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HISTÓRICOS E PRESSUPOSTOS 
DA TERAPIA COGNITIVO-
COMPORTAMENTAL
2
Aline Monique Carniel
São Paulo
Platos Soluções Educacionais S.A 
2022
 HISTÓRICOS E PRESSUPOSTOS DA TERAPIA 
COGNITIVO-COMPORTAMENTAL
1ª edição
3
2022
Platos Soluções Educacionais S.A
Alameda Santos, n° 960 – Cerqueira César
CEP: 01418-002— São Paulo — SP
Homepage: https://www.platosedu.com.br/
Head de Platos Soluções Educacionais S.A
Silvia Rodrigues Cima Bizatto
Conselho Acadêmico
Alessandra Cristina Fahl
Camila Braga de Oliveira Higa
Camila Turchetti Bacan Gabiatti
Giani Vendramel de Oliveira
Gislaine Denisale Ferreira
Henrique Salustiano Silva
Mariana Gerardi Mello
Nirse Ruscheinsky Breternitz
Priscila Pereira Silva
Tayra Carolina Nascimento Aleixo
Coordenador
Camila Turchetti Bacan Gabiatti
Revisor
Mariane Ricardo Acosta Lopez Molina
Editorial
Beatriz Meloni Montefusco
Carolina Yaly
Márcia Regina Silva
Paola Andressa Machado Leal
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)_____________________________________________________________________________ 
Carniel, Aline Monique
Histórico e pressupostos da terapia cognitivo- 
comportamental / Aline Monique Carniel. – São Paulo: 
 32 p.
ISBN 978-65-5356-146-5
1. Terapia cognitivo-comportamental. 2. Histórico. 
3. Psicologia. I. Título. 3. Técnicas de speaking, listening e 
writing. I. Título. 
CDD 150
_____________________________________________________________________________ 
 Evelyn Moraes – CRB: 010289/O
C289h 
© 2022 por Platos Soluções Educacionais S.A.
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou 
transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo 
fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de 
informação, sem prévia autorização, por escrito, da Platos Soluções Educacionais S.A.
https://www.platosedu.com.br/
4
SUMÁRIO
Apresentação da disciplina __________________________________ 05
Bases filosóficas e históricas da Terapia Cognitivo-
Comportamental _____________________________________________ 07
As características definidoras da Terapia Cognitivo-
Comportamental _____________________________________________ 18
Pensamentos automáticos, crenças intermediárias e centrais 
disfuncionais _________________________________________________ 30
Esquemas e erros cognitivos _________________________________ 41
HISTÓRICOS E PRESSUPOSTOS DA TERAPIA 
COGNITIVO-COMPORTAMENTAL
5
Apresentação da disciplina
Nesta disciplina, você poderá conhecer mais sobre uma das abordagens 
da Psicologia, a Terapia Cognitivo-Comportamental, que abordagem 
apresenta uma forma de compreender o funcionamento cognitivo das 
pessoas, e como as cognições influenciam os pensamentos, sentimentos 
e comportamentos humanos. 
Suas ideias têm origem em correntes filosóficas sobre a percepção, que 
defendiam que as experiências alteravam a forma como os indivíduos 
interpretavam os acontecimentos. Além das bases filosóficas, também 
ganhou contribuições de diversas bases teóricas, que subsidiaram 
conhecimentos como a importância da consciência, das emoções, do 
comportamento e da relação terapêutica. 
As pesquisas iniciais de Aaron T. Beck sobre os transtornos depressivos, 
que proporcionaram o início da Terapia Cognitivo-Comportamental, 
serão apresentadas para maior compreensão dos dados científicos 
que fortaleceram essa abordagem. Serão explorados os princípios e 
conceitos defendidos pela Terapia Cognitivo-Comportamental, como 
o modelo cognitivo, a tríade cognitiva, as distorções cognitivas, os 
pensamentos automáticos, as crenças intermediárias e centrais. 
6
Será possível compreender como esses conceitos contribuem para a 
compreensão do paciente em psicoterapia, e como podem ser aplicados, 
a fim de proporcionar melhora da saúde mental e qualidade de vida 
dos pacientes. Convidamos você a conhecer mais sobre como a Terapia 
Cognitivo-Comportamental pode contribuir para sua prática profissional.
Bons estudos!
7
Bases filosóficas e históricas 
da Terapia Cognitivo-
Comportamental
Autoria: Aline Monique Carniel
Leitura crítica: Mariane Lopez Molina
Objetivos
• Apresentar as bases filosóficas que influenciaram 
o desenvolvimento da Terapia Cognitivo-
Comportamental.
• Oferecer informações sobre as teorias que 
fundamentaram os conceitos da Terapia Cognitivo-
Comportamental.
• Proporcionar o conhecimento das diversas Terapias 
Cognitivo-Comportamentais da atualidade.
8
1. O desenvolvimento científico da Psicologia
A história da construção do conhecimento ganhou uma nova perspectiva 
a partir do ano de 1637, quando René Descartes publicou seu discurso 
sobre o método científico. Esse discurso foi considerado como um 
marco para a ciência, pois a partir de sua elaboração começaram a ser 
construídos princípios que regiam o desenvolvimento das teorias.
Essas premissas estenderam-se aos mais diversos saberes, incluindo 
a Psicologia, considerada a área de estudos sobre a psique, entendida 
como a alma ou a mente humana. Construída a partir dos princípios 
técnicos, éticos e científicos, essa ciência responsável por compreender 
fenômenos complexos pautou-se em diversas correntes filosóficas que 
iniciaram investigações sobre o pensamento humano.
Diversos estudiosos e pesquisadores trabalharam na compreensão da 
mente humana. Essas investigações geraram uma multiplicidade de 
conceitos sobre a psique, que resultaram em diversas linhas teóricas 
sobre as possíveis formas de tratamentos de saúde mental. Entre essas 
abordagens teóricas está a Terapia Cognitivo-Comportamental, área que 
será apresentada e discutida ao longo desse texto.
2. Bases filosóficas e teóricas da Terapia 
Cognitivo-Comportamental
A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) é considerada uma 
abordagem teórica da Psicologia, que estuda como as percepções 
humanas são construídas e repercutem na elaboração dos pensamentos 
e comportamentos dos indivíduos. Investiga como essas relações 
influenciam a personalidade das pessoas, suas motivações, seus sonhos 
e suas atitudes, bem como o adoecimento emocional.
9
Atualmente, a Terapia Cognitivo-Comportamental é uma abordagem 
psicológica consolidada. Possui eficácia comprovada através de 
trabalhos científicos para o tratamento de diversos transtornos mentais. 
Além disso, seus métodos e suas técnicas estão apoiados em conteúdos 
teóricos sólidos, testados constantemente por pesquisas de atualização 
de sua aplicabilidade (OLIVEIRA, 2019; REYES; FERMANN, 2017).
Wright, Basco e Thase (2008, p. 15) descreveram: “A prática clínica da 
terapia cognitivo-comportamental (TCC) baseia-se em um conjunto 
de teorias bem-desenvolvidas que são usadas para formular planos 
de tratamento e orientar as ações do terapeuta”. Essa definição não 
remete somente à observação das diversas técnicas desenvolvidas 
para o tratamento dos transtornos mentais mas também para as 
bases filosóficas e teóricas que fortaleceram a Terapia Cognitivo-
Comportamental, desde sua criação até os dias atuais.
O estoicismo, corrente filosófica desenvolvida na Grécia Antiga por 
filósofos que viveram antes de Cristo, traz importantes conceitos para 
a Terapia Cognitivo-Comportamental. Os estoicos acreditavam que a 
forma como as pessoas interpretavam as situações e se comportavam 
diante delas revelava mais do que suas próprias palavras. Assim, o 
desenvolvimento do autocontrole era considerado como uma habilidade 
necessária para superar as emoções destrutivas (EPICTETUS, 1991).
Zenão de Cítio (333-263 a.C.) defendia que as emoções eram capazes 
de produzir julgamentos enganosos, que contradiziam a virtude da 
natureza humana. Epíteto (50-138 d.C.) discorreu sobre como as atitudes 
poderiam influenciar a felicidade do homem, por sua vez, as atitudes 
dependiam da percepção dos indivíduos sobre o mundo (EPICTETUS, 
1991).
A filosofia e a religião taoísta, em seus ensinamentos, enfatizavamque 
se voltar para a consciência proporcionava um encontro com o caminho 
da natureza, produzindo uma relação harmoniosa e serena com o 
10
mundo. Dessa forma, agir de acordo com a natureza permitiria apreciar 
a vida, em vez de forçá-la a ser o que não é.
O budismo também representou uma fonte importante desses 
princípios, pois a concepção de serenidade estava intrinsecamente 
relacionada às reações das pessoas diante da vida. Por isso, concentrar-
se na vivência do momento atual e nas relações presentes possibilitaria 
exercer mudanças sobre o futuro (DALAI LAMA, 1999).
As correntes teóricas sobre o papel da consciência, desenvolvidas 
por filósofos modernos durante os séculos XIX e XX, foram de suma 
importância para a compreensão da cognição humana. As premissas de 
Immanuel Kant contemplavam a influência da razão sobre as sensações, 
que formavam as percepções responsáveis por compor o conhecimento. 
