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DIREITO CIVIL III DAS OBRIGAÇÕES DIREITO REAL (das coisas) DIREITO DAS OBRIGAÇÕES Privado Privado Patrimonial disponível Patrimonial disponível Real Pessoal Absoluto Relativo Pessoa × coisa Pessoa × pessoa CONCEITO DE OBRIGAÇÕES Obrigação é uma relação jurídica de caráter transitório, estabelecida entre devedor e credor e cujo objeto é uma prestação pessoal, econômica positiva ou negativa, devida pelo primeiro ao segundo, garantido o adimplemento através de seu patrimônio. Esta disciplina trata apenas dos direitos disponíveis As responsabilidades patrimoniais são o espirito do direito das obrigações CARACTERISTICAS DO D. DAS OBRIGAÇÕES Privado Patrimonial Indisponível Pessoal ELEMENTOS ESSENCIAIS 1- ELEMENTO PESSOAL CREDOR – Sujeito ativo → DEVEDOR – Sujeito passivo Pode ser qualquer pessoa Único ou plural Determinado ou determinável Pode-se ter um no início e outro no fim (transmissão de crédito) 2- ELEMENTO MATERIAL PRESTAÇÃO (DAR, FAZER, NÃO FAZER) Licita Possível (físico e materialmente) Determinada ou determinável Econômica 3- ELEMENTO ABSTRATO VÍNCULO JURÍCO OBRIGAÇÃO PROPTER REM As obrigações propter rem se transmitem automaticamente para o novo titular da coisa que se relaciona A obrigação segue a coisa. EX- Condomínio que tem por obrigação contribuir com a coisa comum ART. 233 A obrigação de dar coisa certa abrange os acessórios dela embora não mencionados, salvo se o contrário resultar do título ou das circunstâncias do caso. ART. 234 Se no caso do artigo antecedente, a coisa se perder, sem culpa do devedor, antes da tradição, ou pendente a *condição suspensiva, fica a obrigação resolvida para ambas as partes, se a perda resultar de culpa do devedor, responderá este pelo equivalente mais perdas e danos. Comment by Pâmela Hostalácio: *CONDIÇÃO SUSPENSIVA: O NEGOCIO JURÍDICO É VÁLIDO, SÓ ESTÁ SUSPENSA A DETERMINADA CONDIÇÃO - Perda - Sem culpa (Art. 393, caso fortuito ou força maior) Se a coisa se perder antes da tradição sem culpa do devedor fica resolvida a obrigação, no entanto o devedor devolve o preço pago pela coisa (equivalente) “Res perit domino”: esta regra significa que, em caso de perda ou deterioração da coisa, por caso fortuito ou força maior, suportará o prejuízo seu proprietário - Culpa (Lato sensu – Dolo) Se resultar de culpa do devedor, este responde pelo equivalente mais perdas e danos - Perdas e danos (PREJUIZO) (Aplica-se a danos patrimoniais) Dano emergente: Perda momentânea Lucro cessante: Aquilo que se deixa de lucrar pela falta da coisa. - Equivalente É o valor da coisa que deve ser devolvido no caso da perca antes da tradição se este bem já estiver pago. ART. 235 “Deteriorada a coisa, não sendo o devedor culpado, poderá p credor resolver a obrigação, ou aceitar a coisa abatido do seu preço o valor que se perdeu” ART. 236 “Sendo culpado o devedor, poderá o credor exigir o equivalente ou aceitar a coisa no estado em que se ache, com o direito a reclamação, em um ou outro caso, indenização das perdas e danos.” ART. 237 “Até a tradição pertence ao devedor a coisa, com seus melhoramentos e acrescidos, pelos quais poderá exigir aumento no preço, se o credor não anuir, poderá o credor resolver a obrigação” Parágrafo único Os frutos percebidos são do devedor, cabendo ao credor os pendentes Frutos percebidos: frutos separados da coisa que os produziu. Frutos pendentes: aqueles que ainda estejam unidos a coisa que