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Resumo - Política, Soberania, Estado Moderno, Maquiavel, Hobbes, Rousseau, Locke, Kant, Federalistas - Política e Soberania


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POLÍTICA E SOBERANIA
SOBRE A POLÍTICA
	Surgido no contexto da formação do Estado – nascido a partir dos interesses burgueses, que queriam estabilizar a economia, a política, etc – o conceito atual de Política se encontra em constante transformação, alterando-se com o tempo, devido a questões sociais, materiais, entre outras. Além disso, diversos fenômenos fazem com que esse conceito se altere, como as relações de poder, a produção material, o sistema internacional, o domínio da tecnologia, entre outros. 
	Da Idade Antiga até a Idade Média, a Política era pensada apenas no modo reflexivo; A partir da Idade Moderna, apenas, passa a ser pensada de forma prática (devido ao surgimento dos Estados). A constante transformação da Política, dentre os outros fatores já citados, também é fruto da dinâmica da História, não se pode pensar em História apenas como o passado, a História é viva.
	A Política, de maneira geral, pode ser definida como as ações nas esferas públicas com o objetivo de alcançar determinados fins. Ações essas práticas, que incluem mesmo as esferas privadas (pois o privado pode afetar o público).
	Deve-se entender, também, que a moral política é diferente da moral pessoal. Enquanto a moral política se volta para os fins, independentemente dos meios, a moral pessoal se volta para os meios para alcançar os fins, e isso é o que causa muita estranheza ao se analisar a moral política, não se deve pensar com a moral pessoal (que era exatamente o que era defendido por Maquiavel, que será citado mais a frente: Os fins justificam os meios). Apesar disso, deve-se perceber que a moral política, ainda que foque nos fins, não é amoral. Um exemplo disso é o fato de, apesar dos meios, a Política utiliza-se de uma Constituição, que determina as regras de se usar os meios.
		Observação: O sistema moral vivido atualmente é o sistema helênico-judaico-cristão.
	Porém, antes de se analisar as questões morais, precisa-se primeiro ter o aparato para aplicá-las: O poder, caracterizado pela capacidade de obtenção da obediência. Sendo esses normalmente representados pelo poder econômico, marcado pela desigualdade da posse (quem possui mais consequentemente tem mais poder), pelo poder ideológico, marcado pela capacidade de formação de consciência e controle de massas, e, principalmente (nesse caso), pelo poder político, onde existe um Estado, caracterizado pelo monopólio da violência e pela influência da sociedade em relação a esse Estado e à própria sociedade. A moral pública rege o Estado de Direito Democrático (EDD*). As ideias de Maquiavel já não são aplicáveis atualmente justamente devido a moral do EDD.
Observação: Estado = aparato de monopólios, (de) Direito = regras, Democrático = sistema político.
SOBRE A SOBERANIA
	Antes de continuar com a análise da Política segundo pensadores, é importante entender o conceito de Soberania. Soberania, basicamente, é a exercício da autonomia de um Estado sobre um território. Deve-se perceber que a autonomia é diferente da independência, por exemplo: Porto Rico é um país autônomo, porém militarmente dependente dos Estados Unidos. A Soberania se aplica aos territórios tanto terrestres como aéreo e aquático. 
	Deve-se notar, também, que a Soberania tem parâmetros tanto nacionais quanto internacionais. Enquanto a Soberania interna se volta principalmente a questão do domínio sobre o território, a Soberania externa se refere a questão das correlações de poder, por exemplo: Quando Cuba foi avariada pelas ações americanas, sua soberania internacional foi afetada, porém a soberania territorial se manteve. Nesse caso, mostra-se presente uma clara hegemonia (imposição de uma ideia interessante a um grupo, que se torna generalizada, diante de muitas outras ideias) de um Estado sobre outros.
SOBRE O ESTADO MODERNO
	O Estado, como já dito, foi peça fundamental na concepção dos conceitos de Política e Soberania. Surgido no século XIII porém se afirmando até hoje, o Estado é uma expressão da luta de classes. O Estado se afirma, principalmente, pela centralização do poder, a partir do monopólio da violência, da justiça, da economia, da vida civil e dos contratos, podendo até mesmo regular o setor privado. Apesar disso, toda e qualquer ação do Estado deve ser oficializada (publicada em diário oficial), legitimada (fundada no direito e na razão, justa) e legalizada (dentro da lei).