Karl Jaspers pensava sobre os elos entre a existência e a razão, em 
que todo o conhecimento existente poderia ser compreendido como a 
verdade (KNAPP; BECK, 2008).
Martin Heidegger concentrou-se em compreender a existência humana. 
Para ele, a forma do homem existir no mundo poderia ser alterada pelas 
pressões do ambiente, fazendo-o afastar-se de si mesmo. Por outro 
lado, a angústia existencial poderia aproximá-lo de seu próprio ser.
Viktor Frankl ponderou que encontrar um propósito e assumir a 
responsabilidade sobre ele faz o ser humano atribuir sentido à sua vida 
(KNAPP; BECK, 2008). Todos esses filósofos demonstraram em suas 
teorias como a premissa de que a consciência rege as cognições e ações 
humanas é fundamental para a compreensão do comportamento e da 
existência humana, como representado na Figura 1.
11
Figura 1 - Correntes filosóficas sobre a consciência
Fonte: elaborada pela autora.
Assim como outras abordagens da Psicologia, a Terapia Cognitivo-
Comportamental sofreu influência de diversas bases teóricas, que 
compõem a construção de seus conhecimentos. Assim, é possível 
compreender que essa abordagem está embasada no conhecimento 
científico desenvolvido ao longo dos anos. A evolução desse saber 
pautado em estudos sólidos e empiricamente testados possibilitou a 
oferta de práticas psicológicas seguras e eficazes, como apresentado na 
Tabela 1.
Tabela 1 - Principais contribuições para o desenvolvimento da 
Terapia Cognitivo-Comportamental
Teoria Teórico Fundamentos Contribuições para a TCC
Terapia Centrada na 
Pessoa Carl Rogers
Aceitação do cliente e no ques-
tionamento amigável.
Relacionamento terapêu-
tico colaborativo.
12
Teoria do Apego John Bowlby
Os laços estabelecidos na 
infância influenciam a autoper-
cepção do indivíduo. O apego 
seguro, permite que a criança 
amplie sua capacidade emo-
cional e cognitiva, baseada em 
modelos funcionais. 
Conceituação cognitiva, 
avaliação dos dados 
relevantes da infância e 
das relações de afeto e 
proteção.
Teoria das Emoções Richard Lazarus
Os acontecimentos desenca-
deiam pensamentos que, por 
sua vez, acionam respostas 
fisiológicas e emocionais.
Compreensão da relação 
entre situação, pensa-
mentos, emoções e com-
portamentos.
Epistemologia Ge-
nética Jean Piaget
A representação do mundo é 
formada por esquemas que 
armazenam as experiências e 
auxiliam a interpretação e or-
ganização das informações do 
ambiente. 
Construção dos conheci-
mentos a partir de esque-
mas.
Alternativismo 
Construtivo George Kelly
As pessoas constroem sua 
realidade de forma particular, 
avaliando as situações de ma-
neira diferente umas das ou-
tras. Dessa forma, criam suas 
próprias teorias para com-
preender os eventos da vida. 
Diferença entre as esco-
lhas de cada indivíduo.
Psicologia do De-
senvolvimento Indi-
vidual 
Alfred Adler
As principais necessidades hu-
manas são identificadas como 
receber atenção e desejo de 
poder. Quando esses anseios 
não são atendidos, aparecem 
os complexos de inferioridade, 
que geram conflitos para as 
relações interpessoais.
Necessidade de relacio-
namentos funcionais para 
o desenvolvimento de 
crenças nucleares saudá-
veis.
Teoria de Aprendi-
zagem Social Albert Bandura
A aprendizagem acontece a 
partir da interação entre os 
sujeitos, seus comportamentos 
(determinados pelos aspectos 
cognitivos) e o ambiente social.
Entendimento do senso 
de autoeficácia, motiva-
ção, aprendizagem e ma-
nutenção das relações.
Fonte: elaborada pela autora.
13
3. Início e desenvolvimento da Terapia 
Cognitivo-Comportamental
Aaron Temkin Beck é considerado o pai da Terapia Cognitivo-
Comportamental. A partir de sua formação em Psiquiatria, utilizava 
técnicas da psicanálise para tratar seus pacientes com transtornos 
de humor. Iniciou, no final da década de 1950, sua dedicação às 
pesquisas científicas, com o intuito de comprovar a eficácia das técnicas 
psicanalíticas através do método científico (BECK, 2013).
Ele desejava apresentar como os conteúdos dos sonhos de pacientes 
deprimidos estavam relacionados à hostilidade. Para tanto, dividiu os 
pacientes em dois grupos: (1) com diagnóstico de transtorno depressivo 
e (2) emocionalmente saudáveis. Ao iniciar a análise dos sonhos, 
percebeu que o grupo de pacientes com transtornos depressivos, ao 
invés de apresentarem hostilidade em seus sonhos, mencionavam 
conteúdos de fracasso, dificuldades e perdas.
Ao atender esse grupo de pacientes em sessões de associação livre, 
percebeu que as associações sobre fracasso, dificuldade e perdas 
também estavam presentes em seus discursos. Além disso, conseguiu 
identificar que faziam rápidas definições negativas sobre si mesmo. 
Ao ajudar os pacientes a identificar essas definições e ressignificá-las, 
notou melhora significativa dos sintomas depressivos. Assim, conseguiu 
descrever o que chamou de pensamentos automáticos, que interferiam 
na forma como as pessoas se sentiam. Beck (2013) transmitiu esses 
conhecimentos aos seus residentes de Psiquiatria, os quais, ao 
aplicarem a mesma técnica, encontraram resultados semelhantes com 
seus pacientes.
Após alguns anos, Beck iniciou, junto a John Rush, um estudo, com o 
objetivo de demonstrar a eficácia da Terapia Cognitivo-Comportamental. 
Compararam o tratamento para Transtorno Depressivo Maior utilizando 
a imiprimina (medicamento antidepressivo) em um grupo e a Terapia 
14
Cognitivo-Comportamental em outro grupo, obtendo resultados eficazes 
em ambos os grupos. Esses resultados fortaleceram o desenvolvimento 
da Terapia Cognitivo-Comportamental e, dois anos após sua publicação, 
em 1977, escreveram o primeiro manual de Terapia Cognitivo-
Comportamental. No entanto, muitos trabalhos ainda precisavam ser 
conduzidos para ampliar a compreensão dos tratamentos cognitivo-
comportamentais a outros transtornos mentais.
Ao analisar os transtornos ansiosos, Beck e colaboradores identificaram 
que as pessoas com ansiedade faziam avaliações catastróficas das 
situações, que ocasionavam comportamentos de fuga e esquiva diante 
dos eventos temidos. Por isso, ao reestruturarem os pensamentos 
de pacientes ansiosos para formas mais realistas e fortalecerem seus 
recursos internos para enfrentar as situações, verificaram melhora 
significativa dos sintomas ansiosos.
Desde a criação da Terapia Cognitivo-Comportamental, suas técnicas 
são aprimoradas constantemente, adequando-se ao tratamento 
dos diversos transtornos mentais, ao fortalecimento de recursos de 
enfrentamento, às habilidades sociais e de solução de problemas. 
Atualmente, os conhecimentos desenvolvidos no campo cognitivo e 
comportamental são divididos em três ondas, ou seja, três períodos 
diferentes, que marcaram o surgimento das Terapias Cognitivo-
Comportamentais (KNAPP; BECK, 2008).
A década de 1950 marcou a primeira onda das Terapias Cognitivo-
Comportamentais. Nesse período, destacava-se a utilização das técnicas 
desenvolvidas por Ivan Pavlov para modificar os comportamentos 
a partir do condicionamento clássico. Mais tarde, os conceitos de 
Burrhus Frederic Skinnertambém foram utilizados para alterar os 
comportamentos, sob a ótica do condicionamento operante (KNAPP; 
BECK, 2008).
15
A segunda onda iniciou-se a partir da década de 1960, com o 
desenvolvimento da Terapia Racional Emotiva Comportamental, de 
Albert Ellis, e da Terapia Cognitiva (atualmente denominada Terapia 
Cognitivo-Comportamental), proposta por Aaron Beck. A Terapia 
Racional Emotiva Comportamental defendia que os pensamentos 
ocorrem baseados em crenças racionais e irracionais. As crenças 
irracionais produziam reações emocionais prejudiciais à saúde 
mental e aos comportamentos. Enquanto isso, a Terapia Cognitivo-
Comportamental está baseada no modelo cognitivo, cujo processamento 
cognitivo, realizado diante dos eventos cotidianos, está associado às 
reações emocionais e às ações do ser humano (KNAPP; BECK, 2008).
Os anos de 1990 marcaram o surgimento da terceira onda das Terapias 
Cognitivo-Comportamentais, com terapias direcionadas ao tratamento 
de fenômenos específicos, enfatizando as abordagens contextuais e os 
modelos de intervenção. Alguns exemplos dessas teorias são descritos 
na Tabela 2.
Tabela 2 - Terapias Cognitivo-Comportamentais da terceira onda
Teoria Teórico Fundamentos
Terapia de Solução de 
Problemas
Thomas J. D’Zurilla e 
Marvin Goldfried
Busca treinar competências para que as 
pessoas possam lidar com os problemas de 
forma mais saudável, enfrentando as adver-
sidades da vida.
