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PAPER COMPLETO - SEMINÁRIO DE PRÁTICA VII

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provocado pelas palavras lidas, realiza-se a função formadora da leitura, que introduz o indivíduo a melhor conhecer a si mesmo a ao mundo que o cerca.
	É de suma importância que o professor trabalhe com Literatura em sala de aula, pois é através dela que o leitor busca novas formas de dizer, amplia sua capacidade linguística, lança hipóteses, experimenta, duvida, exercita, descobre, cresce, modifica sua leitura de mundo e assume uma postura crítica-reflexiva da realidade. 	Entre os muitos modos de conceber a literatura, está a visão de Antônio Candido (1997, p. 26) que a define “como um conjunto de textos escritos (muitas vezes também fixados na oralidade), esteticamente elaborados a partir da linguagem comum, que dão conta da especificidade cultural de uma comunidade.”
3. MATERIAIS E MÉTODOS
	Para a realização deste Trabalho de Seminário de Prática VII, foram utilizados vários materiais bibliográficos de várias obras, dentre elas: livros, revistas, artigos, dissertações e referências sobre o tema, abordados por diversos teóricos das áreas de História e Literatura Afro-brasileira, cujos materiais foram devidamente publicados em sites oficiais, a fim de que pudéssemos traçar os aspectos gerais e históricos que envolvem a didática dessa Literatura, bem como sua aplicabilidade em sala de aula. Utilizei também para a construção deste trabalho, de uma forma mais observacional, vídeos aulas disponíveis na internet.
	Os dados levantados, nesta pesquisa, tiveram como base uma pesquisa qualitativa, através dos instrumentos os quais foram descritos acima. Foram analisados, levando em consideração, os seguintes itens: abordagem conceitual do tema, instauração do “contrato didático” e sua relação com o cotidiano da sala de aula, estabelecimento da correlação entre os conceitos e importância da Literatura Afro-brasileira na prática docente, a estrutura de participação e reflexões dos trabalhos pesquisados.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
	É indiscutível que houve uma evolução quanto à abordagem e consideração das várias manifestações da Literatura Afro-brasileira, porém há muito ainda a ser discutido e também evoluído sobre o tema. Observamos ao longo dessa discussão, que o nosso sistema educacional persiste com alguns dos ditames dos antigos métodos de se conceber a literatura como um todo, em sala de aula e também certa divergência entre os professores com respeito ao ensino dela, conclui-se que um dos fatores propulsores dessa realidade, diz respeito a maneira como a escola reflete essa realidade. 
	Apesar de os povos negros e também indígenas brasileiros, exercem bastantes influências dentro da cultura e no folclore brasileiro, ainda há muito a ser trabalhado, a fim de que essa tão justa valorização seja de fato reconhecida e vivenciada, principalmente no processo educacional. Vimos que Autores como Gomes (2010), ratifica-nos que a tradição histórica curricular desenvolvida é um dos fatores que tem impedido que o ensino de História da África e também sua Literatura, liberte-se das inferências do quadripartismo histórico, que são os conceitos arraigados nas concepções das idades antiga, medieval, moderna e também contemporânea.
	Um outro entrave que nós observamos ao longo deste trabalho, foi aquilo mencionado pelo historiador Achille Mbembe (2001), ele denomina o povo africano como sendo um povo selvagem distante da luz da história consciente, isso faz referência ao que nos aponta alguns dos efeitos da filosofia eurocêntrica de encarar a produção do conhecimento na África e sobre a África.
	Vimos também na obra de Ali Mazrui e J. F. Ade Ajayi (2011), que o período de colonialismo sofrido pelo povo africano ao longo dos séculos, acabou provocando, dentre vários problemas, o impedimento, o desenvolvimento e a criação de uma filosofia e também de uma ciência que fossem independentes das inferências com o ocidente, essa discussão levou-nos a perceber que dentre os vários fatores que inibiram essa produção cultural está o processo de ensino utilizado na África e nas suas ex-colônias. Pois esses eram mais voltados aos ritos religiosos do que os educacionais. 
