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Francisco Lobão Manuel Lobão 1 Bioquímica e Biofísica Professora Ana Cristina Santos – acsantos@fmed.uc.pt Professora Vera Silva – vera.7.silva@gmail.pt Licenciatura de Enfermagem – 1º Ano Francisco Lobão Manuel Lobão 2 Índice Revisões ........................................................................................................................................ 4 Química Orgânica ..................................................................................................................... 4 Hidrocarbonetos .................................................................................................................... 4 Marcadores Tumorais .................................................................................................................... 9 Susceptibilidade genética .......................................................................................................... 9 Alteração genética em tumores ............................................................................................... 10 Progressão do cancro ............................................................................................................... 10 Cancro: Manifestações clinicas ............................................................................................... 10 Marcadores tumorais ............................................................................................................... 10 Natureza Bioquímica ............................................................................................................... 11 Mama....................................................................................................................................... 12 Cancro Colorrectal .................................................................................................................. 13 Adenocarcinoma da próstata ................................................................................................... 13 Pâncreas................................................................................................................................... 13 Bexiga ..................................................................................................................................... 14 Ácidos gordos – Lípidos ............................................................................................................. 15 Esteróis e Esteróides ............................................................................................................... 17 Ácidos Biliares ........................................................................................................................ 18 Revisões de DNA e RNA ............................................................................................................ 19 Estrutura DNA ........................................................................................................................ 19 Estrutura RNA ......................................................................................................................... 19 DNA e RNA ............................................................................................................................ 20 Mutações ................................................................................................................................. 21 Clonagem ................................................................................................................................ 21 Estrutura da membrana celular .................................................................................................... 24 Transporte da membrana ......................................................................................................... 25 Movimento de macromoléculas através da membrana ........................................................... 25 Vitaminas .................................................................................................................................... 26 Metabolismo de Lípidos – Oxidação lipídica.............................................................................. 28 Metabolismo dos Esfingolípidos ............................................................................................. 30 Metabolismo dos Glícidos ....................................................................................................... 30 Obtenção de ATP ................................................................................................................ 33 Francisco Lobão Manuel Lobão 3 Proteínas – metabolismo proteico ............................................................................................... 35 Catabolismo proveniente do azoto de aminoácidos .................................................................... 37 Catabolismo dos aminoácidos ................................................................................................. 37 Metabolismo dos aminoácidos ................................................................................................ 37 Formação da amónia ................................................................................................................... 38 Ciclo da ureia – 4 passos ......................................................................................................... 