA DAS RELAÇÕES FAMILIARES Sannara Alcântara - https://www.passeidireto.com/perfil/sannara-alcantara/ A família se define em um conjunto de normas, práticas e valores que têm seu lugar, seu tempo e uma história. É uma construção social, que vivenciamos. As normas e ações que se definem no âmbito do Estado, as relações de produção e as formas de remuneração e controle do trabalho, o âmbito da sexualidade e afetos, as representações dos papéis sociais de mulheres e homens, da infância e das relações entre adultos e crianças, assim como a delimitação do que é pessoal e privado por práticas cotidianas, discursos e normas jurídicas, incidem sobre as relações na vida doméstica e dão forma ao que reconhecemos como família. (BIROLI, 2014). A noção moderna de família é, assim, geneticamente relacionada à divisão entre a esfera pública e privada e aos sentidos que a privacidade ganhou no mundo moderno capitalista (BIROLI, 2014). A Revolução Industrial e o movimento feminista foram movimentos que redefiniram o funcionamento dos núcleos familiares. Algumas das redefinições foram: A redução do número de pessoas que compunham a família – redução do número de filhos e agregados. Aumento do divórcio e recasamentos Mulher também trabalhando fora de casa – participação econômica da mulher na economia doméstica. Surgimento dos casais de dupla carreira. Diferentes formas de exercer os papéis de pai e mãe. É difícil uma conceituação dar conta de toda a complexidade e pluralidade que é a família. Quanto mais plurais as famílias se tornam, mais questionamos seu papel na sociedade. Bem como sua suposta crise. Portanto, não é que a família esteja em crise, e sim seu modelo tradicional burguês. Acontece que por conta do modelo tradicional ser o considerado a “norma”, o comum a todos, acaba-se tendo uma fixação afetiva nesse modelo. Dessa forma, há a tendência a considerá-lo como uma configuração universal e imutável. Como se esse modelo existisse desde sempre - dos homem das cavernas até os dias atuais. Entretanto, se verificada a história das relações familiares de um mesmo povo notar-se-á os diferentes e variados tipos de estrutura familiar. Família é a principal célula social Brasil - Projeto de Lei 6583/13 - Estatuto da Família. Mudança nas relações de gênero Arquitetura horizontal Democratização das funções familiares Mudança na configuração familiar Mobilidade dos sujeitos Modelo não tradicional Amparo jurídico - garantindo direitos e operando restrições Mudança nas relações de parentesco com, as responsabilidades, papéis e ações. Mudança nas relações etárias atuando sobre o envelhecimento e expectativa de vida da população. Mudança nas expectativas e valores familiares. Família é mais uma manifestação cultural do que algo biologicamente dado. Para Lévi-Strauss - É totalmente irrelevante a maneira como a família se constitui pelo menos do ponto de vista da necessidade natural. Poliginia - O mesmo homem desposando várias mulheres, vivendo cada uma delas em um lar diferente com sua respectiva prole sendo sustentada pelo marido. Poliandria - São vários maridos que compartilham a mesma esposa. A monogamia se tornou predominante por razões de ordem econômica, moral e religiosa. A forma como a família foi assumindo forma atendeu a determinações históricas, devendo, a família monogâmica, a sua origem, ao surgimento da ideia de propriedade e ao desejo do homem de transmitir seus bens a seus herdeiros legítimos. Morgan (1976)foi o primeiro a questionar formalmente a crença da eternidade da estrutura familiar. Escala evolutiva da família de Morgan Família Consanguínea: : na qual o casamento se dava entre irmãos e irmãs. Eram as famílias encontradas na Polinésia e na Península de Malaca, por exemplo. Nessas famílias, um homem chamava de “filho” aos seus próprios filhos, aos filhos de seus irmãos (pois as mulheres dos seus irmãos eram também suas mulheres) e aos de suas irmãs (porque elas eram também suas mulheres). ↓ Família Punaluana: um grupo de homens era casado com um grupo de mulheres. Nessas famílias, um homem continuava chamando de “filhos” tanto seus próprios filhos, quanto os de seus irmãos, pois continuavam compartilhando as esposas. Mas não mais os de suas irmãs, que já estavam proibidas para eles. ↓ Família Sindiásmica: em que os casais já eram individuais, mas consideram como seus os filhos de seus irmãos ↓ Família Patriarcal: um só homem desposava diversas mulheres. ↓ Família monogâmica: casais individuais, que