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Anatomia, histologia e fisiologia do periodonto

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1 PERIODONTIA I | RODRIGO C. LUEDY | ODONTOLOGIA UFBA 
 
INTRODUÇÃO 
Apresentar de modo sistematizado os conhecimentos da 
anatomia do periodonto, apresentar a morfologia do 
periodonto, identificar as alterações e diferença de um 
tecido saudável e doente. 
A mucosa difere da pele por representar um epitélio que 
reveste as regiões úmidas do corpo, enquanto a pele 
apresenta uma superfície seca. 
DESENVOL VIMENTO DO PERIODONTO 
A principal função do periodonto – inserir o dente no 
tecido ósseo da maxila e da mandíbula e a integridade da 
superfície. 
O periodonto é composto anatomicamente por: 
Gengiva livre e inserida (mucosa); 
Cemento radicular; 
Osso alveolar propriamente dito (lâmina dura); 
Ligamento periodontal 
O periodonto surge a partir do folículo dentário durante a 
formação dos dentes; e tem como principal função inserir 
o dente no osso alveolar (ancoragem); além de 
recobrimento, proteção marginal e sustentação do dente. 
O processo de formação do periodonto começa no início 
da fase embrionária, quando as células da crista neural 
migram para o 1° arco braquial, formando uma faixa e 
ectomesênquima abaixo do estomodeu (cavidade oral 
primitiva) 
➢ O epitélio do estomodeu libera fatores que iniciam a 
interação do epitélio com o ectomesênquima que faz 
com que haja o desenvolvimento posteriormente. 
➢ É então durante o estágio de capuz que as células 
ectomesenquimais a partir da condensação com o 
epitélio oral, dão origem ao folículo dentário, que 
origina os tecidos de suporte do dente (cemento, 
ligamento periodontal e osso alveolar) e a papila 
dentária origina o complexo dentina-polpa. O órgão 
dental é o órgão formador do esmalte. 
➢ Os tecidos periodontais, inclusive o cemento acelular, 
desenvolvem-se durante a formação da raiz. 
 
 
 
VISÃO MACROSCÓPICA 
O periodonto é composto por uma mucosa mastigatór ia 
(queratinizada – atua como proteção), e uma mucosa 
alveolar (revestimento) – outro tipo de mucosa é a 
especializada, presente no dorso da língua. 
a) Mucosa mastigatória: envolve a região que recobre o 
palato duro e uma porção da gengiva; delimitada na 
junção mucogengival (delimita a gengiva inserida) 
b) Mucosa especializada: dorso da língua 
c) Mucosa de revestimento (alveolar): corresponde á 
porção restante da cavidade oral. 
A gengiva é a parte da mucosa mastigatória que reveste os 
processos alveolares e circunda as porções cervicais dos 
dentes, até a linha mucogengival, que separa a mucosa 
alveolar da mucosa ceratinizada. 
A gengiva saudável apresenta uma coloração rósea/rosa 
pálido, de contorno festonado, consistência firme, com 
aspecto de casca de laranja e sem sangramento á 
sondagem. 
A DIFERENÇA ENTRE MUCOSA E GENGIVA 
A GENGIVA INSERIDA possui coloração rósea, 
queratinizada, firmemente inserida, lâmina própria 
espessa e poucas fibras elásticas. Atua como proteção, por 
ser bem queratinizada e varia de largura nas diferentes 
regiões da dentição: 
➢ Largura vestibular: a gengiva é mais larga na área de 
incisivos, mais estreita na região de pré, e mais larga 
nos superiores 
➢ Largura lingual: a gengiva é mais estreita na área de 
incisivos e mais larga na região de molares. 
Já a MUCOSA AL VEOL AR possui coloração avermelhada, 
não queratinizada, móvel, lâmina própria fina e numerosas 
fibras elásticas. 
A lâmina própria corresponde à camada de tecido 
conjuntivo subjacente á gengiva, abaixo do epitélio (vaso e 
nervos). 
OBS: quanto mais espesso, melhor para procedimentos 
reabilitadores. 
Não existe linha mucogengival no palato, uma vez que o 
palato duro e o processo alveolar da maxila são revestidos 
pelo mesmo tipo de mucosa mastigatória. 
 