os produziu. ART. 238 DO ART. 238 AO 242. T -SE DE RESTITUIÇÃO. “Se a obrigação for de restituir (devolve), coisa certa, e está, sem culpa do devedor, se perder antes da tradição, sofrerá o credor a perda, e a obrigação se resolverá, ressalvados aos seus direitos até o dia da perda.” No caso de empréstimo de coisas ART. 239 (Restituição, ainda no caso de empréstimo) “Se a coisa se perder por culpa do devedor, responderá este pelo equivalente, mais perdas e danos.” ART. 240 “Se a coisa Restituível se *deteriorar sem culpa do devedor, recebê-la-á o credor, tal qual se ache, sem direito a indenização, se por culpa do devedor, observar-se-á o disposto no art. 239” *DETERIORAR: DIMINUIÇÃO DE VALOR, REDUÇÃO DAS QUALIDADES ESSENCIAIS DA COISA OU DO SEU VALOR ECONÔMICO, MAIS ELE AINDA GUARDA SUA IDENTIDADE. ART. 241 “Se, no caso do art. 238, sobrevier melhoramento ou acréscimo à coisa, sem despesa ou trabalho do devedor, lucrará o credor, desobrigado de indenização” ART. 242 “Se para o melhoramento da coisa, ou aumento, empregou o devedor trabalho ou dispêndio, o caso se regulará pelas normas deste código atinentes as benfeitorias realizadas pelo possuidor de boa-fé ou de má-fé. Parágrafo único.- Quantos aos frutos percebidos, observar-se-á do mesmo modo, o disposto neste código, acerca do possuidor de boa fé e má-fé.(art.1214 a 1216) *COMENTARIO: O DEVEDOR DA OBRIGAÇÃO DE RESTITUIR COISA CERTA PODERÁ PLEITEAR RESSARCIMENTO POR MELHORAMANTOS E ACRESCIDOS AO BEM SOMENTE NA HIPÓSTESE DE TER CONCORRIDO PARA ELES COM SEU TRABALHO OU DISPÊNDIOS. TAL REGRA É LÓGICA DA VEDAÇÃO DO ERRIQUECIMENTO SEM CAUSA (ART.884). APLICA-SE A HIPÓTESE AS REGRAS ATINENTES ÀS BENFEITORIAS REALIZADAS POR POSSUIDOR (ART. 1219 a 1222). EX: COMODATO DE IMÓVEL. REALIZAÇÃO DE MELHORIAS PELO COMODATÁRIO. PLEITO DE RESSARCIMENTO DE VALORES. RETOMADA DO BEM. COMODATÁRIO QUE, NA CONDIÇÃO DE POSSUIDOR DE BOA-FÉ, TEM DIREITO A INDENIZAÇÃO PELAS BENFEITORIAS ÚTEIS E NECESSARIAS EMPREGADAS NO IMÓVEL, SOB PENA DE ERRIQUECIMENTO INDEVIDO DO PROPRIETARIO. APLICAÇÃO DOS ARTS. 242, 1219 CONTINUAÇÃO DO ENTENDIMENTO DO ART.242. ART. 1.214 “O possuidor de boa-fé tem direito, enquanto ela durar, aos frutos percebidos. Parágrafo único. Os frutos pendentes ao tempo em que cessar a boa-fé dever ser restituídos, depois de deduzidas as despesas da produção e custeio; devem ser também restituídos os frutos colhidos com antecipação. *COMENTÁRIO- DENOMINAM-SE FRUTOS AS UTILIDADES QUE SE RETIRAM DO BEM PRINCIPAL, DE FORMA PERIÓDICA. O ART. 1.214 DO CÓDIGO DISPÕE QUE O POSSUIDOR DE BOA-FÉ (ART. 1.201) TERÁ DIREITO, ENQUANTO ELA DURAR, AOS FRUTOS PERCEBIDOS (OS QUE FORAM COLHIDOS). DEVERÃO, ENTRETANTO, SER RESTITUÍDOS AQUELES FRUTOS PENDENTES (AINDA UNIDOS À COISA PRINCIPAL), QUANDO CESSADA A BOA-FÉ, DEDUZINDO-SE OS CUSTOS EFETIVADOS COM A PRODUÇÃO. RESTITUEM-SE AO LEGÍTIMO DONO, TAMBÉM, OS FRUTOS COLHIDOS COM ANTECIPAÇÃO, NESTE CASO. EM RUMO OPOSTO, SE VIGORAR A BOA-FÉ EM FAVOR DO POSSUIDOR, ESTE FARÁ JUS AOS FRUTOS COLHIDOS, PENDENTES E AOS COLHIDOS COM ANTECIPAÇÃO. É A PARTIR DA VERIFICAÇÃO DE QUE NÃO MAIS POSSUI A COISA DE BOA-FÉ QUE O DIREITO DO POSSUIDOR AOS FRUTOS TOMA CONTORNOS DIFERENTES. DE FATO, O POSSUIDOR DE MÁ–FÉ DEVERÁ DEVOLVER NÃO SOMENTE OS FRUTOS COLHIDOS E PERCEBIDOS, MAS TAMBÉM DEVERÁ RESPONDER POR AQUELES QUE, POR SUA CULPA, DEIXOU DE PERCEBER – OS CHAMADOS FRUTOS PERCIPIENDOS. A LEI, ENTRETANTO, PROTEGE O POSSUIDOR DE MÁ–FÉ QUANTO