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Responsabilidade Civil

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RESPONSABILIDADE CIVIL – ASPECTOS PROCESSUAIS E MATERIAIS
CONCEITO DE RESPONSABILIDADE CIVIL
É a aplicação de medidas que obriguem uma pessoa a reparar dano moral ou patrimonial causado a terceiro em razão de ato por ela mesmo praticado.
A responsabilidade civil tem em vista restabelecer o equilíbrio moral e/ou patrimonial violado pelo dano, em cumprimento da finalidade do Direito, que é possibilitar a vida em sociedade (BITTAR, 1991, p. 3).
CLASSIFICAÇÕES DE RESPONSABILIDADE CIVIL: 
RESPONSABILIDADE CONTRATUAL E EXTRACONTRATUAL
Comecemos com um exemplo de Carlos Roberto Gonçalves (2012, p. 44), que cita o caso de quem toma um ônibus, oportunidade em que é tacitamente celebrado um contrato entre o passageiro e a empresa de transporte, onde esta assume a obrigação de transportar aquele ao seu destino, são e salvo. Assim, o suscitado autor afirma que se no trajeto ocorre um acidente e o passageiro fica ferido, dá-se o inadimplemento contratual, abrindo-se oportunidade para o passageiro pleitear indenização pelas perdas e danos, com base no art. 389 do Código Civil.
A responsabilidade civil extracontratual aparece quando um indivíduo viola um dever legal. Em casos como este, os dispositivos dos artigos 186 e 927, caput, do Código Civil, devem ser aplicados.
Em resumo, o Código Civil caracterizou como duas as espécies de responsabilidade, fundamentando a responsabilidade extracontratual nos artigos 186 a 188 e 927 a 954 do Código Civil; e a contratual nos artigos 389 e seguintes e 395 e seguintes do Código Civil.
Na responsabilidade contratual, o ônus da prova compete ao devedor, pois o descumprimento contratual gera culpa para ele. Já na responsabilidade extracontratual, o ônus da prova cabe à vítima, que deve provar a culpa do agente.
Nesse sentido foi julgado pelo Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo: 
EMENTA: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM RECURSO INOMINADO QUE APONTA SUPOSTO ERRO MATERIAL AO NÃO CONCORDAR COM A INCIDÊNCIA INICIAL DA CORREÇÃO MONETÁRIA DA INDENIZAÇÃO DO DANO MORAL. MERO INCONFORMISMO COM A DECISÃO DO ACÓRDÃO QUE CONFIRMA A NULIDADE DO CONTRATO. RESPONSABILIDADE CIVIL EXTRACONTRATUAL. INCIDÊNCIA INICIAL DA CORREÇÃO MONETÁRIA À PARTIR DO EVENTO DANOSO. PRECEDENTE STJ. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO CONHECIDOS E REJEITADOS POR INEXISTIR O ERRO MATERIAL APONTADO. 1. Trata-se de Embargos de Declaração contra Acórdão que determinou a incidência inicial da atualização monetária dos danos morais pelo INPC a partir do efetivo prejuízo (art. 186 do CCB e Súmula 43 STJ). 2. Aponta erro material em não adotar a Turma Recursal a Súmula 362 do STJ para incidência da correção monetária a partir da data do arbitramento. 3. Ocorre que o embargante não se atentou ao fato de que a relação contratual entre as partes foi declarada nula, portanto, a responsabilidade civil é extracontratual conforme precedentes do STJ. 4. A responsabilidade civil pelos danos materiais e morais advindos de contrato nulo é extracontratual, se constituindo em ato ilícito, razão pela qual os juros de mora e a correção monetária pelo INPC devem incidir a partir do evento danoso, de acordo com o art. 186 c/c art. 398 do CCB e Súmulas 54 e 43 STJ. 5. Neste sentido, a Terceira Turma do STJ tem sedimentada a questão, conforme se observa da clara explanação do Ministro Paulo de Tarso Sanseverino em seu voto no REsp 1.479.864-SP: Em relação aos juros moratórios, porém, não é possível fazer a mesma distinção, pois, diversamente da correção monetária, em que o juiz já arbitra a indenização por dano moral pensando no seu montante atual, eles possuem outra função dentro do sistema de Direito Privado. A função dos juros moratórios, como já aludido, derivados da mora do devedor, é compensar o credor da obrigação pelo atraso, pela demora, pelo retardamento no seu adimplemento. Por isso, o termo inicial deve corresponder à data da constituição em mora do devedor, na forma prevista pelo Código Civil. Na responsabilidade civil contratual, é a data da interpelação do devedor pela citação para responder à ação indenizatória, enquanto, na extracontratual, é o momento da própria ocorrência do evento danoso. (STJ - REsp nº 1479864 / SP (2014/0204154-0), Rel.:Min. PAULO DE TARSO SANSEVERINO - Terceira Turma, julgado em 20/03/2018). 6. E a ementa publicada, neste sentido: RECURSOS ESPECIAIS. RESPONSABILIDADE CIVIL. ACIDENTE FERROVIÁRIO. ATROPELAMENTO EM VIA FÉRREA. MORTE DE TRANSEUNTE. INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS. 13ª PARCELA DO PENSIONAMENTO. DESCABIMENTO NO CASO. VALOR DA INDENIZAÇÃO. ÓBICE DA SÚMULA 7/STJ. JUROS DE MORA. TERMO 'A QUO'. DATA DO EVENTO DANOSO. RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL. DISPOSITIVO DE LEI FEDERAL. AUSÊNCIA DE INDICAÇÃO. ÓBICE DA SÚMULA 284/STF. 1. Recursos oriundos de ação de indenização por danos morais e materiais decorrentes de acidente ferroviário. 