38 Francisco Lobão Manuel Lobão 4 Revisões Química Orgânica Hidrocarbonetos Alifáticos Aromáticos (contém benzeno) Alifáticos Estrutura – cadeia aberta ou fechada Nomenclatura – prefixo depende do nº de átomos carbonos Alcanos Fórmula geral Cadeia aberta – CnH2n+2 Cíclicos – CnH2n Estrutura – todas as ligações são simples Nomenclatura Sufixo: -ano Nos compostos cíclicos o nome deve ser precedido do prefixo “ciclo” Alcenos Fórmula geral Cadeia aberta – CnH2n Cíclicos – CnH2n-2 Estrutura – uma ou mais ligações duplas Nomenclatura Sufixo: -eno Nos compostos cíclicos o nome deve ser precedido do prefixo “ciclo” C1 Met C2 Et C3 Prop C4 But C5 Pent C6 Hex Francisco Lobão Manuel Lobão 5 Alcinos Fórmula geral Cadeia aberta – CnH2n-2 Cíclicos – CnH2n-4 Estrutura – uma ou mais ligações triplas Nomenclatura Sufixo: -ino Nos compostos cíclicos o nome deve ser precedido do prefixo “ciclo” Aromáticos Compostos aromáticos Francisco Lobão Manuel Lobão 6 1. Álcoois 2. Éteres 3. Aldeídos 4. Cetonas 5. Ácidos carboxílicos 6. Aminas 7. Amidas 8. Ésteres 9. Aminoácidos 10. Ácidos nucleicos Grupos Funcionais Álcoois Estrutura: possuem um ou mais grupos hidroxilo (R – OH) ligados há cadeia carbonada Nomenclatura: substitui-se o O (de etano por ex.) por OL como etanol ou ÁLCOOL mais o alcano terminado em ÍLICO como álcool etílico Necessário saber a fórmula química do colestano para poder fazer as fórmulas químicas de outros compostos a partir dele. Muito importantesaber pois é a fórmula química do colesterol. Δ5 – Significa que há uma ligação dupla no carbono 5 até ao seguinte, carbono 6. Δ5-10 – Significa que se verifica a ligação dupla do carbono 5 para o carbono 10. Francisco Lobão Manuel Lobão 7 Éteres Estrutura: R – O – R’ Nomenclatura: éter acompanhado pelo nome dos 2 radicais ligados ao O, por ordem alfabética Aldeídos Estrutura: Nomenclatura: substitui-se o O (de etano por ex.) por al como etanal Cetonas Estrutura: Nomenclatura: substitui-se o O (de etano por ex.) por ona como propanona (acetona) Ácidos carboxílicos Estrutura: Nomenclatura: adiciona-se anteriormente a palavra ácido e substitui-se o O (de etano por ex.) por óico como ácido butanóico Ésteres Estrutura: Nomenclatura: substitui-se o sufixo ico (dos correspondentes ácidos carboxílicos) por ato de alquilo ou arilo Francisco Lobão Manuel Lobão 8 Amidas Estrutura: Nomenclatura: acrescenta-se ao nome do hidrocarboneto correspondente o sufixo amida Aminas Estrutura: Nomenclatura: indica-se o nome dos radicais ligados ao átomo de azoto, por ordem alfabética, seguido do termo Amina Francisco Lobão Manuel Lobão 9 Marcadores Tumorais DNA- Molécula orgânica que reproduz o código genético Divisão celular Interfase: Aumento de volume e duplica os seus cromossomas Mitose: Processo de divisão celular Gene-> sequência de nucleótido na molécula de DNA que codifica a síntese de uma determinada proteína Oncogene-> activado é causador do cancro Proto oncogene -> gene oposto ao normal do oncogene Gene supressor -> gene que controla negativamente o ciclo de divisão celular Exão-> segmento do gene codificante de aminoácidos de uma proteína Intrão-> segmento de gene não codificante Avaliação mutagenicidade Análise citogenética – avalia a alteração estrutural do cromossoma Pesquisa micronúcleos (teste do micronúcleo) Analise de aberrações cromossómicas Identificados na fase interfásica Fragmentos resultantes de deleções cromossómicas Linfócitos de sangue periférico, fibroblastos; células epiteliais da boca… Método não invasivo Permite colheitas sucessivas Susceptibilidade genética Variações interindividuais na herança de genes envolvidos no metabolismo do agente mutagénico Enzimas: Citocromo P450 (fígado) Glutatitão S – Transferase Como surgem os tumores? Exposição a agentes mutagénicos Capacidade adaptativa de reparação no DNA Susceptibilidade genética Francisco Lobão Manuel Lobão 10 Alteração genética em tumores Activação de oncogenes Aumento da expressão do mye, erb-2; factor de crescimento epidérmico (EGFR) Amplificação genética do bcl-1, int-2, hist-1… Inactivação de genes supressores (geralmente estão inactivadas nas células cancerigenicas) Mutações: diminuição da expressão ; deleções cromossómicas P16 e P53 inibe crescimento e multiplicação celular se detectar danos no DNA Carcinogénese: 1. Lesão do DNA inicial (efeitos carcinogénicos) – tabaco; radiações; produtos químicos; vírus 2. Quebras e rearranjos cromossómicos, replicação genética 3. Selecção de células mutantes – Clonacidade - reactivação de proto oncogenes e activação de genes supressores de tumor Progressão do cancro 1. Iniciação (células com alteração genética); 2. Promoção (hiperplasia- aumento do nº de células) 3. Progressão (displasia, cancro benigno e cancro invasivo “maligno”) Cancro: Manifestações clinicas Factores: Tipo de tumor Tecido afectado Estágio de desenvolvimento do tumor Avaliação Laboratorial: Detecção (triagem) Confirmação Classificação e estadionese Monotorização da terapia Marcadores tumorais Qualquer parâmetro bioquímico cuja detecção em tecido ou líquido biológico possa indicar a presença de um tumor Tipos de marcadores: Directos – Substancias normalmente presente no individuo e produzida em muito maior quantidade no paciente com cancro, ou apenas presente num determinado Francisco Lobão Manuel Lobão 11 momento da vida e que volta a produzir-se quando o doente tem cancro (onco-fetais). Ex: algumas hormonas Indirectos – Substancia normalmente presente no individuo sadio e que passa a ser produzida em quantidades anormais, em resposta a presença de um tumor. Ex: algumas enzimas Natureza Bioquímica Proteínas Enzimas Receptores celulares Hormonas Regiões genéticas Marcador tumoral ideal: Alta especificidade (não ser detectado em doenças benignas ou indivíduos saudáveis) Alta sensibilidade (detectado precocemente, quando apenas algumas células