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Exame Parasitológico de Sangue e Tecidos Curso de Graduação em Farmácia Disciplina: PARASITOLOGIA CLÍNICA INTRODUÇÃO Algumas técnicas utilizadas Detecção de parasitos Valores de sensibilidade e especificidade variáveis Exame direto ou indireto EXAME PARASITOLÓGICO DE SANGUE E TECIDO Pesquisa de Protozoários sanguíneos (presente no sangue circulante) e teciduais Principais doenças causadas por protozoários e pesquisadas em amostras de sangue: doença de Chagas e Malária. Principais doenças causadas por protozoários e pesquisadas em amostras de tecidos: doença de Chagas, leishmaniose e Toxoplasmose. Os métodos adotados: executados imediatamente após colheita do sangue. DIAGNÓSTICO LABORATORIAL PARA DOENÇAS CAUSADAS POR PROTOZOÁRIOS SANGUÍNEOS E TECIDUAIS DIAGNÓSTICO DE PROTOZOÁRIOS SANGUÍNEOS T. CRUZI - TRIPOMASTIGOTAS DIAGNÓSTICO DE PROTOZOÁRIOS SANGUÍNEOS PLASMODIUM SP Esquizonte - Rosácea Merozoítos Esquizonte EXAMES DIRETOS Para realização desta técnica, uma pequena gota de sangue obtida por punção da polpa digital ou de sangue venoso colhido com (ou sem) anticoagulante Exame a fresco sangue com anticoagulante colocado entre lâmina e lamínula (40x) – movimento do parasito Desvantagem pequena quantidade de sangue análise deve ser repetida várias vezes ao dia ou dias consecutivos EXAMES DIRETOS Preparações coradas Esfregaço ou gota espessa de sangue Coloração pelo método de Giemsa ou de Leishman O exame do material corado permite, além da detecção, a diferenciação morfológica entre tripomastigotas sanguíneos de T. cruzi e T. rangeli e a identificação específica de Plasmodium spp. Desvantagem requerem parasitemias elevadas para evidenciação do parasito. A utilização de diferentes métodos parasitológicos isolados ou combinados, podem levar à detecção rápida e precoce da infecção. Técnicas utilizadas na coleta de sangue Punção digital Punção venosa Técnicas de diagnóstico utilizadas GE de sangue (Inquéritos epidemiológicos) Técnicas de diagnóstico utilizadas Esfregaço Sanguíneo Técnicas de diagnóstico utilizadas Técnicas de diagnóstico utilizadas Esfregaço Sanguíneo VANTAGENS E DESVANTAGENS DA GOTA ESPESSA Vantagens: Maior quantidade de sangue desemoglobinizado – probabilidade de encontrar parasitos Por ser desemoglobinizada - o processo de coloração é mais rápido. Desvantagens: Requer experiência para a identificação de espécies, uma vez que a morfologia do parasito altera-se durante o processo de desemoglobinização; Requer processamento parcial ou total relativamente rápido depois de colhida a amostra, para evitar a fixação de hemoglobina, a supercoloração e a descoloração. Gota espessa – é o método oficialmente adotado no Brasil para o diagnóstico da malária. Mesmo após o avanço de técnicas diagnósticas, este exame continua sendo um método simples, eficaz, de baixo custo e de fácil realização. Quando executado adequadamente, é considerado padrão-ouro pela Organização Mundial da Saúde (OMS). VANTAGENS E DESVANTAGENS DA GOTA ESTIRADA (ESFREGAÇO) Vantagens Por fixar as hemácias, permite melhor estudo da morfologia do parasito. Por ser fixado e não submetido à desemoglobinização, a perda de parasitos é bem menor que na gota espessa. Permite a determinação percentual da parasitemia, mediante a contagem de eritrócitos parasitados em 100 hemácias. Desvantagens Por ser espalhado, ocupa maior área da lâmina – dificuldades para baixa parasitemias. Área endêmica – demora da leitura Doença de Chagas Filtração em Membrana de Policarbonato (Filariose) Estimativa do Nº de Microfilárias/mL de sangue Volume da amostra a ser filtrada 0 – 250 1 mL 251 – 500 500 L 501 – 1000 200 L > 1000 100 L Quantificação da microfilaremia Classificação da parasitemia por Wuchereria bancrofti adotada pela OMS (Fonte: WHO, 2000). Padrão de microfilaremia (microfilárias/mL de sangue) Classificação da parasitemia ≤ 100 Baixa 101 a 500 Média > 500 Alta Método de Strout - técnica que visa a concentração de parasitos no sedimento e sua finalidade é aumentar a sensibilidade para evidenciar o T. cruzi em amostras de sangue. - Amostras de 10 mL de sangue são coletadas por punção venosa, deixado em repouso para que ocorra retração do coágulo. Centrifuga- se a amostras por um período de três minutos a 160x g. O sobrenadante é submetido a uma centrifugação de alta velocidade. - Uma gota deste sedimento é analisada diretamente no microscópio. - Se comparado com outros métodos de concentração, este apresenta sensibilidade superior, com cerca de 96,2% de positividade em casos agudos humanos. Exame do creme Leucocitário (QBC*) * Quantitative Buffy coat Exames