2. A responsabilidade civil por danos causados por acidente ferroviário é, em regra, contratual quando o evento esteja relacionado com contrato de transporte previamente celebrado com a empresa responsável pela ferrovia, sendo extracontratual nas demais hipóteses em que não exista prévio vínculo contratual. 3. Os juros moratórios fluem a partir do evento danoso, em caso de responsabilidade extracontratual, nos termos da Súmula 54/STJ. 4. Aplicação da Súmula 54/STJ tanto para a indenização por danos materiais como para a por danos morais. [...]. (STJ - REsp nº 1479864 / SP (2014/0204154-0), Rel.:Min. PAULO DE TARSO SANSEVERINO - Terceira Turma, julgado em 20/03/2018). 7. Portanto, acompanhando o raciocínio da 3ª Turma do STJ em fundamentada decisão sobre a relação extracontratual ser originária do ato ilícito da instituição bancária com a realização de negócio jurídico que já nascera nulo, os juros moratórios e a correção monetária sobre indenização por danos morais devem incidir desde os eventos danosos. 8. Embargos de Declaração conhecidos e não acolhidos por inexistir a contradição apontada. Acórdão mantido. 9. Vistos e discutidos os autos, acordam os Membros da 2ª Turma Recursal dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais do Estado do Tocantins, por unanimidade de votos, em CONHECER dos Embargos de Declaração e no mérito os REJEITAR, nos termos da Súmula do Relator. Acompanharam o Relator os Excelentíssimos Senhores Juízes Marcello Rodrigues de Ataídes e Arióstenis Guimarães Vieira. 10.Súmula de julgamento que servirá de Acórdão, conforme o art. n.º 46 da Lei n.º 9.099/1995. Publicação e intimação conforme os parágrafos contidos no art. n.º 101 do Anexo Único da Resolução/TJTO n.º 7/2017 (RITR/TJTO)
EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO INDENIZATÓRIA. ACIDENTE DE TRÂNSITO. TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE PESSOAS. PERDA DO OLHO ESQUERDO. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. INEXISTÊNCIA. RELAÇÃO DE CONSUMO. DENUNCIAÇÃO À LIDE. IMPOSSIBILIDADE. FATO DE TERCEIRO. NÃO CONFIGURADO. DEVER DE INDENIZAR CONFIGURADO. DANO MATERIAL E MORAL DEMONSTRADO. 1. O julgador de 1º Grau considerou o conjunto probatório documental já constante dos autos suficientes para ampla análise das questões de fato e de direito alegadas pelas partes, sem a necessidade de produção de outras provas (Art. 355, I, CPC). 2. O apelante argui que pretendia provar com a oitiva de testemunhas tão somente que o acidente de trânsito foi causado pelo outro veículo envolvido no evento danoso (caminhão), contudo, a dinâmica dos fatos esta comprovada e incontroversa, inclusive pela descrição no Boletim de Ocorrência, mostrando-se desnecessária a pretendida produção de prova testemunhal. 3. Entre partes (empresa de transporte de ônibus e passageiro) firmou-se uma relação de consumo, detendo a empresa a responsabilidade pelo transporte em segurança de seus passageiros e de duas bagagens, assumindo os riscos inerentes à atividade empresarial desenvolvida. 4. A empresa de transporte tem responsabilidade objetiva perante os seus clientes (consumidores), devendo arcar com os ônus decorrentes da atividade econômica, consistente na reparação dos danos de natureza material e/ou moral decorrentes daprestação do serviço e, dessa forma, acaso entenda que os danos causados sejam oriundos de ato de terceiro, tem a possibilidade de ingressar com ação regressiva, não lhe sendo permitido fazer a denunciação à lide na ação indenizatória movida contra si, por expressa vedação do Art. 88, do CDC. 5. Segundo consolidada jurisprudência do STJ a responsabilidade do transportador em relação aos passageiros é contratual e objetiva, nos termos dos arts. 734, caput, 735 e 738, parágrafo único, do Código Civil, somente podendo ser elidida por fortuito externo, força maior, fato exclusivo da vítima ou por fato doloso e exclusivo de terceiro - quando este não guardar conexidade com a atividade de transporte e que acidentes ocorridos em autoestradas, mesmo por culpa exclusiva de terceiros, são considerados fortuitos internos, incapazes, por isso, de afastar a responsabilidade Civil do transportador. 6. Constando dos autos os recibos, notas fiscais e outras despesas decorrentes de consultas, cirurgia oftalmológica, medicamentos e deslocamentos ao hospital, para tratamento das lesões físicas sofridas, está provado o dano material. 7. Configurados os danos morais sofridos pela vítima que teve a perda de um olho, além de afundamento de crânio, dentre outras lesões, por certo causaram imenso sofrimento e grave abalo psicológico, tratando-se de um jovem adolescente, que terá tais sequelas por toda sua vida. Assim, o importe de R$ 15.000,00 (quinze mil reais) fixados na sentença não devem ser minorados, sob pena de configurar desprezo pela dor, pelo sofrimento, pela dignidade humana, sendo que tal valor é mínimo a reparar os danos de natureza moral causados à vítima. 8. Nos termos da Súmula 246 do STJ, o valor do seguro obrigatório deve ser deduzido da indenização judicialmente fixada, devendo ser comprovado o valor efetivamente recebido pela vítima, a ser verificado na fase de cumprimento se sentença.
