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Assuntos da rodada 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
Observação: Conteúdo programático conforme ordem apresentada no Edital. A 
ordem do conteúdo nas rodadas pode se alterar para melhor compreensão da 
matéria. Bons estudos! 
Direito Administrativo: 1 Noções de organização administrativa. 1.1 
Centralização, descentralização, concentração e desconcentração. 1.2 
Administração direta e indireta. 1.3 Autarquias, fundações, empresas públicas 
e sociedades de economia mista. 2 Ato Administrativo. 2.1 Conceito, 
requisitos, atributos, classificação e espécies. 3 Agentes públicos. 3.1 
Legislação pertinente. 3.1.1 Lei nº 8.112/1990. 3.1.2 Disposições 
constitucionais aplicáveis. 3.2 Disposições doutrinárias. 3.2.1 Conceito. 3.2.2 
Espécies. 3.2.3 Cargo, emprego e função pública. 4 Poderes administrativos. 
4.1 Hierárquico, disciplinar, regulamentar e de polícia. 4.2 Uso e abuso 
do poder. 5 Licitação. 5.1 Princípios. 5.2 Contratação direta: dispensa e 
inexigibilidade. 5.3 Modalidades. 5.4 Tipos. 5.5 Procedimento. 6 Contratos 
administrativos: conceitos e características. 7 Controle da Administração 
Pública. 7.1 Controle exercido pela Administração Pública. 7.2 Controle judicial. 
7.3 Controle legislativo. 8 Responsabilidade civil do Estado. 8.1 
Responsabilidade civil do Estado no direito brasileiro. 8.1.1 Responsabilidade 
por ato comissivo do Estado. 8.1.2 Responsabilidade por omissão do Estado. 
8.2 Requisitos para a demonstração da responsabilidade do Estado. 8.3 Causas 
excludentes e atenuantes da responsabilidade do Estado. 9 Regime jurídico‐ 
administrativo. 9.1 Conceito. 9.2 Princípios expressos e implícitos da 
Administração Pública. 10 Processo Administrativo Federal (Lei nº 9.784/1999). 
11 Improbidade Administrativa (Lei nº 8.429/1992). 
 
 
Rodada #02 
Direito Administrativo 
 
Professor Fabiano Pereira 
 
 
 DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
 
 
 
 
2
Recados importantes! 
 
NÃO AUTORIZAMOS a venda de nosso material em qualquer outro site. 
Não apoiamos, nem temos contrato, com qualquer prática ou site de 
rateio. 
A reprodução indevida, não autorizada, deste material ou de qualquer parte 
dele sujeitará o infrator à multa de até 3 mil vezes o valor do curso e à 
responsabilidade reparatória civil e persecução criminal, nos termos dos artigos 
102 e seguintes da Lei 9.610/98. 
Tente cumprir as metas na ordem que determinamos. É fundamental para o 
perfeito aproveitamento do treinamento. 
Você pode fazer mais questões desta disciplina no nosso teste semanal 
ONLINE. 
Qualquer problema com a meta, envie uma mensagem para o WhatsApp oficial 
da Turma Elite (35) 99106 5456. 
 
 
 DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
 
 
 
 
3
a. Teoria em Tópicos 
 
Ato Administrativo 
1. A Administração Pública edita dois tipos de atos jurídicos: a) atos que são 
regidos pelo Direito Público e, consequentemente, denominados de atos 
administrativos e b) atos regidos pelo Direito Privado. 
 
2. Não existe uma unanimidade doutrinária sobre a quantidade e as 
características de cada requisito ou elemento do ato administrativo. Entretanto, 
como o nosso objetivo é ser aprovado no concurso, iremos adotar o 
posicionamento do professor Hely Lopes Meirelles, que entende serem cinco os 
elementos dos atos administrativos: competência, finalidade, forma, 
motivo e objeto. 
2.1. Competência ou Sujeito: o ato administrativo não “cai do céu”. É 
necessário que alguém o edite para que possa produzir efeitos jurídicos. Esse 
alguém é o agente público (também chamado por alguns autores de “sujeito”), 
que recebe essa competência expressamente do texto constitucional ou por 
meio de lei. Podemos considerar como características da competência o fato de 
ser irrenunciável, inderrogável, improrrogável, intransferível e imprescritível. 
2.2. Finalidade: trata-se de requisito sempre vinculado (previsto em lei) que 
impõe a necessidade de respeito ao interesse público no momento da edição 
do ato administrativo. Pode ser entendido como o efeito jurídico mediato 
(secundário) que o ato produz. 
2.3. Forma: também é requisito vinculado do ato administrativo, a exemplo 
dos requisitos da competência e finalidade, podendo ser compreendida em 
sentido estrito e em sentido amplo. Em sentido estrito, a forma pode ser 
entendida como a exteriorização do ato administrativo, o “modelo” do ato, o 
modo pelo qual ele se apresenta ao mundo jurídico (uma portaria, ordem de 
serviço, instrução normativa etc.). Em sentido amplo, a forma pode ser 
 
 DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
 
 
 
 
4
entendida como a formalidade ou procedimento a ser observado para a 
produção do ato administrativo. Em outras palavras, entenda que a lei pode 
determinar expressamente outras exigências formais que não fazem parte 
do próprio ato administrativo, mas que lhe são anteriores ou posteriores 
(exigência de várias publicações do mesmo ato no Diário Oficial, por exemplo, 
para que possa produzir efeitos). 
2.4. Motivo: que também é chamado de “causa”, é o pressuposto de fato 
(acontecimento) e de direito (dispositivo legal) que servem de fundamento 
para a edição do ato administrativo. O motivo se manifesta através de ações ou 
omissões dos agentes públicos, dos administrados ou, ainda, de necessidades 
da própria Administração, que justificam ou impõem a edição de um ato 
administrativo. 
2.4.1. É necessário que você tenha muita atenção ao responder às questões de 
prova para não confundir motivo e motivação, que possuem significados 
diferentes. O motivo pode ser entendido como o pressuposto de fato e de 
direito que serve de fundamento para a edição do ato administrativo. Por outro 
lado, a motivação nada mais é que exposição dos motivos, por escrito, no 
corpo do ato administrativo. 
2.4.2. Segundo a teoria dos motivos determinantes, o motivo alegado pelo 
agente público, no momento da edição do ato, deve corresponder à realidade, 
tem que ser verdadeiro. Caso contrário, comprovando o interessado que o 
motivo informado não guarda qualquer relação com a edição do ato ou que 
sequer existiu, o ato deverá ser anulado pela própria Administração ou pelo 
Poder Judiciário. 
2.5. Objeto: o quinto requisito do ato administrativo, que pode ser 
discricionário ou vinculado, é o objeto (também denominado de conteúdo 
por alguns autores), entendido como a coisa ou a relação jurídica sobre a 
qual recai o ato. Trata-se do efeito jurídico imediato (primário) que o ato 
administrativo produz. 
 
 DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
 
 
 
 
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3. Não existe um consenso doutrinário sobre a quantidade de atributos - que 
nada mais são do que “características” inerentes aos atos administrativos -, 
mas, para responder às questões de provas, é necessário que estudemos a 
presunção de legitimidade ou veracidade, a imperatividade, a 
autoexecutoriedade e a tipicidade. 
3.1. Presunção de Legitimidade: todo e qualquer ato administrativo é 
presumivelmente legítimo, ou seja, considera-se editado em conformidade 
com o direito (leis e princípios). Essa presunção é relativa (juris tantum), 
consequência da confiança depositada no agente público, pois se deve partir 
do pressuposto de que todos os parâmetros e requisitos legais foram 
respeitados pelo agente no momento da edição do ato. 
3.2. Imperatividade: é o atributo pelo qual os atos administrativos se 
impõem a terceiros, independentemente de sua concordância ou 
aquiescência. Todavia, não está presente em todos os atos administrativos, a 
exemplo dos atos enunciativos. 
3.3. Autoexecutoriedade: é o atributo que garante ao Poder Público a 
possibilidade de obrigar terceiros ao cumprimento dos atos administrativos 
editados, sema necessidade de recorrer ao Poder Judiciário. Nem sempre 
os atos administrativos irão gozar de autoexecutoriedade e, para fins de 
concursos públicos, a multa (ato administrativo) é o exemplo mais cobrado em 
relação à ausência de autoexecutoriedade. Nesse caso, apesar de a aplicação da 
multa ser decorrente do atributo da imperatividade, se o particular não 
efetuar o seu pagamento a Administração somente poderá recebê-la se recorrer 
ao Poder Judiciário. 
3.4. Tipicidade: segundo Maria Silvia Zanella di Pietro, podemos entender a 
tipicidade como “o atributo pelo qual o ato administrativo deve corresponder a 
figuras definidas previamente pela lei como aptas a produzir determinados 
resultados”. Resumidamente falando, a professora entende que, para cada 
finalidade que a Administração deseja alcançar, existe uma espécie distinta de 
 
 DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
 
 
 
