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Tc Aroon Beck

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Fundamentos da TC
Aaron Beck e Judith Beck 
Aaron Beck (1921– ) 1. Psiquiatra norte-americano e professor
emérito do departamento de psiquiatria na
Universidade da Pensilvânia.
2. Conhecido como pai da Terapia Cognitiva e
inventor das vastamente utilizadas Escalas de
Beck, incluindo a Escala de Depressão de
Beck (BDI) e Escala de Ansiedade de
Beck (BAI).
3. Filho mais novo entre 4 crianças. Mãe
sofreu de depressão depois da perda de sua
irmã e Beck sofreu de doença quase fatal.
4. Pai de Judith Beck.
Livros:
Terapia Cognitiva da Depressão.
Terapia Cognitiva dos Transtornos de Personalidade,
2005.
Site: http://www.beckinstitute.org/
Modelo Cognitivo de Beck
A formulação de caso 
Teste do binóculo 
Tríade cognitiva ( EU – OUTRO/MEIO – FUTURO)
O indivíduo com sofrimento psicológico tem sua
capacidade de percepção de si mesmo, do ambiente e
de suas perspectivas futuras prejudicadas pelas
distorções de conteúdo de pensamento específicas de
sua patologia , que acabam por determinar vícios na
forma como os fatos são interpretados.
O modelo cognitivo
O que perturba o ser humano não são os fatos,
mas a interpretação que ele faz destes.
(Epitecto, século 1 d.C)
Nossa serenidade não depende das situações, mas
e nossa reação diante delas. Portanto, ao
intervirmos no aqui e agora, torna-se possível
provocar mudanças em nosso futuro. (Buda, 563, a.C)
Tarefa: Assistir vídeo 
Pressupostos básicos 
Todas as terapias cognitivo-comportamental derivam do modelo cognitivo e 
compartilham dos seguintes pressupostos básicos:
a) a atividade cognitiva influencia o comportamento
b) a atividade cognitiva pode ser monitorada e alterada
c) mudanças na cognição determinam mudanças no comportamento
(Dobson, 2001)
Princípios do tratamento 
O tratamento deve acontecer através de uma abordagem
estruturada, diretiva e colaborativa, com um forte
componente educacional, orientada para o aqui e agora , de
prazo limitado, indicada atualmente por sua eficácia
cientificamente comprovada para o tratamento de uma série
de transtornos mentais como depressão, ansiedade,
transtornos de personalidade, esquizofrenia, entre outros.
“Você é aquilo que pensa ser.”
(Ditado Popular)
PARAMOS AQUI 
A terapia cognitva de Beck é uma psicoterapia focal, baseada
no modelo cognitivo que pressupõe que, em transtornos
mentais, o pensamento disfuncional é um elemento
importante.
A modificação do pensamento disfuncional leva à melhoria
sintomática dos transtornos, ã modificação de crenças
disfuncionais subjacentes e estabelece uma melhora mais
abrangente e duradoura.
A terapia cognitiva trabalha basicamente com
identificação e reestruturação de três níveis de
cognição:
pensamentos automáticos,
crenças intermediárias 
e crenças nucleares. 
Tríade cognitiva
Nos estados depressivos, são essas
distorções cognitivas que
influenciam na visão negativa do
indivíduo em relação a si mesmo,
ao mundo e ao futuro.
Na ansiedade
Nos estados ansiosos levam a uma
superestimativa de risco tanto internos
como externos, além de uma
subestimativa dos próprios recursos
pessoais e de seu ambiente para lidar
com esses riscos.
Modelo Cognitivo de Beck
Situação Pensamentos
Automáticos
Reações
Emocionais
Comportamentais
Fisiológicas
Consequências
Crença Central 
e Esquemas
Crenças
Intermediárias
(Regras, Atitudes e 
Suposições)
O que dirige nossas 
reações 
emocionais?
A interpretação de uma situação influencia as respostas: 
emocional, fisiológica e comportamental subsequentes.