(Classe Apelação Assunto(s) Acidente de Trânsito, Indenização por Dano Material, Responsabilidade Civil, DIREITO CIVIL, Acidente de Trânsito, Indenização por Dano Moral, Responsabilidade Civil, DIREITO CIVIL Competência TURMAS DAS CAMARAS CIVEIS Relator RONALDO EURÍPEDES DE SOUZA Data Autuação 13/03/2018)
RESPONSABILIDADE CIVIL SUBJETIVA E OBJETIVA
De acordo com a responsabilidade civil subjetiva, o agente causador do dano somente será responsabilizado se a vítima provar que ele obteve culpa e dolo. 
A teoria subjetiva é expressamente adotada como regra geral pelo Código Civil em seu art. 186, que dispõe “aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito”, findo pela regra contida no caput do art. 927 da lei civil.
A responsabilidade civil objetiva é aquela que não necessita da análise do elemento culpa. Mesmo esta existindo no caso, será irrelevante para a responsabilidade, não precisando ter comprovação de culpa para que a obrigação de indenizar seja gerada. Nessa esfera, Carlos Roberto Gonçalves traz a seguinte definição (2012, p. 48): A classificação corrente e tradicional, pois, denomina objetiva a responsabilidade que independe de culpa. Esta pode ou não existir, mas será sempre irrelevante para o dever de indenizar. 
Uma das teorias alargadas para ilustrar a responsabilidade objetiva é a teoria do risco. Segundo a teoria, toda pessoa que exerce alguma atividade que cria um risco de dano para terceiros deve ser obrigada a repará-lo. 
O Código Civil brasileiro, muito embora tenha adotado a responsabilidade subjetiva como regra geral, trouxe a responsabilidade civil objetiva em casos determinados, fundamentados nos artigos 927, 931 e outros, do Código Civil.
Sobre a demanda pode-se elucidar melhor com as seguintes jurisprudências:
EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. ALEGAÇÃO DE AUSÊNCIA DOS PRESSUPOSTOS DA RESPONSABILIDADE CIVIL. RESPONSABILIDADE OBJETIVA. CONDUTA, DANO E NEXO DE CAUSALIDADE VERIFICADOS. NEGATIVAÇÃO INDEVIDA. DANO MORAL IN RE IPSA. PLEITO DE MINORAÇÃO DO QUANTUM INDENIZATÓRIO. IMPOSSIBILIDADE. APELO NÃO PROVIDO. 1. A negativação indevida constitui ato ilícito e prática abusiva, restando claro o dever de indenizar, sendo o dano moral in re ipsa. Precedentes STJ 2. A indenização a título de danos morais fixada em R$ 10.000,00 atendeu aos princípios da razoabilidade e proporcionalidade, além de observar as peculiaridades da demanda. 3. Apelo do Não Provido. (AP 0012837-07.2016.827.0000, Rel. Desa. MAYSA ROSAL, 4ª Turma, 1ª Câmara Civel, julgado em 08/02/2017)
EMENTA APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS. RESPONSABILIDADE CIVIL SUBJETIVA. LESÃO CORPORAL. EXCLUDENTE DE RESPONSABILIDADE. LEGÍTIMA DEFESA. NÃO COMPROVADA. CUSTAS PROCESSUAIS. BENEFÍCIO DA JUSTIÇA GRATUITA. CONDENAÇÃO MANTIDA. RECURSO NÃO PROVIDO. 1- Se devidamente comprovado o ilícito civil alegado na peça proemial, de rigor a procedência da pretensão indenizatória que o tenha como causa de pedir. 2- Não sendo cabalmente comprovada a alegada legítima defesa, não há que se falar em excludente de responsabilidade civil. 3- A benesse da justiça gratuita \"não afasta a responsabilidade do beneficiário pelas despesas processuais e pelos honorários advocatícios decorrentes de sua sucumbência\" (art. 98, § 2º, do Código de Processo Civil), mas apenas suspende a exigibilidade destas obrigações (art. 98, § 3º, do CPC). 4- Apelação conhecida e não provida. (Classe Apelação Assunto(s) Direito de Imagem, Indenização por Dano Material, Responsabilidade Civil, DIREITO CIVIL, Acidente de Trânsito, Indenização por Dano Moral, Responsabilidade Civil, DIREITO CIVIL Competência TURMAS DAS CAMARAS CIVEIS Relator CELIA REGINA REGIS Data Autuação19/03/2018)