neoplásicas estiverem presentes) Órgão específico Boa correlação como volume tumoral Boa correlação como prognostica Fácil execução Baixo custo Enzimas como marcadores tumorais: Fosfatase alcalina = tecido e órgão – alvo Fígado; ossos; testículos Proteínas como marcadores tumorais Alfa-fetoproteína Fígado Ferritina Mama Compostos baixo peso molecular Hidroxiprolina Osso (metástase) Poliaminas Cólon; recto …. Hormonas como marcadores tumorais Paratormona Hepático renal; mamário; pulmonar Gastrina Glucogonoma (Glucose +agonista) Calcitonina Tiróide Francisco Lobão Manuel Lobão 12 Marcadores de risco de CANCRO Oncogenes (genes que são reactivados) Genes supressores: P53 P53: Gene supressor de tumor localizado no braço curto de cromossoma 17 Regula a transcrição de outros genes Deleções e mutações no gene P53, ocorrem na carcinogénese do cancro do cólon Envolvido na morte programada (apoptose de células anormais) O P53 é importante pelo menos de dois modos: 1. A presença de mutações P53 em tumores, sobretudo no cólon e mama indicam um cancro mais agressivo com menores perspectivas de sobrevivência 2. O P53 usado na prevenção de tumores a. A inserção do P53 normal em pacientes com cancro pode ser um tratamento efectivo do cancro Células em crescimento: Ki67 Facilmente detectada em células de crescimento, é útil para determinar a taxa de crescimento de um tumor Biopsias Amostras de tecido tumoral (acompanhar o crescimento do tumor e para possíveis terapêuticas apropriadas ao tumor em causa) PCNA – células em crescimento Proteína que atua como factor de progressão para a polimerase delta do DNA nas células eucariotas. Mama CEA Antigénio carcinoembrionário CAs Carbohidratos CA 15-3 (antigénio Carbohidrato) Utilizado para avaliação de massas pélvicas Monitorização de pacientes com adenocarcinoma de ovário Em doenças não neoplásicas, os valores podem estar elevados (hepatite cronica; infecção urinaria e cirrose). CA27-29 Na detecção de recorrência do cancro da mama. Francisco Lobão Manuel Lobão 13 Glicoproteína P170 (encontra-se na membrana plasmática do fígado e do intestino) Actua como uma bomba que expulsa substâncias nocivas do interior das células para o exterior, participando em desintoxicações. Pode apresentar níveis elevados no tumor da mama e conferir resistência a numerososfármacos antineoplásicos Porque os expulsa e não permite que eles actuem Cancro Colorrectal Pode estar elevado em fumadores; patologias benignas Antigénio carcinoembrionário = CEA (avaliação prognostica; seguimento de doentes com cancro com cancro Colorrectal tratado) Valores elevados devido a neoplasias malignas do colon e recto; fígado; pâncreas e doenças não neoplásicas (hepatite cronica; linfoma) Adenocarcinoma da próstata Antigénio específico – PSA Valores normais: abaixo 4 (ng/ml) Valores elevados por: Hiperplasia prostática; Neoplasia da próstata; Prostatite. PSA Densidade Relação entre PSA sérico e o volume prostático definido pela ecografia transrectal. Indicações Exame anual para os homens a partir dos 50 anos; Detecção precoce de progressão ou recorrência da neoplasia da próstata; Seguimento de pacientes apos terapia sistémica cirúrgica ou radioterapia Pâncreas CA-19-9 Avaliação de lesões pancreáticas; Avaliação de eficácia da quimio pré-operatória em cancro do pâncreas; Seguimento de doentes com cancro tratado; Avaliação prognostica pós-operatória Valores normais: menores que 40 UI/ml Valores aumentam devido à neoplasia maligna do pâncreas; mama; próstata; cabeça; cálculo biliar; cólon Francisco Lobão Manuel Lobão 14 Não é útil para rastreio; utilizada como diagnóstico diferencia entre pancreatite cronica e cancro do pâncreas; existe correlação entre o nível sérico e o tamanho do tumor. Bexiga BTA (o antigénio de tumores da bexiga é uma proteína de elevado peso molecular) Como identificar um marcador tumoral? Citoquímica; Citometria de fluxo; Histoquímica; Análises citoplasmáticas do sangue; urina; Líquido amniótico Tecnologia de microarrays (identificação de novos marcadores tumorais) Francisco Lobão Manuel Lobão 15 Ácidos gordos – Lípidos Ácidos gordos saturados com número par de carbonos mais comuns Fórmula geral: H₃C(CH₂)c COOH C1 – ácido metanóico ou fórmico C14 – ácido mirístico C2 – ácido etanóico ou acético C16 – ácido palmitico C3 – ácido propamóico C18 – ácido esteárico C4 – ácido butirico C20 – ácido araquidico C5 – ácido valérico C22 – ácido beémico C6 – ácido capróico C24 – ácido liguocirico C8 – ácido caprilico C26 – ácido ceródico C10 – ácido cáprico C28 – ácido montâmico C12 – ácido láurico Ácidos gordos derivados dos hidrocarbonetos Saturação: Insaturados – monoinsaturados e polinsaturados Ligações duplas entre carbonos Saturados – sem ligações duplas C16 (acido palmítico) C18 (acido esteárico) Não são reutilizados pelos mamíferos e são indispensáveis na dieta alimentar. Lípidos derivados de ácidos Gordos 1. Triacilgliceróis Síntese no fígado; Formam-se 3 ácidos gordos que se ligam a um glicerol (palmítico; oleico e cáprico) Simples: Composta por 3 ácidos gordos iguais Mistos: composta por pelo menos 2 ácidos gordos diferentes Função: Reserva energética; Isolamento térmico; Flutuação. Monoglicerídeo = éster de glicerol +1 ácido gordo (palmítico) Diglicerídeo = éster de glicerol + 2 ácidos gordos (palmítico e oleico) Francisco Lobão Manuel Lobão 16 2. Glicerofosfolipídeos Deriva do ácido fosfatídico Anfipáticos (cauda hidrofóbica e cabeça hidrofílica) Ácidos gordos (apolar) Grupo fosfato Função – Componentes estruturais da membrana 3. Esfingolípidos Derivados da esfingosina (amina alcoólica) Cabeça polar e duas caudas apolares mas não contem glicerol Três componentes fundamentais: Um grupo polar Ácido gordo Uma estrutura esfingóide 4. Ceras Álcool oleoil e ácido esteárico Função Reserva energética; Impermeabilização; Lubrificação; Flutuação. 