Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
PERIODONTIA I ANATOMIA DOS TECIDOS PERIODONTAIS Estruturas periodontais: -gengiva (visível) -osso alveolar (em volta da raiz do dente) -cemento radicular (em volta da raiz do dente) - ligamento periodontal (em volta da raiz do dente) Pode ser classificado em periodonto de proteção e periodonto de suporte ou sustentação. Periodonto de Proteção Periodonto de Suporte Gengiva Osso alveolar Cemento radicular Ligamento periodontal Periodonto de proteção: revestir e proteger Periodonto de suporte ou sustentação: sustentar e ancorar Periodonto: são tecidos que revestem e sustentam o dente ANATOMIA MACROSCÓPIA (é o que a gente vê) Mucosa oral pode ser dividida em: - mastigatória (imóvel / impermeável) ex: palato duro e gengiva - revestimento (móvel / permeável) ex: palato mole, mucosa alveolar e mucosa jugal - especializada (papilas gustativas) ex: dorso da língua ANATOMIA MICROSCÓPIA Epitélio gengival A principal função do epitélio gengival é atuar como uma barreira contra traumas e microrganismos - Epitélio pavimentoso estratificado - Apresenta várias camadas de células (epitélio estratificado) denominadas: camada basal ou germinativa, camada espinhosa, camada granular e camada córnea; - Principal tipo de célula: queratinócito; - Outras células encontradas: células de Langherans, células de Merkel e melanócitos. Células de Langherans -Tem aspecto dendrítico (irregular / estrelada) - São encontradas entre os queratinócitos - Desempenham papel importante na resposta imunológica como células apresentadoras de antígenos bacterianos para linfócitos. (resposta imune) Células de Merkel - Estão localizadas nas camadas mais profundas do epitélio gengival, ancoradas às terminações nervosas (mecanoreceptor); - São capazes de garantir percepção tátil. Melanócitos -Melanina (coloração da gengiva) O epitélio gengival pode ser dividido em: - Epitélio externo ou oral; - Epitélio sulcular; - Epitélio juncional. EPITELIO NÃO TEM VASOS SANGUÍNEOS *Ligado ao tecido conjuntivo subjacente através de uma lamina basal. Epitélio externo ou oral - Encontrada na porção vestibular da gengiva marginal e inserida; -Epitélio pavimentoso estratificado queratinizado, podendo ser ortoqueratinizado ou paraqueratinizado; - 4 camadas: basal (germinativa), espinhosa, granular e córnea. Epitélio sulcular -Compõe uma das paredes do sulco gengival; - Epitélio pavimentoso estratificado NÃO QUERATINIZADO. Portanto, não apresenta as camadas granulosa e córnea; -Limite coronário - margem gengival, limite apical - epitélio juncional. Epitélio juncional - Se localiza próximo à junção esmalte-cemento = barreira contra microorganismos; - Epitélio pavimentoso estratificado NÃO QUERATINIZADO; - Devido à ausência de queratina, atua como uma barreira semipermeável, permitindo a troca de substâncias entre os meios interno e externo. Exemplo: células do hospedeiro, como neutrófilos, atravessam o epitélio juncional e atingem o sulco gengival promovendo a defesa do organismo contra agentes infecciosos. -Renovação celular - média 1 a 6 dias. Tecido conjuntivo gengival Responsável pela nutrição e manutenção do epitélio gengival. Composição: 60% fibras colágenas, 5% fibroblastos e 35% vasos nervos e matriz. - Células de defesa: macrófagos, plasmócitos, linfócitos, neutrófilos; - Elemento celular; - Fibroblastos síntese de colágeno; - Vascularização; - Vasos supra- periostais; - Vasos do ligamento periodontal; - Vasos do osso alveolar (plexos dentogengivais e subepiteliais) Fibras gengivais - Manter gengiva marginal ao redor do dente - Prover rigidez p resistir às forcas mastigatórias - Unir cemento a gengiva marginal livre e gengiva inserida Podem ser classificadas em: FIBRAS DENTOGENGIVAIS, FIBRAS DENTOPERIOSTAIS, FIBRAS CIRCULARES e FIBRAS TRANSSEPTAIS. Fibras Dentogengivais - une o cemento radicular