RESPONSABILIDADE CIVIL DIRETA E INDIRETA
A imputação da responsabilidade deve incidir sobre o indivíduo que praticou o ato que tenha danificado algo/a outrem. Assim, nomeia-se responsabilidade direta aquela em que o agente responderá pelos seus próprios atos. De acordo, aduz Sergio Cavalieri Filho (2009, p. 181): A regra em sede de responsabilidade civil é que cada um responda por seus próprios atos, exclusivamente pelo que fez [...]. 
Contudo, conforme Venosa explica “se unicamente os causadores dos danos fossem responsáveis pela indenização, muitas situações de prejuízo ficariam irressarcidas” (VENOSA, 2010, p. 81). Em tal cenário, com a intenção de solucionar situações em que o causador não tenha condições de arcar com o prejuízo gerado e garantir a reparação dos danos, o texto do artigo 932 do Código Civil, prevê casos particulares onde uma pessoa pode vir a responder pelo fato de outrem, caracterizando a responsabilidade indireta. 
ELEMENTOS DA RESPONSABILIDADE CIVIL
CONDUTA OU ATO HUMANO
O primeiro elemento para análise da responsabilidade civil é a conduta, o ato humano, que para o direito contrai grande valor quando deles surgem efeitos jurídicos. 
O núcleo da noção de conduta é a voluntariedade, que se concretiza na liberdade de escolha do agente imputável, com discernimento necessário para ter consciência daquilo que faz. Desta forma, ato voluntário significa, pois, comportamento controlável ou dominável pela vontade (WALD et al, 2011, p. 80).
Portanto, ato voluntário não se confunde com culpa, devendo estar presente tanto em casos de responsabilidade subjetiva quanto objetiva. Acerca da culpa, como já dito, deverá ser provada apenas em casos de responsabilidade civil subjetiva.
Exemplificando:
EMENTA: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. RECURSOS DE APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO INDENIZATÓRIA. DANOS MORAIS, MATERIAIS E ESTÉTICOS. ACIDENTE DE TRÂNSITO ENTRE UM CAMINHÃO E UMA MOTOCICLETA. CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. FATO INCONTROVERSO. LEGITIMIDADE PASSIVA E RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DA CONTRATANTE. SENTENÇA PARCIALMENTE REFORMADA. EMBARGOS PARA PREQUESTIONAMENTO DA MATÉRIA. INEXISTÊNCIA DE OMISSÃO, OBSCURIDADE, CONTRADIÇÃO OU ERRO MATERIAL. DESCONTENTAMENTOCOM O RESULTADO DO JULGAMENTO. EMBARGOS DECLARATÓRIOS REJEITADOS. DECISÃO UNÂNIME. 1 - Cabem embargos de declaração quando houver no acórdão obscuridade ou contradição ou for omitido ponto sobre o qual deveria pronunciar-se o Tribunal, conforme estabelece o artigo 1022, incisos I e II do Código de Processo Civil de 2015, ou seja, os embargos de declaração têm finalidade de completar a decisão omissa ou, ainda, de aclarála, dissipando obscuridades ou contradições. 2 - Consignou-se no voto condutor que existe responsabilidade solidária entre a contratante e a empresa contratada para o transporte de cargas ou mercadorias, devendo ambas responderem perante terceiros no caso de acidente ocorrido durante o deslocamento (precedentes STJ). 3 - O reconhecimento da responsabilidade do embargante foi devidamente fundamentado na decisão combatida, que não se limitou a ressaltar a ausência de impugnação específica dos fatos na contestação. 4 - Quanto ao prequestionamento, inclusive, o Novo Código de Processo Civil prevê, agora expressamente, sua realização de maneira ficta, nos termos do art. 1.025. 5 - Embargos declaratórios rejeitados. Decisão unânime.