 
Periodonto de proteção 
 
Periodonto 
de 
sustentação 
/ inserção 
 
2 PERIODONTIA I | RODRIGO C. LUEDY | ODONTOLOGIA UFBA 
PERIODONTO DE PROTEÇÃO 
MUCOSA CERATINIZADA – gengiva papilar, gengiva 
marginal e gengiva inserida 
FIBRAS ELÁSTICAS – mucosa alveolar 
Tecido conjuntivo denso com predomínio de fibras 
colágenas 
Anatomicamente, a gengiva se divide em Livre e Inserida. 
GENGIVA MARGINAL 
Circunda o dente como um colarinho, de forma 
arredondada com 1,5 a 2mm de espessura, formando a 
parede da margem gengival; se estendendo até o sulco 
gengival, correspondente a junção cemento-esmalte (JCE) 
GENGIVA INSERIDA 
Delimitada coronalmente pelo sulco gengival livre, ou 
quando ausente (presente de 30 a 40%), por um plano 
horizontal que passa pelo nível da junção cemento-esmalte 
(JCE). Apresenta aspecto de casca de laranja, rica em 
queratina, a partir das depressões ou pontilhado presentes 
por conta das papilas do tecido conjuntivo; estando 
finamente aderida ao osso alveolar e cemento subjacentes 
por meio de fibras do tecido conjuntivo. Seus tipos são 
especificamente estruturados para funcionar 
apropriadamente quanto á proteção contra injúrias 
microbianas e mecânicas. 
PAPIL A INTERDENTAL 
Ocupa a meia e é determinada pelo contorno da 
superfície/ ponto de contato e largura da superfície 
proximal. Nos anteriores a papila interdental tem formato 
piramidal e nos posteriores são mais achatadas no sentido 
V-L. Na região de pré-molares, os dentes possuem 
superfícies de contato proximais, e como a papila 
interdental segue o contorno da superfície de contato, 
forma-se uma concavidade nessa região, denominada 
ÁREA DE COL. 
Forma então uma porção vestibular e uma porção lingual 
da papilar interdental, com uma depressão da mucosa 
formada somente por epitélio juncional. 
Diferentemente do epitélio gengival, a área de col 
apresenta um epitélio não queratinizado, onde há uma 
dificuldade maior de higienização e maior impacção 
alimentar – é onde se inicia a periodontite, o local de 
predileção das bactérias periodontopatogênicas. 
A gengiva é composta por um tecido conjuntivo denso com 
predomínio de fibras colágenas, e apresenta um tecido de 
revestimento fibroso, que é a queratina. 
ANATOMIA MICROSCÓPICA 
Microscopicamente, o periodonto é composto por epitélio 
e tecido conjuntivo subjacente; sendo o epitélio que 
recobre a gengiva livre diferenciado em: 
EPITÉL IO ORAL 
Voltado para a cavidade oral, estende-se da marge m 
gengival até a linha mucogengival, formado por um epitélio 
pavimentoso estratificado queratinizado, com alta 
renovação celular. 
 Queratinócitos (90%), melanócitos na camada basal e 
células de Langerhans, que são células dendríticas 
apresentadoras de antígenos que atuam na resposta 
imune – ligadas por desmossomos (formando uma 
coesão sólida), exceto as de Merkel; uma célula clara. 
 O epitélio oral queratinizado (orto – com núcleos, 
para – sem núcleos) é composto por camadas de 
epitélio: basal (germinativo), camada espinhosa, 
camada granulosa, camada córnea (queratina) 
A membrana basal é uma entidade só na microscopia 
ótica, mas na micrografia eletrônica é constituída por uma 
lâmina lúcida e uma lâmina densa, com fibras do tecido 
conjuntivo adjacente. A lâmina lúcida voltada para a 
membrana celular mantém-se aderida por 
hemidesmossomos e os tonofilamentos citoplasmátic os 
convergem para os hemidesmossomos. 
Funções de proteção e defesa 
TODOS os indivíduos, pouco ou intensamente 
pigmentados, apresentam melanócitos no epitélio. 
EPITÉL IO DO SUL CO OU SUL CUL AR 
É o epitélio voltado para o dente, se estendendo da crista 
da gengiva marginal até o limite coronal do epitélio 
juncional; revestindo o sulco gengival. É revestido por um 
epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado ou 
 