Construtivismo Michael Mahoney
Considera os indivíduos como agentes ativos 
na construção dos conceitos sobre o mundo, 
utilizando suas hipóteses para interpretá-lo. 
Terapia de Modificação 
Cognitivo-Comportamental Donald Meichenbaum
Identifica o impacto das falas de uma pessoa 
para si mesma, sobre seus comportamentos. 
16
Terapia de Processamento 
Cognitivo 
Patricia A. Resick e 
Monica K. Schnicke
Auxilia a percepção dos sintomas e das inter-
pretações provocadas por um trauma, para 
manejar esses efeitos a partir da conscienti-
zação.
Ativação Comportamental Peter Lewinsohn e co-laboradores
Estimula a realização de atividades impor-
tantes para a melhora cognitiva, desde ati-
vidades prazerosas até o enfrentamento de 
situações aversivas.
Terapia Comportamental 
Dialética Marsha Linehan
Ensina o paciente a regular suas emoções e 
seus impulsos, reduzindo os comportamen-
tos desadaptativos.
Terapia de Aceitação e 
Compromisso 
Steven C. Hayes e co-
laboradores
Identifica as sensações emocionais desagra-
dáveis e estimula a aceitação dessas rea-
ções e como significá-las de forma saudável. 
Terapia Analítica Funcional Robert Kohlenberg e Mavis Tsai
Trabalha a mudança dos comportamentos 
desadaptativos na relação terapêutica, a fim 
de estendê-la para a vida do paciente. 
Fonte: elaborada pela autora.
Diante do exposto, conclui-se que a Terapia Cognitivo-Comportamental 
é uma abordagem da Psicologia fundamentada em conhecimentos 
filosóficos e teóricos, além de ser desenvolvida a partir de pesquisas 
científicas que testaram a aplicabilidade de sua prática. Esse rigor 
metodológico e científico mantém-se ao longo dos anos, caracterizado 
pelos diversos estudos de atualização e desenvolvimento de novas 
vertentes cognitivo-comportamentais.
Referências
BECK, J. S. Terapia cognitivo-comportamental: teoria e prática. 2. ed. Porto Alegre, 
RS: Artes Médicas, 2013. 348 p.
DALAI LAMA. Ethics for the New Millennium. New York: Riverhead Books, 1999.
EPICTETUS. Enchiridion. New York: Prometheus Books, 1991.
17
KNAPP, P.; BECK, A. T. Fundamentos, modelos conceituais, aplicações e pesquisa da 
terapia cognitiva. Braz. J. Psiquiatria, v. 30, p. s54-s64, 2008.
OLIVEIRA, A. C. Eficácia da terapia cognitivo comportamental no tratamento da 
depressão: revisão integrativa. Rev. bras. ter. cogn., Rio de Janeiro, v. 15, n. 1, p. 29-
37, jun. 2019.
REYES, A. N.; FERMANN, I. L. Eficácia da terapia cognitivo-comportamental no 
transtorno de ansiedade generalizada. Rev. bras. ter. cogn., Rio de Janeiro, v. 13, n. 
1, p. 49-54, jun. 2017.
WRIGHT, J. J.; BASCO, M. R.; THASE, M. E. Aprendendo a Terapia Cognitivo-
Comportamental. Porto Alegre, RS: Artes Médicas, 2008. 224 p.
18
As características definidoras 
da Terapia Cognitivo-
Comportamental 
Autoria: Aline Monique Carniel
Leitura crítica: Mariane Lopez Molina
Objetivos
• Apresentar os princípios utilizados pela Terapia 
Cognitivo-Comportamental para o tratamento de 
transtornos mentais.
• Promover a compreensão do modelo cognitivo e sua 
influência para as ações humanas.
• Capacitar os alunos para a construção da 
conceituação cognitiva e compreensão do paciente 
de acordo com a Terapia Cognitivo-Comportamental.
19
1. As características da Terapia Cognitivo-
Comportamental
A Terapia Cognitivo-Comportamental é uma abordagem da Psicologia, 
desenvolvida através de estudos científicos que comprovaram sua 
efetividade e aprimoraram seus princípios de tratamento para os 
mais diversos transtornos mentais. Os fundamentos observados pelos 
terapeutas cognitivo-comportamentais possibilitam a aplicação correta 
dos conceitos e das técnicas dessa abordagem.
O modelo cognitivo é considerado um dos elementos centrais da Terapia 
Cognitivo-Comportamental, visto que é o responsável por explicar como 
e por que os comportamentos acontecem. A conceituação cognitiva atua 
como um guia para o terapeuta, pois permite o entendimento de como 
os pensamentos são formados e se mantêm ao longo do tempo, além 
de demonstrar suas relações com as ações humanas.
Nesse texto, serão apresentados conceitos, como os fundamentos da 
Terapia Cognitivo-Comportamental, o modelo cognitivo e a conceituação 
cognitiva. O conhecimento desses temas é imprescindível para a 
aplicabilidade das técnicas cognitivo-comportamentais em psicoterapia.
2. Princípios da Terapia Cognitivo-
Comportamental
Durante o desenvolvimento da Terapia Cognitivo-Comportamental, 
foram desenvolvidos dez princípios fundamentais, que compõem as 
principais características desse modelo de psicoterapia. Ressalta-se que 
cada paciente é único e, por isso, deverá receber o tratamento adequado 
para suas questões pessoais. No entanto, esses princípios não alteram 
as particularidades dos tratamentos e podem ser aplicados de forma 
geral nos atendimentos cognitivo-comportamentais. A seguir, serão 
20
apresentados os dez princípios da Terapia Cognitivo-Comportamental, 
segundo Judith Beck (2013):
 1. Importância do vínculo terapêutico sólido entre o profissional 
e o paciente.
A Terapia Cognitivo-Comportamental preza pelo relacionamento 
acolhedor, empático e ético entre terapeuta e paciente, a fim de que 
se estabeleça um espaço seguro e confiável para a elaboração dos 
conteúdos da psicoterapia.
 2. Compreensão do paciente como agente ativo do processo 
terapêutico.
Durante o tratamento, a Terapia Cognitivo-Comportamental visa 
estimular o paciente a assumir o compromisso com seu progresso, 
valorizando sua participação durante as sessões na escolha dos 
problemas que serão abordados. Com a evolução do paciente durante 
as sessões, ele também é encorajado a formular conclusões sobre 
os tópicos abordados durante os atendimentos, planejar de forma 
colaborativa os exercícios de casa, identificar e reestruturar suas 
distorções.
 3. Prioridade das questões atuais do paciente.
O foco principal da Terapia Cognitivo-Comportamental é trabalhar os 
problemas atuais e as situações do presente, a fim de produzir bons 
resultados no “aqui e agora”. Todavia, quando o enfoque atual provoca 
riscos à aliança terapêutica ou quando há dificuldades de reestruturação 
do presente, os momentos passados podem ser considerados sem que 
haja prejuízo para o tratamento.
 4. Identificação de objetivos e metas a serem atingidos.
Durante as primeiras sessões, os pacientes, junto ao terapeuta, elegem 
quais serão os tópicos trabalhados. Isso permite que o tratamento seja 
21
direcionado para a solução de problemas e que seus benefícios sejam 
notados pelo paciente.
 5. Capacitar o pacientepara compreender o modelo cognitivo.
No início do tratamento, o terapeuta utilizará o modelo cognitivo 
para analisar as atitudes e o humor dos pacientes, elencando 
seus pensamentos automáticos e contribuindo para que sejam 
ressignificados. Com o avanço do tratamento, o terapeuta compartilha 
seus conhecimentos sobre os padrões de pensamentos do paciente, 
auxiliando a compreensão, a avaliação e a mudança de cognições.
 6. Estruturação das sessões.
Ao seguir um roteiro em suas consultas, a Terapia Cognitivo-
Comportamental busca aumentar a eficiência e o aproveitamento das 
sessões. Essa estrutura, não tem como objetivo tornar o tratamento 
rígido e inflexível, mas, sim, manter os progressos terapêuticos. Essas 
etapas estão descritas na Figura 1.
22
Figura 1 - Estrutura das sessões na Terapia 
Cognitivo-Comportamental
Fonte: adaptada de Rangé (2011).
 7. Estimular a independência e a prevenção de recaídas
A psicoeducação é uma técnica amplamente utilizada pela Terapia 
Cognitivo-Comportamental. Através dela, o paciente é esclarecido sobre 
suas cognições, seus sentimentos e seus comportamentos, aprende a 
identificá-los e reestruturá-los quando necessário. O conhecimento das 
cognições habilita o paciente a reconhecer suas fragilidades e procurar 
ajuda, prevenindo recaídas.
23
 8. Duração por tempo determinado.
A Terapia Cognitivo-Comportamental, ao priorizar a solução de 
problemas e a educação do paciente, para que ele mesmo aprenda a 
reestruturar seus pensamentos e suas crenças disfuncionais, permite 
limitar a duração da psicoterapia. Isto porque, quando o terapeuta 
contribui para a solução das questões do paciente e o ensina a lidar 
com futuros acontecimentos, alcança o principal objetivo da Terapia 
Cognitivo-Comportamental: capacitar o paciente para ser seu próprio 
terapeuta. Alguns manuais estipulam que a psicoterapia cognitivo-
comportamental dure de 6 a 14 semanas. Entretanto, essa estimativa 
não deve limitar o terapeuta, visto que pacientes com transtornos 
mentais graves ou crenças muito rígidas necessitarão de mais sessões 
(BECK, 2013).