tinham exclusividade na coabitação um com o outro. Estudos antropológicos posteriores ao de Morgan (1976) tem rechaçado essa visão evolucionista da família, que coloca a forma estrutural padrão da atualidade como resultado de uma certa evolução. Pois dessa forma consideraria os outros modelos como primitivos e arcaicos. Não é de admirar que ele era branco e norte americano. Início do séc. XX aos dias atuais - concepção oficial de família, no início do século XX, pressupunha um modelo único, padrão, excluindo da proteção legal quaisquer outras formas familiares. Constituição Federal de 1988 - A família torna-se plural, com várias configurações possíveis, havendo sido mesmo algumas, e não mais apenas a matrimonializada, reconhecidas em sede constitucional, tais como a advinda de união estável e a monoparental. Não obrigatoriedade do casamento – relacionamentos extra-matrimoniais são reconhecidos pelo ordenamento jurídico – deixa de ser indissolúvel – não submissão à autoridade paterna Homem e mulher são tidos como colaboradores de um projeto familiar comum: direitos, deveres e responsabilidades O vínculo biológico cede espaço ao vínculo sócio-afetivo e psicológico – filiação não biológica – valor jurídico do afeto se sobrepõe ao de sangue. Passa-se a falar da função social da família, que passa a ser vista não como um valor em si, mas como um instrumento através do qual, deve-se buscar a dignidade da pessoa humana, assim como o desenvolvimento da personalidade de seus membros, tendo como pilares o afeto, a solidariedade e a comunhão de vida existente entre eles. Pais que não cumprem a sua função social de promover o desenvolvimento da personalidade e da dignidade de seus filhos, perdem a proteção estatal e o poder familiar Funções da família Função procriativa: gerar filhos e garantir a continuidade da espécie Função econômica, mantenedora: sobrevivência e vida material digna Função emocional e psicológica: amor, segurança, proteção, e afetividade Função de desenvolvimento das potencialidades humanas: crescimento físico, psíquico e social Função educativa e socializadora: laboratório social, transmissão dos fundamentos da vida em sociedade Função de continuidade da cultura: valores, normas e crenças Função de reprodução das relações sociais: a família é reflexo da sociedade Função de fornecedora de cidadãos: capital humano indispensável ao progresso social, cidadania Estressores = crise = mudanças, transformações Estressores horizontais = eventos normativos = eventos esperados que aconteçam ao longo da vida. Ex. casamento. Eventos não-normativos = eventos inesperados. Como acidentes, suicídios… Início da idade adulta Conciliar família e trabalho Influência da economia Separação da família – a busca por um refúgio emocional substituto Formulação de objetivos na vida A escolha das heranças familiares Diferenciação do sistema Homens e mulheres podem se espelhar nos pontos fortes de seus pais Construindo uma nova família Mudança nos papéis de gênero Mudança de dois sistemas inteiros para formar um novo sistema familiar Transformação da relação conjugal – parceria educacional, ocupacional e conectividade emocional Transformações da família quando tem filhos pequenos Transição para a parentalidade – transição chave Sistema permanente – laços que não se desfazem Manejo das responsabilidades de cuidado Coparentalidade Decréscimo da satisfação conjugal Importância da inclusão ativa do pai, irmãos, avós e outros membros da família. Transformaçõesda família quando tem filhos adolescente Transição dos filhos para a vida adulta Adolescer da família Estabelecimento de fronteiras diferentes – comunicação aberta e confiança Construção dos papéis de gênero Papéis que cada membro desempenha na família Crise da meia-idade dos cônjuges – vida pessoal, conjugal e carreira profissional Transformações da família quando na meia-idade Reestruturação da relação conjugal Saídas e entradas de novos membros Geração canguru Geração bumerangue Divórcios e Recasamentos Ninho vazio Ninho cheio A família no fim da vida Adaptação sadia à velhice Aposentadoria Ressignificação da vida Negociação de papéis na família Ceondição de avós Morte e doenças crônicas – aprendendo a encarar a própria finitude As mudanças no ciclo da vida dependem: Tipo de conjugalidade – heterossexual ou homossexual Tipo de parentalidade – biparental ou monoparental Cultura Tempo histórico Contexto social
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