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Responsabilidade tributária por transferência em razão da sucessão

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Responsabilidade tributária por transferência em razão da sucessão
A responsabilidade tributária pode se dar por substituição, oportunidade em que, para fins de facilitar a arrecadação, a lei substitui, no mesmo instante da ocorrência do fato gerador, a pessoa que deveria pagar o tributo (contribuinte) por outrem (responsável); ou por transferência, em que diante da dificuldade de cobrar daquele que de fato deveria pagar (contribuinte), a lei transfere o dever a terceiro (responsável).
Importante apontar que, nessa última, a responsabilidade ocorre em momento posterior à ocorrência do fato gerador, pois, inicialmente, o contribuinte deveria pagar, mas por algum motivo superveniente a lei transfere a responsabilidade.
Isso pois o artigo 128 do CTN dá a permissividade da lei dispor o que quiser no que tange à responsabilidade tributária.
Nessa toada, a responsabilidade tributária por transferência em razão da sucessão regra-se da seguinte forma:
1. Quanto à bens imóveis (art. 130, CTN): qualquer tributo relativo ao imóvel, ainda que o fato gerador tenha ocorrido antes da aquisição, passa a ser responsabilidade do adquirente, do novo dono do imóvel.
Vale lembrar que tal responsabilidade não ocorrerá se ao tempo da aquisição o adquirente tenha diligenciado no sentido de extrair certidões de ausência de débito.
É importante a retirada das certidões, pois o fisco pode demorar em lançar o débito, desse modo: se o lançamento de fato gerador passado é feito depois da aquisição, tendo o novo dono certidão de inexistência de débito ao tempo da aquisição, desobriga-se ao pagamento do tributo, continuando sob responsabilidade do antigo proprietário.
2. Quanto à bens móveis (art. 131, I, CTN): diz-se que tal regra insculpida no inciso I do artigo 131 do CTN se aplica a bens móveis, pois o art.130 do CTN é específico para bens imóveis, logo por exclusão a doutrina vai neste sentido.
De tal modo, quem adquire bem móvel fica responsável pelos débitos tributários passados. Não havendo, aqui, a exceção da exclusão da responsabilidade por apresentação de certidão.
3. Em razão da morte (art. 131, II e III do CTN): os herdeiros do espólio responderão pelas dívidas tributárias do falecido, no limite do quinhão da herança recebida.
4. Em decorrência de operação societária (art. 132 do CTN): nos casos de fusão ou incorporação, a empresa que remanesce assume os débitos tributários devidos por aquela que deixou de existir.
Vale ressaltar que o CTN é omisso, quanto à cisão, mas a lei das S/Aestabelece que, em caso de cisão, ambas responderão solidariamente pelos débitos tributários.
5. Aquisição de estabelecimento empresarial (art. 133 do CTN): responderá pelos débitos tributários pendentes aquele que adquire o ponto, a marca, o fundo de comércio ou estabelecimento comercial.
A responsabilidade será integral, se o vendedor cessar o exercício da atividade comercial; e subsidiária, se o alienante continuar operado.
Encerram duas exceções: a) se a aquisição se der em processo de falência, quem responde é a massa falida; ou de filial ou unidade produtiva isolada, em processo de recuperação judicial (art. 133, § 1º do CTN); b) não se aplica a exceção acima, caso o adquirente seja i. sócio; ii. parente em linha reta e colateral até o 4º grau (primo); iii. consanguíneo do sócio; ou iv. identificado como agente do falido ou devedor (figura do laranja).

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