AOS GASTOS QUE EFETIVOU EM RELAÇÃO A DESPESAS DE PRODUÇÃO E CUSTEIO, EVITANDO ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA ALHEIO. (RODRIGUES, 68). ENUNCIADO 302 DO CONSELHO DA JUSTIÇA FEDERAL: “PODE SER CONSIDERADO JUSTO TÍTULO PARA A POSSE DE BOA-FÉ O ATO JURÍDICO CAPAZ DE TRANSMITIR A POSSE AD USUCAPIONEM, OBSERVADO O DISPOSTO NO ART. 113 DO CÓDIGO CIVIL ART. 1.219 “O possuidor de boa-fé tem direito à indenização das benfeitorias necessárias e úteis, bem como quanto as voluptuárias, se não lhe forem pagas, levantá-las, quando o puder, sem detrimento da coisa e poderá exercer o direito de retenção pelo valor das benfeitorias necessárias e uteis.” *COMENTÁRIO: BENFEITORIAS SÃO OBRAS OU DESPESAS EFETUADAS EM RELAÇÃO A UM DETERMINADO BEM JÁ EXISTENTE, PARA CONSERVÁ-LO, AUMENTAR SUA UTILIDADE OU PROPORCIONAR MAIOR PRAZER. TAL CONCEITO AS DISTINGUE EM RELAÇÃO ÀS CONSTRUÇÕES E PLANTAÇÕES (ART. 1.253). ESTAS ÚLTIMAS SÃO CONSIDERADAS ACESSÕES, DIFERENTEDAS OBRAS, TIDAS COMO COISAS NOVAS. AS BENFEITORIAS ESTÃO DESCRITAS NO ART. 96 DO CÓDIGO: A) SÃO NECESSÁRIAS AS QUE TÊM POR FINALIDADE A CONSERVAÇÃO OU MANUTENÇÃO DA ESTRUTURA DO BEM, EVITANDO-SE DETERIORAÇÃO OU DESVALORIZAÇÃO; B) ÚTEIS SÃO AQUELAS QUE, EMBORA NÃO SENDO NECESSÁRIAS, SE PRESTAM A AUMENTAR OU FACILITAR A UTILIZAÇÃO DO BEM, GERANDO MAIOR VALORIZAÇÃO (EX. EDÍCULAS E GARAGENS); C) VOLUPTUÁRIAS AQUELAS BENFEITORIAS VOLTADAS PARA O MERO DELEITE, AS QUAIS NÃO AUMENTAM O USO HABITUAL DO BEM, EMBORA O TORNE MAIS AGRADÁVEL, PODENDO ATÉ MESMO VALORIZÁ-LO (EX. PISCINA E QUADRA DE ESPORTE). CABE AO POSSUIDOR DE BOA–FÉ A INDENIZAÇÃO PELAS BENFEITORIAS NECESSÁRIAS E ÚTEIS REALIZADOS NO BEM, ASSIM COMO O DIREITO DE LEVANTAR AQUELAS VOLUPTUÁRIAS, SE FOR FISICAMENTE POSSÍVEL. EM CASO NEGATIVO, DÁ-SE SUA CONVERSÃO EM PAGAMENTO. DIREITO DE RETENÇÃO (IUS RETENTIONIS) É O PERMISSIVO LEGAL QUE AUTORIZA O POSSUIDOR A PROSSEGUIR NA POSSE DO BEM ATÉ QUE SEJA DEVIDAMENTE INDENIZADO PELO QUE EFETIVAMENTE GASTOU, AMPARADO NO PRINCÍPIO QUE AFASTA O ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA (ART. 884). INSTA SABER SE O REFERIDO DIREITO DE RETENÇÃO DE BENFEITORIAS PODE SER CARACTERIZADO COMO DIREITO REAL OU PESSOAL? A DOUTRINA MAJORITÁRIA VEM ENTENDENDO QUE SE TRATA DE UM DIREITO REAL, POIS QUE, AINDA QUE NÃO ESTEJA ELENCADO TAXATIVAMENTE NO ROL DOS DIREITOS REAIS, A RETENÇÃO SE OPÕE PERANTE TERCEIRO PARA TER VALIDADE (ERGA OMNES), TRATANDO-SE DE APREENSÃO DA COISA PARA FINS DE GARANTIA DE PAGAMENTO OU CRÉDITO, DE ONDE O POSSUIDOR EXERCE, EFETIVAMENTE, O PODER JURÍDICO SOBRE A COISA, ELEMENTOS ESTES TIPIFICADORES DOS DIREITOS REAIS (BEZERRA DE MELO, P.95). SÚMULA 158 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL: “SALVO ESTIPULAÇÃO CONTRATUAL AVERBADA NO REGISTRO IMOBILIÁRIO, NÃO RESPONDE O ADQUIRENTE PELAS BENFEITORIAS DO LOCATÁRIO”. ENUNCIADO 81 DO CONSELHO DA JUSTIÇA FEDERAL: “O DIREITO DE RETENÇÃO PREVISTO NO ART. 1.219 DO CC, DECORRENTE DA REALIZAÇÃO DE BENFEITORIAS NECESSÁRIAS E ÚTEIS, TAMBÉM SE APLICA ÀS ACESSÕES (CONSTRUÇÕES E PLANTAÇÕES) NAS MESMAS CIRCUNSTÂNCIAS”. ART. 1.220 “Ao possuidor de má-fé serão ressarcidas somente as benfeitorias necessárias; não lhe assiste o direito de retenção pela importância destas, nem o de levantar as voluptuárias” ART. 1.221 “As benfeitorias compensam-se com os danos, e só se obriga ressarcimento se ao tempo da evicção ainda existirem”
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