Observação: Ainda que o monopólio de poder seja do Estado, existem outros ‘’centros’’ de poder que influenciam o Estado, como a Mídia, que exerce o poder da informação.
	Para agir, o Estado utiliza-se de Instituições, que são aparatos burocráticos, perenes, baseados na transparência, regras e procedimentos, que seguem o direito constitucional e administrativo, regulam comportamento, são legítimas, legais e oficiais, equalizadores e independentes.
	Os Estados são universais (nenhum campo se encontra fora de suas jurisdições), exclusivos (possuem monopólio) e inclusivos (regulam todas as esferas da vida).
	Nos Estados, os poderes político e religioso são separados, assim como as questões de Estado e as questões sociais (ainda que sejam relacionados), além de existir uma fronteira (tênue) entre o público e o privado.
SOBRE NICOLAU MAQUIAVEL
	Muitos teóricos discutiram sobre como deveriam funcionar os Estados e a Política. Um dos mais célebres foi Nicolau Maquiavel, em sua principal obra: O Príncipe, destinada aos Médici, família que governava a cidade autônoma de Florença.
	A obra teve como objetivo ensinar ao príncipe como unir os principados para formar um país com um Estado. Foi o primeiro teórico a incentivar a ideia da unificação italiana. Maquiavel ensina diversos meios para o governante chegar a um fim: Unificar. 
	Atualmente, porém, Maquiavel não é aplicável, pois existem regras. Ainda assim, usa-se do autor para entender a Política e os diversos mecanismos de ação e lógica.
	Maquiavel acreditava que o governante devia ter bom manejo da virtú (saber como agir mediante determinada ocasião, que o faça ter ganhos sempre) para obter uma boa fortuna (acaso, destino). Vistas as incertezas da Política, a virtú é uma boa forma de driblá-las. Virtú remete a realismo, êxito e racionalização, pois a política entra na mundaneidade e o fato da Política estar em constante transformação requerem habilidade da virtú.
	Desse modo, Maquiavel justifica o uso dos meios para encontro dos fins. Para ele, o governante deveria saber, quando necessário, a aparência de bom, justo e caridoso e ao mesmo tempo utilizar-se da violência para mediações que não funcionassem. Tudo isso para manter a ordem. Ainda assim, Maquiavel afirma:
‘’(...) é muito mais seguro ser temido do que amado, quando há de faltar um dos dois’’ (O Príncipe, capítulo XVII)
‘’(...) aquele que deixa aquilo que se faz por aquilo que se deveria fazer aprende mais a ruína do que sua preservação;’’ (O Príncipe, capítulo XV)
	Para Maquiavel, os homens são ‘’bons’’ enquanto seus interesses são satisfeitos, porém podem facilmente envergar para a traição em caso de não realização dos mesmos. Um governante que decide seguir os valores mais se prejudica do que se mantém. Desse modo, Maquiavel dá a entender que o governante apenas deve manter a organização de seu povo (além de fazer a mediação entre súditos e nobres), e corta com a tradição cristã de que o governante deve, também, garantir a salvação de seu povo. A virtude do governador deve ser ser mediador e organizado.
SOBRE THOMAS HOBBES
	Outro célebre pensador foi Thomas Hobbes, inglês, defensor dos regimes absolutistas, que viver a era das revoluções inglesas. Hobbes (assim como Locke e Rousseau, que serão vistos nos próximos parágrafos) acreditava que a formação da sociedade civil se dava por três momentos: O estado de natureza, o contrato (daí surge o termo contratualismo) e a sociedade civil em si. Apesar disso, esses momentos não possuem bases históricas, eles simplesmente aconteceram. 
	Para Hobbes, o homem no estado de natureza é individualista, beligerante e instável, devido ao jogode cálculos negativos entre si (o não conhecimento do passo do outro leva dois homens a guerra, como forma de autoproteção e glória).
	Hobbes também acreditava que, devido à instabilidade, não existia propriedade privada, assim como não havia a garantia da vida (o que justifica o surgimento, no futuro, de um Leviatã).
Observação: O contra-argumento à teoria hobbesiana e de outros autores no geral é o fato de eles defenderem a existência de princípios intrínsecos ao homem, enquanto não tem bases históricas para comprovar isso. O Professor Francisco Fonseca (PUC-SP/FGV) define que o homem não é só bom ou mal, ele se transforma e transforma ao seu redor, por exemplo como ocorre com a destruição de culturas e a recriação de valores.