5. Eicosanóides Substancias com vinte átomos de carbono derivados de ácidos gordos essenciais; São produzidos pela maioria das células, excepto hemácias, a partir de ácidos gordos essenciais (Ex: Ácido Linoléico, Ácido Araquidónico e ∝-Linoléico); Origina Ácido Linoléico Ácido Araquidónico Prostaglandinas; Tromboxanos; Leucotrienos Medidores da resposta inflamatória. Função – Moléculas sinalizadoras Sistema cardiovascular Dor e inflamação (asma) Sistema respiratório (broncodilatadores) Sistema digestivo Sistema reprodutivo Francisco Lobão Manuel Lobão 17 Os Eicosanóides subdividem-se em 3 classes: Prostaglandinas: Controlo da Pressão Arterial; Estimulação contracção da musculatura lisa; Indução da resposta inflamatória; Inibição da agregação de plaquetas. Tromboxanos: Estimulação contracção da musculatura lisa; Indução da agregação de plaquetas. Leucotrienos: Estimulação contracção da musculatura lisa; Indução da resposta alérgica; Indução da resposta inflamatória. Esteróis e Esteróides Componentes membranares (esteróis) Sinalização hormonal (esteróides) Precursores de ácidos biliares e vitamina D3 (esteróis) Tratamento de Doenças inflamatórias (Ex: asma, arterite e reumatismo) Esteróis (Colesterol) Molécula anfipática Percursor de hormonas esteróides (Ex: testosterona e progesterona) Funções: Constituinte das membranas celulares; Regula a fluidez da membrana em diversas faixas da temperatura; Reduz a permeabilidade da membrana plasmática aos iões de Hidrogénio e sódio; Ajuda na produção da bílis; Importante para o metabolismo das vitaminas A, D, E e K. Testosterona: Funções- Hormona sexual masculino que controla o crescimento e desenvolvimento dos órgãos reprodutores masculinos e das características sexuais secundaria Progesterona e estrogénio Estimula a ovulação e afecta proteínas no fígado Hormona sexual feminina que actua na preparação do endométrio do útero para a implantação do óvulo fecundado. Francisco Lobão Manuel Lobão 18 Ácidos Biliares Derivados polares do colesterol que actuam como detergentes no intestino promovendo a emulsificação dos lípidos para os tornarem mais acessíveis às lípases digestivas Ex: acido tanrocócico Acido glicocólico Colesterol (3-hidroxi-Δ5 colesterol) Francisco Lobão Manuel Lobão 19 Revisões de DNA e RNA Ácidos nucleicos; Armazenam e transitem a informação hereditária Dois tipos: Ácido desoxirribonucleico (DNA) Ácido ribonucleico (RNA) São polímeros de nucleótidos Cada nucleótido é composto por três elementos: Base azotada Pentose Grupo de fosfato Dois tipos de bases azotadas quer o DNA como no RNA: Pirimidinas: No DNA- Adenina e Timina No RNA- Uracilo e Adenina Purinas: Guanina e citosina Quer o DNA quer o RNA são polinucleótidos. Os nucleótidos estão ligados uns aos outros através de ligações fosfodiesterase entre o C3’ de um nucleótido e o C5’ do nucleótido contiguo Estrutura DNA = HELICOIDAL DUPLA Molécula dupla em que as duas cadeias polinucleotidicas estão ligadas uma à outra atravésde um emparelhamento de bases específicas. A adenina de uma cadeia forma ligações de hidrogénio com a timina da outra cadeia e a guanina d uma cadeia com a citosina da outra cadeia Diz-se que as duas cadeias são complementares mas são antiparalelas Localiza-se no núcleo de mitocôndrias e cloroplastos Nos ácidos nucleicos, os nucleótidos ligam-se por ligações covalentes que se estabelecem entre o grupo fosfato de um nucleótido e a pentose do nucleótido seguinte Estrutura RNA Cadeias poliribonucleicas (adenia, uracilo, guanina e citosina) Cadeia simples de polinucleótidos Localiza-se no hieloplasma Três tipos: RNA de transferência RNA mensageiro RNA ribossómico Francisco Lobão Manuel Lobão 20 DNA e RNA Histomas são as proteínas principais da cromatina “actuam como molas” em torno do DNA Ex: H1; H2A; H2B; H3 E H4 A molécula de DNA possui capacidade de se auto-reproduzir, isto é, copiar a sua própria informação, no processo designado por replicação. Replicação do DNA Replicação Semi-conservativa Ocorre de 5’ para 3’ As duas cadeias antiparalelas são replicadas em simultâneo Usam-se primeres de RNA para iniciar uma nova cadeia A hipótese mais aceite para a replicação do DNA é a replicação semi-conservativa. As duas cadeias de dupla hélice de DNA, na presença de enzimas especificas (DNApolimerases) separam-se por rotura das ligações de hidrogénio. Cada cadeia serve de molde à formação de uma cadeia complementar a partir dos nucleótidos livres. As cadeias complementares desenvolvem-se em direcção antiparalela em relação à cadeia que serve de molde, no sentido 5’ 3’ Semi-conservativa = assim designada por permanecer, em cada uma das moléculas formadas, uma das cadeias de polinucleótidos da molécula inicial. Assim designada por permanecer em cada uma das moléculas formadas uma das cadeias de polinucleótidos da molécula inicial. A passagem da linguagem do DNA para a linguagem das proteínas envolve duas etapas: Transcrição – Síntese do mRNA a partir do DNA O complexo enzimático RNApolimerase, fixa-se sobre uma curta sequencia do DNA e desliza ao longo dela, provocando a sua abertura e iniciando a transcrição e a síntese do mRNA. A cadeia molde é lida de 3’ 5’ e o mRNA é sintetizado de 5’ 3’ Tradução- (3 etapas) Iniciação – Começa com um codão específico: codão iniciação (AUG) Alongamento Reticulo endoplasmático O código genético baseia-se em conjuntos de base de DNA (4 bases para 20 aa com 64 combinações diferentes entre eles) Codões de stop (UAA; UAG; UGA) Francisco Lobão Manuel Lobão 21 Estabilidade de DNA: Pontos de hidrogénio entre cadeias Forças de Van der Walls entre as bases empilhadas O emparelhamento de bases devido à complementaridade entre as bases tem um papel importante na manipulação dos ácidos nucleicos. RNA absorve mais luz que o DNA Factores que afectam a desnaturação/renaturação da dupla hélice: Sequencia de DNA Força iónica Agentes desnaturantes – temperatura; soluções alcalinas; formamida e ureia Concentração de DNA Dimensão da molécula Agentes químicos que destabilizam pontes de hidrogénio Mutações Pontual – alteração de uma só base pode alterar a proteína Missense – resulta na alteração de aminoácido Nonsense – resulta num codão stop Frame-shift – alteração “Reading- frame” da mensagem genética Decorrem geralmente por um de dois processos: Danificação de DNA por agentes ambientais (UV; radiação nuclear ou produtos químicos) Erros que ocorrem quando uma célula replica o DNA para a divisão celular Extracção do: DNA – células da mucosa, ossos, tecidos ou moléculas isoladas (molécula altamente estável) RNA – células e tecidos frescos; células e tecidos conservados em reagentes (molécula altamente instável) Arrays de DNA – permitem analisar padrões de expressão genética em diferentes tempos numa célula viva Clonagem Processo natural ou artificial onde são produzidos clones/cópias fiéis geneticamente de outro ser, por reprodução assexuada (por meio de técnicas que excluem a fertilização) Enzimas de restrição ou endonucleoses de restrição: Componentes de defesa molecular de bactérias contra DNA estranho Cortam o DNA estranho em sequencias nucleotídicas especificas, geralmente com simetria dupla em ermos de um ponto central Sequências palindrómicas Francisco Lobão Manuel Lobão 22 Vector Plasmídeo, fago ou cosmideo no qual é possível inserir sequencias de DNA estranho para proceder à sua clonagem Facilmente detectáveis e isoladas das células Características Funções São estáveis numa célula hospedeira Replicação Controlam a sua própria replicação Multiplicação (aumento do numero de copias) Cortados num só local por uma enzima de restrição Inibição do DNA dador e a circulação do plasmídeo Plasmídeo Segmento circular de DNA de cadeia dupla que se encontra no interior das bactérias e se replica autonomamente Cosmídeo Vectores sintéticos para clonagem de genes que podem inserir grandes quantidades de DNA estranha Componente para uma clonagem: DNA dador – fonte de DNA ou gene a ser clonado; Endonuclease de restrição – enzima utilizada para cortar o DNA do dador e o vector em locais específicos (para o DNA do dador ser inserido no vector); Vectores – plasmídeo utilizado para introduzir o gene a ser clonado numa célula hospedeira adequada; Ligase do DNA – enzima para ligar as extremidades livres e adaptáveis do DNA dador e do DNA vector, formando um vector recombinante; Célula hospedeira – onde se inserem os vectores recombinantes. Técnica de amplificação in vitro (PCR) PCR Reacção de polimerização em cadeia utilizada para amplificar determinadas sequencias do DNA, fazem-se replicações sucessivas da sequencia do DNA inicial. Amplificação do DNA Produção de múltiplas copias de uma sequencia de DNA Primer Sequencia de DNA ou RNA complementar para uma sequencia nucleótidica e que serve de ponte de partida para esta ser copiada por uma polimerase. Francisco Lobão Manuel Lobão 23 Ciclo de amplificação 1. Destruição do DNA (90ºC); 2. Hibridização dos primers; 3. Elongação pela taq polimerase (reproduz a temperatura elevada) A reacção PCR Com um fragmento de DNA podem fazer-se milhares de copias utilizando a enzima taq polimerase. A PCR é usada em diversos diagnósticos médicos porque é, rápida, sensível, especifica e não necessita de clonagem porque permite multiplicar um fragmento de DNA sem recorrer a clonagem. Com a PCR pode fazer-se a sequência do genoma, mas utilizando varias técnicas de biologia molecular. Francisco Lobão Manuel Lobão 24 Lípidos (+colesterol) Proteínas Glícidos Estrutura da membrana celular Funções: Barreira Receber informação da membrana Importam e exportam moléculas Movimenta-se/expande-se Lípidos: Anfipáticos (cabeça hidrofílica polar e cauda hidrofóbicas apolar) Formam bicamadas estáveis com baixa energia Termodinamicamente favorável Assimétricas Actuam como barreiras Fluidas a temperaturas fisiológicas Colesterol: Molécula pequena e rígida Propriedades hidrofóbicas Torna a bicamada + rígida Modula a fluidez da membrana Mantem longas cadeias separadas Proteínas: Integrais = transmembranares Córtex medular Rede de proteínas Periféricas = Lípidos e proteínas ancoradas fibrosas no lado citoplasmático Proteínas que atravessam a bicamada – estruturas secundárias (responsáveis pela resistência da membrana) Hélice alfa Hélice beta Lado externo da bicamada = proteínas externas e glicolípidos Reconhecimento; protecção; lubrificação e adesão (membrana transmite informação do exterior para o interior da célula) Modelo mosaico fluido Maior fluidez Maior a permeabilidade à água Francisco Lobão Manuel Lobão 25 Transporte da membrana Transporte passivo – A favor do gradiente de concentração Difusão simples – Sem gasto de energia e sem ajuda| forma mais simples de transporte Ex: difusão de H2O: osmose (movimento da agua na direcção à solução mais concentrada) Hipertónica Solução + concentrada Hipotónica Solução - concentrada Isotónica Solução de concentração igual Nota: A difusão depende: Gradiente de concentração Potencial eléctrico Temperatura Permeabilidade da substancia Gradiente de pressão hidrostática Difusão facilitada – (sem gasto de energia) Uniport = movimenta apenas