à gengiva marginal; Fibras Dentoperiostais - unem o cemento radicular a gengiva inserida e periósteo do osso alveolar; Fibras Circulares - se encontram principalmente na gengiva livre e se localizam ao redor dos dentes; Fibras Transseptais - localizadas na região interproximal, unem o cemento radicular de um dente ao cemento radicular do dente vizinho. PERIODONTO DE PROTEÇÃO Gengiva: é a parte da mucosa mastigatória que circunda a porção cervical dos dentes e cobre o processo alveolar. -Vai da margem gengival até a linha mucogengival; -Parte da margem gengival (arcos parabólicos), terminando em bisel na superfície do esmalte; -Aplicamente contínua com a mucosa alveolar; -Cor rosa pálida; - Recobre osso alveolar e raiz dental (nível coronal à junção esmalte cemento); - Barreira - impede penetração de agentes nocivos em tecidos profundos. Pode ser dividida em: -livre -interdental -inserida Gengiva marginal ou livre - Estende-se a partir da margem gengival em direção apical até a ranhura gengival livre; - É opaca e firme; - Borda da gengiva q circunda o dente - Sulco marginal - limite com gengiva inserida - Parede do sulco gengival - Pode ser destacada da superfície do dente (jato de ar, fio dental) Ranhura gengival: correspondendo à junção cemento-esmalte + Compreende partes vestibular, palatina ou lingual. Gengiva interdental - Compreende parte interdental “papilas interdentais” - Relação de contato entre os dentes; - Esta se apresenta mais avermelhada, tem aspecto liso e é móvel em relação ao processo alveolar adjacente. - Formato triangular (anteriores); - Formato trapezoidal (posteriores); - Col (porção do meio); Gengiva inserida - Continua com a gengiva marginal; -Ranhura gengival estendendo-se até a junção mucogengival; -É firme; -Aspecto pontilhado (textura de casca de laranja); -Está firmemente inserida no cemento subjacente e no osso alveolar. PERIODONTO DE SUPORTE OU SUSTENTAÇÃO - Osso Alveolar - Cemento radicular - Ligamento Periodontal Osso Alveolar Processo alveolar: partes da maxila e da mandíbula que formam e dão suporte aos alvéolos dos dentes; Função: distribuir e absorver as forças geradas pela mastigação e outros contatos dentários. Pode ser dividido em: -osso compacto (denso) -osso medular (esponjoso) Lâmina dura (osso cribriforme): reveste o alvéolo e é perfurado por numerosos canais de Volkmann por onde passam vasos sanguíneos, linfáticos e fibras nervosas. Nutrição óssea: é feita pelos canais de Havers e Volkmann que são responsáveis pela irrigação do osso compacto. O contorno ósseo externo pode apresentar falhas, como as deiscências (ausência de cobertura óssea, em forma de V, na porção coronária) e as fenestrações (janelas ósseas). Tipos celulares: -Osteoblastos (forma osso) -Osteoclastos (destrói osso) Cemento radicular -Tecido mineralizado que reveste as superfícies radiculares e, ocasionalmente, pequenas partes da coroa; - Não possui vasos sanguíneos, linfáticos, inervação e não é remodelado, mas permanece em formação contínua ao longo da vida; -Porção mineral: hidroxiapatita; -Tem como principal função a ancoragem das fibras do ligamento periodontal O cemento radicular sofre três tipos de classificação: Quanto ao período de formação: • Primário (acelular): é o cemento que se forma juntamente com a dentina radicular e na presença da bainha epitelial, portanto, antes mesmo da erupção do dente. A deposição mineral e feita de maneira incremental. • Secundário (celular): formado durante o período pós- eruptivo e durante certas exigências funcionais. Quanto a presença de células: • Celular: possui cementoblastos, cementócitos e cementoclastos. Os cementoblastos (fibroblastos diferenciados) após a produção de matriz se encerram em lacunas intercomunicantes,diferenciando-se em cementócitos. Entretanto, com a progressão da deposição mineral, o acesso a nutrientes cessa