3PERIODONTIA I | RODRIGO C. LUEDY | ODONTOLOGIA UFBA 
paraqueratinizado; e apresenta apenas 2 camadas 
celulares – camada basal, espinhosa e granulosa. 
O sulco histológico mede 0,69mm e o sulco clínico mede 
de 1 a 3mm, até onde a sonda penetra. 
EPITÉL IO JUNCIONAL 
Forma um colar ao redor do dente, em que há um 
mecanismo de adesão com a superfície dentária, 
aderência epitelial, mantida por hemidesmossomos e não 
pelas células basais. Assim, a interface entre o esmalte e o 
epitélio juncional é semelhante á interface entre o epitélio 
e o tecido conjuntivo. 
 Composta por epitélio estratificado pavimentoso não 
queratinizado com células cúbicas, localizado 
apicalmente ao epitélio sulcular. 
 As células do epitélio oral possuem uma pequena 
quantidade de desmossomos, o que aumenta o 
espaço intercelular, garantindo a troca de 
componentes entre a lâmina própria e o dente para 
resposta imune (neutrófilos e fluido crevicular para 
hidratação) 
O epitélio juncional é mais largo próximo a coroa e menos 
espesso próximo á JCE. Apresenta somente uma camada 
basal e suprabasal e uma camada de células ligadas ao 
dente (células DAT) 
 
O limite entre o epitélio oral e tecido subjacente tem um 
trajeto ondulado, com papilas do tecido conjuntivo que se 
projetam para o epitélio, separadas por cristas epiteliais. 
Não há papilas entre o epitélio juncional e o tecido 
conjuntivo; assim, um aspecto morfológico característico 
do epitélio oral e sulcular é a existência das cristas 
interpapilares. 
L ÂMINA PRÓPRIA 
É o tecido subjacente ao epitélio gengival, o componente 
tecidual predominante da gengiva e do ligamento 
periodontal. Os componentes principais do tecido 
conjuntivo são as fibras colágenas (60%), fibroblast os 
(5%), vasos e nervos (35%) – integrados na matriz, uma 
substância amorfa. 
❖ Os diferentes tipos celulares presentes no tecido 
conjuntivo são fibroblastos, mastócitos, macrófagos 
e células inflamatórias. 
FIBRAS DO TECIDO CONJUNTIVO 
As fibras do tecido conjuntivo extrínsecas presentes são 
produzidas pelos fibroblastos e podem ser divididas em: 
 Fibras colágenas – constituinte predominante do 
tecido conjuntivo gengival (60%). A mais presente é a 
do tipo I, e são fibras mais predominantes e mais 
essenciais do periodonto (a menor unidade é o 
tropocolágeno). São divididas quanto ao seu tipo de 
inserção e trajetória que segue no tecido: 
 Fibras circulares – circundam o dente como um anel 
 Fibras dentogengivais – estão integradas no cemento 
supra-alveolar (cervical) em direção ao tecido 
gengival livre, em forma de leque. 
 
 Fibras dentoperiosteais – estão integradas na mesma 
porção que as fibras dentogengivais, mas seguem 
uma trajetória em sentido apical sobre a crista óssea, 
terminando no tecido da gengiva inserida. 
 Fibras transeptais – são fibras horizontais que se 
estendem entre o cemento supra-alveolar (cervical) 
de dentes adjacentes. 
 