um tipo de moléculas bidireccionalmente Simport = movimenta os dois solutos na mesma direcção Antiport = Movimenta duas moléculas em direcções diferentes Transporte activo – Unidireccional Transporte de substâncias da região menos concentrada para a região mais concentrada (requer gasto de energia) Movimento de macromoléculas através da membrana Endocitoses – Formam-se vesiculas endocíticas quando os segmentos da membrana plasmática invaginam. Esta vesicula funde-se com outras estruturas. O seu conteúdo é digerido produzindo aa, açúcares e nucleótidos Requer: energia Ca2⁺ e elementos contrácteis na célula Dois tipos: fagocitose = células especializadas (macrófagos) que envolvem a ingestão de grandes moléculas, tais como os vírus. Francisco Lobão Manuel Lobão 26 Pinocitose – propriedade de todas as células, promove a entrada de fluidos e seus conteúdos pela célula. Ocorre quando as células ingerem moléculas em estado líquido; Queima de energia. - Primeira fase (fluida) = não selectiva - Segunda fase (absortiva) = selectiva; mediada por receptores Exocitose: Transporte para exterior de macromoléculas, remodelação da membrana quando os componentes são sintetizados e o sinal para a exocitose é muitas vezes uma hormona. (ex. Glândulas salivares); Gasto de energia metabólica; Usada pelas células para libertarem para o meio exterior moléculas grandes que não passam por difusão ou transporte activo. As moléculas libertadas por exocitose classificam-se em: Podem ligar-se á superfície celular e tornam-se proteínas; Podem passar a fazer parte da matriz extracelular. (ex. Colagénio); Espaço extracelular e servir de sinal para outras células. (ex. Insulina) Transmissão dos sinais bioquímicos: Neurotransmissores, hormonas Ligam-se a receptores específicos (proteínas integrais) expostos ao lado exterior da membrana celular e transmitem informação para o citoplasma; Receptor Beta adrenérgico Vitaminas São nutrientes importantes para o funcionamento do organismo e protegem-no contra diversas doenças Avitaminose = deficiência de vitaminas Vitaminas hidrossolúveis: B1; B2; B5; B12; C; H; N e PP Solúveis em água; Absorvidas pelo intestino e transportadas pelo sistema Podem ser armazenadas no organismo e são excretadas através da urina Francisco Lobão Manuel Lobão 27 Vitaminas Lipossolúveis: A;D;E;K Solúveis em gorduras Absorvidas pelo intestino humano através de sais biliares segregados pelo fígado e são transportados pelo sistema linfático para diferentes partes do corpo; Organismo humano tem mais capacidade para armazenar as Lipossolúveis do que as Hidrossolúveis. A e D Armazenadas no fígado E Tecidos gordos e órgãos reprodutores Nota: A capacidade de armazenamento da K é reduzida Vitamina A: Retinol e carotenóides (de fontes animal e vegetal, respectivamente) Carotenóides dão cor amarela ou alaranjada às frutas e vegetais. O carotenóide mais conhecido é o ß-caroteno (vitaminas mais estáveis nos vegetais) Os alimentos ricos em ß-carotenos são as cenouras, os vegetais de folhas verde-escuras e amarelas (espinafres, brócolos, abóboras…) Pode ser encontrada no fígado, gema de ovo, leite, manteiga, sardinha É sensível à oxidação pelo ar. A perda de actividade é acelerada pelo calor e pela exposição à luz. A presença de anti-oxidantes, como a VITE contribui para a protecção da vitamina A. Principais interacções com a vitamina A Doenças e infecções (sarampo), excesso de álcool, anemia Funções Essencial para a visão, crescimento adequado e diferenciação dos tecidos Riscos de avitaminose A Um dos sinais de deficiência da vitamina A nos animais é a perda de apetite e retardamento no crescimento Xeroftalmia Deficiência grave de vitamina A, que produz cegueira parcial ou total Principal causa de cegueira na infância associada a malnutrição e infecções, leva a elevadas taxas de mortalidade Francisco Lobão Manuel Lobão 28 Metabolismo de Lípidos – Oxidação lipídica A maior parte da reserva energética do organismo encontra-se armazenada sob a forma de Triacilgliceróis (triglicerídeos) A oxidação dos ácidos gordos constitui a via central de obtenção de energia em muitos órgãos e tecidos (ex.: fígado, musculo cardíaco) O catabolismo dos ácidos gordos designa-se ß – oxidação Cada triglicerol tem um “esqueleto” de glicerol, ao qua estão ligados (ligação éster) 3 ácidos gordos As lípases hidrolisam os triglicerídeos, libertando um ácido gordo de cada vez, produzindo diacilgliceróis, monogliceróis ou glicerol Oxidação dos ácidos gordos: 3 fases Ocorre na matriz mitocondrial (animais), podendo também ocorrer nos peroxisossomas (plantas) 1 – Activação Precede a oxidação citoplasmática Essencial para que ocorra a oxidação Requer energia Dá-se a conversão do ácido gordo em Acetil-coA (localiza-se no retículo endoplasmático e na mitocôndria) A presença de pirofosfatase inorgânica assegura que a activação se complete facilitando a perda de energia da ligação fostato do pirofosfato PPI + H2O 2PI Ácido gordo + ATP acilademinato + PPI PPI 2PI Acilademinato + HS-coA Acil-coA + AMP Total: Ácido gordo + ATP + HS-coA Acil-coA + AMP + 2PI Nota: muitas das enzimas são proteínas localizadas na matriz mitocondrial. Mas as enzimas específicas para os ácidos gordos de cadeia muito longa estão associados à membrana. Francisco Lobão Manuel Lobão 29 2 – Transporte Acetil-CoA formados serão usados na síntese de lípidos membranares e serão oxidadas no interior da matriz mitocondrial. A membrana interna da mitocôndria é impermeável aos Acil-CoA, pois para entrarem na mitocôndria estes reagem com um aminoácido “especial” (Carnitina Distribuída por todo o organismo, nos músculos) O controlo da oxidação