(Classe Apelação Assunto(s) Acidente de Trânsito, Indenização por Dano Material, Responsabilidade Civil, DIREITO CIVIL, Acidente de Trânsito, Indenização por Dano Moral, Responsabilidade Civil, DIREITO CIVIL Competência TURMAS DAS CAMARAS CIVEIS Relator JACQUELINE ADORNO DE LA CRUZ BARBOSA Data Autuação13/07/2018).
CULPA
Conforme Maria Helena Diniz (2012, p. 58), a culpa em sentido amplo compreende: o dolo, que é a violação intencional do dever jurídico, e a culpa em sentido estrito, caracterizada pela imperícia, imprudência ou negligência, sem qualquer decisão de violar um dever. Entretanto, no campo da responsabilidade civil, o agente responde igualmente pelas consequências de sua conduta, sem verificar se o resultado danoso entrou nas cogitações do infrator, tal verificação, de acordo com Sergio Cavalieri Filho (2009, p. 30), decorre do fato de a função da indenização ser exclusivamente reparadora dos danos sofridos pelo lesado, não de punição ou sanção como na esfera penal, onde o grau de culpa do agente exerce influência capital na graduação da pena.
Agir com culpa significa operar o individuo em termos de merecer a reprovação do direito, sendo que na situação caberia hipótese de que ele podia agir de outro modo.
Entretanto, a lei civil vigente prevê a aplicação da responsabilidade objetiva em determinados casos, conforme salientado anteriormente. Na responsabilidade objetiva, a existência de culpa é totalmente irrelevante para a configuração da responsabilidade, sendo necessário apenas provar a existência de dano e o nexo causal entre este e o ato praticado pelo agente.
DANO
O dano é considerado pela doutrina como o elemento fundamental para a configuração da responsabilidade civil, afirmando que não é possível cogitar responsabilidade civil sem a sua presença. 
Assim, “sem a ocorrência deste elemento [dano] não haveria o que indenizar, e, consequentemente, responsabilidade” (GAGLIANO et al, 2008, p. 35). Sem a existência de violação a bem jurídico, seja ele patrimonial ou extrapatrimonial, não se materializa o dano, pois, para ter ressarcimento ou reposição o evento deve ter prejuízo.
O dano sofrido pela vítima para ser juridicamente condescendente. Todavia, para que ocorra o ressarcimento deste prejuízo sofrido pela vítima a doutrina apresenta como requisitos do dano à certeza, a subsistência e a atualidade.
O dano é considerado certo quando tem a sua existência determinada, não existindo qualquer tipo de dúvida acerca de sua ocorrência, neste norte, se o dano já foi reparado não há interesse de responsabilidade civil. 
Sobre a classificação dos danos, estes são divididos em patrimoniais e extrapatrimoniais. Material é o dano que afeta somente o patrimônio do ofendido, enquanto que moral é o que só ofende a vítima como ser humano, tais como a honra, a dignidade, a imagem, a intimidade, o bom nome, tal como pode ser inferido a partir dos artigos 1º, inciso III, e 5º, incisos V e X, da Constituição Federal.
Ademais, saliente-se que, diferentemente do que muitos pensam, o dano moral não se confunde com a dor, a angústia, o desgosto, a aflição espiritual, a humilhação, o complexo que sofre a vítima do evento danoso, pois esses estados de espírito constituem o conteúdo, ou melhor, a consequência do dano (GONÇALVES, 2012, p. 379). 
A respeito: 
EMENTA: RECURSO INOMINADO. CONSUMIDOR. FRAUDE NA COMPRA COM CARTÃO DE CRÉDITO. RÁPIDO ESTORNO DO VALOR. RESPONSABILIDADE CIVIL NÃO RECONHECIDA. DANO MORAL INOCORRENTE. MERO ABORRECIMENTO DA VIDA COTIDIANA. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. SENTENÇA REFORMADA. 1. A configuração da responsabilidade civil exige a demonstração da prática de conduta ilícita, assim como a prova do dano e do nexo de causalidade. Uma vez não provada tanto a prática de ato ilícito quanto o dano, não há como se reconhecer o direito indenizatório perseguido. 2. Embora a responsabilidade dos fornecedores seja objetiva e o dano moral seja in re ipsa, ou seja, independa de prova, é certo que a responsabilidade civil somente poderá ser reconhecida quando os fatos apontarem para o preenchimento dos requisitos autorizadores. 3. A despeito da falha na prestação do serviço, consubstanciada na ocorrência de fraude de terceiro praticado com o cartão de crédito do consumidor, não se pode reconhecer o ato ilícito do fornecedor que prontamente diligenciou no sentido de evitar maiores danos ao providenciar o estorno de valores. Não resta configurado o dano moral quando os valores são restabelecidos em prazo razoável, ou seja, em um mês, e não são demonstrados maiores consequências para o consumidor. 4. Recurso conhecido e provido. Sentença reformada.