 
6
ato administrativo e, portanto, é inadmissível que sejam editados atos 
administrativos inominados. 
4. Em relação à CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS, penso 
que o mais sensato é focarmos a classificação do professor Hely Lopes 
Meirelles, que tem sido adotada pelas principais bancas examinadoras do país. 
4.1. ATOS GERAIS E INDIVIDUAIS - Os atos administrativos gerais ou 
regulamentares são aqueles que possuem destinatários indeterminados, 
com finalidade normativa, tais como os decretos regulamentares, as instruções 
normativas etc. Por sua vez, atos administrativos individuais são aqueles 
que possuem destinatários determinados ou determináveis, podendo 
alcançar um ou vários sujeitos, sendo possível citar como exemplos os 
decretos de desapropriação, a nomeação de servidores, uma autorização ou 
permissão etc. 
4.2. ATOS INTERNOS E EXTERNOS - são aqueles que produzem efeitos 
somente no interior da Administração Pública, e, portanto, não têm o objetivo 
de atingir os administrados, sendo possível citar como exemplos uma ordem de 
serviço, uma portaria de remoção de servidor etc. Por outro lado, atos 
administrativos externos ou de efeitos externos são aqueles que afetam os 
administrados, produzindo efeitos fora da Administração, e, por isso, 
necessitam de publicação no diário oficial. Como exemplos, podemos citar 
um decreto, um regulamento, uma portaria de nomeação de candidato 
aprovado em concurso público etc. 
4.3. ATOS DE IMPÉRIO, DE GESTÃO E DE EXPEDIENTE 
4.3.1. Atos de império ou de autoridade são aqueles praticados pela 
Administração no gozo de sua supremacia sobre o administrado. São aqueles 
através dos quais a Administração cria deveres aos particulares 
independentemente de concordância ou aquiescência, tal como acontece na 
aplicação de uma multa de trânsito, na edição de um decreto de 
desapropriação, na apreensão de mercadorias etc. 
 
 DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
 
 
 
 
7
4.3.2. Atos de gestão são aqueles editados pela Administração sem fazer 
uso de sua supremacia sobre o administrado, estabelecendo-se uma relação 
horizontal (igualdade) e assemelhando-se aos atos de Direito privado, sendo 
possível citar como exemplo a aquisição de bens pela Administração, o aluguel 
de equipamentos etc. 
4.3.3. Atos de expediente são os atos rotineiros praticados pelos agentes 
administrativos no interior da Administração, sem caráter vinculante e sem 
forma especial, que têm por objetivo organizar e operacionalizar as 
atividades exercidas pelos órgãos e pelas entidades públicas. Para exemplificar, 
podemos citar o preenchimento de um documento, a expedição de um ofício a 
um particular, a rubrica nas páginas de um processo administrativo etc. 
4.4. ATOS VINCULADOS E DISCRICIONÁRIOS - Nas palavras do professor 
Hely Lopes Meirelles, “atos vinculados ou regrados são aqueles para os quais a 
lei estabelece os requisitos e condições de sua realização”, ao passo que 
“discricionários são os que a Administração pode praticar com liberdade de 
escolha de seu conteúdo, de seu destinatário, de sua conveniência, de sua 
oportunidade e de seu modo de realização”. 
4.5. ATO SIMPLES, COMPLEXO E COMPOSTO. 
4.5.1. Ato administrativo simples é aquele que resulta da manifestação de 
vontade de um único órgão, unipessoal ou colegiado, sendo irrelevante o 
número de agentes que participarão da edição do ato. A edição do ato simples 
depende da vontade de um único órgão e independe de aprovações ou 
homologações posteriores (parecer, despacho de um servidor etc.). 
4.5.2. Ato administrativo complexo é aquele que depende da manifestação 
de vontade de dois ou mais órgãos para que seja editado. Apesar de ser um 
único ato, é necessário que exista um consenso entre diferentes órgãos para 
que possa produzir os efeitos desejados. É possível citar como exemplos os atos 
normativos editados conjuntamente, por dois ou mais órgãos, tais como as 
Portarias Conjuntas editadas pela Procuradoria Geral da Fazenda 
 
 DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
 
 
 
 
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Nacional e Receita Federal do Brasil (a exemplo da Portaria Conjunta nº 01, 
de 10 de março de 2009, que dispõe sobre parcelamento de débitos para com a 
Fazenda Nacional); editadas pelos órgãos do Poder Judiciário (a exemplo da 
Portaria Conjunta 01, de 07 de março de 2007, que regulamenta adicionais e 
gratificações no âmbito do Judiciário), entre outras. 
4.5.3. Ato administrativo composto é aquele em que apenas um órgão 
manifesta a sua vontade, todavia, para que se torne exequível, é necessário 
que outro órgão também se manifeste com o objetivo de ratificar, aprovar, 
autorizar ou homologar o ato. Como exemplo de ato composto, podemos citar a 
nomeação dos Ministros do Supremo Tribunal Federal. Nesse caso, nas palavras 
da professora Maria Sylvia Zanela Di Pietro, teríamos um ato principal 
(nomeação efetuada pelo Presidente da República) e outro ato acessório ou 
secundário (aprovação do Senado Federal). 
 
5. Espécies de atos administrativos 
5.1. Atos normativos - são aqueles editados com o objetivo de facilitar a fiel 
execução das leis, possuindo comandos gerais e abstratos, tais como os 
decretos regulamentares, as instruções normativas, os regimentos, entre 
outros. 
5.2. Atos ordinatórios - decorrem do poder hierárquico e têm o objetivo de 
disciplinar o funcionamento da Administração, orientando os agentes públicos 
subordinados no exercício das funções que desempenham. Os atos ordinatórios 
restringem-se ao interior da Administração e somente alcançam os servidores 
que estão subordinados à chefia que os expediu. 
5.3. Atos negociais - são aqueles pelos quais a Administração faculta aos 
particulares o exercício de determinada atividade, desde que atendidas as 
condições estabelecidas pelo próprio Poder Público. Para exemplificar, podemos 
citar as licenças, as autorizações, as permissões, as aprovações, as dispensas 
etc. 
 
 DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
 
 
 
 
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5.4. Atos enunciativos - Segundo o professor Hely Lopes Meirelles, atos 
administrativos enunciativos “são todos aqueles em que a Administração se 
limita a certificar ou atestar um fato, ou emitir uma opinião sobre determinado 
assunto, sem se vincular ao seu enunciado. Dentre os atos mais comuns dessa 
espécie, merecem atenção as certidões, os atestados e os pareceres 
administrativos”. 
5.5. Atos punitivos - Os atos punitivos são aqueles que contêm uma sanção 
imposta pela Administração aos seus agentes públicos ou particulares que 
praticarem atos ou condutas irregulares, violando os preceitos administrativos. 
 
6. Extinção dos atos administrativos 
6.1. Anulação ou invalidação - Quando o ato administrativo é praticado em 
desacordo com o ordenamento jurídico vigente, é considerado ilegal. Assim,deve ser anulado pelo Poder Judiciário (quando provocado) ou pela própria 
Administração (de ofício ou mediante provocação). A anulação de um ato 
administrativo opera-se com efeitos retroativos (ex tunc), isto é, o ato perde 
os seus efeitos desde o momento de sua edição (como se nunca tivesse 
existido), pois não origina direitos. 
A partir do momento que o ato ilegal é praticado, passa a ser contado o prazo 
de cinco anos para que a Administração Pública possa promover a sua 
anulação. Ultrapassado o prazo de cinco anos sem a respectiva anulação, o ato 
administrativo será automaticamente convalidado (não poderá mais ser 
anulado), desde que o seu destinatário esteja de boa-fé. 
6.2. Revogação - ocorre sempre que a Administração Pública decide retirar, 
parcial ou integramente do ordenamento jurídico, um ato administrativo válido, 
mas que deixou de atender ao interesse público em razão de não ser mais 
conveniente ou oportuno. A revogação de um ato administrativo é 
consequência direta do juízo de valor (mérito administrativo) emitido pela 
Administração Pública, que é a responsável por definir o que é bom ou ruim 
 
 DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
 
 
 
 
10
para coletividade, naquele momento. Assim, é vedado ao Poder Judiciário 
revogar ato administrativo editado pela Administração. 
6.2.1. Ao contrário do que ocorre na anulação, que produz efeitos “ex tunc”, na 
revogação os efeitos serão sempre “ex nunc” (proativos). Isso significa dizer 
que a revogação somente produz efeitos prospectivos, ou seja, para frente, 
conservando-se todos os efeitos que já haviam sido produzidos. 
6.2.2. Existem alguns atos administrativos que não podem ser revogados, 
são eles: 1º) os atos já consumados, que exauriram seus efeitos; 2º) os atos 
vinculados; 3º) os atos que já geraram direitos adquiridos para os particulares; 
4º) os atos que integram um procedimento; 5º) os denominados meros atos 
administrativos. 
 
7. Convalidação de atos administrativos - Segundo a professora Maria 
Sylvia Zanella di Pietro, “convalidação é o ato administrativo através do qual é 
suprido o vício existente em um ato ilegal, com efeitos retroativos à data em 
que este foi praticado”. Na verdade, a convalidação nada mais é que a 
“correção” do ato administrativo portador de defeito sanável de legalidade, 
com efeitos retroativos (ex tunc). 
7.1. Para responder às questões de prova, lembre-se de que a convalidação de 
um ato administrativo somente pode ocorrer em relação aos vícios sanáveis 
(hipótese em que o ato administrativo será considerado anulável), isto é, 
aqueles detectados nos requisitos “competência” e “forma”. 
 