 
4 PERIODONTIA I | RODRIGO C. LUEDY | ODONTOLOGIA UFBA 
 Fibras reticulares – são numerosas no tecido 
adjacente á membrana, encontradas na interface 
epitélio-tecido conjuntivo; composta por colágeno IV 
 Fibras oxitalânicas – são fibras escassas na gengiva, 
porém numerosas no ligamento periodontal, 
paralelas ao longo eixo do dente; inserindo-se no 
CAFÉ e atuando na mecanotransdução 
 Fibras elásticas – encontradas em associação a vasos 
sanguíneos, bem presente na mucosa alveolar 
(revestimento); e muito escassa na mucosa 
mastigatória 
DIMENSÕES BIOL ÓGICAS 
A altura do espaço biológico (inserção de tecido 
supracrestal), depende claramente do fenótipo 
periodontal. 
• Epitélio do sulco: profundidade de sulco (0,69mm) 
• Epitélio juncional: 0,97mm 
• Inserção conjuntiva: 1,07mm 
O epitélio juncional + inserção conjuntiva correspondem 
ao espaço biológico, que é de 2,04mm – també m 
denominado inserção do tecido supracrestal. Caso haja 
invasão da inserção de tecido supracrestal – respostas 
inflamatórias ao ‘’corpo estranho’’, periodonto tenta se 
remodelar para reestabelecer a distância biológica. 
São dimensões invioláveis em saúde, e caso seja violado, 
há múltiplos processos inflamatórios (edema, dor) e o 
espaço biológico deve ser reestabelecido a partir do 
aumento de coroa clínica. Em reabilitações orais, o limite 
do término deve ser de 0,5mm do sulco gengival. 
Num transplante ou enxerto gengival de mucosa alveolar 
(não-queratinizado) em contato íntimo com o dente, é 
formado um novo tecido gengival com características da 
mucosa mastigatória sobre o tecido transplantado; um 
epitélio estratificado pavimentoso queratinizado. As 
células epiteliais migram do transplante de mucosa 
alveolar para o tecido conjuntivo gengival recém-formado. 
Dessa forma, o tecido gengival localizado 
heterotopicamente manteve sua especificidade original. 
Essa observação demonstra que as características da 
gengiva são geneticamente determinadas em vez de 
representarem uma adaptação funcional aos estímulos 
ambientais. 
DIAGNÓSTICO: 
• Visualização do término 
• Inflamação em áreas restauradas 
• Profundidade da sondagem 
• Radiográfico: proximidade da crista (interproximal é 
o padrão ouro) 
PERIODONTO DE SUSTENTAÇÃO 
O periodonto de sustentação é composto pelo cemento, 
ligamento periodontal e osso alveolar (lâmina dura é a 
parte do processo alveolar que recobre o alvéolo, crista 
óssea alveolar é o ponto mais coronal do osso). Tem a 
função de manter o dente em posição e função, absorver 
forças mastigatórias, remodelação e homeostasia. 
L IGAMENTO PERIODONTAL 
É um tecido conjuntivo frouxo ricamente vascularizado e 
celular que circunda as raízes dos dentes e une o cemento 
radicular á lâmina dura e osso alveolar, separado 
coronalmente pelas fibras colágenas – tipo I e III – do tecido 
conjuntivo (dentoperiosteais e dentogengivais). 
Forma-se o espaço do ligamento periodontal (LP), que é 
mais estreito no terço médio da raiz. A principal função do 
ligamento periodontal é permitir a distribuição e absorção 
das forças produzidas durante a função mastigatória, pelo 
processo alveolar através do osso alveolar propriamente 
dito. 
 Funções físicas (suporte e barreira): insere o dente 
no osso alveolar, transmite e absorve as forças 
oclusais para o osso alveolar, forma um arcabouço de 
proteção para vasos sanguíneos e nervos. 
 Formativas (manutenção das estruturas dentárias): 
atua do processo de formação e reabsorção do osso 
alveolar; participação ativa nos processos de 
movimentação ortodôntica; atua no reparo do 
periodonto após lesões. 
 Nutritivas: por ser altamente vascularizada, atua 
ativamente na distribuição de nutrientes aos tecidos 
periodontais 
 Nervosa: respondem a estímulos potencialmente 
lesivos a estímulos de baixo limiar; 
mecanorreceptores detectam deformações 
mecânicas deles próprios ou de células adjacentes; 
nociceptores transmitem sensação de dor; presença 
de terminações nervosas livres 
O dente é unido ao osso por feixes de fibras colágenas que 
podem ser divididas de acordo com suas formas de arranjo: 
1. Fibras da crista alveolar – a inserção é na porção 
mais cervical 
2. Fibras horizontais – logo abaixo das fibras da 
crista alveolar 
3. Fibras oblíquas – é o tipo de fibra mais presente, 
a partir dos 2/3 da raiz 
 