	Para Hobbes, a liberdade e igualdade são conceitos negativos, pois a liberdade daria o não-impedimento do uso da violência, enquanto a igualdade dá a todos uma capacidade igual de violência. 
Observação: Liberdade e igualdade podem ser termos polissêmicos, pois mesmo governos autoritários defendem a liberdade, por exemplo no Governo Militar Brasileiro onde era promovida a liberdade do comunismo. Tudo depende do ponto de vista.
	Hobbes acreditava que, em algum momento (sem bases históricas), os homens se reuniram, em busca da paz – acabarem com seu estado natural, e formalizaram um contrato. 
		Observação: Isso mostra que a sociedade civil é artificial.
	Esse contrato firmava um pacto de submissão, onde os homens cediam sua liberdade e igualdade a um Estado/Leviatã, que possuía poder sem limites. Esse Estado tinha o objetivo fundamental de garantir a vida e resolver conflitos e trazer estabilidade (utilizando-se de um autoritarismo).
	Essa teoria de que o Leviatã devia concentrar o poder, ser legítimo e autoritário é claramente a definição de Absolutismo. Além disso, as teorias de Hobbes se mostraram contra os ideais burgueses a partir do momento em que o Estado, também, tinha domínio sobre toda propriedade privada, o que também é um princípio absolutista.
SOBRE JOHN LOCKE
	Diferentemente de Hobbes, Locke acreditava que o homem, em sua condição natural, vivia em relativa paz (podendo ou não resolver conflitos a partir da violência) e que a propriedade é jusnatural (inerente por natureza). Locke acreditava que as coisas naturais ao homem eram seu corpo, sua capacidade de trabalho, bens e a capacidade de explorar os outros homens.
Observação: O contra-argumento a teoria de Locke, segundo o Professor Francisco Fonseca (PUC-SP/FGV) é que nada é natural ao homem, tudo depende da condição histórica e todos esses pensadores são ahistóricos, por exemplo: A mandíbula humana se modificou quando a condição histórica da alimentação se modificou.
	Para Locke o contrato foi um consentimento entre os homens. O Estado da sociedade civil desses homens possuía um poder dividido e controlado e era garantidor do jusnaturalismo ou seja, garantidor de tudo aquilo que era natural ao homem.
	Locke acreditava que o dinheiro surgiu ahistoricamente, num momento em que os homens com produção excedente começaram a realizar trocar monetárias por produtos que que não eram frutos de seu próprio trabalho.
	Esses ideais lockeanos foram uma das bases do liberalismo burguês, juntamente com os conceitos de individualismo e meritocracia (quem trabalha recebe o que merece, logo, a desigualdade apenas diz quem batalhou – no sentido de trabalhar – e quem não).
	Ainda que Locke defendesse os princípios burgueses, escreveu cartas e documentos que foram apropriados por muitos movimentos sociais ao longo dos séculos, como o movimento operário a favor do sufrágio universal [masculino], substituindo o sufrágio censitário, que tinha as mesmas bases lockeanas.
Observação: Existem diferenças entre os liberais e os liberais contratualistas. Os primeiros defendem que deve existir uma autonomia e distinção entre o Estado e a sociedade, enquanto os outros defendem que a sociedade é o Estado.
	Locke ainda justifica que resistências contra o governo são justificáveis se o governo deixar de garantir a vida e/ou a propriedade, como aconteceu, por exemplo, na Independência Americana.
Observação: O fato da Independência Americana se basear nos ideais de um pensador inglês é um grande paradoxo.
	Locke e Hobbes se diferenciam a partir do momento em que, para Hobbes o Estado deve concentrar o poder para acabar com o estado de natureza enquanto para Locke, a sociedade civil é apenas uma continuação do estado de natureza. Hobbes acredita que a propriedade vem do Leviatã, pois no estado de natureza a instabilidade não permite o surgimento de propriedades privadas (assim como não garantia a vida), enquanto Locke defende que a propriedade é inata do homem (ele já nasce proprietário do próprio corpo) – ambas as teorias que contrastariam com a ideia de Rousseau de que a propriedade é o mal do homem. Hobbes defende, também, o fim da liberdade e da igualdade, enquanto Locke defende o mantimento desses valores. 