 
 DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
 
 
 
 
11
Poderes da Administração Pública 
 
1. O Professor José dos Santos Carvalho Filho conceitua os poderes 
administrativos como “o conjunto de prerrogativas de Direito Público que a 
ordem jurídica confere aos agentes administrativos para o fim de permitir que o 
Estado alcance seus fins”. 
1.1. Os poderes assegurados aos agentes públicos não podem ser considerados 
“privilégios”, mas, sim, deveres. Não devem ser encarados como mera 
faculdade, mas, sim, como uma “obrigação legal” de atuação sempre que o 
interesse coletivo exigir. 
1.2. Deveres impostos aos agentes públicos - o exercício da função pública 
não se restringe à garantia de prerrogativas aos agentes públicos. Ao contrário, 
impõe diversos deveres que, caso não observados, poderão ensejar a 
responsabilização civil, penal e administrativa do agente que se omitir, sendo 
possível citar entre eles: 
1.2.1. Dever de eficiência - a emenda constitucional nº 19, promulgada em 
04∕06∕1998, assegurou status constitucional ao princípio da eficiência. Nesses 
termos, exige-se que não só a atividade finalística da Administração Pública 
seja eficiente, mas também todas as atividades e funções exercidas pelos 
agentes públicos. 
1.2.2. Dever de prestar contas - a obrigatoriedade de prestação de contas 
encontra fundamento no art. 70, parágrafo único, da Constituição Federal de 
1988, que é expresso ao afirmar que “prestará contas qualquer pessoa física 
ou jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou 
administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, 
ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária”. 
 
 
 
 DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
 
 
 
 
12
1.2.3. Dever de probidade - as condutas praticadas pelos agentes públicos 
devem sempre se pautar na honestidade, boa-fé e probidade administrativa. 
Assim, não se permite que as funções públicas sejam exercidas com o único 
propósito de satisfazer interesses particulares, sob pena de afronta ao art. 37, § 
4º, da Constituição Federal de 1988 
1.3. Abuso de poder - nas palavras do professor Hely Lopes Meirelles, o abuso 
de poder “ocorre quando a autoridade, embora competente para agir, 
ultrapassa os limites de suas atribuições ou se desvia das finalidades 
administrativas”. O abuso de poder configura-se por uma conduta praticada 
pelo agente público em desconformidade com a lei e pode se apresentar sob 
duas formas diferentes: 
1ª) quando o agente público ultrapassa os limites da competência que lhe foi 
outorgada pela lei (excesso de poder); 
2ª) quando o agente público exerce a competência nos estritos limites legais, 
mas para atingir finalidade diferente daquela prevista em lei (desvio de 
poder ou desvio de finalidade). 
1.3.1. Excesso de poder - no excesso de poder, o agente público atua além 
dos limites legais de sua competência, ou, o que é mais grave, atua sem sequer 
possuir competência legal. O ato praticado com excesso de poder é eivado de 
grave ilegalidade, pois contém vício em um de seus requisitos essenciais: a 
competência. Exemplo: agente público que aplica multa de valor superior ao 
que a lei lhe permite. 
1.3.2. Desvio de poder ou finalidade - nos termos da alínea “e”, parágrafo 
único, artigo 2º, da Lei nº 4.717/65 (Lei de Ação Popular), o desvio de poder 
ou finalidade ocorre quando “o agente pratica o ato visando a fim diverso 
daquele previsto, explícita ou implicitamente, na regra de competência”. No 
desvio de poder ou finalidade, a autoridade atua dentro dos limites da sua 
competência, mas o ato não alcança o interesse público inicialmente desejado 
pela lei. Trata-se de ato manifestamente contrário à lei, mas que tem a 
 
 DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
 
 
 
 
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“aparência” de ato legal, pois geralmente o vício não é notório, não é evidente. 
Exemplo: autoridade administrativa que remove servidor público, ex officio, 
com o único propósito de puni-lo (nesse caso, a finalidade do ato foi 
desrespeitada). 
1.3.3. Abuso de poder por omissão - segundo alguns autores, a omissão de 
agentes públicos também pode caracterizar o abuso de poder, porém, penas 
quando se tratar de omissão específica. Neste caso fica configurada violação 
direta ao texto legal, pois a inércia configura desrespeito a uma obrigação 
expressamente prevista em lei (é o que ocorre, por exemplo, quando a 
autoridade administrativa deixa de proferir decisão no prazo de trinta dias, 
previsto no art. 49 da Lei 9.784/1999). Caracterizada a omissão específica, 
isto é, a inércia diante de uma determinação expressamente prevista em lei, 
poderá o agente público ser responsabilizado civil, penal e administrativamente, 
dependendo do tipo de inércia que lhe é imputada. 
 
2. Poder vinculado - também denominado de poder regrado, é aquele 
conferido aos agentes públicos para a edição de atos administrativos em 
estrita conformidade com o texto legal, sendo mínima ou inexistente a sua 
liberdadede atuação ou escolha. Para que um ato administrativo seja editado 
validamente, em conformidade com a lei, é necessário que atenda a cinco 
requisitos básicos: competência, forma, finalidade, motivo e objeto. Quando 
os cinco requisitos forem apresentados e detalhados na própria lei, ter-se-á 
um ato vinculado, pois o agente público restringir-se-á ao preenchimento do 
ato nos termos que foram definidos legalmente. 
2.1. No poder vinculado, o agente público não se utiliza dos critérios de 
conveniência e oportunidade, que lhes são reservados no poder 
discricionário, pois a própria lei estabelece “de que forma” o ato deve ser 
editado, especificando para a autoridade responsável pela edição do ato a 
competência, a forma, a finalidade, o motivo que ensejou a edição e o 
 
 DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
 
 
 
 
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objeto sobre o qual recai o ato. Ao completar 75 anos de idade, por exemplo, o 
servidor público está obrigado a se aposentar. Não há qualquer margem de 
decisão que lhe permita continuar trabalhando no cargo efetivo ocupado. 
 
3. Poder discricionário - nas sábias palavras do professor Hely Lopes 
Meirelles, ”discricionariedade é a liberdade de ação administrativa dentro dos 
limites permitidos em lei”. É aquele no qual a lei reserva ao agente público 
certa margem de liberdade ou escolha dentre várias soluções possíveis, 
sempre visando à satisfação do interesse público. Trata-se de poder que a 
própria lei concede ao agente público, de modo explícito ou implícito, para a 
edição de atos administrativos, autorizando-lhe a escolher, entre várias 
alternativas possíveis, aquela que melhor atende ao interesse coletivo. 
3.1. No ato discricionário, a lei somente se limitará a detalhar a competência, 
a forma e a finalidade, deixando a critério do agente público, que deverá decidir 
com base na conveniência e oportunidade da Administração, os requisitos 
denominados motivo e objeto. 
3.2. É possível afirmar que a discricionariedade é parcial e relativa, pois, ao 
editar um ato administrativo, o agente público nunca possuirá liberdade total. 
A lei sempre apresentará em seu texto a competência para a prática do ato, a 
forma legal de editá-lo e a finalidade, que sempre será a satisfação do 
interesse público. 
3.3. É discricionária a concessão da licença para tratar de assuntos 
particulares. Nesse caso, a Administração irá analisar vários fatores (atual 
quantidade de servidores em efetivo exercício, demanda de serviço, 
consequências da ausência do servidor etc.) antes de decidir se é conveniente e 
oportuno deferir o pedido do servidor. 
3.4. Eis aqui um ponto importante: o Poder Judiciário jamais poderá 
revogar um ato editado pela Administração, mas somente anulá-lo, quando 
for ilegal ou contrariar princípios gerais do Direito. Somente a própria 
 
 DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
 
 
 
 
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Administração pode revogar os seus atos, pois essa possibilidade está 
relacionada diretamente à conveniência e à oportunidade. 
 
4. Poder hierárquico - na organização da Administração Pública brasileira, os 
órgãos e agentes públicos são escalonados em estruturas hierárquicas, 
com poder de comando exercido por aqueles que se situam em posição de 
superioridade, originando, assim, o denominado “poder hierárquico”. Segundo 
Hely Lopes Meirelles, “poder hierárquico é o de que dispõe o Executivo para 
distribuir e escalonar as funções de seus órgãos, ordenar e rever a atuação de 
seus agentes, estabelecendo a relação de subordinação entre os servidores do 
seu quadro de pessoal”. 
4.1. O poder hierárquico também se manifesta no âmbito interno das 
entidades integrantes da Administração Indireta (que também podem 
estruturar-se através da criação de órgãos públicos) e, ainda, do Poder 
Legislativo, Judiciário, Ministério Público e Tribunais de Contas. 
4.2. É o poder hierárquico que assegura às autoridades administrativas as 
prerrogativas de emitir ordens, fiscalizar os atos praticados pelos subordinados, 
delegar e avocar, bem como dirimir controvérsias de competências. 
4.2.1. A delegação ocorre quando o superior hierárquico transfere ao 
subordinado atribuições que, inicialmente, estavam sob a sua 
responsabilidade. Por outro lado, a avocação ocorre quando o superior 
“chama para si” uma responsabilidade, não-exclusiva, inicialmente atribuída 
a um subordinado, devendo ocorrer somente em situações de caráter 
excepcional e por motivos relevantes devidamente justificados. 
4.2.1.1. É necessário ficar bastante atento, pois o artigo 13 da Lei 9.784/99 
apresenta um rol de atos insuscetíveis de delegação: 1º) a edição de atos de 
caráter normativo; 2ª) a decisão de recursos administrativos; 3ª) as matérias 
de competência exclusiva do órgão ou autoridade. 
 
 DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
 
 
 
 
16
4.2.1.2. Um aspecto interessante e que tem sido bastante cobrado em provas 
de concursos é o que consta no texto da Lei 9.784/99, mais precisamente em 
seu artigo 12, ao afirmar que “um órgão administrativo e seu titular poderão, 
se não houver impedimento legal, delegar parte da sua competência a outros 
órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam hierarquicamente 
subordinados, quando for conveniente, em razão de circunstâncias de índole 
técnica, social, econômica, jurídica ou territorial.” 
 
5. Poder disciplinar - consiste na prerrogativa assegurada à Administração 
Pública de apurar infrações funcionais dos servidores públicos e demais 
pessoas submetidas à disciplina administrativa, bem como aplicar 
penalidades após o respectivo processo administrativo, caso seja cabível e 
necessário. Nas palavras do professor Hely Lopes Meirelles, trata-se de “uma 
supremacia especial que o Estado exerce sobre todos aqueles que se vinculam à 
Administração por relações de qualquer natureza, subordinando-se às normas 
de funcionamento do serviço ou do estabelecimento que passam a integrar 
definitiva ou transitoriamente”. 
5.1. Para que ocorra a aplicação de uma penalidade com fundamento no poder 
disciplinar é necessário que exista um vínculo jurídico entre a Administração 
e aquele que está sendo punido. Isso acontece, por exemplo, na aplicação de 
uma suspensão a servidor público (vínculo estatutário), bem como na 
aplicação de uma multa a concessionário de serviço público (vínculo contratual). 
5.1.1. Os particulares que não possuem vínculo com a Administração não 
podem ser punidos com respaldo no poder disciplinar, pois não estão 
submetidos à sua disciplina punitiva. Caso o particular tenha sido alvo de 
penalidade aplicada pela Administração, sem possuir qualquer vínculo 
jurídico com a mesma, não estaremos diante do exercício do poder 
disciplinar, mas, provavelmente, do poder de polícia. 
 
 
 DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
 
 
 
 
17
5.1.2. Levando-se em consideração o posicionamento do Superior Tribunal de 
Justiça, conclui-se que a Administração não possui discricionariedade na 
escolha da sanção a ser aplicada, pois a própria lei a estabelece 
expressamente. Por outro lado, a discricionariedade existe em relação à 
valoração da infração praticada, a exemplo do que ocorre na definição do 
prazo da penalidade de suspensão, que pode variar entre 01 (um) e 90 
(noventa) dias. 
5.2. Cuidado para não confundir as medidas punitivas decorrentes do poder 
disciplinar com as medidas decorrentes do poder punitivo do Estado. O 
poder punitivo do Estado objetiva a repressão de crimes e contravenções 
definidas nas leis penais, sendo exercido pelo Poder Judiciário. Por outro lado, 
o poder disciplinar visa resguardar a hierarquia e a eficiência administrativa, 
sendo exercido pela Administração Pública coma finalidade de combater os 
ilícitos administrativos. 
 
6. Poder regulamentar ou normativo - o professor Diógenes Gasparini 
afirma que o poder regulamentar consiste “na atribuição privativa do chefe 
do Poder Executivo para, mediante decreto, expedir atos normativos, chamados 
regulamentos, compatíveis com a lei e visando desenvolvê-la". 
6.1. Em regra, após a publicação de uma lei administrativa pelo Poder 
Legislativo, é necessária a edição de um decreto regulamentar (também 
chamado de regulamento) pelo Chefe do Poder Executivo com o objetivo de 
explicar detalhadamente o seu conteúdo, assegurando assim a sua fiel 
execução. O decreto regulamentar encontra amparo no inciso IV, artigo 84, da 
CF/88, que dispõe ser da competência do Presidente da República 
“sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e 
regulamentos para sua fiel execução”. 
 
 
 DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
 
 
 
 
18
6.2. Para responder às questões de prova, deve ficar claro que o decreto 
regulamentar é um ato administrativo, portanto, encontra-se subordinado 
ao texto da lei, jamais podendo contrariá-la ou inovar no ordenamento jurídico 
(criar obrigações ou proibições aos particulares, por exemplo). 
6.3. Alguns doutrinadores afirmam que as expressões “poder regulamentar” e 
“poder normativo” possuem o mesmo significado. De outro lado, há autores que 
afirmam que a expressão poder normativo é mais abrangente que a 
expressão poder regulamentar. Os autores que defendem a segunda 
corrente, a exemplo da professora Maria Sylvia Zanella di Pietro, alegam que 
enquanto o poder normativo pode ser exercido por diversas autoridades 
administrativas, a exemplo dos Ministros de Estado e dos dirigentes das 
Agências Reguladoras, o poder regulamentar se restringe aos Chefes do 
Poder Executivo, nos termos do art. 84, IV, da CF/1988. Nesses termos, a 
edição de portarias, resoluções, instruções normativas, deliberações, entre 
outros atos administrativos, encontraria fundamento no poder normativo da 
Administração e não no poder regulamentar, já que este se resume à edição de 
decretos regulamentares. 
6.3.1. Para se ter uma ideia melhor sobre o entendimento do CESPE, destaca-
se a seguinte questão: 
O poder normativo, no âmbito da administração pública, é privativo do chefe do 
Poder Executivo (Juiz Estadual/TJ PI 2007/CESPE). A banca considerou 
esta assertiva incorreta. 
6.4. É importante destacar que, ao contrário do que ocorre no decreto 
regulamentar (que não permite delegação), o Presidente da República pode 
delegar a edição de decretos autônomos aos Ministros de Estado, ao 
Procurador-Geral da República ou ao Advogado-Geral da União, que observarão 
os limites traçados nas respectivas delegações (CF/1988, art. 84, parágrafo 
único). 
 
 DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
 
 
 
 
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7. Poder de polícia - deve ficar bem claro que a Administração utiliza-se do 
poder de polícia para interferir na esfera privada dos particulares, 
condicionando o exercício de atividades e direitos, bem como o gozo de bens, 
impedindo assim que um particular possa prejudicar o interesse de toda uma 
coletividade. 
7.1. Polícia Administrativa e polícia judiciária - a polícia administrativa, 
conforme estudaremos adiante, incide sobre bens, direitos ou atividades 
(propriedade e liberdade), sendo vinculada à prevenção de ilícitos 
administrativos e difundindo-se por todos os órgãos administrativos, de todos 
os Poderes e entidades públicas que tenham atribuições de fiscalização. 
Dentre as entidades que exercem o poder de polícia administrativa, podemos 
citar o IBAMA (exerce o poder de polícia na área ambiental), a ANVISA (que 
exercer o poder de polícia na área de vigilância sanitária) e todas aquelas que 
exercem atividades de fiscalização. 
Por sua vez, a polícia judiciária incide sobre pessoas (forma repressiva), 
atuando de forma conexa e acessória ao Poder Judiciário na apuração e 
investigação de infrações penais. É privativa de corporações 
especializadas (que integram a segurança pública estatal), a exemplo da 
Polícia Civil (com atuação em âmbito estadual) e a Polícia Federal (com 
atuação em âmbito nacional). A primeira irá atuar de forma conexa e acessória 
ao Poder Judiciário Estadual, enquanto a segunda irá auxiliar o Poder Judiciário 
Federal. 
7.2. Conceito - o ordenamento jurídico brasileiro, através do artigo 78 do 
Código Tributário Nacional, apresenta um conceito legal de polícia 
administrativa, nos seguintes termos: “Considera-se poder de polícia a 
atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, 
interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou obtenção de fato, em razão 
de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos 
costumes, à disciplina da produção e do mercado, no exercício das atividades 
 
 DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
 
 
 
 
20
econômicas dependentes de concessão ou autorização do poder público, à 
tranquilidade pública ou o respeito à propriedade e aos direitos individuais ou 
coletivos”. 
7.2.1. Em caráter excepcional, o poder de polícia também pode ser exercido por 
órgãos do Poder Judiciário. É o que dispõe o art. 41, § 1º, da Lei 9.504/1997, 
ao afirmar que “o poder de polícia sobre a propaganda eleitoral será exercido 
pelos juízes eleitorais e pelos juízes designados pelos Tribunais Regionais 
Eleitorais”. 
7.3. Características e limites - a polícia administrativa pode impor ao 
particular uma obrigação de fazer (submeter-se e ser aprovado em exame de 
habilitação para que possa conduzir veículos automotores, por exemplo), 
obrigação de suportar (submeter-se à fiscalização de extintores de incêndio 
pelo Corpo de Bombeiros, por exemplo) e obrigação de não fazer (proibição 
de pesca durante o período da piracema, por exemplo). Em todos os exemplos 
citados, o objetivo maior é o de que o particular se abstenha de praticar 
ações contrárias ao interesse coletivo. 
7.3.1. Poder de polícia preventivo e repressivo - podemos entender como 
poder de polícia preventivo aquele exercido através da edição de normas 
condicionadoras do gozo de bens ou do exercício de direitos e atividades 
individuais, a exemplo da outorga de alvarás aos particulares que cumpram as 
condições e requisitos para o uso da propriedade e exercício das atividades que 
devem ser policiadas. Por sua vez, na forma repressiva, o poder de polícia é 
exercido por meio da imposição de sanções aos particulares que praticarem 
condutas nocivas ao interesse coletivo, constatadas através da atividade 
fiscalizatória. 
7.3.2. Limites ao exercício do poder de polícia - quando o agente público 
competente desconsiderar o princípio da proporcionalidade ou da 
razoabilidade no exercício do poder de polícia, ou, o que é pior, desrespeitar 
as garantias constitucionais do contraditório e da ampla defesa, estará 
 
 DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
 
 
 
 
21
cometendo abuso de poder, sujeitando-se à responsabilização civil, 
administrativa, criminal e as previstas na Lei 8.429/92 (Lei de Improbidade 
Administrativa). 
7.4. Competência e possibilidade de delegação - a doutrina majoritária 
entende que o poder de polícia não pode ser exercido por particulares 
(concessionários ou permissionários de serviços públicos) ou entidades públicas 
regidas pelo direito privado, mesmo quando integrantes da Administração 
indireta, a exemplo das empresas públicas e sociedades de economia mista. 
7.4.1. Por outro lado, o próprio Superior Tribunal de Justiça já decidiu que 
apesar de o exercício do poder de polícia ser restrito às entidades regidas pelo 
direito público, particulares podemauxiliar o Estado em seu exercício. É o 
que acontece, por exemplo, quando o Estado credencia empresas privadas 
para fiscalizarem o cumprimento das normas de trânsito, através da instalação 
de radares eletrônicos (os famosos “pardais”). Neste caso, a atuação da 
empresa privada está restrita à manutenção e instalação de tais equipamentos 
(os denominados atos materiais ou atos de execução), não ficando sob a 
sua responsabilidade a aplicação da multa em si (que é aplicada pela 
Administração). 
7.5. Atributos - a doutrina majoritária aponta três atributos ou qualidades 
inerentes ao poder de polícia: discricionariedade, autoexecutoriedade e 
coercibilidade. 
7.5.1. Discricionariedade - este atributo garante à Administração uma 
razoável margem de autonomia no exercício do poder de polícia, pois, nos 
termos da lei, tem a prerrogativa de estabelecer o objeto a ser fiscalizado, 
dentro de determinada área de atividade, bem como as respectivas sanções a 
serem aplicadas, desde que previamente estabelecidas em lei. 
7.5.1.1. A discricionariedade é a regra geral em relação ao poder de polícia, 
mas é válido esclarecer que a lei pode regular, em circunstâncias específicas, 
todos os aspectos do exercício do poder de polícia e, portanto, a atividade 
 
 DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
 
 
 
 
22
também poderá caracterizar-se como vinculada (é o que ocorre, por 
exemplo, na expedição de licenças). 
7.5.2. Autoexecutoriedade - a autoexecutoriedade caracteriza-se pela 
possibilidade assegurada à Administração de utilizar os próprios meios de que 
dispõe para colocar em prática as suas decisões, independentemente de 
autorização do Poder Judiciário, podendo valer-se, inclusive, de força policial. 
7.5.3. Coercibilidade - o terceiro atributo do poder de polícia é a 
coercibilidade, que garante à Administração a possibilidade de impor 
coativamente ao particular as suas decisões, independentemente de 
concordância deste. A coercibilidade faz-se imprescindível no exercício do 
poder de polícia, pois, se a Administração fosse obrigada a obter a autorização 
ou anuência do particular antes de aplicar uma sanção, ficaria praticamente 
inviável punir algum infrator de normas administrativas. Tal atributo é 
indissociável da autoexecutoriedade. O ato de polícia só é autoexecutório 
porque dotado de força coercitiva. 
7.6. Prescrição da pretensão punitiva - o art. 1º da Lei 9.873/1999 é 
expresso ao afirmar que “prescreve em cinco anos a ação punitiva da 
Administração Pública Federal, direta e indireta, no exercício do poder de 
polícia, objetivando apurar infração à legislação em vigor, contados da data da 
prática do ato ou, no caso de infração permanente ou continuada, do dia em 
que tiver cessado”. Por outro lado, quando o fato objeto da ação punitiva da 
Administração também constituir crime, a prescrição reger-se-á pelo prazo 
previsto na lei penal. 
 
 
 DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
 
 
 
 
23
b. Mapas Mentais. 
 
 
 
 
 
 DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
 
 
 
 
24
 
 
 
 
 DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
 
 
 
 
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c. Revisão 01 (questões) 
 
QUESTÃO 01 – CESPE – Auditor – FUB – 2015 
Paulo foi aprovado em concurso para analista, que exigia nível superior. 
Nomeado e empossado, Paulo passou a desempenhar suas funções com 
aparência de legalidade. Posteriormente, constatou-se que Paulo jamais havia 
colado grau em instituição de ensino superior, detendo, como titulação máxima, 
o ensino médio. 
Considerando essa situação hipotética, julgue o item seguinte. 
Os atos administrativos praticados por Paulo, embora tenham vícios, podem ser 
considerados válidos quanto aos efeitos que atinjam terceiros de boa-fé, em 
atendimento ao princípio da segurança jurídica. 
 
QUESTÃO 02 – CESPE – Técnico Federal de Controle Externo – TCU – 
2015 
Acerca da invalidação, da revogação e da convalidação dos atos 
administrativos, julgue o item a seguir. 
Agirá de acordo com a lei o servidor público federal que, ao verificar a 
ilegalidade de ato administrativo em seu ambiente de trabalho, revogue tal ato, 
para não prejudicar administrados, que sofreriam efeitos danosos em 
consequência da aplicação desse ato. 
 
QUESTÃO 03 – CESPE – Auditor Federal de Controle Externo – TCU – 
2015 
No que se refere a ato administrativo, agente público e princípios da 
administração pública, julgue o próximo item. 
A exoneração dos ocupantes de cargos em comissão deve ser motivada, 
respeitando-se o contraditório e a ampla defesa. 
 
 DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
 
 
 
 
26
QUESTÃO 04 – CESPE – Administrador – FUB – 2015 
Em relação aos requisitos e às espécies de atos administrativos, julgue o item 
subsequente. 
A motivação, como elemento essencial do ato, cria para os administrados 
possibilidades de terem conhecimento das razões de determinada prática 
adotada pela administração pública, o que evita obscuridades na decisão 
administrativa e cumpre uma das finalidades da motivação, que é a de garantir 
a segurança dos administrados. 
 
QUESTÃO 05 – CESPE – Administrador – FUB – 2015 
Em relação aos requisitos e às espécies de atos administrativos, julgue o item 
subsequente. 
Permissão é o ato administrativo, por meio do qual a administração pública 
declara formalmente que os requisitos legais e regulamentares foram 
preenchidos. Esse ato é editado no exercício de competência vinculada e 
constitui o direito de um particular ao exercício de uma profissão ou atividade 
privada determinada. 
 
QUESTÃO 06 – CESPE – Administrador – FUB – 2015 
Em relação aos requisitos e às espécies de atos administrativos, julgue o item 
subsequente. 
A competência, finalidade, forma, o motivo, objeto e a legalidade são 
considerados requisitos dos atos administrativos. 
 
 
 
 
 DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
 
 
 
 
27
QUESTÃO 07 – CESPE – Auditor – FUB – 2015 
No que concerne ao regime jurídico-administrativo, julgue o item subsequente. 
A presunção de legitimidade ou de veracidade de determinado ato 
administrativo produz a inversão do ônus da prova, ou seja, a atuação da 
administração é presumidamente fundada em fatos verdadeiros e em 
observância à lei, até prova em contrário. 
 
QUESTÃO 08 – CESPE – Técnico – MPU – 2015 
Acerca do regime jurídico dos servidores públicos federais, julgue o item 
subsequente. 
Os atos praticados pelos servidores do MPU possuem presunção de 
legitimidade, não sendo possível, por isso, questionar-se, administrativamente, 
a veracidade dos fatos expostos em declaração por eles exarada. 
 
QUESTÃO 09 – CESPE – Auditor – CGE – 2015 
Julgue o item a seguir, acerca dos atos administrativos e da responsabilidade 
civil do Estado. 
A administração pode anular os próprios atos, por motivo de conveniência ou 
oportunidade, respeitados os direitos adquiridos e ressalvada a apreciação 
judicial, bem como pode revogá-los quando eles estiverem eivados de vícios 
que os tornem ilegais. 
 
QUESTÃO 10 – CESPE – Professor da Educação Básica – SEDF – 2017 
No que se refere aos poderes administrativos, aos atos administrativos e ao 
controle da administração, julgue o item seguinte. 
Ato praticado por usurpador de função pública é considerado ato irregular. 
 
 DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
 
 
 
 
28
d. Revisão 02 (questões) 
 
QUESTÃO 11 – CESPE – Professor da Educação Básica – SEDF – 2017 
No que se refere aos poderes administrativos, aos atos administrativos e ao 
controle da administração, julgue o item seguinte. 
Presunção de legitimidade é atributo universal aplicável a todo ato 
administrativo.QUESTÃO 12 – CESPE – Professor da Educação Básica – SEDF – 2017 
Com relação aos poderes e atos administrativos, julgue o próximo item. 
Ato administrativo declaratório é aquele que implanta uma nova situação 
jurídica ou modifica ou extingue uma situação existente. 
 