5 PERIODONTIA I | RODRIGO C. LUEDY | ODONTOLOGIA UFBA 
4. Fibras apicais – localizadas na região de ápice 
5. Fibras interradiculares – surgem em região de 
furca em dentes multirradiculares. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
As fibras colágenas do ligamento periodontal surgem em 
associaçãocom a erupção do dente, estando localizadas na 
região marginal do osso alveolar; enquanto as fibras 
colágenas do tecido conjuntivo são produzidas pelos 
fibroblastos durante o processo de maturação do germe 
dentário. 
As fibras mais terminais que se inserem entre o osso e o 
cemento radicular são as FIBRAS DE SHARPEY, que são 
as principais fibras do ligamento periodontal mais 
calcificadas, ligadas às fibras principais (ancoragem). 
As células do ligamento periodontal (LP) são fibroblastos, 
osteoblastos, cementoblastos, osteoclastos, células 
epiteliais e fibras nervosas. Os fibroblastos estão 
alinhados ao longo das fibras principais, os cementoblastos 
revestem a superfície do cemento, e os osteoblastos 
revestem a superfície óssea. 
CEMENTO RADICUL AR 
É um tecido mineralizado, que recobre as superfícies 
radiculares, e ocasionalmente, pequenas porções das 
coroas dentárias. Não contem vasos sanguíneos e 
linfáticos, não tem inervação, não sofre remodelação e 
reabsorção fisiológicas (somente patológica), mas se 
forma continuamente ao longo da vida, deposição 
incremental. É ancorado no dente pelas fibras de sharpey. 
Contém fibras colágenas e proteínas não-colagênicas (tipo 
I; osteopontina e sialoproteína) e hidroxiapatita, e atua 
inserindo as fibras principais do ligamento periodontal á 
raiz e recobre a dentina radicular. 
CÉL UL AS DO CEMENTO RADICUL AR: 
 Cementoblastos: produção do cemento celular e 
acelular, presentes no ligamento periodontal; de 
componentes não-colágenos da matriz interfibrilar 
(proteoglicanos, glicoproteínas, fosfoproteínas) 
 Cementócitos: cementoblastos aprisionados na 
matriz do cemento que possuem prolongamentos 
citoplasmáticos utilizados para comunicação celular 
(transporte de nutrientes e metabólitos) 
 Cementoclasto: reabsorção do cemento por 
processos patológicos. 
O cemento pode se apresentar em 4 diferentes formas, de 
acordo com Schoeper: 
1. CEMENTO ACEL UL AR AFIBRIL AR (CAA) – 
encontrado na porção cervical do esmalte, formado 
quando o epitélio reduzido do esmalte regride, se 
estendendo até o CAFE. 
2. CEMENTO ACEL UL AR DE FIBRAS EXTRÍNSEC A S 
(CAFE) – encontrada na porção cervical e média da 
raiz e contém principalmente as fibras de Sharpey 
sendo formada ao mesmo tempo da dentina e mais 
mineralizado; 
3. CEMENTO CEL UL AR ESTRATIFICADO MISTO – 
encontrado no terço apical da raiz e nas áreas de 
ramificação (furca), mais presenta no terço apical, 
contendo fibras extrínsecas e intrínsecas. 
4. CEMENTO CEL UL AR DE FIBRAS INTRÍNSECAS – 
contém células e fibras intrínsecas, com cementócitos 
aprisionados em lacunas na matriz. Há o cementoide 
por cementoblastos típicos. 
OSSO AL VEOL AR 
O osso alveolar (processo alveolar) é uma estrutura que 
atua como suporte e ancoragem do dente no alvéolo, com 
capacidade de remodelação, composto por cristais de 
hidroxiapatita (maior parte mineral) e colágeno tipo I. É a 
porção que forma e suporta os alvéolos dentários, formado 
após a erupção para promover a inserção óssea para o 
ligamento e desaparece quando o dente é perdido. 
 Originado por células do folículo dentário; 
 O processo alveolar tem uma espessura maior no 
lado palatino que no vestibular nos prés e 
incisivos; 
 