São as nossas 
cognições!
Premissas Básicas das Terapias Cognitivas 
Cognição
Afeta o comportamento
Pode ser monitorada e alterada
A mudança comportamental pode 
ser efetuada por meio da mudança 
cognitiva
Dobson, S, K. (2006)
Pensamento automático
Crenças Intermediárias
(atitudes/regras/suposições)
Crenças Centrais
Esquemas
Pensamentos automáticos
O nível de cognição mais superficial na terapia cognitiva: são
espontâneos , telegráficos, repetitivos e sem questionamento
quanto a sua veracidade ou utilidade e são acompanhados de
uma forte emoção negativa ante as mais variadas situações do
cotidiano.
Aceitos, sem reflexão.
Pensamentos Automáticos
Características: Experiência comum a todos nós.
A maior parte do tempo não estamos cientes deles.
Com um pouco de treinamento podem tornar-se cientes.
Previsíveis quando as crenças subjacentes são identificadas.
Estamos usualmente mais cientes da emoção associada.
Podem estar em uma forma verbal, visual (imagens) ou em ambas.
Podem estar em uma forma abreviada (ex: “Oh, não!”; “Droga”).
Surgem espontaneamente e não são embasados em reflexão ou deliberação.
São aceitos como verdadeiros, sem reflexão ou avaliação.
Agrupamentos de Crenças
Judith Beck (2013) propôs que as crenças nucleares disfuncionais
podem ser:
1. Crenças nucleares de desamparo: sobre ser impotente, frágil,
vulnerável, carente, desamparado, necessitado.
2. Crenças nucleares de desamor: sobre ser indesejável, incapaz
de ser gostado, incapaz de ser amado, sem atrativos,
imperfeito, rejeitado, abandonado, sozinho.
3. Crenças nucleares de desvalor: sobre ser incapaz,
incompetente, inadequado, ineficiente, falho, defeituoso,
enganador, fracassado, sem valor.
Crenças intermediárias
São o segundo nível de cognição criado por Beck em seu
modelo: são regras e os pressupostos criados pelo indivíduo
para que ele possa conviver com s ideias absolutas, negativas
e não adaptativas, que tem a seu respeito.
Funcionam como um mecanismo de sobrevivência que o
auxiliam a lidar e a se proteger da ativação extremamente
dolorosa das suas crenças nucleares.
Crença Intermediária
As crenças centrais influenciam o desenvolvimento de uma classe
intermediária de crenças que consiste em atitudes, regras e suposições.
Por exemplo:
• Atitude: “É horrível ser incompetente”.
• Regras/expectativas: “Eu devo trabalhar o mais arduamente que puder
o tempo todo”.
• Suposição: “Se eu trabalhar o mais arduamente que puder, posso ser
capaz de fazer algumas coisas que as outras pessoas.
Beck S., Judith. Terapia Cognitiva Teoria e Prática (2013)
Crenças nucleares
Crenças nucleares (crenças centrais) são o terceiro e mais profundo nível de
cognição e tem sua origem nas experiências infantis.
Têm uma forma absoluta , negativa, rígida e inflexível sobre o que o indivíduo
pensa sobre si; são mais difíceis de ser acessadas e modificadas; resultam da
interação da natureza genética do indivíduo e de sua hipersensibilidade pessoal à
rejeição , ao abandono, à oposição , às dificuldades inerentes de estar vivo e de
componentes externos do seu ambiente, que podem reforçar ou atenuar fatores
positivos e negativos da natureza geneticamente determinada do indivíduo.
Crença Central (crença nuclear)
• Começando na infância, as pessoas desenvolvem determinadas crenças
sobre si mesmas, outras pessoas e o mundo.
• Essas crenças centrais são entendimentos tão profundos que as pessoas
frequentemente não os articulam, sequer para si mesmas.
• Essas ideias são consideradas pela pessoa como verdades absolutas,
exatamente o modo como elas “são”.