QUESTÃO 13 – CESPE – Tecnologia da Informação – SEDF – 2017 
José, chefe do setor de recursos humanos de determinado órgão público, editou 
ato disciplinando as regras para a participação de servidores em concurso de 
promoção. A respeito dessa situação hipotética, julgue o item seguinte. 
O veículo normativo adequado para a edição do referido ato é o decreto. 
 
QUESTÃO 14 – CESPE – Nível Médio – SEDF – 2017 
Maurício, chefe imediato de João (ambos servidores públicos distritais), 
determinou que este participasse de reunião de trabalho em Fortaleza – CE nos 
dias nove e dez de janeiro. João recebeu o valor das diárias. No dia oito de 
janeiro, João sofreu um acidente de carro e, conforme atestado médico 
apresentado para Maurício, teve de ficar de repouso por três dias, razão pela 
qual não pôde viajar. Essa foi a primeira vez no bimestre que João teve de se 
afastar do serviço por motivo de saúde. 
 
 DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
 
 
 
 
29
Acerca dessa situação hipotética e de aspectos legais e doutrinários a ela 
relacionados, julgue o item a seguir. 
A concessão de diária é ato vinculado da administração pública. 
 
QUESTÃO 15 – CESPE – PROCURADOR MUNICIPAL – PREFEITURA DE 
FORTALEZA – 2017 
Removido de ofício por interesse da administração, sob a justificativa de 
carência de servidores em outro setor, determinado servidor constatou que, em 
verdade, existia excesso de servidores na sua nova unidade de exercício. Nessa 
situação, o ato, embora seja discricionário, poderá ser invalidado. 
 
QUESTÃO 16 – CESPE – Defensor Público – DPE/RN – 2015 
Com relação aos poderes da administração pública e aos poderes e deveres dos 
administradores públicos, julgue os itens seguintes: 
No exercício do poder regulamentar, é conferida à administração pública a 
prerrogativa de editar atos gerais para complementar a lei, em conformidade 
com seu conteúdo e limites, não podendo ela, portanto, criar direitos e impor 
obrigações, salvo as excepcionais hipóteses autorizativas de edição de decreto 
autônomo. 
 
 
QUESTÃO 17 – CESPE – Defensor Público – DPE/RN – 2015 
Com relação aos poderes da administração pública e aos poderes e deveres dos 
administradores públicos, julgue os itens seguintes: 
Decorre do sistema hierárquico existente na administração pública o poder de 
delegação, segundo o qual pode o superior hierárquico, de forma irrestrita, 
transferir atribuições de um órgão a outro no aparelho administrativo. 
 
 DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
 
 
 
 
30
QUESTÃO 18 – CESPE – Analista Judiciário – TRE/MT – 2015 – 
ADAPTADA 
Com relação aos poderes da administração pública, julgue o item que segue: 
O exercício do poder disciplinar na administração pública permite à 
administração impor medidas cautelares, tais como o afastamento de servidor 
de suas funções ou, em situações específicas, a prisão administrativa para a 
investigação. 
 
QUESTÃO 19 – CESPE – Analista Judiciário – TRE/MT – 2015 – 
ADAPTADA 
Com relação aos poderes da administração pública, julgue o item que segue: 
O cumprimento de mandados judiciais por policiais civis pode ser classificado 
como ato decorrente do exercício do poder de polícia administrativa. 
 
QUESTÃO 20 – CESPE – Analista Judiciário – TRE/MT – 2015 – 
ADAPTADA 
Com relação aos poderes da administração pública, julgue o item que segue: 
Configura excesso de poder a prática, por servidor público, de ato 
administrativo que vise finalidade diversa da finalidade prevista em lei, mesmo 
que o servidor não extrapole os limites de sua competência. 
 
 
 
 
 DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
 
 
 
 
31
e. Revisão 03 (questões) 
QUESTÃO 21 – CESPE – Analista Judiciário – TRE/MT – 2015 – 
ADAPTADA 
Com relação aos poderes da administração pública, julgue o item que segue: 
A simples omissão da administração quanto à prática de um ato administrativo 
de interesse do administrado não configura abuso de poder, salvo se 
inobservado prazo especificado em lei. 
 
QUESTÃO 22 – CESPE – Analista Judiciário – TRE/MT – 2015 – 
ADAPTADA 
Com relação aos poderes da administração pública, julgue o item que segue: 
Exerce o poder de polícia o ente da administração pública que, no desempenho 
de suas funções institucionais, realiza fiscalização em estabelecimento 
comercial, lavrando auto de infração e impondo multa por descumprimento de 
normas administrativas. 
 
QUESTÃO 23 – CESPE – Técnico Judiciário – TRE/MT - 2015 – 
ADAPTADA 
Julgue o item seguinte quanto aos poderes administrativos. 
Decorre do exercício do poder disciplinar dirimir conflitos de competência, 
positivos ou negativos, entre subordinados. 
 
QUESTÃO 24 – CESPE – Técnico Judiciário – TRE/MT - 2015 – 
ADAPTADA 
Julgue o item seguinte quanto aos poderes administrativos. 
A discricionariedade é característica fundamental do exercício do poder de 
polícia. 
 
 DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
 
 
 
 
32
QUESTÃO 25 – CESPE – Técnico Judiciário – TRE/MT - 2015 – 
ADAPTADA 
Julgue o item seguinte quanto aos poderes administrativos. 
No exercício do poder regulamentar, é vedado restringir preceitos da lei 
regulamentada. 
 
QUESTÃO 26 – CESPE – Técnico Judiciário – TRE/MT - 2015 – 
ADAPTADA 
Julgue o item seguinte quanto aos poderes administrativos. 
A execução de medidas de coação administrativa, decorrentes do exercício do 
poder de polícia, depende de prévia autorização judicial. 
 
QUESTÃO 27 – CESPE – Tecnologia da Informação – SEDF – 2017 
José, chefe do setor de recursos humanos de determinado órgão público, editou 
ato disciplinando as regras para a participação de servidores em concurso de 
promoção. 
A respeito dessa situação hipotética, julgue o item seguinte. 
A edição do referido ato é exemplo de exercício do poder regulamentar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
 
 
 
 
33
QUESTÃO 28 – CESPE – Nível Médio – SEDF – 2017 
Maurício, chefe imediato de João (ambos servidores públicos distritais), 
determinou que este participasse de reunião de trabalho em Fortaleza – CE nos 
dias nove e dez de janeiro. João recebeu o valor das diárias. No dia oito de 
janeiro, João sofreu um acidente de carro e, conforme atestado médico 
apresentado para Maurício, teve de ficar de repouso por três dias, razão pela 
qual não pôde viajar. Essa foi a primeira vez no bimestre que João teve de se 
afastar do serviço por motivo de saúde. 
Acerca dessa situação hipotética e de aspectos legais e doutrinários a ela 
relacionados, julgue o item a seguir. 
A competência de Maurício para determinar que João participasse da reunião de 
trabalho decorre do poder hierárquico 
. 
QUESTÃO 29 – CESPE – Nível Médio – SEDF – 2017 
No que se refere aos poderes administrativos, aos atos administrativos e ao 
controle da administração, julgue o item seguinte. 
O fato de a administração pública internamente aplicar uma sanção a um 
servidor público que tenha praticado uma infração funcional caracteriza o 
exercício do poder de polícia administrativo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
 
 
 
 
34
QUESTÃO 30 – CESPE – Técnico Administrativo – ANVISA – 2016 
O teto de um imóvel pertencente à União desabou em decorrência de fortes 
chuvas, as quais levaram o poder público a decretar estado de calamidade na 
região. Maria, servidorapública responsável por conduzir o processo licitatório 
para a contratação dos serviços de reparo pertinentes, diante da situação de 
calamidade pública, decidiu contratar mediante dispensa de licitação. Findo o 
processo de licitação, foi escolhida a Empresa Y, que apresentou preços 
superiores ao preço de mercado, mas, reservadamente, prometeu, caso fosse 
contratada pela União, realizar, com generoso desconto, uma grande reforma 
no banheiro da residência de Maria. Ao final, em razão da urgência, foi firmado 
contrato verbal entre a União e a Empresa Y e executados tanto os reparos 
contratados quanto a reforma prometida. 
Com referência a essa situação hipotética, julgue o item que se segue. 
Maria agiu com excesso de poder ao escolher a Empresa Y. 
 
 
 
 
 DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
 
 
 
 
35
f. Normas (apenas o que mais cai) 
 
Lei 9.784/99. 
Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de 
vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou 
oportunidade, respeitados os direitos adquiridos. 
Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que 
decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados 
da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé. 
§ 1º No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de decadência contar-
se-á da percepção do primeiro pagamento. 
§ 2º Considera-se exercício do direito de anular qualquer medida de autoridade 
administrativa que importe impugnação à validade do ato. 
Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse 
público nem prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis 
poderão ser convalidados pela própria Administração. 
 
Súmula 473, STF: “A administração pode anular seus próprios atos, quando 
eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; 
ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os 
direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.” 
 