(Classe Recurso Inominado Assunto(s) Repetição de indébito, Inadimplemento, Obrigações, DIREITO CIVIL, Direito de Imagem, Indenização por Dano Moral, Responsabilidade Civil, DIREITO CIVIL Competência TURMAS RECURSAIS Relator ANA PAULA BRANDAO BRASIL Data Autuação 27/02/2018)
NEXO DE CAUSALIDADE
O nexo causal (relação) entre a conduta do ofensor e o dano sofrido pela vítima demonstra que o ofensor somente será responsabilizado pelo dano causado se a sua conduta realmente for o motivo real da lesão sofrida. Assim, Maria Helena Diniz (2012, p. 129) afirma:
O vínculo entre o prejuízo e a ação designa-se “nexo causal”, de modo que o fato lesivo deverá ser oriundo da ação, diretamente ou como sua consequência previsível. Tal nexo representa, portanto, uma relação necessária entre o evento danoso e a ação que o produziu, de tal sorte que esta é considerada como sua causa.
Foram criadas teorias para a definição do nexo de causalidade, sendo a primeira, a teoria da equivalência das causas ou equivalência dos antecedentes, que tem ampla aplicação no direito penal.
Conforme seu próprio nome, a teoria da equivalência das causas não faz nenhuma distinção entre o motivo e a condição (maneira que foi realizado). Dessa forma, se diversas condições contracenarem para o mesmo resultado, todas são de igual para igual, tendo o mesmo valor. 
No campo do direito civil, a teoria predominante é a da causalidade adequada. Essa teoria foi desenvolvida na Alemanha no final do século XIX e finda que a condição deve ser adequada e determinante na ocorrência do dano para adquirir relevância (VIEGAS et al, 2012, p. 28). Sobre o tema, esclarece Cavalieri Filho (2009, p. 48):
Diferentemente da teoria anterior, esta faz distinção entre causa e condição, entre os antecedentes que tiveram maior e menor relevância. [...]Causa será apenas aquela que foi mais determinante, desconsiderando-se as demais.
Portanto, analisa-se a conduta motivadora do evento danoso excluindo-se as demais, através do método analítico, selecionando qual causa é a mais apropriada e teve maior relevância para produzir o dano. 
A respeito:
EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. ESTADO.RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA. AUSÊNCIA DE PROVA DO NEXO DE CAUSALIDE. DANO MORAL NÃO CONFIGURADO. VALORAÇÃO DA PROVA. DECLARAÇÃO DE INFORMANTES. APELO IMPROVIDO. - A responsabilidade civil das pessoas jurídicas de direito público pelos danos de seus agentes a terceiros em decorrência da prestação de serviços públicos, está submetida ao regime da responsabilidade civil objetiva (CF, art. 37, § 6º, e CC, art. 43), que prescinde da culpa e satisfaz apenas com o dano e o nexo de causalidade. Procedente do STJ. - No caso em apreço, correta se mostra a sentença objurgada, uma vez que não restou demonstrado pelo recorrente que os atos praticados pelo policial militar se deram de forma ilegal, despropositada, e de má-fé, de modo a fazer concluir pela existência do dever de reparação civil a título de dano moral. - Não há óbice na utilização, pelo magistrado sentenciante, dos depoimentos prestados pelos policiais militares, na condição de informantes, para fins de formação do seu convencimento, haja vista que, por outro lado, as testemunhas arroladas pelo autor não confirmaram, em juízo, os supostos \"abusos\" praticados pelos policiais militares. - Recurso conhecido e improvido.
(Classe Apelação Assunto(s) Indenização do Prejuízo, Medida Cautelar, DIREITO PROCESSUAL CIVIL E DO TRABALHO Competência TURMAS DAS CAMARAS CIVEIS Relator JOSÉ DE MOURA FILHO Data Autuação 07/04/2017)
EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS. DEMORA NA REALIZAÇÃO DE CIRURGIA. INEXISTÊNCIA DE DANO MORAL. NEXO DE CAUSALIDADE NÃO COMPROVADO. RESPONSABILIDADE CIVIL AFASTADA. SENTENÇA MANTIDA. RECURSO IMPROVIDO. 1. O dever de indenizar exige a comprovação dos requisitos da responsabilidade civil, quais sejam: o dano sofrido pela pessoa, o ato ilícito que resultou nesse dano e o nexo de causalidade entre o ato e o dano por ele produzido. 2. Ainda que fosse constatada a real necessidade de realizar-se o procedimento cirúrgico, não é possível chegar-se à mensurar danos ou sequelas, vez que o procedimento sequer foi realizado. 3. A ausência da demonstração do nexo de causalidade entre a conduta e o dano amargado elide o dever de reparação. 4. Recurso conhecido e improvido.