6 PERIODONTIA I | RODRIGO C. LUEDY | ODONTOLOGIA UFBA 
 As paredes externas são revestidas por osso 
cortical, que são internamente ocupados por osso 
trabecular (esponjoso) 
Os fenômenos de perda óssea nas faces livres são a 
FENESTRAÇÃO – perda fracionada de osso na porção 
marginal da raiz – e a DEISCÊNCIA – perda contínua de 
osso na porção marginal da raiz. 
O osso alveolar propriamente dito é composto por osso 
lamelar (maduro em anéis), composto por vasos 
sanguíneos do canal de Havers. 
 O canal de Havers são uma série de tubos 
estreitos dentro do osso, por onde passam vasos 
sanguíneos e linfáticos e células nervosas, 
localizados na região mais compacta do osso para 
nutrir os osteócitos, osteoblastos e osteoclastos 
do ósteon. 
 Os canais de Havers comunicam-se entre si por 
intermédio de canais transversais ou oblíquos, 
chamados de canais de Volkmann; 
A superfície externa do osso é revestida por uma camada 
de osteoblastos, que estão organizados no periósteo, e na 
superfície interna do osso, há um endósteo (espaço 
medular) onde há fibras colágenas compactadas. 
Os osteoblastos possuem prolongamentos citoplasmátic os 
utilizados para comunicação celular (transporte de 
nutrientes e metabólitos), que mantém contato entre si via 
canalículos. 
O osso alveolar renova-se constantemente em resposta ás 
demandas funcionais (cortical e esponjoso), como durante 
a inclinação dentária, que faz com que haja remodelação e 
neoformação óssea (osteoclastos e osteoblastos, na 
ordem) – novos canais de Havers são formados durante a 
decomposição óssea. 
 A reabsorção óssea está sempre associada aos 
osteoclastos (derivado do monócito da medula 
óssea) – células grandes com múltiplos núcleos, 
especializadas na degradação da matriz. Ácidos são 
liberados e degradam a matriz (ácido lático), e os 
remanescentes eliminados por enzimas e fagocitose 
osteoclástica. 
 Os osteoclastos produzem lacunas de Howship, 
depressões escavadas no meio da matriz. 
SUPRIMENTO SANGUÍNEO DO PERIODONTO 
O periodonto é suprido pelos ramos das artérias maxilares 
superior e inferior, a artéria dentária emite a artéria 
intrasseptal, que penetra a lâmina dura em todos os níveis 
do alvéolo pelos canais de Volkmann (ramos perfurantes). 
Ao chegar no espaço do ligamento periodontal, eles se 
anastomosam com os vasos sanguíneos originários da 
porção apical, antes de penetrar no canal radicular. 
 
 
 
 
 
 
 
As gengivas livres e inseridas são irrigadas por vasos 
sanguíneos supraperiosteais, que são os ramos terminais 
da artéria sublingual, da artéria mentual, da artéria oral, 
artéria facial, da artéria palatina maior, infraorbitária e 
artéria alveolar superior posterior. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Em vez de unidades individualizadas de vasos, há um 
sistema de suprimento sanguíneo que vasculariza tecidos 
duros e moles do periodonto. 
Os vasos sanguíneos supraperiosteais emitem ramos para 
o plexo subepitelial, localizado imediatamente sob o 
epitélio oral da gengiva. Esse plexo forma alças capilares 
para cada uma das papilas do tecido conjuntivo que se 
projeta para o epitélio oral – eles se anastomosam com os 
vasos sanguíneos do LP e do osso. E sob o epitélio juncional 
há o plexo dentogengival (vênulas principalmente). 
 
