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Artrite Reumatóide Profª: Anniele Martins https://www.youtube.com/watch?v=Yc-9dfem3lM Qual a fisiopatogenia da artrite reumatoide? Exemplifique com um desenho. Qual o quadro clínico que o paciente com diagnóstico de artrite reumatoide pode apresentar? Definição A artrite reumatoide é uma doença auto-imune inflamatória sistêmica caracterizada pelo comprometimento da membrana sinovial das articulações periféricas. As alterações são predominantemente nas articulações sinoviais e nas estruturas periarticulares. O caráter crônico e destrutivo da doença Limitação funcional, com perda de capacidade laboral e de qualidade de vida deformidade irreversível Pacientes com AR têm sua expectativa de vida significativamente diminuída. Aproximadamente 50% dos indivíduos com AR ficam impossibilitados de trabalhar em 10 anos a partir do início da doença, o que representa significativo impacto econômico e social. Incidência Acomete 0,5 a 1% da população adulta, aumentando para 4,5% em pessoas na faixa dos 55 aos 75 anos. Afetas ambos os sexos, mas predomina no sexo feminino, numa proporção de 3:1. Etiologia Doença multifatorial Fator hormonal Fator ambiental Fator imunológico In d iv íd u o s ge n et ic am e n te p re d is p o st o Estudos ao longo do tempo têm mostrado que a superposição desses fatores é determinante para o desenvolvimento da AR, já que o efeito isolado dos mesmos não causa Doença Autoimune. Os fatores genéticos estão forte- mente associados à positividade do anticorpo antipeptídio cíclico citrulinado (anti-CCP) e à resposta do paciente ao tratamento Etípoto HLA-DRB1 Microorganismos Proteus mirabilis e o vírus Epstein-Barr Periodontite e perda dentária HLA-SE positivo + cigarro Patogênese Hipertrofia e hiperplasia das células da membrana sinovial com proliferação de fibroblastos e angiogênese. Formando um tecido granulomatoso entre a membrana sinovial, a cartilagem e o osso. Denominado de PANNUS. O PANNUS invade a cartilagem e o osso causando a destruição articular. Patogênese A membrana sinovial é a principal fonte de citocinas pró-inflamatórias e proteases e, em conjunto com osteo - clastos e condrócitos, promove a destruição articular. Projeções de tecido proliferativo penetram na cavidade articular, invadindo a cartilagem e o tecido ósseo, formando o pannus, característico da AR. Fator Reumatóide (FR) A presença de agregados de imunoglobulina do tipo G (IgG) ou de complexos de IgG-FR ativa o sistema complemento e resulta em diversos fenômenos inflamatórios. Manifestações Clínicas Inflamatória Crônica Progressiva Simétrico Aditivo Edema, dor e calor local são características das articulações afetadas, que podem ainda apresentar rubor local. São observados nas fases ativas de inflamação e nas articulações mais superficiais , que possuem cápsula articular mais distensível. Manifestações Clínicas Fraqueza muscular – Devido a distensão e ao edema. Prejuízo na propriocepção. Frouxidão ligamentar – decorrente da artrite persistente. Articulação instável Deficiência na marcha, nas atividades diárias, nas atividades profissionais, e até na função sexual. Manifestações Clínicas Dedos em pescoço de cisne Dedos em botoeira Polegar em Z Desvio ulnar dos dedos Desvio radial do punho Nódulos reumatóides O ombro tende a permanecer em adução e rotação interna. Os pés podem perder os arcos e tornar-se planos com luxações. Hálux valgo e calosidade no antepé. Pode ocorrer síndrome compressiva, como a STC, pela proliferação do pannus que pode pressionar o nervo mediano. Comprometimento da ATM, dificultando a alimentação, e pode ser causa de dor no ouvido médio e na garganta. Manifestações Clínicas A AR pode se manifestar de forma bastante variável, desde manifestações mais brandas, de menor duração, até uma poliartrite progressiva e destrutiva, associada a