 9. Utilização de diversas técnicas para reestruturação das 
crenças disfuncionais.
Após compreender os comportamentos e os sentimentos do paciente 
sob a luz do modelo cognitivo, o terapeuta cognitivo-comportamental 
possui uma gama de técnicas que podem ser utilizadas para atuar na 
reestruturação dos pensamentos e na mudança de comportamentos. 
A seleção das técnicas a serem utilizadas dependerá da conceituação 
cognitiva, dos sintomas apresentados, da escolaridade, dos aspectos 
sociais e culturais e da formação técnica do terapeuta.
 10. Formulação contínua da conceituação cognitiva.
Em cada sessão, o terapeuta cognitivo-comportamental deve estar 
atento à elaboração da conceituação cognitiva do paciente. Uma 
vez estruturada, a conceituação torna-se um instrumento para o 
registro de informações, principalmente para o acréscimo de novos 
dados que surgirem ao longo do processo terapêutico. Ela deve 
observar as cognições atuais, os padrões de interpretação, os fatores 
24
que desencadeiam os comportamentos problemáticos e as crenças 
disfuncionais.
3. O Modelo Cognitivo
A Terapia Cognitivo-Comportamental considera o Modelo Cognitivo 
como um conceito central, que explica a ocorrência das emoções e dos 
comportamentos humanos. Propõe que, durante seu desenvolvimento, 
os indivíduos aprendem com o mundo ao seu redor, através de suas 
experiências. Por sua vez, as experiências compõem a compreensão que 
as pessoas têm sobre a vida e as relações.
A construção das percepções de cada sujeito é considerada a explicação 
para a existência de diversas avaliações cognitivas frente a situações 
semelhantes. Por exemplo, ao ouvir a chuva batendo na janela, uma 
pessoa pode sentir calmaria, lembrando-se dos dias de chuva na casa 
de sua avó. Outra pessoa pode sentir medo, ao recordar um acidente 
familiar devido a raios em uma tempestade.
As avaliações construídas a partir das vivências modulam a interpretação 
dos fatos, as emoções e os comportamentos. É importante ressaltar 
que as situações não são os únicos estímulos que desencadeiam as 
avaliações cognitivas, pois as próprias emoções e comportamentos 
estão sujeitos a essa avaliação, como ilustra a Figura 2.
25
Figura 2 - Modelo Cognitivo-Comportamental Básico
Fonte: adaptada de Beck (2013).
Relembrando o exemplo da pessoa que sente medo ao ouvir a chuva 
batendo na janela, a avaliação da chuva como algo perigoso gera 
o sentimento de medo. Essa emoção pode influenciá-la a emitir 
o comportamento de ligar para os amigos pedindo ajuda. Após o 
ocorrido, a pessoa pode avaliar seu comportamento como um sinal 
de fraqueza, por ter solicitado ajuda para lidar com um simples dia 
chuvoso. Essa nova avaliação pode gerar o sentimento de vergonha e 
o comportamento de afastar-se dos amigos por alguns dias, até que se 
esqueçam do evento.
Apesar de parecer um instrumento simples, o modelo cognitivo 
visa destacar o papel da cognição na vida das pessoas. A partir do 
conhecimento das cognições de cada indivíduo, as técnicas cognitivo-
comportamentais podem ser utilizadas para a reestruturação dos 
pensamentos disfuncionais, assim como para o desenvolvimento de 
26
recursos de enfrentamento, quando estão baseadas em dados de 
realidade (CABALLO, 2011). Neste sentido:
O processamento cognitivo recebe um papel central nesse modelo, porque 
o ser humano continuamente avalia a relevância dos acontecimentos 
internamente e no ambiente que o circunda (p. ex., eventos estressantes, 
comentários ou ausência de comentários dos outros, memórias de eventos 
do passado, tarefas a serem feitas, sensações corporais), e as cognições 
estão frequentemente associadas às reações emocionais. (WRIGHT; 
BASCO; THASE, 2008, p. 17)
A Terapia Cognitivo-Comportamental dedica suas intervenções à 
modificação das cognições distorcidas. Isso não significa que ela 
desconsidere os fatores biológicos, neuronais, endócrinos, as influências 
ambientais e interpessoais na construção das cognições. Por isso, o 
terapeuta cognitivo-comportamental deve ter um olhar multifatorial 
para os indivíduos, compreendo-os como sujeitos biopsicossociais e 
espirituais.
4. Conceituação cognitiva
A conceituação cognitiva é considerada uma ferramenta capaz de 
nortear o terapeuta cognitivo-comportamental na compreensão de seu 
paciente. Através dessa conceituação, é possível assimilar as queixas 
apresentadas na psicoterapia como parte da composição de um todo, 
representado pelos padrões cognitivos.
Os eventos avaliados pelo modelo cognitivo são considerados uma 
parte da conceituação cognitiva. Inicialmente, o modelo cognitivo deve 
ser utilizado para entender os pensamentos automáticos verbalizados 
pelo paciente. Dessa forma, será possível obter informações sobre 
quais foram os pressupostos e as regras que suscitaram pensamentos 
automáticos (NEUFELD; CAVENAGE, 2010).
27
A conceituação cognitiva é iniciada no primeiro dia da psicoterapia, 
e sua formulação se estende durante todo o processo terapêutico. 
Com o progresso do paciente na identificação de suas cognições, os 
motivos mais profundos de seus pensamentos podem ser conhecidos. 
Chamados de crenças centrais, esses motivos explicam a forma como 
as interpretações foram construídas, permitindo a reestruturação das 
avaliações disfuncionais sobre o mundo. A estrutura desse diagrama 
está detalhada na Figura 3.
O principal objetivo da conceituação cognitiva é oferecer ao terapeuta 
subsídios para verificar os sintomas do paciente, encontrar seu 
diagnóstico, conhecer como suas experiências da infância e da vida 
contribuíram para os seus problemas atuais, como ele entende 
aspectos situacionais e interpessoais, quais fatores biológicos, genéticos 
e médicos influenciaram sua formação, quais suas qualidades e 
fragilidades. Essas conclusões podem ser compartilhadas com o 
paciente durante a terapia, observando os princípios da ética, da aliançaterapêutica e o benefício do paciente. Por isso, cabe ao terapeuta tomar 
conhecimento de que:
Em algum momento, você vai compartilhar as partes superior e inferior 
da conceituação, quando o seu objetivo para uma sessão for ajudar 
o paciente a ter uma visão mais ampla das suas dificuldades. Nesse 
momento, você irá examinar verbalmente a conceituação, compartilhar 
uma versão simplificada em uma folha de papel em branco ou (com 
aqueles pacientes que você julgar que irão se beneficiar) apresentar 
um diagrama de conceituação em branco e preenchê-lo com o 
paciente. Sempre que apresentar suas interpretações, você fará isso 
provisoriamente, denominando-as como hipóteses, perguntando ao 
paciente se lhe ‘soa verdadeiro’. As hipóteses corretas geralmente ecoam 
bem no paciente. (BECK, 2013, p. 225)
28
Figura 3 - Conceituação cognitiva
Fonte: adaptada de Beck (2013).
Por fim, a conceituação cognitiva, além de oferecer diversas informações 
importantes para a compreensão do paciente, contribui também para 
29
a definição dos objetivos do tratamento, para a escolha das técnicas 
adequadas nas intervenções e para a avaliação da evolução do paciente.
Portanto, nessa leitura, foram apresentados os princípios que 
fundamentam a Terapia Cognitivo-Comportamental, como a importância 
do vínculo terapêutico entre o profissional e o paciente, o papel ativo 
do paciente durante a terapia, a identificação de objetivos e das 
metas atuais, a utilização de técnicas para reestruturação das crenças 
disfuncionais e o estímulo à independência do paciente e a prevenção 
de recaídas. Conhecer a estrutura da conceituação cognitiva e as 
concepções de pensamentos automáticos, crenças intermediárias 
e crenças centrais é imprescindível para o exercício da Terapia 
Cognitivo-Comportamental, visto que garantem a aplicação correta 
da teoria e aumentam as chances de eficácia dos tratamentos. A 
educação continuada e a atualização constante do terapeuta cognitivo-
comportamental aprimoram sua aptidão, para a utilização desses 
recursos na prática clínica.
Referências
BECK, J. S. Terapia cognitivo-comportamental: teoria e prática. 2. ed. Porto Alegre, 
RS: Artes Médicas, 2013. 348 p.
CABALLO, V. E. Manual para o treinamento cognitivo-comportamental dos 
transtornos psicológicos: transtornos de ansiedade, sexuais, afetivos e psicóticos. 
São Paulo, SP: Santos, 2011.
NEUFELD, C. B.; CAVENAGE, C. C. Conceitualização cognitiva de caso: uma proposta 
de sistematização a partir da prática clínica e da formação de terapeutas cognitivo-
comportamentais. Revista Brasileira de Terapia Cognitiva, Rio de Janeiro, v. 6, n. 
2, p. 3-36, dez. 2010.  