e estas células morrem, tornando o cemento poroso. É um cemento mais irregular, justante por ser lacunar. É encontrado nas regiões apicais e em áreas de furca. • Acelular: também denominado de cemento primário. Quanto a presença de fibras: • Fibrilar • Afibrilar Desse modo, podemos ter 4 tipos de cemento: 1. Acelular e afibrilar: reveste as porções coronárias, recobrindo o esmalte; 2. Acelular e fibrilar (extrínsecas): reveste os 2/3 cervicais, sendo um cemento mais denso e homogeneamente mineralizado. As fibras de Sharpey são as principais; 3. Celular Estratificado Misto: reveste o 1/3 apical e as áreas de furca. Possui os dois grupos de fibras, entretanto, é poroso e frágil; 4. Celular e fibrilar (intrínsecas): sem nenhuma estrutura de ancoragem, localiza-se em áreas de reparo na reabsorção de raízes. Ligamento Periodontal -É composto por fibras colágenas que ligam os dentes ao osso alveolar. -É formado pelas fibras de Sharpey. -Comunica-se através de canais vasculares com os espaços medulares do osso alveolar próprio. -O ligamento recobre as superfícies radiculares e é formado por tecido conjuntivo frouxo, não mineralizado, ricamente vascularizado e celular. -Possui nervos -Radiograficamente lâmina dura (cortical) -Espaço do ligamento periodontal (radiolúcida) Constituída por: • Fibras colágenas - Constitutiva • Fibras elásticas - Resiliência • Fibras oxitalânicas - não se sabe a função, mas são encontradas na gengiva e ligamento periodontal. De acordo com a orientação ao longo eixo do dente: ( / ) Fibras da crista alveolar: obliquas, vai do cemento supra-ósseo até a crista óssea, ajudam a prevenir e dificultar a extrusão, sair do alvéolo. Resistência ao movimento lateral. ( - ) Fibras horizontais: perpendiculares, terço cervical intraósseo, resistência aos movimentos de torção e rotação. Transição entre as fibras da crista e obliquas. ( \ ) Fibras obliquas: maiores em quantidade. Inserção do dente, mais abundante, resistência, amortecimento, estresse e tensão óssea. ( I ) Fibras apicais (APF): dentes com ápice totalmente formado, intrusivos. Para a exodontia é preciso comprimir e empurrar para eliminar essas fibras e facilitar a extração. Só teremos fibras de ligamento em dentes com sua raiz totalmente formada, após a risogênese, que elas serão originadas. Bem como, a quantidade de fibras de inserção do cemento é maior, porém, o calibre das fibras é maior no osso. Como visto na gravura abaixo. Fibras de Sharpey: Liga o periósteo de um osso á estrutura subjacente ou próxima, ligam o periósteo do osso radicular até o cemento radicular. MICROBIOLOGIA DAS DOENCAS PERIODONTAIS Biofilme dental -Comunidade microbiana diversificada, incorporada à uma matriz de polissacarídeos extracelulares e aderida à uma superfície dura; -O biofilme bacteriano dental pode apresentar mais de 700 espécies bacterianas; -Bactérias organizadas em biofilmes são mais resistentes que bactérias dispersas; -Ambiente protegido contra antimicrobianos, células de defesa e outras bactérias; -O biofilme dental pode ser encontrado coronalmente à margem gengival (supragengival) e/ou apicalmente à margem gengival (subgengival). Fases de formação do biofilme: • Formação da película adquirida; • Adesão inicial e fixação de bactérias; • Colonização e maturação do biofilme. A formação da película adquirida se dá através de forças físicas entre a superfície dental e componentes da saliva. Após formação da película adquirida, diversas espécies bacterianas pioneiras (principalmente cocos e bastonetes Gram-positivos aeróbios) se aderem à película adquirida e iniciam o processo de colonização. Posteriormente, outras bactérias se ligam às bactérias pioneiras através de mecanismos de adesão interbacterianos (co-agregação). Este mecanismo é responsável pelo espessamento e amadurecimento do biofilme (o biofilme maduro é composto