 
 
 
 
7 PERIODONTIA I | RODRIGO C. LUEDY | ODONTOLOGIA UFBA 
SISTEMA LINFÁTICO DO PERIODONTO 
Há uma rede extensa de capilares linfáticos (pequenos 
vasos), com uma única camada de células endoteliais. A 
linfa é absorvida através das paredes delgadas dos 
capilares, que passa para vasos linfáticos maiores, e antes 
de penetrar na circulação sanguínea, atravessa os 
linfonodos (a linfa é filtrada e suprida de linfócitos). 
A linfa dos tecidos periodontais é filtrada e drenada por 
linfonodos da cabeça e do pescoço: 
 Linfonodos submentuais – gengiva vestibular e 
lingual dos incisivos inferiores 
 Linfonodos cervicais profundos – gengiva 
palatina da maxila 
 Linfonodos submandibulares – gengiva vestibular 
da maxila e gengiva vestibular e lingual de prés 
inferiores – demais dentes e periodonto com 
exceção do 3° molar e incisivos inferiores. 
 Linfonodo jugulodigástricos – 3° molares 
NERVOS DO PERIODONTO 
Há receptores que registram dor, tato e pressão – 
nociceptores e mecanorreceptores; que possuem seu 
centro tróficono gânglio trigeminal, inervando o 
periodonto através dos ramos do nervo trigêmeo. 
Graças aos receptores presentes no LP, é possível 
identificar pequenas forças aplicadas ao dente – 
movimentos reflexos de abertura de boca são gerados se 
for encontrado uma partícula dura na mastigação. 
 Ramos labiais superiores – a gengiva vestibular dos 
incisivos, caninos e pré-molares superiores – ramos 
do nervo infraorbital 
 Ramos alveolares superiores posteriores – a 
gengiva vestibular na região de molares superiores 
(ramo do nervo maxilar) 
 Nervo palatino maior – a gengiva palatina exceto na 
área de incisivos, que é inervada pelo nervo 
nasopalatino. 
 Nervo sublingual – a gengiva lingual inferior – um 
ramo terminal do nervo lingual 
 Nervo mentual – a gengiva, no lado vestibular dos 
incisivos e caninos inferiores, enquanto, no lado 
vestibular de molares, é inervada pelo nervo bucal. 
Na mandíbula, os dentes e seus ligamentos periodontais 
são inervados pelo nervo alveolar inferior e ramos do 
nervo incisivo, enquanto os dentes da maxila são 
inervadas pelo plexo alveolar superior. 
 
IMPLANTES OSSEOINTEGRADOS (NOVA 
PERSPECTIVA) 
 Implantes osseointegrados 
 Reabilitação 
 Técnica cirúrgica 
 Osseointegração (‘’uma conexão direta entre osso 
vivo e a superfície de um implante submetido a uma 
carga funcional’’) 
ANATOMIA PERIIMPL ANTAR 
1. Tecido duro e mole – mucosa periimplantar 
2. Semelhante a gengiva 
3. Possui características clínicas e histológicas em 
comum 
4. Quando saudável, firme e com coloação rósea 
5. Mucosa periimplantar com cerca de 3mm em 
direção corono-apical 
6. Tecido epitelial e tecido conjuntivo 
CARACTERÍSTICAS: 
• Epitélio oral queratinizado 
• Cobre a porção marginal do tecido conjuntivo 
periimplantar 
• Inserção via hemidesmossomos (epitélio não-
queratinizado) 
• Selamento biológico (barreira epitelial) 2 fase 
• Barreira conjuntiva periimplantar é similar a 
inserção conjuntiva dos dentes 
• Fibras organizadas paralelamente a superfície do 
implante 
• Estendem-se da crista óssea a marge m 
periimplantar 
• BC periimplantar possui poucos vasos 
• Reforça teoria de baixa defesa e agressões 
exógenas 
As fibras estão dispostas paralelamente ao longo eixo 
do dente. Em condições normais, as fibras ficam 
oblíquas.

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