RANGÉ, B. P. Psicoterapias cognitivo-comportamentais: um diálogo com a 
psiquiatria. Porto Alegre, RS: Artes Médicas, 2011.
WRIGHT, J. J.; BASCO, M. R.; THASE, M. E. Aprendendo a Terapia Cognitivo-
Comportamental. Porto Alegre, RS: Artes Médicas, 2008. 224 p.
30
Pensamentos automáticos, 
crenças intermediárias e 
centrais disfuncionais 
Autoria: Aline Monique Carniel
Leitura crítica: Mariane Lopez Molina
Objetivos
• Apresentar o conceito de pensamentos automáticos 
e técnicas para sua identificação.
• Promover a compreensão das crenças 
intermediárias e sua função na conceituação 
cognitiva dos pacientes.
• Capacitar os alunos para identificarem as crenças 
centrais e sua relação com as crenças intermediárias 
e os pensamentos automáticos. 
31
1. Níveis de cognição
A Terapia Cognitivo-Comportamental busca compreender o 
funcionamento cognitivo dos indivíduos. Para tanto, conceitua os 
níveis de cognição, suas características e como eles se relacionam. 
Os pensamentos automáticos são considerados o primeiro nível de 
cognição, influenciam as emoções e os comportamentos e têm origem 
nas crenças que foram desenvolvidas ao longo da vida.
As crenças intermediárias constituem o segundo nível de cognição, 
refletem os pressupostos, as regras e as atitudes que permitem que 
as pessoas convivam de forma adaptativa e produtiva, apesar de suas 
crenças disfuncionais. O terceiro nível de cognição é formado pelas 
crenças centrais. Consideradas como as concepções mais profundas dos 
sujeitos, elas são construídas ao longo da vida e norteiam a ideia que as 
pessoas têm de si mesmas, do futuro e do mundo.
Essa ótica sobre o próprio ser, o futuro e o ambiente ao seu redor é 
chamada de tríade cognitiva. Quando as crenças são disfuncionais, ou 
seja, não são baseadas em dados de realidade, as pessoas podem ter 
uma ideia distorcida sobre seu contexto. Esse texto abordará como o 
terapeuta cognitivo-comportamental pode utilizar esses conceitos para 
a compreensão de seus pacientes e traçar intervenções específicas para 
cada caso ao longo da sua prática clínica.
2. Pensamentos automáticos
Os pensamentos automáticos podem ser definidos como pensamentos 
que acontecem sem a intencionalidade dos sujeitos. Eles ocorrem na 
maior parte do dia em diversas situações e podem coexistir com outros 
pensamentos. São breves, espontâneos e sem reflexão prévia, por isso, 
32
tendem a passar despercebidos e não são identificados ou questionados 
(NEUFELD; CAVENAGE, 2010).
Geralmente, as pessoas possuem facilidade para reconhecer as emoções 
associadas aos pensamentos automáticos. Assim, durante a psicoterapia 
cognitivo-comportamental, os pacientes podem ser orientados a atentar-
se aos seus pensamentos, quando emoções desagradáveis acontecem. 
Os pensamentos automáticos tendem a ser considerados verdadeiros, 
mesmo que o indivíduo não faça uma avaliação de seus conteúdos 
(BECK, 2013).
Os pensamentos automáticos podem ser subdivididos quanto à sua 
utilidade e validade: 1) distorcidos, ocorrem apesar de evidências reais 
do contrário; 2) precisos, mas com conclusões distorcidas; 3) precisos, 
mas sem funcionalidade. Durante a terapia cognitivo-comportamental, 
o paciente pode ser ensinado a identificar esses pensamentos e analisá-
los, utilizando a pergunta: “O que está se passando pela minha cabeça 
nesse momento?”.
Nas sessões de terapia, o psicólogo também pode utilizar essa pergunta 
quando perceber que o paciente se refere a uma mudança de afeto ou 
momento incômodo. Caso ele não consiga se lembrar do pensamento 
automático, pode ser solicitado que descreva o momento, que se 
lembre da imagem da cena ou mesmo a reproduza. Isso facilitará que 
ele recorde os pensamentos automáticos durante a sessão (NEUFELD; 
CAVENAGE, 2010).
Algumas indagações podem ajudar o terapeuta a evocar os 
pensamentos automáticos do paciente. Seguem alguns exemplos: 
quando aconteceu? Onde você estava? Com que frequência você tem 
esse tipo de pensamento? Em que situações? Quanto este tipo de 
pensamento incomoda você? Mais alguma coisa passou por sua mente, 
como imagens ou figuras? Como você se sentiu? O que você fez após ter 
tido este pensamento? Conte-me sobre a situação.
33
O Registro de Pensamentos Disfuncionais (RPD) é considerado 
outra técnica importante para auxiliar os pacientes a identificarem 
seus pensamentos automáticos. Ele facilita o reconhecimento dos 
pensamentos, pois permite ao paciente fazer anotações quando seus 
pensamentos ocorreram. Nesse registro, os pacientes podem escrever 
informações sobre o modelo cognitivo: pensamentos, emoções e 
comportamentos diante de determinado evento. Essas anotações 
possibilitam ao terapeuta a compreensão dos padrões cognitivos do 
paciente e como eles repercutem em sua vida (BECK, 2013).
Além disso, o RPD funciona como uma extensão da terapia, fortalecendo 
o aprendizado e a autonomia do paciente no discernimento de seus 
próprios pensamentos. Um modelo detalhado desse registro está 
descrito na Tabela 1.
Tabela 1 - Exemplo de RPD
Data/ Hora Situação Pensamento au-tomático Emoções Reposta adaptativa Resultado
Segunda
8h
Arrumar-se 
para trabalhar.
“Será que vou dar 
conta?”
Ansiedade Não posso me preo-
cupar antecipadamen-
te, preciso ir trabalhar 
e tentar fazer o me-
lhor.
Melhora do 
humor duran-
te o trabalho.
Terça
17h
Trazertrabalho 
para casa.
“Olha o tanto de 
coisas que ainda 
tenho que fazer, 
sou uma burra”.
Tristeza Ter muitas coisas para 
fazer não significa que 
sou burra. Posso me 
esforçar e fazer o me-
lhor possível.
Aumento da 
produtivida-
de.
Quinta
10h
Ver uma pes-
soa do trabalho 
sendo elogiada.
“Eu nunca vou 
receber um elogio 
assim, não consi-
go ser boa como 
ela”.
Frustração Não receber elogios 
não significa ser ruim. 
Posso me esforçar e, 
se alguém reconhe-
cer, será prazeroso.
Melhora do 
relaciona-
mento com 
a colega de 
trabalho.
Sexta
18h
Olhar o 
Instagram.
“Trabalho tanto e 
não tenho metade 
do que essas pes-
soas têm, sou um 
fracasso mesmo”.
Culpa Posso não ter o que 
os outros têm, mas já 
conquistei coisas im-
portantes através do 
meu trabalho.
Melhora do 
humor e pro-
cura de outra 
atividade para 
distração.
Fonte: adaptada de Beck (2013).
34
No início do processo terapêutico, o RPD contém informações 
sobre a situação, os pensamentos automáticos, as emoções e os 
comportamentos. À medida que o paciente avança na compreensão dos 
pensamentos automáticos e da importância de sua avaliação, podem ser 
inseridas colunas sobre as respostas adaptativas e seus resultados. Assim:
Registrar os pensamentos automáticos no papel (ou em um computador) 
é uma das técnicas da TCC mais úteis e mais frequentemente usadas. 
O processo de registro chama a atenção do paciente para cognições 
importantes, dá um método sistemático para praticar a identificação 
de pensamentos automáticos e frequentemente estimula a indagação 
sobre a validade dos padrões de pensamento. Somente o fato de ver 
os pensamentos escritos no papel geralmente dá início ao empenho 
espontâneo de rever ou corrigir cognições desadaptativas. Além disso, o 
registro de pensamentos pode ser um trampolim para as intervenções 
específicas do terapeuta a fim de modificar os pensamentos automáticos. 
(WRIGHT; BASCO; THASE, 2008, p. 82)
O psicólogo cognitivo-comportamental deve avaliar as anotações 
realizadas no RPD durante as sessões de terapia, verificando as possíveis 
dificuldades encontradas pelo paciente, reforçando seu empenho e 
progresso a cada cognição reformulada. Algumas pessoas podem não 
ser beneficiadas por esse registro devido a dificuldades intelectuais, 
resistência em escrever ou falta de ânimo. Nesses casos, o psicólogo 
pode propor formas mais simples de registrar os pensamentos 
automáticos.
Dentre as técnicas utilizadas para a reestruturação dos pensamentos 
disfuncionais, destaca-se o questionamento socrático. Esta técnica 
consiste em uma sequência de perguntas que ajudam o paciente a 
examinar as evidências que apoiam ou contrariam seus pensamentos, 
os resultados mais realistas e os efeitos de acreditar no pensamento 
automático (BAHLS; NAVOLAR, 2004).
35
3. Crenças intermediárias
As crenças intermediárias são consideradas o segundo nível de 
cognição. Sua função é permitir que os indivíduos convivam com as 
ideias desadaptativas de forma relativamente produtiva. Elas também 
protegem as pessoas dos afetos negativos gerados pelas cognições 
disfuncionais, intermediando as relações entre as crenças centrais e os 
pensamentos automáticos (NEUFELD; CAVENAGE, 2010).