• A pessoa tende a focalizar seletivamente informações que confirmam a
crença central, desconsiderando ou descontando informações que são
contrárias. Desse modo, ele mantém a crença mesmo que ela seja
imprecisa e disfuncional.
Beck S., Judith. Terapia Cognitiva Teoria e Prática (2013)
Estratégias Cognitivas
1º 
Identificar 
Cognições 
Disfuncionais.
2º 
Modificar
Cognições 
Disfuncionais.
Erros Cognitivos
• Os Erros Cognitivos são tipos específicos de Pensamentos
Automáticos/Cognições Disfuncionais.
• Eles acontecem por DistorçõesCognitivas de lógica e resultam
geralmente em sofrimento emocional ou prejuízo comportamental.
Erros Cognitivos
Sou um desastrado, sempre 
me machuco...
Tomar um simples evento e generalizá-lo como algo padronizado que ocorrerá 
sempre e em todas as situações. Ex.: “ Se eu me sair mal nessa apresentação, vou 
me sair mal em todas as outras”.
Generalização
Erros Cognitivos
Nunca consigo 
carregar tudo....
Tendência a interpretar experiências em termos de categorias opostas polarizadas, 
tipo: tudo/nada; sempre/nunca; certo/errado. Ex.: “ Sou um fracasso total, nunca
vou conseguir”, “Nascemos sortudos ou azarados”.
Pensamento 
Dicotômico
Erros Cognitivos
Todos vão pensar que 
sou ansiosa....
Antecipar negativamente, sem provas, o que os outros vão pensar. Ex.: “Ele está 
insatisfeito com meu desempenho.”
Leitura de 
Pensamento
Erros Cognitivos
Eu deveria ter me 
preparado melhor para a 
negociação
Criação de regras rígidas para si e para os outros. “Eu deveria”  Gera culpa, auto-decepção e 
vergonha. “Os outros deveriam”  Gera raiva e decepção. Dever x Prazer. Ex.: “ Eu tenho que 
me sair bem; Eu devo estudar mais.”
Ditadura dos 
Deveria
Erros Cognitivos
Tenho uma 
péssima dicção
Quando magnificamos os resultados de um evento negativo. Ex.: “Tenho uma 
péssima dicção” (após um leve gaguejar).
Maximização do 
Negativo
Ah... Vaamos
Iniciar...
Erros Cognitivos
Não consigo fazer 
um bom trabalho!
Desvalorizar ou não dar a devida atenção a algo importante ou positivo. Reduzir a 
importância de suas realizações e qualidades. Ex: “Sou um péssimo arquiteto” (após 
vários elogios e a assinatura do contrato). 
Minimização 
do Positivo
Após um excelente 
trabalho...
Erros Cognitivos
Está todo mundo 
dormindo na minha 
apresentação...
Tendência a focalizar um único detalhe, retirado de um contexto, ignorando outros
aspectos importantes. Conceber a totalidade de uma dada experiência com base
em apenas um único fragmento.
Abstração 
Seletiva
Após perceber um único 
indivíduo dormindo.
Erros Cognitivos
Repetir ideias perturbadoras. Isso faz com que essas ideias adquiram força e
aumentem.
Ruminação
Eu não vou 
conseguir...
Eu não vou 
conseguir...
Eu não vou 
conseguir...
Erros Cognitivos
A pessoa se vê como a única responsável pelo que acontece.
Personalização
O trabalho ficou 
péssimo...
Sou o único 
culpado...
Erros Cognitivos
A pessoa se vê como a única responsável pelo que acontece.
Personalização
O trabalho ficou 
péssimo...
Sou o único 
culpado...
Correção: Considerar os motivos dos outros e os fatores externos. Não seja 
onipotente. Você não é o único responsável pelos eventos.
Como posso auxiliar meu paciente 
na solução de seus erros 
cognitivos?
A terapia cognitiva criada por Beck está
baseada mais do que nos fatos em si.