principalmente por bactérias Gram-negativas anaeróbias). O biofilme dental apresenta diferentes composições de acordo com sua localização: Biofilme Supragengival • Composto principalmente por cocos e bastonetes Gram-positivos aeróbios; • Composto principalmente por espécies relacionadas com saúde; • Streptococcus mitis; • Streptococcus sanguinis; • Actinobacillus viscosus; • Eubacterium sp. Biofilme Subgengival • Composto principalmente por bastonetes Gram-negativos anaeróbios estritos; • Composto principalmente por espécies relacionadas com doença; • Porphyromonas gingivalis (P. gingivalis); • Tannerella forsythia (T.forsythia); • Treponema denticola (T.denticola); • Aggregatibacter actinomycetemcomitans (A.a); • Fusobacterium nucleatum (F. nucleatum). Adesão do biofilme na superfície dentária: • Adesão ao esmalte por meio de uma película orgânica (película adquirida); • Imbricação mecânica em irregularidades de superfície dental, como lacunas de reabsorção; • Adesão ao cemento ou irregularidades radiculares. • O cálculo dental, também conhecido como tártaro, é o biofilme mineralizado. Apresenta as seguintes características: Constituído basicamente por fosfato de cálcio, carbonato de cálcio e fosfato de magnésio; Apresenta uma superfície porosa e irregular que favorece o depósito de biofilme; O cálculo dental pode ser encontrado coronalmente à margem gengival (supragengival) e/ou apicalmente à margem gengival (subgengival); O calculo dental supragengival tem coloração branca e/ou amarela e/ou acastanhada, tem consistência rígida e é facilmente descolado do dente; O cálculo dental subgengival tem coloração marrom ou preto-esverdeado e encontra- se firmemente aderido ao dente. Complexos microbianos associados às doenças periodontais • Complexo amarelo, violeta, azul e verde (bactérias colonizadoras primárias); • Complexo laranja (bactérias colonizadoras intermediárias); • Complexo vermelho (bactérias colonizadoras tardias: patógenos periodontais - P. gingivalis, T. forsythia e T. denticola). Seis complexos microbianos com diferentes características atuam na formação do biofilme subgengival. As bactérias dos complexos azul, amarelo, verde e violeta são os colonizadores iniciais. Posteriormente, bactérias do complexo laranja colonizam o biofilme já existente. O complexo vermelho inclui bactérias que colonizam tardiamente o biofilme, e têm forte associação com a periodontite. Fatores de virulência das bactérias periodontopatogênicas • Fatores que promovem a colonização das bactérias na superfície dental (Ex:adesinas); • Toxinas e enzimas que degradam os tecidos do hospedeiro; • Mecanismos que protegem as bactérias do hospedeiro. Fatores de virulência - Porphyromonas gingivalis • Fímbrias (adesão); • Cápsula (proteção contra fagocitose); • Proteases (GINGIPAÍNAS - promove inibição da migração de leucócitos) ; • Invasão de tecidos moles. Fatores de virulência - Aggregatibacter actinomycetemcomitans • Lipopolissacarídeo (LPS*) - induz reabsorção óssea (considerada endotoxina); • Produção de leucotoxina - induz formação de poros em neutrófilos, monócitos e linfócitos; • Produção de enzimas (colagenase) - estimula reabsorção de tecido conjuntivo. * LPS: molécula constituída por lipídios e polissacarídeos. É um componente da membrana externa de bactérias gram negativas. ETIOPATOGENIA DA DOENCAS PERIODONTAIS ETIOLOGIA: representa a causa (fator causador ou agente etiológico). PATOGÊNESE: mecanismo pelo qual as doenças se desenvolvem. Fator etiológico principal das doenças periodontais: BIOFILME DENTAL Sua patogênese resposta infecto-inflamatória do hospedeiro, podendo gerar uma destruição no periodonto de proteção(gengivite) e no periodonto de sustentação (periodontite). O biofilme dental é responsável pelo início, desenvolvimento e manutenção da doença periodontal. BARREIRA EPITELIAL (estrutura anatômica