 
 DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
 
 
 
 
36
g. Gabarito 
 
1 2 3 4 5 
C E E C E 
6 7 8 9 10 
E C E E E 
11 12 13 14 15 
C E E C C 
16 17 18 19 20 
C E E E E 
21 22 23 24 25 
E C E E C 
26 27 28 29 30 
E C C E E 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
 
 
 
 
37
h. Breves comentários às questões 
 
QUESTÃO 01 – CESPE – Auditor – FUB – 2015 
Paulo foi aprovado em concurso para analista, que exigia nível superior. 
Nomeado e empossado, Paulo passou a desempenhar suas funções com 
aparência de legalidade. Posteriormente, constatou-se que Paulo jamais havia 
colado grau em instituição de ensino superior, detendo, como titulação máxima, 
o ensino médio. 
Considerando essa situação hipotética, julgue o item seguinte. 
Os atos administrativos praticados por Paulo, embora tenham vícios, podem ser 
considerados válidos quanto aos efeitos que atinjam terceiros de boa-fé, em 
atendimento ao princípio da segurança jurídica. 
 
Comentários 
Como os atos praticados pelos agentes públicos devem ser imputados à pessoa 
jurídica a qual estão vinculados (consequência do princípio da impessoalidade), 
não faz sentido anulá-los, ainda que provenientes de “funcionário ou servidor 
de fato”, pois, juridicamente, quem os praticou foi a própria pessoa jurídica 
(União, Estados, Municípios, autarquias etc.). Pela aplicação do princípio da 
impessoalidade e da segurança jurídica, o ato administrativo praticado por 
funcionário irregularmente investido no cargo ou função é válido. Assertiva 
correta. 
 
QUESTÃO 02 – CESPE – Técnico Federal de Controle Externo – TCU – 
2015 
Acerca da invalidação, da revogação e da convalidação dos atos 
administrativos, julgue o item a seguir. 
 
 DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
 
 
 
 
38
Agirá de acordo com a lei o servidor público federal que, ao verificar a 
ilegalidade de ato administrativo em seu ambiente de trabalho, revogue tal ato, 
para não prejudicar administrados, que sofreriam efeitos danosos em 
consequência da aplicação desse ato. 
 
Comentários 
Distingue-se a anulação do ato administrativo da revogação do ato 
administrativo porque, dentre outros fundamentos, a anulação deve ser 
promovida em caso de vício de ilegalidade, enquanto a revogação pode 
ocorrer por critérios de oportunidade e conveniência. Sendo assim, caso o 
servidor verifique a ilegalidade de ato administrativo deverá anulá-lo e não 
revogá-lo. Assertiva incorreta. 
 
QUESTÃO 03 – CESPE – Auditor Federal de Controle Externo – TCU – 
2015 
No que se refere a ato administrativo, agente público e princípios da 
administração pública, julgue o próximo item. 
A exoneração dos ocupantes de cargos em comissão deve ser motivada, 
respeitando-se o contraditório e a ampla defesa. 
 
Comentários 
A nomeação ou exoneração de servidores ocupantes de cargos em 
comissão não se enquadram nas hipóteses que ensejam a motivação 
obrigatória. Todavia, se o agente público optar por motivar esses atos, deverá 
atentar-se para a teoria dos motivos determinantes, isto é, os motivos 
apresentados deverão ser verdadeiros, sob pena de nulidade. Assertiva 
incorreta. 
 
 DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
 
 
 
 
39
QUESTÃO 04 – CESPE – Administrador – FUB – 2015 
Em relação aos requisitos e às espécies de atos administrativos, julgue o item 
subsequente. 
A motivação, como elemento essencial do ato, cria para os administrados 
possibilidades de terem conhecimento das razões de determinada prática 
adotada pela administração pública, o que evita obscuridades na decisão 
administrativa e cumpre uma das finalidades da motivação, que é a de garantir 
a segurança dos administrados. 
 
Comentários 
No momento de motivar o ato, o administrador não pode limitar-se a indicar o 
dispositivo legal que serviu de base para a sua edição. É essencial ainda que 
o administrador apresente, detalhadamente, todo o caminho que percorreu 
para chegar a tal conclusão, bem como o objetivo que deseja alcançar com a 
prática do ato. Agindo dessa maneira o administrador estará permitindo que os 
interessados possam exercer um controle efetivo sobre o ato praticado, que 
deve respeitar as diretrizes do Estado Democrático de Direito, o princípio da 
legalidade, da razoabilidade, proporcionalidade, do devido processo legal, entre 
outros. Assertiva correta. 
 
QUESTÃO 05 – CESPE – Administrador – FUB – 2015 
Em relação aos requisitos e às espécies de atos administrativos, julgue o item 
subsequente. 
Permissão é o ato administrativo, por meio do qual a administração pública 
declara formalmente que os requisitos legais e regulamentares foram 
preenchidos. Esse ato é editado no exercício de competência vinculada e 
constitui o direito de um particular ao exercício de uma profissão ou atividade 
privada determinada. 
 
 DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
 
 
 
 
40
Comentários 
Segundo o professor Hely Lopes Meirelles, a permissão é ato discricionário e 
precário, pelo qual o Poder Público faculta ao particular a execução de serviços 
de interesse coletivo, ou o uso especial de bens públicos, a título gratuito ou 
remunerado, nas condições estabelecidas pela Administração. Como se trata 
de ato precário, poderá ser revogado sempre que existir interesse público, 
ressalvado o direito à indenização ao particular quando a permissão for onerosa 
ou concedida a prazo determinado. Assertiva incorreta. 
 
QUESTÃO 06 – CESPE – Administrador – FUB – 2015 
Em relação aos requisitos e às espéciesde atos administrativos, julgue o item 
subsequente. 
A competência, finalidade, forma, o motivo, objeto e a legalidade são 
considerados requisitos dos atos administrativos. 
 
Comentários 
Não existe unanimidade doutrinária sobre a quantidade e as características de 
cada requisito ou elemento do ato administrativo. Entretanto, como o nosso 
objetivo é ser aprovado em um concurso público, iremos adotar o 
posicionamento do professor Hely Lopes Meirelles, que entende serem cinco os 
elementos dos atos administrativos: competência, finalidade, forma, 
motivo e objeto. Assertiva incorreta. 
 
 
 
 
 
 DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
 
 
 
 
41
QUESTÃO 07 – CESPE – Auditor – FUB – 2015 
No que concerne ao regime jurídico-administrativo, julgue o item subsequente. 
A presunção de legitimidade ou de veracidade de determinado ato 
administrativo produz a inversão do ônus da prova, ou seja, a atuação da 
administração é presumidamente fundada em fatos verdadeiros e em 
observância à lei, até prova em contrário. 
 
Comentários 
Maria Sylvia Zanella di Pietro afirma que o atributo da presunção de 
legitimidade ou veracidade inverte, sem dúvida nenhuma, o ônus de agir, “já 
que a parte interessada é que deverá provar, perante o Judiciário, a alegação 
de ilegalidade do ato; inverte-se, também, o ônus da prova, porém não de 
modo absoluto: a parte que propôs a ação deverá, em princípio, provar que os 
fatos em que se fundamenta a sua pretensão são verdadeiros; porém isto não 
libera a Administração de provar a sua verdade, tanto assim que a própria lei 
prevê, em várias circunstâncias, a possibilidade de o juiz ou o promotor público 
requisitar da Administração documentos que comprovem as alegações 
necessárias à instrução do processo e à formação da convicção do juiz”. 
Assertiva correta. 
 
QUESTÃO 08 – CESPE – Técnico – MPU – 2015 
Acerca do regime jurídico dos servidores públicos federais, julgue o item 
subsequente. 
Os atos praticados pelos servidores do MPU possuem presunção de 
legitimidade, não sendo possível, por isso, questionar-se, administrativamente, 
a veracidade dos fatos expostos em declaração por eles exarada. 
 
 
 DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
 
 
 
 
42
Comentários 
Não é correto afirmar que a presunção de legitimidade ou de veracidade 
dos atos administrativos seja juris et de jure (absoluta), pois o terceiro que se 
sentir prejudicado pode provar a ilegalidade do ato para que não seja obrigado 
a cumpri-lo. Desse modo, deve ficar claro que a presunção de legitimidade será 
sempre juris tantum (relativa), pois é assegurado ao interessado recorrer à 
Administração, ou mesmo ao Poder Judiciário, para que não seja obrigado a 
submeter-se aos efeitos do ato (que considera ilegítimo ou ilegal). Assertiva 
incorreta. 
 
QUESTÃO 09 – CESPE – Auditor – CGE – 2015 
Julgue o item a seguir, acerca dos atos administrativos e da responsabilidade 
civil do Estado. 
A administração pode anular os próprios atos, por motivo de conveniência ou 
oportunidade, respeitados os direitos adquiridos e ressalvada a apreciação 
judicial, bem como pode revogá-los quando eles estiverem eivados de vícios 
que os tornem ilegais. 
 
Comentários 
A questão em epígrafe pode ser respondida após uma simples leitura da 
Súmula 346 do Supremo Tribunal Federal, que assim dispõe: “a administração 
pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam 
ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de 
conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e 
ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial”. Assertiva incorreta. 
 
 
 
 DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
 
 
 
 
43
QUESTÃO 10 – CESPE – Professor da Educação Básica – SEDF – 2017 
No que se refere aos poderes administrativos, aos atos administrativos e ao 
controle da administração, julgue o item seguinte. 
Ato praticado por usurpador de função pública é considerado ato irregular. 
 