vasculite e outras manifestações extra-articulares Outra manifestação extra-articular típica da AR são os nódulos reumatoides, que resultam da vasculite de pequenos vasos, e a consequente necrose com proliferação de fibroblastos e histiócitos epiteliais Manifestações Clínicas O diagnóstico da AR é feito por meio da associação de dados clínicos, laboratoriais e radiográficos. Diagnóstico Em 2010, o Colégio Americano de Reumatologia (ACR) em conjunto com a Liga Europeia contra o Reumatismo (EULAR) publicaram os novos critérios diagnósticos para AR. Esses novos critérios têm como base um sistema de graduação de sintomas. Quando o resultado da soma dos itens de A a D é igual ou superior a seis, os achados correspondem à AR definida. Embora pacientes com somatório inferior a seis não sejam considerados com AR, os mesmos podem ser retestados e os critérios, completados de maneira cumulativa no decorrer do tempo. Diagnóstico Exames de Imagem A Ressonância Magnética é a técnica de imagem que traz mais benefícios ao diagnóstico da doença, pois evidencia precocemente alterações tanto de tecidos moles quanto de cartilagem e ossos Aumento de partes moles; Rarefação óssea periarticular nos estágios iniciais; Diminuição do espaço articular; Presença de cistos subcondrais; Erosões ósseas marginais; Deformidades; Anquiloses articulares. Diagnóstico Exames Laboratoriais A determinação do FR é amplamente utilizada no diagnóstico da AR, porém os resultados devem ser criterio- samente ponderados diante da especificidade limitada do exame. Em contrapartida, os anticorpos anti-CCP possuem elevada especificidade e sensibilidade semelhante ao FR, o que torna a determinação do anti-CCP uma ferramenta de grande utilidade para o diagnóstico da AR. Fator Reumatóide: IgA, IgG, IgM Provavelmente não inicia o processo inflamatório na doença reumática, mas atua perpetuando e amplificando esse processo. No caso das AR são detectados em grandes quantidades. A presença de níveis aumentados de FR IgA em pacientes com AR está associada ao desenvolvimento de doença erosiva. Diagnóstico Exames Laboratoriais Os anticorpos anti-CCP são produzidos localmente na membrana sinovial inflamada e no líquido sinovial de pacientes com AR. Inúmeros estudos têm demonstrado que o aparecimen- to de autoanticorpos no soro de pacientes com AR pode preceder em anos os sintomas clínicos da doença . A determinação dos anticorpos anti-CCP também parece ser útil no diagnóstico precoce da AR, principalmente em grupos de risco, como familiares de pacientes com AR. Tratamento Ele tem o direito de saber sobre suas condições e sobre as opções terapêuticas disponíveis, e de participar ativamente das escolhas. O paciente que entende sua condição e compreende a ação dos medicamentos, os métodos de prevenção de deformidades e o processo de reabilitação apresenta melhor evolução clínica. Tratamento Medidas Educativas O paciente deve ser informado sobre o papel dos exercícios e da proteção articular e as técnicas específicas de fisioterapia e de reabilitação, para que possa dedicar-se às atividades de prevenção de deformidades articulares. Além disso, deve ser orientado sobre as possibilidades de ajuste de equipamentos domésticos e de modificação do ambiente de trabalho. Tratamento Medicamentoso Anti-inflamatórios não hormonais – AINH Corticoides Drogas modificadoras do curso da doença – DMCD sintéticas e biológicas. Drogas imunossupressoras Monitoração do tratamento Na doença inicial em pacientes que tenham doença ativa com até um ano de sintomas, recomenda-seo acompanhamento intensivo com visitas mensais e progressão medicamentosa rápida, quando necessário. Em cada visita deve-se avaliar a eficácia e a segurança da intervenção terapêutica, considerando as comorbidades do paciente e visando preferencialmente remissão ou menor atividade da doença possível, assim como