(Classe Apelação Assunto(s) Erro Médico, Indenização por Dano Material, Responsabilidade da Administração, DIREITO ADMINISTRATIVO E OUTRAS MATÉRIAS DE DIREITO PÚBLICO Competência TURMAS DAS CAMARAS CIVEIS Relator RONALDO EURÍPEDES DE SOUZA Data Autuação 17/10/2017)
EXCLUDENTES DE NEXO DE CAUSALIDADE
Caso fortuito e força maior
O Código Civil, não faz distinção entre caso fortuito e força maior.
Art. 393. (...)
Parágrafo único. O caso fortuito ou de força maior verifica-se no fato necessário, cujos efeitos não eram possível evitar ou impedir.
Fortuito interno - é o fato imprevisível e inevitável, mas que está inserido nos riscos de uma atividade empresarial exercida pelo agente, ou seja, um risco a ela ligado.
O caso fortuito interno não exclui o nexo de causalidade.
Culpa Exclusiva da Vítima
Pensa-se em culpa exclusiva da vítima quando seu comportamento se constrói em razão de direito decisivo do episódio, de modo a não ser possível apontar qualquer defeito no produto ou no serviço como fato gerador do fato.
Obs.: Ressalta-se que, exclusivamente, o grau de culpa poderá ter importância na fixação do valor da indenização em duas situações:
Desproporção excessiva entre o grau de culpa e a extensão do dano, ou seja, se houver uma culpa levíssima e um dano amplo, o artigo 944, parágrafo único, do Código Civil, confere ao juiz o poder de reduzir o valor da indenização.
Artigo 944 Código Civil: - A indenização mede-se pela extensão do dano. Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano, poderá o juiz reduzir, equitativamente, a indenização.
Quando houver culpa concorrente - Nestes casos a verificação do grau de culpa será importante para a fixação do quantum indenizatório (a indenização será reduzida). 
Artigo 945, do Código Civil: - Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, a sua indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em confronto com a do autor do dano.
Fato de terceiro
Fato de terceiro se refere a um comportamento espontâneo de um terceiro, que eliminando o nexo de causalidade, exclui a responsabilidade do infrator.
O responsável pelo dano é o terceiro que o causou. 
Neste assunto:
EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS. EXPLOSÃO DE CAIXA ELETRÔNICO. AÇÃO CRIMINOSA. DANIFICAÇÃO DO ESTABELECIMENTO COMERCIAL QUE ABRIGA O TERMINAL. RESPONSABILIDADE CIVIL. FATO DE TERCEIRO. EXCLUDENTE CONFIGURADA. DEVER DE REPARAÇÃO INEXISTENTE. SENTENÇA MANTIDA. 1- Existindo hipótese de excludente que impeça a concretização do nexo causal entre a conduta e o evento danoso, afasta-se a responsabilidade objetiva, e, por consectário lógico, o dever de indenização em qualquer esfera de reparação. 2- Apelação conhecida e não provida. (AP 0018688-27.2016.827.0000, Rel. Juíza convocada CÉLIA RÉGIS, 1ª Turma, 1ª Câmara Cível, julgado em 25/01/2017).
Teoria do corpo neutro
Trata-se de uma aplicação do fato de terceiro na hipótese em que o atingido é involuntariamente lançado contra a vítima.
Cláusula de não indenizar (contratos)
Trata-se da cláusula contratual que declara que uma das partes não irá arcar com os prejuízos em possíveis inadimplementos. 
Requisitos específicos:
A anuência tem que ser dos dois lados;
Não embater com preceito cogente de lei, com a ordem pública e com os bons costumes;
Não deve diminuir o dolo ou a falta grave do estipulante.
EXCLUDENTES DE ILICITUDE
Estado de necessidade - estado de necessidade gera a obrigação de indenizar, quando o bem jurídico é de terceiro. Nesse caso, o agressor paga o prejuízo experimentado pela vítima, mas tem ação regressiva contra o dono do bem.
 Legítima defesa - Agir contra agressão injusta, atual ou iminente, que excluída a ilicitude não há, em tese, o dever de indenizar.
 Estrito cumprimento do dever legal e exercício regular de direito - Civilmente, está implícito no exercício regular de um direito. Desde que não haja excesso, não há responsabilidade civil.
É exercício regular de direito o mero ajuizamento de ação.
INDENIZAÇÃO
O VALOR DA INDENIZAÇÃO 
O valor da indenização dos danos pode ser determinado de acordo com as vontades das partes (credor e devedor), sendo determinada pelo juiz quando não há concordância.