A forma como o individuo interpreta os
fatos , influencia na forma como ele se
sente e se comportará na vida.
Pensamentos negativos
A terapia cognitiva de Beck evoluiu a partir das observação clínica e de
testes experimentais dessa forma de pensar peculiarmente negativa
dos pacientes.
Conceitualização cognitiva 
(ou conceituação cognitiva) 
É a habilidade clínica mais importante que o terapeuta cognitivo
precisa dominar para um planejamento adequado e para a eficácia do
tratamento.
É o mapa que permite a compreensão de como o paciente se
estruturou para sobreviver e como se protegeu de suas crenças
negativas e do ambiente aversivo.
Elementos fundamentais
1. Diagnóstico clínico do paciente;
2. Identificação de pensamentos automáticos, sentimentos e condutas frente a diferentes situações do
cotidiano que mobilizem afeto e que tenham significado importante para a pessoa;
3. Crenças nucleares e intermediárias;
4. Estratégias compensatórias de conduta que o indivíduo utiliza para evitar ter acesso a suas crenças
negativas;
5. Dados relevantes da história do paciente que contribuíram para formação ou fortalecimento destas.
Fatores de sucesso
Como em qualquer abordagem, uma
relação terapêutica sólida e empática e
uma avaliação diagnóstica cuidadosa
são elementos fundamentais para o
sucesso do tratamento.
Um paciente está em condição de estimulação
aversiva ao começar um tratamento.
Se o terapeuta demonstra, de modo direto ou
indireto , geralmente de modo verbal, ser capaz
de modificar aquele sofrimento, tem início a
construção de uma relação reforçadora entre o
cliente e seu terapeuta.
Como?
Trata-se de estabelecer um
relacionamento de escuta não punitiva,
que permita a livre expressão do cliente,
o relato isento de censura de aspectos
clinicamente relevantes.
A linha do tempo do problema 
A queixa é ponto de partida para o entendimento dos problemas do paciente.
O terapeutas nas primeiras sessões dedica-se a favorecer que o paciente
experiencie alguma redução do sofrimento que o motivou a buscar auxílio
profissional.
Cabe, pois, ao psicólogo examinar as circunstâncias que precederam a consulta,
avaliar as maneiras de perceber o problema e delimitá-lo, atribuindo a sinais e
sintomas sua significação adequada.
É um problema, quando há angústia (importante saber também desde quando é
um problema).
O tratamento irá envolver: 
1. Avaliação, identificação de problemas, delimitação de um foco
2. Conceitualização, elaborada de forma colaborativa com o paciente
3. Intervenções para diminuir a frequência e a intensidade de pensamentos automáticos negativos
e ruminações
4. Identificação , questionamento e revisão de pensamentos automáticos negativos
5. Identificação e questionamento de regras e suposições, visando buscar e testar alternativas para
reduzir a vulnerabilidade do indivíduo
6. Prevenção de recaída
Resumo
1. Primeira fase – enfatiza-se a definição da estratégia de intervenção, ou seja, a
conceitualização cognitiva do paciente e de seus problemas, a definição das metas
terapêuticas e do planejamento do processo de intervenção.
2. Segunda fase – o terapeuta objetiva a normalização das emoções do paciente para
promover a motivação do paciente para o trabalho terapêutico e sua vinculação ao
processo.
3. Terceira fase – o terapeuta enfatiza a intervenção em nível estrutural, ou seja, o
desafio das crenças e esquemas disfuncionais, objetivando e promovendo a
reestruturação cognitiva.
4. Quarta fase – onde promove-se, através de várias técnicas, a assimilação e
generalização dos ganhos terapêuticos, bem como a prevenção de recaídas.
Antes da 
abordagem e das 
técnicas...
A PESSOA! 
Bem vindos a TCC 
O caso Rosângela 
Preencha a 
conceitualização
cognitiva do caso, de 
acordo com a TC.

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