que protege o periodonto contra invasão bacteriana) • Epitélio juncional e sulcular; • Células epiteliais e células dendríticas (Langerhans); • Produção de DEFENSINAS E MEDIADORES QUÍMICOS PRÓ-INFLAMATÓRIOS; • Início da inflamação que pode se estender para o tecido conjuntivo. CÉLULAS DE DEFESA DO HOSPEDEIRO • Neutrófilos; • Macrógfagos; • Células dendríticas (Langerhans); • Linfócitos T e B; • Plasmócitos. As células do epitélio juncional (células sentinelas que ativam o sistema imunológico) são acionadas quando entram em contato com o biofilme bacteriano. As células do epitélio juncional liberam substâncias chamadas de citocinas (mediadores inflamatórios) que recrutam, inicialmente, NEUTRÓFILOS e MACRÓFAGOS (imunidade inata). Em um segundo momento há o recrutamento de linfócitos T, B e plasmócitos (imunidade adaptativa). IMUNIDADE INATA: neutrófilos e macrófagos • Identificam microrganismos; • Ingerem os microrganismos; • Destroem os microrganismos; • Liberam enzimas. As principais células que participam deste processo são os neutrófilos e os macrófagos (também conhecidos como fagócitos).Durante o processo de infecção, sinais químicos atraem os fagócitos para os locais onde os agentes patogênicos estão presentes. Os fagócitos movem- se através de um fenômeno denominado de quimiotaxia e, ossinais químicos quimiotáticos, podem ser provenientes de bactérias ou de outros fagócitos pré-existentes. Quando uma bactéria entra em contato com um fagócito, ela se liga à receptores de membrana dos fagócitos e, posteriormente, são degradadas através de um ataque químico chamado de fagocitose. Os fagócitos são fundamentais na luta contra as infecções, bem como na manutenção da saúde tecidual. Fagocitose IMUNIDADE ADAPTATIVA: Linfócitos T , B e plasmócitos • Resposta específica; • Linfócitos T – produção de citocinas; • Linfócitos B – produção de imunoglobulinas (anticorpos) • Plasmócitos – células B expostasa antígenos que secretam grandes quantidades de anticorpos. O sistema imunológico adaptativo possui células de memória que quando entram em contato com determinados patógenos, em um segundo momento, adquirem mecanismos de defesa de forma mais rápida e eficiente. FLUIDO CREVICULAR GENGIVAL • Veículo (exsudato) que facilita a atividade das células de defesa; • Mecanismo de proteção do periodonto; • Possui anticorpos, neutrófilos, componentes do sistema complemento e citocinas; • “Lavagem mecânica” - fluxo positivo do tecido para o sulco. O fluido crevicular gengival é um exsudato, onde as células de defesa se mesclam com moléculas do soro em um fluxo contínuo direcionado ao sulco gengival. A passagem do estado de gengivite para periodontite gera mudanças histopatológicas nos tecidos periodontais. A sequência dessas alterações pode ser descrita em 4 estágios: LESÃO INICIAL (tecido periodontal clinicamente saudável): 1-4 dias de acúmulo de biofilme • Pouco biofilme dental; • Gengivite subclínica; • Migração de neutrófilos, monócitos/macrófagos e linfócitos; • Epitélio juncional não edentado; • Poucos neutrófilos no plexo subepitelial; • Tecido conjuntivo intacto; • Não há perda óssea. LESÃO PRECOCE (gengivite precoce): 4-7 dias de acúmulo de biofilme • Maior quantidade de biofilme dental; • Eritema gengival; • Maior migração de neutrófilos, monócitos/macrófagos e linfócitos; • Surgimentos de proteínas do sistema complemento; • Vasos sanguíneos dilatados; • Proliferação lateral do epitélio juncional; • Não há perda óssea. LESÃO ESTABELECIDA (gengivite estabelecida): 2-3 semanas de acúmulo de biofilme • Início da formação da bolsa periodontal; • Predomínio de plasmócitos no tecido conjuntivo; • Aumento do exudato no sulco gengival; • Proteínas do sistema complemento; • Vasos sanguíneos dilatados; • Maior proliferação lateral do epitélio juncional; • O sulco gengival começa a se tornar bolsa ou pseudobolsa; • Não