dos ácidos gordos é feito principalmente no passode entrada dos ácidos gordos na mitocôndria A activação dos ácidos gordos mais curtos e a sua oxidação podem ocorrer na mitocôndria independentemente da carnitina, mas os Acil-CoA de cadeia longa não conseguem penetrar na mitocôndria sem a ajuda da enzima, que os converte em acil- carnitina, que já consegue entrar na mitocôndria a acudir ao sistema de ß-oxidação 3 – Oxidação ß-oxidação nos ácidos gordos com número par de C na cadeia (saturada) O Acil-CoA pode agora entrar na via da ß-oxidação, e conduzirá a um novo Acil-CoA com menos 2 átomos de carbono que o anterior A degradação de um Acil-CoA processa-se numa sequência repetida de 4 reacções 1ª Reacção Oxidação catalisada pela Acil-CoA desidrogenase Fad FadH2 2ª Reacção Oxidação catalisada por Enoil-CoA-hidratase (H2O) Formando-se ß-hidroxiacil-CoA 3ª Reacção Desidrogenação catalisada pela ß-hidroxiacil-CoA-desidrogenase com formação da ß- cetoacil-CoA 4ª Reacção Tiolise catalisada pela tiolase = formação de acetil-CoA com menos dois carbonos do acil-CoA inicial Β- Oxidação nos ácidos gordos com número par de carbonos na cadeia (monoinsaturada) Esta oxidação requer uma enzima adicional a Enoil- CoA isomerase Ex: Oleico Ligações duplas em posições erradas e não têm a configuração certa Requer uma segunda enzima adicional a dienoil-CoA redutase Ex: linoleico (polinsaturado – 2 enzimas) Β- Oxidação nos ácidos gordos com número impar de carbonos na cadeia Francisco Lobão Manuel Lobão 30 Ex: Cobalamina (vitamina B12) Energética de oxidação Cetogenese – síntese de corpos cetónicos Causas: Predominância da oxidação dos lípidos sobre o catabolismo glucídico O acetil-CoA, não podendo entrar no ciclo de Krebes, é convertido em corpos cetónicos Regime alimentar exageradamente rico em lípidos Ocorre no fígado e acumula-se no sangue e urina *O cérebro, quando não existe disponibilidade de glucose, adapta-se à utilização do ácido acetónico como fonte de energia (jejum) Metabolismo dos Esfingolípidos Fosfoesfingolipidos ou esfingomielinas são fosfolípidos que contêm: 1 Ácido gordo Fosfato Colina Aminoalcoil complexo Glicoesfingolipidos contêm: Ceramida Glícido (monossacárido ou oligossacárido) Metabolismo dos Glícidos Os glícidos também são conhecidos como glúcidos, hidrocarbonetos e carbohidratos Imediatamente utilizável Glucose Como reserva Amido; glicogénio Função estrutural Celulose; quitina; ácido hialurónico Açúcar – Oses simples e di- e tri- sacarídeos Os glúcidos são poli-Hidroxialdeídos ou poli-hidroxiacetonas ou polímeros susceptíveis de libertar por hidrólise os seguintes compostos Oses Ósidos (Glúcidos simples ou (Hidrolise origina várias oses) Monossacáridos) Possuem várias funções álcool e uma função Redutora, aldeído ou acetona. Aldoses – átomo de carbono da função aldeído é o nº 1 Cetoses- átomo de carbonilo tem o nº mais baixo possível Francisco Lobão Manuel Lobão 31 Vitamina C – ácido ascórbico Ósidos – são poliálcoois cíclicos existentes sobretudo nos tecidos vegetais Principal representante mioinositol Fosfolípidos Heterósidos – por hidrólise originam, além de oses, compostos não glucídicos (ou aglíconas) Holósidos – Cuja hidrólise origina o seguinte: Apenas oses: Di-holósidos (dissacáridos) Ex: Lactose; maltose; sacarose Tri-holósidos (trissacáridos) poli-holósidos (polissacáridos) Ex: Amido; glicogénio; celulose Homopoli-holósidos Heteropoli-holósidos Oses ou derivados: Poli-Heterósidos (ou heteropoliósidos) Holósidos (oligossacárido ou polissacáridos) Oligossacárido – por hidrólise liberta apenas monossacáridos. Ex: Lactose; maltose; rafinose; celobiose Polissacárido – Apresenta grau elevado de polimerização (grande numero de moléculas da mesma ose ou de oses diferentes) Ex: amido; glicogénio Di-Holósidos ou dissacáridos redutores – Maltose e Lactose Di-Holósidos ou dissacáridos não-redutores - Sacarose (duas oses estão ligadas pelas suas funções semicetálicas) Polissacáridos - grande nº de moléculas da mesma ose (homopoli-holósidos) ou de oses diferentes (heteropoli-holósidos) Amido, amilose e amilopectina São glucosanas – apenas constituídas por unidades de glucose O Amido é a forma de reserva glucídica nos vegetais, podendo ser constituído por amilopextica ou, mais frequentemente por amilose e amilopectina Glicogénio É a forma de reserva de glucose nos animais Celulose Composto orgânico mais abundante Principal substancia pela estrutura das paredes celulares dos vegetais O monómetro estrutural é a celobiose Outros Homopoliósidos – Quitina; frutosanas (como a insulina); dextranas… Heterósidos – Glucoroconjugados – Glicoproteínas Resultam da reacção de uma ose com um composto que não é uma ose nem um derivado de ose Abundantes nos vegetais Francisco Lobão Manuel Lobão 32 Glucoroconjugados – ose é o ácido glucurónico Proteoglicanos Glicoproteinas e os glicolípidos – são heterósidos cuja parte glucida é chamada de glicano Resultam da associação por ligações covalentes, de uma proteína com um grupo glucídico (glicano) e está nos tecidos (animais e vegetais); líquidos biológicos (saliva: urina; bilis); sangue e hormonas Destino da glicose Armazenada (polissacarídea/sacarose) Oxidada a componentes de 3 carbonos (glicólise) Oxidada a pentoses (via pentoses fosfato) Lise da glucose – Via metabólica que compreende uma serie de reacções enzimáticas com o objectivo de oxidar a glicose a piruvato, na qual uma parte da energia é conservada na forma de ATP Via das pentoses fosfato – via multifactorial; produz NADPH e robose-5-fosfato; ocorre no citoplasma das células (fígado; glândula mamaria; córtex supra-renal) Funções: Permite a combustão total