É possível compreender que todas as crenças, mesmo as desadaptativas, 
cumprem uma função. Dessa forma, todas as crenças expressas pelo 
paciente devem ser levadas em consideração, mesmo que pareça 
ao terapeuta simples, óbvia ou ilógica. As crenças intermediárias são 
subdivididas em pressupostos, regras e atitudes.
Os pressupostos são premissas criadas pelos sujeitos para prever as 
consequências de suas ações. São condicionais e como característica 
contêm as expressões “se” e “então” (RANGÉ, 2011). Por exemplo: “Se 
eu mostrar como sou, então verão que sou incompetente”. As regras 
dizem respeito às normas que devem ser seguidas pelos sujeitos, para 
evitar que seus pressupostos aconteçam: “Aproximar-se das pessoas 
é perigoso”. Enquanto as atitudes são estratégias compensatórias e 
comportamentos utilizados para lidar com as crenças disfuncionais: 
“Não se aproximar das pessoas”. A Tabela 2 apresenta um exemplo de 
como as crenças intermediárias podem ser expressas na psicoterapia.
Tabela 2 - Exemplo de crenças intermediárias
Crença central Desvalor “Eu sou incompetente” 
Crença intermediária 1. Pressupostos
2. Regra
3. Atitude 
“Se eu falhar, serei humilhado 
por todos”.
“Não posso falhar”.
“Desistir, porque eu não vou con-
seguir”.
36
Pensamento automático “Eu não posso fazer isso”.
“Isso é difícil demais”.
Fonte: adaptada de Rangé (2011).
Dessa forma, as crenças intermediárias pressupõem que, se 
determinadas regras, normas e atitudes forem cumpridas, o indivíduo 
poderá manter-se relativamente estável e produtivo. Durante as 
sessões, não é recomendado ao psicólogo expor suas interpretações 
sobre quais são as crenças intermediárias do paciente, mas, sim, 
buscar questioná-lo sobre suas possíveis previsões, regras e estratégias 
compensatórias, embasando suas interpretações no discurso do próprio 
paciente (RANGÉ, 2011).
Para identificar as crenças intermediárias, o psicólogo precisa estar 
atento aos pensamentos automáticos, pois, em alguns casos, as crenças 
intermediárias podem ser apresentadas em seus conteúdos. Examinar 
temas comuns, contidos nos pensamentos automáticos, pode ser 
particularmente útil para a compreensão das crenças intermediárias. 
Além disso, pode evocar diretamente regras e atitudes, ou apresentar a 
primeira parte de um pressuposto.
4. Crenças centrais
Desde o nascimento, as pessoas estabelecem uma relação com o 
ambiente ao seu redor. Essas experiências com o meio compõem o 
conhecimento dos indivíduos sobre o mundo e, somadas aos fatores 
biológicos e sociais, formam a percepção. Assim, os sujeitos constituem 
as suas crenças, ou seja, seu conceito sobre si mesmo, as outras 
pessoas, os ambientes, os objetos, enfim, sobre o mundo (BAHLS; 
NAVOLAR, 2004).
37
As chamadas crenças centrais ou nucleares são formadas desde o 
início do desenvolvimento, por isso são conceitos arraigados, fortes, 
duradouros e expressam a forma como a pessoa aprendeu a ver a vida. 
Dessa forma:
As suas crenças mais centrais, ou crenças nucleares, são compreensões 
duradouras tão fundamentais e profundas que frequentemente não 
são articuladas nem para si mesmo. A pessoa considera essas ideias 
como verdades absolutas – é como as coisas ‘são’. As crenças nucleares 
são o nível mais fundamental da crença; elas são globais, rígidas e 
supergeneralizadas. (BECK, 2013, p. 58)
As crenças centrais podem ser baseadas em evidências, adaptativas 
e funcionais, assim como podem ser desadaptativas, trazendo 
consequências negativas à vida dos indivíduos. As crenças centrais 
disfuncionais foram classificadas em três categorias: crenças de 
desamor, desvalor e desamparo.
Ao longo da vida, as percepções continuam sendo construídas, 
fortalecidas ou refutadas, por isso, é importante que o terapeuta 
cognitivo-comportamental entenda que as crenças centrais disfuncionais 
podem ser modificadas e reestruturadas em outras mais adaptativas a 
realidade (NEUFELD; CAVENAGE, 2010).
No início do processo terapêutico, o psicólogo deve concentrar sua 
atenção nos pensamentos automáticos e no modelo cognitivo, pois 
eles são o nível de cognição mais aparente. Isso não significa que não 
atuará sobre as crenças centrais, pois cada pensamento automático 
disfuncional reestruturado impacta as crenças disfuncionais que o 
sustentam.
Com a evolução das sessões de terapia, é possível construir hipóteses 
sobre qual categoria de crença nuclear influencia os pensamentos 
automáticos dos pacientes. Essas hipóteses devem ser confirmadas 
através dos dados da infância, da história de vida e das crenças 
38
intermediárias. Após a construção das hipóteses, elas podem ser 
apresentadas ao paciente, para que ele confirme ou negue tais 
proposições (BECK, 2013).
Em seguida, o paciente deve ser educado sobre ascrenças nucleares, 
seu conteúdo e seus impactos nos comportamentos. Através de técnicas 
cognitivas-comportamentais, ele também é conscientizado de que 
essas crenças são disfuncionais e que ele pode construir e fortalecer 
novas crenças. A planilha de crenças é uma técnica utilizada para que o 
paciente veja como as evidências que apoiam a crença disfuncional são 
fracas, enquanto desenvolve crenças adaptativas apoiadas em dados 
sólidos de realidade, como mostra a Figura 1.
Figura 1 - Exemplo de planilha de crenças nucleares
Fonte: adaptada de Beck (2013).
Após a apresentação dos pensamentos automáticos, das crenças 
intermediárias e das crenças centrais, a Figura 2 traz um exemplo de 
como esses conceitos podem ser utilizados para a compreensão dos 
pacientes.
39
Figura 2 - Exemplo de conceituação cognitiva
Fonte: adaptada de Beck (2013).
40
Diante do exposto, é possível afirmar que conhecer os níveis da cognição 
humana, pensamentos automáticos (primeiro nível de cognição), crenças 
intermediárias (segundo nível de cognição) e crenças centrais (terceiro 
nível de cognição) permite ao terapeuta cognitivo-comportamental 
compreender seus pacientes desde suas queixas superficiais até seus 
conceitos mais íntimos. Quando novas crenças são consolidadas, os 
pacientes tendem a interpretar situações ou problemas de maneira mais 
construtiva, alcançando uma vida mais saudável, feliz e produtiva.
Referências
BAHLS, S. C.; NAVOLAR, A. B. B. Terapia cognitivo-comportamentais: conceitos e 
pressupostos teóricos. Revista Psico UTP, Curitiba, n. 4, jul. 2004.
BECK, J. S. Terapia cognitivo-comportamental: teoria e prática. 2. ed. Porto Alegre, 
RS: Artes Médicas, 2013. 348 p.
NEUFELD, C. B.; CAVENAGE, C. C. Conceitualização cognitiva de caso: uma proposta 
de sistematização a partir da prática clínica e da formação de terapeutas cognitivo-
comportamentais. Revista Brasileira de Terapia Cognitiva, Rio de Janeiro, v. 6, n. 
2, p. 3-36, dez. 2010.  
RANGÉ, B. P. Psicoterapias cognitivo-comportamentais: um diálogo com a 
psiquiatria. Porto Alegre, RS: Artes Médicas, 2011.
WRIGHT, J. J.; BASCO, M. R.; THASE, M. E. Aprendendo a Terapia Cognitivo-
Comportamental. Porto Alegre, RS: Artes Médicas, 2008. 224 p.
41
Esquemas e erros cognitivos 
Autoria: Aline Monique Carniel
Leitura crítica: Mariane Lopez Molina
Objetivos
• Apresentar como as cognições influenciam o 
desenvolvimento da percepção.
• Explicar os conceitos sobre erros cognitivos e 
esquemas disfuncionais.
• Contribuir para o conhecimento e a identificação dos 
diferentes erros cognitivos. 
42
1. Percepção e cognições
As cognições ocupam um papel central para a Terapia Cognitivo-
Comportamental. Constituem o princípio de sua base teórica e são 
influenciadas por aspectos biológicos, psicológicos e sociais, assim como 
influenciam os sentimentos e os comportamentos humanos. Elas ditam 
a forma como os indivíduos compreendem o mundo e nele vivem.
Os níveis de cognição possuem três classificações diferentes: 
pensamentos automáticos (primeiro nível de cognição), crenças 
intermediárias (segundo nível de cognição) e crenças centrais (terceiro 
nível de cognição). Todos os níveis de cognição são desenvolvidos 
durante a vida e incluem desde as experiências iniciais até as vivências 
atuais (BECK, 2013).
Durante a formação dos níveis de cognição, os sujeitos vivem diversas 
circunstâncias, que nem sempre são favoráveis à saúde mental. Esses 
eventos podem ocasionar registros de conceitos disfuncionais ou 
desadaptativos sobre a realidade, que impactam na construção dos 
níveis de cognição e na percepção de si mesmo e do ambiente.