SOBRE JEAN JACQUES ROUSSEAU
	As ideias de Rousseau foram a raiz de muitos movimentos políticos contemporâneos, como o socialismo, a democracia e mesmo o fascismo, é um autor muito complexo. Rousseau chegou até mesmo a servir de base para os ideais revolucionários na França.
	Para ele a condição natural humana ia de embate direto aos outros autores nesse resumo já citados. Para ele, os homens em estado natural viviam em harmonia, abundância e estabilidade; os homens eram bons e sabiam conviver entre si. 
	O contrato só surgiu apenas pois, em algum momento, algum homem se apropriou de um pedaço de terra e daí surgiu a propriedade privada, que quebrava com o estado de natureza. Desse modo, os homens, corrompidos, legitimaram um Estado e uma sociedade civil que defendiam a propriedade.
	Da ideia rousseauista de igualdade entre os homens surge a ideia de qual governo seria ideal para os mesmos. Para ele, o melhor tipo de regime era a democracia representativa, onde havia representação e representatividade direta de todos os cidadãos e a igualdade confundia o Estado com o cidadão em si, além de tirar do governante uma autonomia nas ações. Era uma afirmação de um coletivismo (ainda que Rousseau também afirmasse que essa forma de governo só funcionaria em pequenas repúblicas.
	Ao fazer essas declarações, o teórico fez uma crítica direta ao liberalismo, visto que esse defendia o individualismo, o privatismo, a propriedade privada e a exploração do homem pelo homem, tudo o que Rousseau era contra. O autor também era um grande anti-iluminismo, visto que o movimento era defensor da civilização industrial, que tinha tópicos liberalistas em sua fundação.
SOBRE IMMANUEL KANT
	Pode-se dizer que Kant é mais próximo da filosofia política do que da ciência política em si. Ele pensava que o foco da humanidade deveria ser, independente do que fosse necessário, a chamada paz perpétua, porém essa só poderia ser alcançada com o fim estrutural e permanente da guerra. Visto isso, pode-se concluir que esse ideal de certo modo pode ser considerado utópico.
Observação: Utopias se formam em condições históricas que não favorecem a sua existência, ainda assim, não se pode dizer que nunca ocorrerão (ex: O próprio Estado já foi uma utopia). Mudanças históricas podem possibilitar utopias.
	A paz perpétua, pode-se dizer visto a observação acima, nunca ocorreu pois desde o século XVIII não se fizeram presentes condições históricas que a possibilitassem, pelo contrário: investiu-se cada vez mais em armas e em guerras (o século XX é uma prova disso).
	Kant dizia que para a paz perpétua acontecer, era necessário que os tratados internacionais pós-conflitos nunca possuíssem tópicos que pudessem incitar novas guerras (como aconteceria futuramente a Kant com o Tratado de Versalhes, por exemplo). Além disso, nenhum Estado independente poderia ser adquirido ou ocupado por algum outro, visto que isso é uma clara quebra à soberania do primeiro.
	Sobre a guerra em si, Kant defendia que os Estados abrissem mão de suas forças armadas permanentes e deixassemde fazer dívidas públicas fruto de investimentos na violência (no caso, nos exércitos). Os Estados deveriam agir a partir de uma moral resultante de uma razão humana. Além disso, eles deveriam existir livres, ainda que unidos: são as ideias iniciais do federalismo e fontes inspiradoras de instituições como a Liga das Nações (que já era proposta por Kant).
	Como a melhor forma de regime, Kant concebia a República; Vista pelo autor como elemento de estabilidade e contra a conturbação, pois ela torna todos os cidadãos iguais (e não coloca o foco dos interesses numa família real, por exemplo).
Kant defendia o chamado imperativo moral categórico nos Estados, ou seja, a verdade deveria ser buscada independentemente de suas consequências. Ao contrário de Maquiavel, que defendia que as circunstâncias políticas definiriam se era necessário o uso da verdade ou da mentira.
	Kant ainda se apoia no contratualismo para defender o liberalismo (com foco no indivíduo, que era um fim em si mesmo, não um meio para alcançar determinado fim. O Estado deveria defender a liberdade individual, ainda que não necessariamente a igualdade), porém de forma diferente de Locke (que voltava-se mais para o lado econômico da coisa).
	Essa tão procurada liberdade de Kant pode ser vista de duas maneiras: A maneira ‘’ruim’’ é aquela na qual a liberdade existe e deve ser defendida, porém, essa deve ser submetida às leis da sociedade, pois a sociedade civil tem regras (moralidade humana). A liberdade ‘’boa’’ é aquele que, apesar das limitações impostas pela lei, permite aos indivíduos que ajam de forma autônoma.