Por exemplo, verifica-se a seguinte jurisprudência: 
EMENTA: APELAÇÃO. AÇÃO DE REPARAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS. TRANSPORTE DE PASSAGEIROS. OBRIGAÇÃO DE RESULTADO. RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO TRANSPORTADOR. ACIDENTE DE TRÂNSITO NO TRAJETO. PRESENÇA DE ANIMAIS NA PISTA. FORTUITO INTERNO CARACTERIZADO (FALHA NA PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS). RISCO INERENTE AO DESEMPENHO DA ATIVIDADE TÍPICA. DANOS MORAIS EVIDENCIADOS. LESÃO FÍSICA. QUANTUM INDENIZATÓRIO FIXADO. RAZOABILIDADE. DANOS MATERIAIS DEVIDOS. COMPROVAÇÃO DE GASTOS DECORRENTES DO SINISTRO. RECURSO PROVIDO. 1. Em relação ao transporte de pessoas, o ordenamento jurídico e entendimento jurisprudencial pátrio estabelecem a responsabilidade civil objetiva do transportador, o qual deverá responder pelos danos causados às pessoas transportadas e suas bagagens, salvo a existência de alguma excludente de responsabilidade, como motivo de força maior, caso fortuito, culpa exclusiva da vítima ou de terceiro. 2. Em relação ao fato de terceiro, todavia, a teor do que dispõe o art. 735 do CC/02, a responsabilidade só será excluída se ficar comprovado que a conduta danosa era completamente independente em relação à atividade de transporte e aos riscos inerentes à sua exploração, caracterizando-se, nesse caso, como fortuito externo. 3. In casu, o fato de terceiro, caso fortuito ou força maior, alegado como causador do dano não é estranho à atividade desenvolvida pela empresa de transporte. Ao revés, os fatos narrados ocorreram durante o desempenhoda atividade típica (contrato de transporte de pessoas), a qual possui como característica mais importante exatamente a cláusula de incolumidade física implícita, o que faz com que a obrigação do transportador seja de resultado e também de garantia. 4. A eventual presença de animais na pista de rolamento não pode ser considerada fortuito externo para isenção de responsabilidade do agente transportador de pessoas ou coisas, haja vista que, em estradas, ainda mais as que cortam zona rural, como no caso concreto, é comum que semoventes adentrem nas rodovias, competindo, inarredavelmente, ao condutor do veículo transportador guiá-lo com de modo a minimizar o risco de colisão ou mesmo possibilitar execução de manobra defensiva com segurança, caso seja necessário, ainda mais no período noturno/madrugada, com pouca ou nenhuma luminosidade além dos próprios faróis do veículo, a exemplo da espécie. 5. Da incontroversa falha na prestação do serviço e dos danos gerados, a situação vivenciada pela autora não pode ser interpretada como mero aborrecimento, ainda mais em razão da lesão física sofrida (fratura da base do 5º metatarso do pé), ensejando o dever indenizatório da ré a título de danos morais. 6. Em vista da condição socioeconômica das partes envolvidas, o grau de culpa dos litigantes, bem como o grau e extensão das lesões físicas sofridas pela autora, mostra-se razoável e proporcional a fixação do quantum indenizatório a título de danos morais em R$ 10.000,00. 7. Comprovados os danos materiais decorrentes do acidente, relativos aos gastos com medicamentos, consultas e transporte, faz-se devida a reparação respectiva. 8. Recurso conhecido e provido, para reformar a sentença e condenar a requerida ao pagamento de indenização moral de R$ 10.000,00, com correção monetária pelo INPC/IBGE desde o arbitramento (súmula 362/STJ) e juros de mora de 1% a.m. desde a data do evento danoso (súmula 54/STJ), assim como ao ressarcimento dos danos materiais no valor apontado na exordial R$ 752,03, atualizado monetariamente desde o desembolso (19/11/2016).
(Classe Apelação Cível Assunto(s) Acidente de Trânsito, Indenização por Dano Material, Responsabilidade Civil, DIREITO CIVIL, Acidente de Trânsito, Indenização por Dano Moral, Responsabilidade Civil, DIREITO CIVIL Competência TURMAS DAS CAMARAS CIVEIS Relator ANGELA MARIA RIBEIRO PRUDENTE Data Autuação 31/05/2019)
SOLIDARIEDADE DE DIREITO DE REGRESSO
Como há possibilidade de ser dois ou mais sujeitos causadores do prejuízo ou dano, neste caso, haverá solidariedade entre eles, o que significa que o credor pode acionar qualquer um dos autores do dano pelo valor integral da indenização, e assim, o valor dos danos será dividido entre eles em regresso.
Falando de responsabilidade civil, o direito de regresso entre os devedores deve observar a proporção da culpa. 
AÇÃO DE REGRESSO
Nos casos de responsabilidade civil indireta, em que a lei imputa a alguém diverso do causador do dano o dever de indenizar, admite-se a ação de regresso contra o agente que tinha causado o dano, salvo se o causador for descendente seu e menor de idade.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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WALD, Arnoldo; GIANCOLI, Brunno Pandori. Direito Civil: responsabilidade civil. São Paulo: Saraiva, 2011.

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