há perda óssea. LESÃO AVANÇADA (periodontite) • Bolsa periodontal verdadeira; • Ulceração do epitélio da bolsa; • Migração apical do epitélio juncional; • Predomínio de plasmócitos no tecido conjuntivo e neutrófilos nos epitélios do sulco e juncional; • Produção de anticorpos e linfocinas; • Perda de inserção (óssea). A RESPOSTA INFLAMATÓRIA CAUSA DANOS AOS PRÓPRIOS TECIDOS. As células da inflamação como os macrófagos, neutrófilos e células de Langherans estão reunidas para formar um mecanismo de defesa. Estas células protetoras possuem a capacidade de liberar mediadores inflamatórios que protegem, mas, também, estimulam a liberação de enzimas que degradam o colágeno (ex., colagenase) e induzem a reabsorção óssea (ex. hidrolaze). Cada indivíduo possui um equilíbrio entre os mecanismos de PROTEÇÃO E DESTRUIÇÃO, o que resulta em perda lenta ou rápida de inserção (periodontite) ou restrição da inflamação somente no tecido gengival (gengivite). ETIOLOGIA DAS DOENCAS PERIODONTAIS É o estudo das causas e interações dos múltiplos fatores relacionados ao desenvolvimento das doenças periodontais. Fatores etiológicos relacionados às doenças periodontais: • Fator determinante - Determina (tem que ter) • Fatores predisponentes - Predispõe (possibilita o surgimento) • Fatores modificadores - Modifica Fator determinante • Biofilme dental; • Associação do biofilme com o cálculo dental. O fator determinante é aquele responsável pelo início, desenvolvimento e manutenção da doença periodontal. Embora o biofilme seja o principal fator etiológico, ele não é suficiente para causar a doença. Os conceitos atuais sobre etiopatogenia também levam em consideração a resposta imunológica e alguns fatores ambientais. Fatores predisponentes • Anatomia dental; • Má posição do(s) dente(s) no(s) arco(s); • Contato anormal das ameias; • Restaurações defeituosas (fatores iatrogênicos); • Complicações associadas ao tratamento ortodôntico; • Hábitos e lesões auto induzidas; • Lesões de cárie. Os fatores predisponentes são aqueles que predispõem a instalação da doença, seja por favorecer o acúmulo de biofilme dental ou por dificultar a sua remoção. Os fatores iatrogênicos são aqueles relacionados com alguma deficiência que comprometa a qualidade das restaurações ou próteses (excesso ou falta de material). Fatores modificadores • Diabetes Mellitus; • Tabagismo; • Estresse; • Nutrição; • Contatos oclusais excessivos; • Hábitos parafuncionais; • Alterações hormonais. Os fatores modificadores alteram ou modificam o curso das doenças periodontais. INSTRUMENTAL Requisitos do instrumental: • Ser delicado, confortável e de forma adequada; • Rígido, sem ser grosseiro; • Facilidade na afiação. Partes: CABO Variações: Tamanho, forma, textura e estrutura Diâmetro do cabo: empunhadura confortável Textura do cabo: Liso Estriado - seguro Estrutura do cabo: Maciço Oco – confortável e leve HASTE Mais fina que o cabo Localização: entre cabo e extremidade ativa Acesso: difícil (longa); fácil (curta) Reta e curta (para dentes anteriores) Curva, longa e angulada (para dentes posteriores) EXTREMIDADE ATIVA (Parte do instrumento que remove o cálculo) Número de extremidades ativas: Instrumento simples: 1 extremidade ativa Instrumento duplo: 2 extremidades ativas Tipos de curetas CURETA ESPECÍFICA: Cada uma é desenhada para determinada área ou face de um dente; somente um ângulo de corte de cada lâmina é utilizado. Ex: Gracey Identificaçãodas curetas gracey Nº 3 - 4 (Dentes anteriores) Nº 9 - 10 (Dentes posteriores - V e L) Nº 11 - 12 (Dentes posteriores - mesial) Nº 13 - 14 (Dentes posteriores - distal) CURETA UNIVERSAL: Adapta-se a todas as superfícies; ambos os bordos da lâmina são cortantes; utilizados para raspagem. Não realiza raspagem subgengival. Ex: McCall Identificação das curetas McCall Nº 17 - 18 (Dentes posteriores)
Compartilhar