Quando esses conceitos se tornam rígidos e enraizados, criam os 
chamados esquemas, padrões de funcionamento cognitivo que regem 
os níveis de cognição. Quando os esquemas são disfuncionais, geram 
transtornos mentais, dificuldades de relacionamento e de resolução de 
problemas reais (WRIGHT; BASCO; THASE, 2008).
Os erros cognitivos podem ser gerados por esquemas desadaptativos, 
que impactam a interpretação das situações. Os erros cognitivos 
consistem em distorções lógicas dos pensamentos, provocando 
interferências na compreensão do contexto vivenciado. Existem diversas 
categorias de erros cognitivos, que podem ser identificadas e corrigidas, 
a fim de proporcionar melhora do humor e da qualidade de vida das 
pessoas, como ilustrado na Figura 1.
43
Figura 1 - Relação entre os esquemas e os erros cognitivos
Fonte: adaptada de Beck (2013).
Nesse texto, serão abordados como os esquemas interferem na 
percepção humana e repercutem sobre a cognição, ocasionando erros 
cognitivos. Além disso, serão destacados quais tipos de erros cognitivos 
podem ser encontrados durante a psicoterapia e quais são as principais 
técnicas para sua correção e reestruturação.
2. Erros cognitivos
Os erros cognitivos, também chamados de distorções cognitivas, podem 
ser descritos como uma classe de pensamentos rígidos, excessivos 
e irracionais. Ocorrem sem fundamento lógico e geram premissas 
equivocadas sobre a realidade, influenciando o processamento dos 
eventos e as ações dos indivíduos (WRIGHT; BASCO; THASE, 2008).
Apesar de os erros cognitivos não serem baseados em dados concretos, 
são considerados verdades absolutas pelos sujeitos. Isso porque 
44
foram formulados com base nas experiências de vida e tornaram-se 
característicos da forma de agir daquela pessoa perante a sociedade.
Dessa forma, os erros cognitivos podem gerar padrões de raciocínio 
com impacto negativo sobre a vida dos indivíduos, visto que 
ocasionam pensamentos desadaptativos sobre seu autoconceito, suas 
possibilidades e seu ambiente. Esses padrões estão na gênese dos 
transtornos mentais e perpetuam sua ocorrência. Dessa forma:
A distorção cognitiva, conhecida também como erro lógico, é definida 
como um padrão rígido de processamento de informações, oriunda das 
interpretações que o sujeito faz sobre seu cotidiano, interferindo no 
modo de pensar e agir, sobre possíveis eventos ambientais como: visões 
negativas da vida e seus acontecimentos futuros. A partir de determinadas 
regras e padrões comportamentais adquiridos durante a vida da pessoa 
depressiva, essas crenças são acionadas em decorrência das suas fontes 
primárias, tais como: ansiedade, estresse e/ou pensamentos negativos. 
(CUNHA; BAPTISTA, 2019, p. 131)
Autores consagrados da Terapia Cognitivo-Comportamental, como 
Knapp (2008), Wright, Basco e Thase (2008), Beck (2013) e Leahy (2018), 
definiram os diferentes tipos de erros cognitivos. Embora cada um deles 
identifique diferentes distorções, concordam sobre a classificação de 
vários erros cognitivos e estão em consenso sobre o impacto deles na 
saúde mental dos pacientes.
Beck (2013) definiu doze distorções que podem influenciar o 
funcionamento cognitivo dos pacientes durante a psicoterapia: 
pensamentos tudo ou nada; catastrofização; desqualificar ou 
desconsiderar o positivo; raciocínio emocional; rotulação; magnificação 
e minimização; filtro mental; leitura mental; supergeneralização; 
personalização; afirmações com “deveria” e “tenho que”; visão em túnel. 
Esses erros cognitivos estão especificados a seguir:
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1. Pensamentos tudo ou nada: visualizar as situações de forma 
polarizada ou extrema, não as compreendendo como parte de um 
processo. Exemplo: “Não tirei nota 10 na prova, sou a pior aluna 
da sala”.
2. Catastrofização: antecipar o futuro de forma trágica, sem 
interessar-se pelos desfechos mais prováveis. Exemplo: “Se eu 
errar um movimento na apresentação de dança, nunca mais serei 
feliz”.
3. Desqualificar ou desconsiderar o positivo: rejeitar as qualidades 
e experiências boas como se não fossem relevantes. Exemplo: 
“Consegui fazer novos amigos, mas foi porque eles não tinham 
ninguém para conversar”.
4. Raciocínio emocional: acreditar nos sentimentos como verdades 
absolutas, ignorando fatos que sejam contrários. Exemplo: “Minha 
vizinha me deu um presente, mas eu sei que ela me odeia, porqueeu sinto que ela não gosta de mim”.
5. Rotulação: definir para si mesmo um título desfavorável sem 
considerar as evidências. Exemplo: “Por mais que eu estude, 
sempre serei burro e limitado”.
6. Magnificação e minimização: avaliar os eventos valorizando os 
aspectos negativos e diminuindo os pontos positivos. Exemplo: 
“Essa noite foi horrível, meu carro quebrou a caminho de casa, 
consegui arrumar em dez minutos, mas isso acabou com toda a 
felicidade da minha noite”.
7. Filtro mental: interessar-se demasiadamente por um detalhe 
incômodo, sem avaliar o todo. Exemplo: “Fiquei extremamente 
aborrecida com a cor do notebook que ganhei de presente”.
8. Leitura mental: acreditar que pode saber o que as outras 
pessoas estão pensando. Exemplo: “O porteiro me olhou quando 
entrei na festa, tenho certeza de que achou minha roupa 
inadequada para o evento”.
9. Supergeneralização: generalizar as conclusões negativas para 
diversas situações, mesmo que não tenham relação. Exemplo: 
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“Não consigo conversar com o meu chefe, então também não 
conseguirei conversar com meus pais e minha namorada”.
10. Personalização: tornar pessoal a atitude das outras pessoas, 
considerar-se o motivo das ações de terceiros. Exemplo: “Seu 
irmão deixou a sala magoado porque eu cheguei”.
11. Afirmações “deveria” e “tenho que”: atribuir a si mesmo 
obrigações sobre a forma como deve agir e as consequências 
prejudiciais, caso essas obrigações não ocorram. Exemplo: “Tenho 
que ser simpático sempre para ser amado”.
12. Visão em túnel: observar somente as nuances negativas de um 
momento. Exemplo: “Estou de folga, sentindo-me muito infeliz, 
porque choveu e eu não pude sair de casa”.
Knapp (2008) descreveu quatorze erros cognitivos: catastrofização, 
raciocínio emocional, polarização, abstração seletiva, adivinhação, 
rotulação, desqualificação do positivo, minimização e maximização, 
personalização, hipergeneralização, leitura mental, vitimização, 
imperativos e questionamento “e se?”.
As definições de catastrofização, raciocínio emocional, polarização 
(pensamento tudo ou nada), abstração seletiva (filtro mental), rotulação, 
desqualificação do positivo, minimização e maximização, personalização, 
hipergeneralização (supergeneralização) e leitura mental coincidem 
com os conceitos apresentados anteriormente nas distorções cognitivas 
citadas por Beck (2013). Além delas, outros quatro erros cognitivos são 
apresentados:
1. Adivinhação: antecipar problemas que não estão acontecendo, 
adivinhar o futuro de forma negativa. Exemplo: “Tenho certeza de 
que vou ser expulsa do grupo de dança”.
2. Imperativos: avaliar as situações sobre a perspectiva de como 
elas deveriam ser, e não como realmente acontecem. Exemplo: 
“Essa aula deveria ser no laboratório de realidade virtual, será 
impossível aproveitá-la”.
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3. Vitimização: sentir-se injustiçado e vítima de algo ou de alguém, 
recusando-se a assumir responsabilidade pelos seus atos. 
Exemplo: “O professor suspendeu minha prova após me ver 
copiando a resposta, isso é injusto, porque todo mundo cola as 
respostas, ele não poderia ter retirado minha prova”.
4. Questionamento “E se?”: atribuir culpa a si mesmo por ações 
que deveriam ter ocorrido. Exemplo: “E se eu tivesse ficado mais 
tempo no incêndio para salvá-lo?”.
Wright, Basco e Thase (2008) também reuniram os principais 
erros cognitivos que podem influenciar o processamento das 
informações. Entre eles, estão abstração seletiva, inferência arbitrária, 
supergeneralização, maximização e minimização, personalização e 
pensamento absolutista.
1. Abstração seletiva: criar conclusões com base em fragmentos 
das informações, desconsiderando outras evidências que 
poderiam refutar tais ideias. Exemplo: uma jovem ansiosa recebe 
uma mensagem de sua amiga dizendo: “Quero muito falar com 
você, não vejo a hora de nos encontrarmos”, e pensa: “Para ela 
estar com tanta urgência, deve estar nervosa comigo, pode não ter 
gostado de algo que eu fiz”.
2. Interferência arbitrária: concluir a partir de dados incoerentes 
ou sem ter evidências. Exemplo: um homem que não possui 
nenhum sintoma de alterações na saúde pensa: “Acho que vou 
desmaiar hoje”.