Indiretos o HEMOCULTURA (Trypanosoma - Fase crônica) A hemocultura é uma técnica mais difícil de ser realizada uma vez que requer condições assépticas para a coleta e o manuseio da amostra de sangue, o que a torna pouco prática nos trabalhos de campo. A técnica consiste em coletar cerca de 10 ml de sangue venoso do paciente com anticoagulante e semear alíquotas de cerca de 1 a 2 ml de sangue total em tubos contendo 5 ml de meio LIT. As culturas são mantidas a 28ºC e examinadas em intervalos de 15 dias até um total de 4 meses. As percentagens de positividade obtidas na hemocultura convencional por diferentes estudos são muito semelhantes a àquelas observadas para o xenodiagnóstico. O xenodiagnóstico, a hemocultura e a inoculação em animais experimentais (camundongos e cobaias) são empregados também para o diagnóstico parasitológico na fase crônica, quando os parasitos circulantes estão escassos. Diagnóstico da Doença de Chagas HEMAGLUTINAÇÃO IMUNOFLUORESCÊNCIA ENSAIO IMUNOENZIMÁTICO CULTURA DE TECIDOS - Leishmaniose tegumentar: realizada a partir do fragmento de tecido retirado na biópsia do bordo da lesão - Meio: meio LIT (liver infusion tryptose), NNN (ágar-sangue) + LIT ou Schneider. - A coleta do material pode ser feita através de aspiração de material da lesão utilizando-se uma seringa de 5 ml com agulha de 25x8 onde, após assepsia e anestesia local, a agulha é introduzida no bordo da lesão injetando-se cerca de 1-3 ml de salina estéril e, através de movimentos rotacionais, é possível aspirar o material o qual pode ser semeado em meio de cultura. Raspado ou Punção da lesão CULTURA DE TECIDOS - Leishmaniose visceral (L. chagasi) : amostras de tecido obtidas por punção de vísceras (baço, fígado e medula óssea). A biópsia de baço e fígado são procedimentos de elevado risco e só devem ser realizados em condições especiais. - MO: maior simplicidade e menor risco ao paciente; coletado através de punção do esterno, tíbia ou da crista ilíaca, sendo esta a preferencial em adultos. - Com o material coletado devem ser feitos esfregaços corados pelo Giemsa, semeadura em meio de cultura NNN+LIT, inoculação em hamster, e se possível, esfregaços sobre papel Whatman ou nitrocelulose, visando-se ao diagnóstico por PCR. A cultura deve apresentar-se positiva após um período de até 4 a 5 semanas, sendo que os repiques das culturas devem ser feitos semanalmente. ESFREGAÇO POR APOSIÇÃO CORADO (imprint) - comprime-se repetida e delicadamente o fragmento de tecido sobre uma lâminapreviamente desengordurada, deixando-se o material secar à temperatura ambiente. - Para a confecção de esfregaços de boa qualidade, recomenda-se a lavagem do fragmento de tecido em solução salina estéril (NaCl 0,85%) para remoção do excesso de sangue. Após a secagem, os esfregaços são fixados por 3 minutos com metanol e corados pelo Giemsa. - A pesquisa do parasito é feita em objetiva de 100x e em geral requer experiência e paciência do microscopista devido baixa parasitemia observada em infecções por Leishmania spp. HISTOPATOLOGIA - O fragmento de tecido pode ser processado através de técnicas histológicas convencionais, podendo o material ser corado pela Hematoxilina-Eosina (HE), Giemsa ou Grocott. - O exame do material pode revelar, além das leishmanias, outros patógenos como fungos e bactérias permitindo desta forma o diagnóstico diferencial de outras patologias inflamatórias e/ou neoplasias. INTRADERMOREAÇÃO DE MONTENEGRO - consiste na inoculação, por via intradérmica, de 0,1 ml de antígeno de Leishmania sp, na face anterior do antebraço direito, com bisel da agulha voltado para cima, num ângulo de 5 a 15° (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2010). - Reações positivas verifica-se o estabelecimento de uma reação inflamatória local formando um nódulo, enduração ou pápula que atinge o auge em 48-72 horas (local igual ou maior que cinco milímetros). - A reação de Montenegro positiva é classificada em fraco reator quando apresenta enduração local entre 5 e 9 milímetros de diâmetro e forte reator quando essa enduração é maior que 10 milímetros. 48 horas 72 horas 144 horas Diagnóstico de Protozoários teciduais Leishamania em célula do SFM - macrófago DIAGNÓSTICO DE PROTOZOÁRIOS TECIDUAIS Trypanosoma cruzi em de tecido DIAGNÓSTICO DA TOXOPLASMOSE Forma aguda: Pesquisa de taquizoítos no leite, sangue, líquor, saliva, placenta Realização de esfregaço do material centrifugado com coloração pelo método de Giemsa; Biópsia e realização de cortes histológicos em gânglios enfartados, fígado, baço e músculo corados por hematoxilina e eosina. Forma Crônica: Testes imunológicos DIAGNÓSTICO DA TRICOMONÍASE