SOBRE MONTESQUIEU
	O Barão de Montesquieu (note-se que era um nobre) é um dos primeiros filósofos modernos a priorizar os arranjos políticos e não o contratualismo em seus pensamentos. Com arranjo político, nomeia-se as ferramentas de ação dos Estados, como por exemplo a lei, que é um arranjo que possibilita a resolução de conflitos.
	Montesquieu defendia que o poder nos Estados deveria ser dividido e controlado; Era a época em que as monarquias absolutistas estavam perdendo a força: esse poder centralizado passaria a ser descentralizado e distribuído na mão de várias instituições: surge assim a Teoria dos Três Poderes, executivo, legislativo e judiciário, que deviam se contrabalançar e agir em conjunto para o funcionamento harmônico da política.
	O autor defendia que uma das formas de se obter a estabilidade é se ter representantes de todas as classes sociais na política. Montesquieu acreditava que o poder deveria ser dividido entre os grupos sociais importantes, numa correlação de forças entre si. Ainda assim, Montesquieu não era contra a monarquia, ele apenas defendia que ela deixasse de ser absolutista e passasse a ser parlamentar, como já acontecia na Inglaterra. Ele era contra a República pois acreditava que a ideia de que todos os cidadãos seriam participativos era falha, visto que nem todos realmente participavam ativamente da política como se esperava. 
Observação: Nota-se que isso é um pensamento claramente conservador, visto que na concepção de um revolucionário, por exemplo, o que deveria acontecer era uma revolução para buscar uma nova estabilidade, não manter a mesma, porém de forma diferente.
	Em suma, o fator excepcional na filosofia montesquiana é a representatividade das instituições. 
	Montesquieu, como um claro conservador, vai de embate ao liberalismo. Apesar disso, não se pode esquecer que as duas linhas de pensamento (conservadorismo [montesquiano] e liberalismo) possuíam um fator comum: Ambos defendiam a defesa da propriedade privada.
SOBRE OS FEDERALISTAS
	Os federalistas é o nome dado ao trio James Madison, John Jay e Alexander Hamilton. Após a independência americana, os Estados ex-colônia viviam de um modo confederativo, porém alguns defendiam que todos deveriam fundar uma federação em que uma União agregaria todos os Estados sobre um governo central. O trio, então, começou a postar nos jornais de Nova Iorque (um dos Estados mais importantes para que a federação de concretizasse) a fim de mudar a opinião pública sobre o assunto, para que essa passasse a ser a favor da União.
	A tentativa de fazer um governo de todos, porém, ia contra as regras da República, visto que aquela promovida por Rousseau se aplicaria apenas a pequenas Repúblicas, ou seja, não se aplicaria aos EUA. 
	Para contornar a situação, criou-se a teoria do federalismo, antes inexistente, formulada a partir de pensamentos de diversos autores, como a teoria da divisão dos poderes e dos freios e contrapesos, de Montesquieu. O federalismo ia de embate ao confederalismo em ambos os Estados se comunicavam entre si, porém no primeiro existia a presença de uma União, enquanto no segundo não. Desse modo, dar-se-ia resolução a questão da aplicação da República num grande território. 
	No federalismo a divisão de poderes se encontra numa perspectiva horizontal, ou seja, todos os poderes se encontram nos mesmos níveis, para assim poderem controlar uns aos outros. Já a questão governamental se encontrava numa perspectiva vertical, pois, na hierarquia, a União vinha antes dos Estados, que vinham antes dos condados/municípios.
	Ainda assim, algo que preocupava os federalistas eram as numerosas facções (grupos que defendiam interesses próprios específicos) presentes em território americano, que poderiam se opor ao regime caso fossem contrariados ou exterminados (o que determinaria um tirania por parte dos federalistas). A resolução encontrada para isso foi aplicar a mesma psicologia aplicada aos poderes: As facções controlariam seus poderes entre si, neutralizando-se. As grandes facções, aquelas ‘’vencedoras’’ desse controle são aquelas que agora exerceriam os oligopólios no país ao se estabelecerem, por exemplo.
	Em suma, o que os federalistas procuravam era apenas que o governo servisse apenas de instrumento para a resolução de conflitos.