3. Supergeneralização: estender uma experiência única a todas as 
áreas da vida. Exemplo: um estudante que não tirou boas notas 
em uma prova pensa: “Tirei nota abaixo da média em uma prova, 
serei sempre um fracassado em tudo, nada dá certo em minha 
vida”.
4. Maximização e minimização: enaltecer os aspectos negativos 
e desprezar os dados positivos. Exemplo: “A casa foi toda 
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reformada, mas estou muito triste e frustrada porque não 
colocaram luzes no painel da televisão”.
5. Personalização: acreditar que é a causa dos eventos negativos 
sem evidências para tal crenças. Exemplo: um homem que 
agendou uma viagem para a praia com os amigos e encontrou um 
clima nublado. “A culpa é toda minha, eu deveria saber que isso 
iria acontecer, ninguém vai se divertir por minha causa”.
6. Pensamento absolutista: avalia a si mesmo ou as pessoas entre 
o mínimo e o máximo possível. Exemplo: “A família de Ana é 
perfeita, já a minha família é a pior de todas, uma vergonha”.
Leahy (2018) especificou dezessete distorções cognitivas. Assim como os 
demais autores, ele trouxe ideias consonantes às distorções cognitivas já 
conhecidas e acrescenta novos conceitos. Entre os erros de pensamento 
já explanados por outros autores, estão: leitura mental, adivinhação 
do futuro (adivinhação), catastrofização, rotulação, desqualificação dos 
aspectos positivos, filtro negativo (filtro mental), supergeneralização, 
pensamento dicotômico (pensamento tudo ou nada), afirmações do tipo 
“deveria”, “E se?”, personalização e raciocínio emocional.
Além disso, ele descreveu novos erros cognitivos, como a atribuição 
de culpa, as comparações injustas, as orientações para o remorso, a 
incapacidade de refutar e o foco no julgamento. As distorções cognitivas 
propostas pelos diversos autores são apresentadas na Tabela 1.
Tabela 1 - Comparativo das distorções cognitivas segundo alguns 
teóricos da Terapia Cognitivo Comportamental
Knapp
(2008)
Wright, Basco e 
Thase
(2008)
Beck
(2013)
Leahy
(2018)
Polarização Pensamento abso-lutista Pensamentos tudo ou nada Pensamento dicotômico
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Abstração
seletiva
Abstração
seletiva
Filtro
Mental
Filtro
Negativo
Hipergeneralização Supergeneralização Supergeneralização Supergeneralização
Personalização Personalização Personalização Personalização
Maximização e mini-
mização
Maximização e 
minimização
Magnificação e 
minimização
Inferência
arbitrária
Catastrofização Catastrofização Catastrofização
Raciocínio 
emocional Raciocínio emocional Raciocínio emocional
Leitura mental Leitura mental Leitura mental
Desqualificação do 
positivo
Desqualificar ou desconsi-
derar o positivo
Desqualificação dos aspectos 
positivos
Rotulação Rotulação Rotulação
Adivinhação Adivinhação do futuro
Imperativos Afirmações “deveria” e “te-nho que” Afirmações do tipo “deveria”
Questionamento 
(E se?) E se...?
Vitimização Atribuição de culpa
Visão em túnel
Incapacidade de refutar
Comparações injustas
Orientação para o remorso
Foco no julgamento
Fonte: elaborada pela autora.
Entre os erros cognitivos descritos por Leahy (2018), estão algumas 
classificações específicas, como a atribuição de culpa, as comparações 
injustas, a orientação para o remorso, a incapacidade de refutar e o foco 
no julgamento.
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1. Atribuição de culpa: imputar a responsabilidade das ações para 
terceiros, sem assumir o compromisso por seus atos. Exemplo: 
“Minha vida não vai bem porque meus primos sempre receberam 
mais ajuda da família”.
2. Comparações injustas: analisar os fatos através de eventos 
irracionais, comparando-se injustamente a pessoas em outras 
condições e considerando-se inferior a elas. Exemplo: “Se uma 
blogueira consegue estar sempre bonita, por que eu não consigo? 
Sou um fracasso”.
3. Orientação para o remorso: recordar constantementeo passado, 
acreditando que poderia ter melhor desempenho anteriormente, 
ignorando as ações presentes. Exemplo: “Não fui jogador de 
futebol porque não quis, naquela época eu teria sido um bom 
atleta”.
4. Incapacidade de refutar: recusar ideias que refutam os 
pensamentos negativos, mantendo os padrões disfuncionais. 
Exemplo: “Não tenho amigos” (desconsiderando os amigos que 
possui).
5. Foco no julgamento: dificuldade de analisar as situações 
como um processo, visualizando sempre os pontos extremos 
das situações. Julga a si mesmo e aos outros segundo padrões 
arbitrários. Exemplo: “Ou ela me ama, ou ela me odeia”.
3. Esquemas
Para a Terapia Cognitivo-Comportamental, os esquemas podem ser 
entendidos como as estruturas que norteiam as pessoas em sua maneira 
de ver o mundo e nele existir. Permitem a compreensão das situações a 
partir de sua experiência e são imprescindíveis para a tomada de decisão 
diante das demandas do cotidiano (LEAHY, 2018). Por isso:
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Na teoria cognitivo-comportamental, os esquemas são definidos como 
matrizes ou regras fundamentais para o processamento de informações 
que estão abaixo da camada mais superficial dos pensamentos automáticos. 
Esquemas são princípios duradouros de pensamento que começam a 
tomar forma no início da infância e são influenciados por uma infinidade 
de experiências de vida, incluindo os ensinamentos e o modelo dos pais, as 
atividades educativas formais e informais, as experiências de seus pares, os 
traumas e os sucessos. (WRIGHT; BASCO; THASE, 2008, p. 21)
Por serem baseados em vivências, os esquemas nem sempre podem ser 
considerados adaptativos, pois um momento equivocado pode repercutir 
de forma negativa durante toda a vida. Considere uma criança brincando 
pela primeira vez com um cachorro. Caso ela seja atacada por ele, 
esquematizará a figura dos cães como algo perigoso e ameaçador, evitando 
experiências com esses animais.
No entanto, os dados de realidade apontam que os cachorros nem sempre 
são perigosos e ameaçadores, podem ser vistos como figuras dóceis, 
companheiras e afetivas. O conceito dessa criança sobre os cachorros será 
modificado se ela for exposta a experiências tranquilas envolvendo os cães, 
reestruturando seus esquemas.
Dessa forma, é possível compreender que esquemas disfuncionais 
repercutem de forma deletéria sobre a cognição dos indivíduos. Eles 
impactam a visão das pessoas sobre si mesmas, sua capacidade de 
interagir, resolver problemas e desenvolver-se de forma saudável. O 
terapeuta cognitivo-comportamental deve atentar-se à presença de 
esquemas desadaptativos e auxiliar o paciente em sua reestruturação e 
modificação.
Na Terapia Cognitivo-Comportamental, os erros cognitivos e os esquemas 
disfuncionais são conceitos fundamentais para a compreensão dos 
comportamentos humanos. Padrões disfuncionais de pensamento, 
como os erros cognitivos e os esquemas desadaptativos, provocam 
comportamentos disfuncionais que podem trazer danos ao indivíduo. 
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Reconhecer e modificar os pensamentos adaptativos possibilitam aos 
pacientes melhora da saúde mental e qualidade de vida.
Referências
BECK, J. S. Terapia cognitivo-comportamental: teoria e prática. 2. ed. Porto Alegre, 
RS: Artes Médicas, 2013. 348 p.
KNAPP, P. Terapia cognitivo-comportamental na prática psiquiátrica. Porto 
Alegre, RS: Artmed, 2008.
LEAHY, R. L. Técnicas de Terapia Cognitiva: Manual do Terapeuta. Porto Alegre, RS: 
Artmed, 2018.
RANGÉ, B. P. Psicoterapias cognitivo-comportamentais: um diálogo com a 
psiquiatria. Porto Alegre, RS: Artes Médicas, 2011.
WRIGHT, J. J.; BASCO, M. R.; THASE, M. E. Aprendendo a Terapia Cognitivo-
Comportamental. Porto Alegre, RS: Artes Médicas, 2008. 224 p.
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BONS ESTUDOS!
	Sumário
	Apresentação da disciplina
	Bases filosóficas e históricas da Terapia Cognitivo-Comportamental
	Objetivos
	1. O desenvolvimento científico da Psicologia 
	2. Bases filosóficas e teóricas da Terapia Cognitivo-Comportamental
	3. Início e desenvolvimento da Terapia Cognitivo-Comportamental
	Referências 
	As características definidoras da Terapia Cognitivo-Comportamental 
	Objetivos
	1. As características da Terapia Cognitivo-Comportamental
	2. Princípios da Terapia Cognitivo-Comportamental
	3. O Modelo Cognitivo
	4. Conceituação cognitiva
	Referências
	Pensamentos automáticos, crenças intermediárias e centrais disfuncionais
	Objetivos
	1. Níveis de cognição
	2. Pensamentos automáticos 
	3. Crenças intermediárias 
	4. Crenças centrais 
	Referências 
	Esquemas e erros cognitivos 
	Objetivos
	1. Percepção e cognições 
	2. Erros cognitivos 
	3. Esquemas 
	Referências

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