melhora funcional e da qualidade de vida. Em paciente com doença estabelecida, e especialmente naqueles com doença controlada, as visitas podem ser realizadas a cada três meses. Tratamento Monitoração do tratamento Tratamento Monitoração do tratamento Tratamento Fisioterapia Objetivos: Controle da dor; Controle do edema; Controle da rigidez articular; Aumento e manutenção da amplitude articular; Aumento e manutenção da força muscular; Melhora da função cardiorrespiratória; Manutenção da função motora; Funcionalidade nas atividades de vida diária; Funcionalidade nas atividades laborais. Atualmente não há um único tratamento totalmente eficaz. Intervenções de fisioterapia para pessoas com AR são predominantemente orientadas para amenizar as deficiências resultantes de manifestações das doenças articular e periarticular, e fornecer orientações e educação para melhorar a capacidade funcional e qualidade de vida. Tratamento Fisioterapia Orientações para sentar/levantar Orientações para sentar/deitar e deitar/sentar/levantar Abaixar para pegar objetos do chão Orientações na marcha e nos aparelhos auxiliares No caso de doenças reumáticas, a terapia manual pode vir a ser um substituto eficaz de medicamentos anti-inflamatórios, muito utilizados nas doenças reumáticas. Devem ser evitadas as manipulações e as técnicas de mobilização articular que provocam dor ao paciente, sendo realizadas de forma suave, rítmica e com movimentos repetitivos, proporcionando relaxamento dos tecidos moles A técnica de deslizamento dos tendões consiste em uma das abordagens de terapia manual muito utilizada, já que as bainhas tendíneas dos pacientes com reumatismo são muito propensas à formação de aderências. Atenção as trações articulares devido a frouxidão ligamentar existente na AR. Tratamento Fisioterapia Exercícios passivos Exercícios isométricos Exercícios ativo-livres Resistências leves e moderadas Alongamentos Técnicas de contração e relaxamento Ultra-som Ondas curtas Bolsa de água quente Exercícios aeróbicos Laser – AsGa, 904nm, 3J Crioterapia Os exercícios devem sempre iniciar na posição deitada ou sentada para evoluir a posição de pé. CinesioterapiaHidroterapia Os exercícios e técnicas devem ser realizados na frente do espelho para o paciente ter melhor consciência do movimento e da postura adotada. A crioterapia é contra-indicada em todas as fases da doença se o paciente tiver vasculite ou fenômeno de Renault associado. Com a imersão, obtêm-se diminuição do edema, melhora do retorno venoso, indução da bradicardia e centralização do fluxo sanguíneo periférico Eletrotermo Tratamento Fisioterapia Marcha Deve ser treinada de acordo com a gravidade do caso. Pacientes cadeirantes devem inicialmente realizar o treino do ortostatismo, utilizar um andador e após uma bengala. Para pacientes com pouca restrição, o uso de dispositivo auxiliar bengala proporcionará maior equilíbrio com menor sobrecarga nas articulações. A bengala deve ser utilizada no membro contralateral comprometido, e a altura ideal é no processo estiloide da ulna com o cotovelo relaxado. E os sapatos de uso habitual. Caso Clínico : M.L.N 60 anos, casada, branca, dona de casa e aposentada, reside em Garanhuns-PE, diabética há 10 anos. A mesma apresenta quadro de Artrite Reumatoide, onde se queixa de dores articulares na região dos dedos e punho, refere-se a sentir calor e inchaço, fadiga, rigidez principalmente pela manhã. Pct relata também dificuldade e incapacidade para realização de suas atividades diárias, assim como arrumar casa. Durante a inspeção e avaliação observa-se deformidades nas articulações dos dedos. De acordo com a escala de EVA pct apresenta dor moderada e intensa 7-8, e em teste de força obtendo grau 4. RX e TC apresenta erosões articulares e descalcificações nas articulações dos dedos.
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