da glicose numa serie de reacções independentes do ciclo de Krebes Formar NADPH extra- mitocondrial (necessário à síntese dos lípidos) Francisco Lobão Manuel Lobão 33 Obtenção de ATP Destinos gerais da glicose: 1. Armazenada 2. Oxidada a componente de 3 C Glicólise 3. Oxidada a pentoses Lise da Glicose Via metabólica que compreende uma serie de reacções enzimáticas com o objectivo de oxidar a glicose a piruvato Em: Anaerobiose (Fermentação láctica) Fermentação alcoólica Metabolismo Francisco Lobão Manuel Lobão 34 Anaerobiose 2ATP Aerobiose 38 ATP Frutose 35 ATP Acetil- CoA 14 ATP Piruvato 8 ATP Francisco Lobão Manuel Lobão 35 Proteínas – metabolismo proteico Proteína: macromolécula construída por unidades (aminoácido) Ligação peptídica (grupo amino + grupo carboxilo) Reacção de desidratação (libertação da molécula de água) Proteína é formada por 20 aminoácidos (todas tem carbono; hidrogénio; azoto e oxigénio; quase todas tem enxofre) Algumas ainda podem ter elementos adicionais(fósforo; ferro; zinco; entre outros) Tipos básicos Naturais: o organismo sintetiza Ex. Insulina e hemoglobina Essenciais: o organismo não produz mas conseguem-se obter através da alimentação Ex: lisina e isoleucina (feijão) Leucina e valina (arroz) As proteínas diferem umas das outras por: Ordem dos aminoácidos; Tipo de aminoácidos; Número de aminoácidos. Uma cadeia de aminoácidos denomina-se “peptídeo”: 2 aminoácidos (dipeptideo), 2 aminoácidos (tripeptideo), Etc.. Muitos aminoácidos (polipeptídeo) Classificação: Proteína simples: só aminoácidos Proteínas conjugadas (ligadas a outras Substâncias) Núcleoproteínas; Glicoproteinas; Metaloproteinas e Lipoproteínas Quanto ao número de cadeias Polipeptídicas: Proteínas mononúmericas: apenas 1 cadeia polipeptídica Proteínas oligoméricas: mais do que uma cadeia polipeptídica São as proteínas de estrutura e função mais complexas Francisco Lobão Manuel Lobão 36 Quanto à forma: Proteínas fibrosas: longas moléculas e paralelas (colagénio; queratinas dos cabelos) Proteínas globulares: estrutura especial complexa mais esféricas (proteínas activas como as enzimas) Funções das proteínas Estrutural: Participam na constituição dos tecidos, dando-lhes riqueza, consistência e elasticidade (Ex: Colagénio, miosina, queratina, albumina); Hormonal: Exerce função sobre algum órgão ou estrutura, como a insulina; Defesa: Anticorpos são proteínas que realizam a defesa do organismo; Enzimática: Catalisação (Ex. lípases – reduzem os triglicerídeos); Transportadora de gases: Transporte de O2 e CO2 realizado pela hemoglobina. Níveis de organização Estrutura primária: longa cadeia de aminoácidos (mais simples e mais importante) Estrutura secundaria: em hélice alfa α (rotação das ligações entre carbono α dos aminoácidos e seus grupo amina e carboxilo) Estrutura terciaria: peptídeos enrolados; cadeias Polipeptídicas muito longas, ocorre em proteínas globulares; Estrutura quarternária: surge das proteínas oligoméricas (2 ou mais peptídeos) Actividade Biológica Anticorpos Estrutural Hormonal Enzimática Catalisador biológico (factores que interferem com a actividade enzimática (PH, a Temperatura; concentração do substrato) Francisco Lobão Manuel Lobão 37 Catabolismo proveniente do azoto de aminoácidos Amónia (tóxica para organismos) O organismo excreta-a transformando-a num composto não tóxico a ureia O ciclo da ureia é essencial para a saúde Balanço N = Ntotal ingerido – perda total de N Excreção de N > ingestão N balanço (-) Ingestão > excreção balanço (+) Catabolismo dos aminoácidos Os aminoácidos em excesso no são armazenados nem excretados sob esta forma A biossíntese da ureia tem 4 etapas: 1. Transaminação; 2. Desaminação oxidativa; 3. Transporte de amónia 4. Reacções do ciclo da ureia; Metabolismo dos aminoácidos (ao fornecerem azoto e carbonos) Transaminação = transferência reversível do grupo amina de um aminoácido para α- cetoácido sem libertação de NH3 (amónia) Glutamato – transaminase Dador do grupo amina que participa em duas reacções importantes que origina ácido aspártico e alamina. Descarboxilação: fosfato piradoxal (PLP) catalisado por descarboxilases presentes nos microorganismos forma-se um composto intermédio entre a coenzima e o substrato aa (Base de schiff) Desaminação: pode ocorrer por desaminação oxidativa Serina, treonina e cisteína – por desaminação forma o ácido pirúvico Desaminadas directamente e formam o amoníaco Francisco Lobão Manuel Lobão 38 Formação da amónia Além da produção nos tecidos, também há formação pelas bactérias intestinais Transporte de amónia: (Excretada na forma de ureia) No cérebro o mecanismo mais importante de renovação de amónia é a formação de glutamina, no fígado é a formação de ureia Ciclo da ureia – 4 passos Ciclo começa na mitocôndria, mas três passos ocorrem no citosol 1. Um grupo amino entra no ciclo através do carbamil fosfato (formado na matriz) 2. Outro é derivado do aspartado, formato na matriz por meio da transaminação do oxaloacetato com o glutamato, reacção catalisada pelo aspartato aminotransferase 3. Formação da citrulina a partir da ornitina e carbamil fosfato, a citrulina passa para o citosol 4. Formação do argininossuccinato por meio de um intermediário citrulil-AMP 5. Formação de arginina a partri de argininossuccinato, liberando fumarato que entra no TCA 6. Formação da uréia Requer 3 ATPs + Amónia + Aspartato +Bicarbonato Produz ureia + fumarato + 2ADP + 2 Pi + AMP + PPi Desordens metabólicas no ciclo da ureia Hiperanorémia tipo l – defeito da carbamoilfosfato-sintase Hiperanorémia tipo ll – defeito da ornitina-carbamoil transferase
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