	Ao longo desse trabalho de Seminário de Prática VII, procuramos responder a uma das perguntas, a qual consideramos importantíssima, por que estudarmos Literatura Afro-brasileira e reconhecer sua participação direta na nossa Literatura? Como já foi dito anteriormente, a nação brasileira recebe influências históricas da Cultura Africana e também por reconhecermos de larga escala, que a Literatura exerce um papel indispensável em todo o processo ensino-aprendizagem em sala de aula, pois as técnicas, tanto de leitura quanto da escrita, as quais são imprescindíveis para a sociedade em geral, atualmente seguem os avanços experimentados por elas. Para tanto autores como Soares (2012) nos confirmaram que para enfrentarmos a toda realidade social, em que estamos inseridos, faz-se necessário não apenas saber ler e escrever é necessário também que nós saibamos saber fazer uso do ler e do escrever. Isso corrobora com os conceitos de multiletramentos, os quais nós vislumbramos neste trabalho, ou seja, levarmos nossos a alunos a se posicionarem de forma ativa e também crítica-reflexiva.
	Converge com essa colocação o que vimos nas palavras de Cosson (2011), onde ele confirma a importância da presença da leitura literária no processo de letramento dos alunos em sala de aula, pois nos ajuda a ler melhor o mundo.
	Foi observado também, neste trabalho, que a criação da Lei 10.639/2003, que alterou a antiga Lei 9394/96, especificamente acrescendo o Artigo 26-A, incluiu a obrigatoriedade da abordagem sobre História e Cultura Afro-Brasileira, no ensino básico, destacando que os conteúdos referentes à História e Cultura Afro-Brasileira serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de Educação Artística e de Literatura e História Brasileiras. Essa Lei, de acordo com a maioria dos teóricos, contribui significamente para a valorização do ensino da Literatura Afro-brasileira em sala de aula.
5. CONCLUSÃO
	Há muito ainda a ser discutido, entre os teóricos e especialistas dessa área, pois o enfrentamento das dificuldades que ainda insistem em continuar, no que diz respeito ao processo ensino-aprendizagem da Literatura Afro-brasileira e o reconhecimento das influências da Cultura Africana em nossa Literatura, perpassam pelo reconhecimento de que, no tempo presente, temos conceitos, como os dos multiletramentos, que vão convergir justamente pela manifestação da diferença e capacidade de reconhecimento não só da escrita como também da leitura. 
	A tradição Literária Africana, que ainda é um pouco excluída das fontes históricas legítimas, vem à tona nos últimos anos, dado aos trabalhos de vários especialistas, como os citados ao longo deste trabalho, que se debruçaram e ainda hoje se empenham na árdua tarefa de desconstruir a história que foi profundamente distorcida. Essa tarefa é imprescindível às atuais práticas pedagógicas contestatórias e por sua vez emancipadoras, que são capazes de fomentar um conhecimento alicerçado sobre as novas bases epistemológicas e etnografias.
	Por outro lado as discussões em torno da inserção da Lei nº 10.639/03, a qual foi intitulada nacionalmente como a Lei África, ajudam na inclusão, não só no aspecto social, mas também curricular das escolas, no que diz respeito aos estudo da História da África, Literatura Afro-brasileira e também dos povos Africanos, da luta dos negros aqui no Brasil, da vasta cultura negra brasileira e da participação do negro na formação da sociedade brasileira, trazendo em evidência a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e política nacional, sem esquecermos do viés literário que a eclética Literatura Negra alcançou. 
	Outrossim, destacamos o uso da literatura produzida e que foi largamente disponibilizada para a construção dos nossos leitores e consequentemente da identidade literária nacional e também mestiça. Elencamos ainda, que as literaturas africana
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