Comentários 
Ato praticado por usurpador de função pública é considerado ato inexistente, 
como bem explica Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo: 
“Ato inexistente é aquele que possui apenas aparência de manifestação de 
vontade da administração pública, mas, em verdade, não se origina de um 
agente público, mas de alguém que se passa por tal condição, como o 
usurpador de função. 
Imagine-se um médico sem qualquer vínculo com a administração pública que, 
para fazer um ‘favor’ solicitado por um amigo, titular de um cargo público 
privativo de médico em um hospital federal, ‘substitui’ este no dia de seu 
plantão, trabalhando em seu lugar. O médico ‘substituto’, nesse exemplo, está 
na condição de usurpador de função. Caso ele pratique atos com aparência 
de atos administrativos, serão eles atos inexistentes (assinar um termo de 
recebimento de determinado material cirúrgico adquirido pelo hospital, por 
exemplo). 
A principal diferença entre um ato nulo e um ato inexistente é que nenhum 
efeito que este tenha produzido pode ser validamente mantido, nem mesmo 
perante terceiros de boa-fé.”. Assertiva incorreta. 
 
 
 
 
 
 DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
 
 
 
 
44
QUESTÃO 11 – CESPE – Professor da Educação Básica – SEDF – 2017 
No que se refere aos poderes administrativos, aos atos administrativos e ao 
controle da administração, julgue o item seguinte. 
Presunção de legitimidade é atributo universal aplicável a todo ato 
administrativo. 
 
Comentários 
Todo e qualquer ato administrativo é presumivelmente legítimo, ou seja, 
considera-se editado em conformidade com o direito (leis e princípios). Essa 
presunção é consequência da confiança depositada no agente público, pois se 
deve partir do pressuposto de que todos os parâmetros e requisitos legais 
foram respeitados pelo agente no momento da edição do ato. 
A presunção de legitimidade alcança todos os atos administrativos 
editados pela Administração, independentemente da espécie ou classificação, 
podendo ser considerado um atributo universal aplicável a todo ato 
administrativo. Assertiva correta. 
 
QUESTÃO 12 – CESPE – Professor da Educação Básica – SEDF – 2017 
Com relação aos poderes e atos administrativos, julgue o próximo item. 
Ato administrativo declaratório é aquele que implanta uma nova situação 
jurídica ou modifica ou extingue uma situação existente. 
 
Comentários 
O ato administrativo declaratório não implanta uma nova situação jurídica, nem 
modifica ou extingue uma situação existente, ele apenas certifica a existência 
de uma situação anterior, como esclarece Marcelo Alexandrino e Vicente 
Paulo: 
 
 DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
 
 
 
 
45
“Ato declaratório é aquele que apenas afirma a existência de um fato ou de 
uma situação jurídica anterior a ele. O ato declaratório atesta um fato, ou 
reconhece um direito ou uma obrigação preexistente; confere, assim, certeza 
jurídica quanto à existência do fato ou situação nele declarada. Essa espécie de 
ato, frise-se, não cria situação jurídica nova, tampouco modifica ou 
extingue uma situação existente. 
São exemplos, dentre outros, a expedição de uma certidão de regularidade 
fiscal; a emissão de uma declaração de tempo de serviço ou de contribuição 
previdenciária, para o fim de averbação nos registros funcionais de um 
servidor; o atestado, emitido por junta médica oficial, de que o servidor 
apresenta patologia incapacitante para o desempenho das atribuições de seu 
cargo, caracterizando invalidez para efeito de aposentadoria.”. Assertiva 
incorreta. 
 
QUESTÃO 13 – CESPE – Tecnologia da Informação – SEDF– 2017 
José, chefe do setor de recursos humanos de determinado órgão público, editou 
ato disciplinando as regras para a participação de servidores em concurso de 
promoção. A respeito dessa situação hipotética, julgue o item seguinte. 
O veículo normativo adequado para a edição do referido ato é o decreto. 
 
Comentários 
O decreto só pode ser editado pelo chefe do executivo, como expõe Hely 
Lopes Meirelles: “Decretos, em sentido próprio e restrito, são atos 
administrativos da competência exclusiva dos Chefes do Executivo, 
destinados a prover situações gerais ou individuais, abstratamente previstas de 
modo expresso, explícito ou implícito, pela legislação.”. 
No caso apresentado pela questão, o veículo normativo adequado para a 
edição do ato é a portaria, que pode ser expedida por chefes de repartições. 
 
 DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
 
 
 
 
46
Hely Lopes Meirelles detalha a aplicação das portarias: “são atos 
administrativos internos pelos quais os chefes de órgãos, repartições ou 
serviços expedem determinações gerais ou especiais a seus subordinados, ou 
designam servidores para funções e cargos secundários.”. Assertiva 
incorreta. 
 
QUESTÃO 14 – CESPE – Nível Médio – SEDF – 2017 
Maurício, chefe imediato de João (ambos servidores públicos distritais), 
determinou que este participasse de reunião de trabalho em Fortaleza – CE nos 
dias nove e dez de janeiro. João recebeu o valor das diárias. No dia oito de 
janeiro, João sofreu um acidente de carro e, conforme atestado médico 
apresentado para Maurício, teve de ficar de repouso por três dias, razão pela 
qual não pôde viajar. Essa foi a primeira vez no bimestre que João teve de se 
afastar do serviço por motivo de saúde. 
Acerca dessa situação hipotética e de aspectos legais e doutrinários a ela 
relacionados, julgue o item a seguir. 
A concessão de diária é ato vinculado da administração pública. 
 
Comentários 
Para Hely Lopes Meirelles, “atos vinculados ou regrados são aqueles para os 
quais a lei estabelece os requisitos e condições de sua realização”, ao passo 
que “discricionários são os que a Administração pode praticar com liberdade 
de escolha de seu conteúdo, de seu destinatário, de sua conveniência, de sua 
oportunidade e de seu modo de realização”. 
O ato administrativo possui cinco elementos ou requisitos básicos: 
competência, forma, finalidade, motivo e objeto. Desse modo, sempre que a lei 
estabelecer e detalhar esses cinco elementos, não deixando margem ao 
agente público acerca da conveniência e oportunidade no momento da 
edição do ato, este será vinculado. 
 
 DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
 
 
 
 
47
Lembre-se sempre de que no ato vinculado o agente público não possui 
alternativas ou opções no momento de editar o ato (discricionariedade), pois a 
própria lei já definiu o único comportamento possível. 
A situação questionada, sobre a concessão de diária ser ato vinculado, encontra 
solução no texto da lei 8.112/90, que no art. 58 estabelece: “o servidor que, a 
serviço, afastar-se da sede em caráter eventual ou transitório para outro ponto 
do território nacional ou para o exterior, fará jus a passagens e diárias 
destinadas a indenizar as parcelas de despesas extraordinária com pousada, 
alimentação e locomoção urbana, conforme dispuser em regulamento.”. 
A lei não deixa alternativas ao agente público, expressa diretamente que o 
servidor fara jus a diárias quando se afastar da sede a serviço. Ou seja, a 
concessão de diária é ato vinculado da administração pública. Assertiva 
correta. 
 
QUESTÃO 15 – CESPE – PROCURADOR MUNICIPAL – PREFEITURA DE 
FORTALEZA – 2017 
Removido de ofício por interesse da administração, sob a justificativa de 
carência de servidores em outro setor, determinado servidor constatou que, em 
verdade, existia excesso de servidores na sua nova unidade de exercício. Nessa 
situação, o ato, embora seja discricionário, poderá ser invalidado. 
 
Comentários 
Segundo a teoria dos motivos determinantes, o motivo alegado pelo agente 
público, no momento da edição do ato, deve corresponder à realidade, tem que 
ser verdadeiro. Caso contrário, comprovando o interessado que o motivo 
informado não guarda qualquer relação com a edição do ato ou que sequer 
existiu, o ato deverá ser anulado pela própria Administração ou pelo Poder 
Judiciário. 
 
 DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
 
 
 
 
48
O professor Celso Antônio Bandeira de Mello, ao explicar a teoria dos motivos 
determinantes, afirma que “os motivos que determinam a vontade do agente, 
isto é, os fatos que serviram de suporte à sua decisão, integram a validade do 
ato. Sendo assim, a invocação de ‘motivos de fato’ falsos, inexistentes ou 
incorretamente qualificados vicia o ato mesmo quando, conforme já se 
disse, a lei não haja estabelecido, antecipadamente, os motivos que ensejariam 
a prática do ato. Uma vez enunciados pelo agente os motivos em que se calçou, 
ainda quando a lei não haja expressamente imposto a obrigação de enunciá-los, 
o ato só será válido se estes realmente ocorreram e o justificavam”. 
O motivo apresentado para remover o servidor é falso, com isso o ato 
administrativo apresenta vício de motivo. Assertiva correta. 
 
QUESTÃO 16 – CESPE – Defensor Público – DPE/RN – 2015 
Com relação aos poderes da administração pública e aos poderes e deveres dos 
administradores públicos, julgue os itens seguintes: 
No exercício do poder regulamentar, é conferida à administração pública a 
prerrogativa de editar atos gerais para complementar a lei, em conformidade 
com seu conteúdo e limites, não podendo ela, portanto, criar direitos e impor 
obrigações, salvo as excepcionais hipóteses autorizativas de edição de decreto 
autônomo. 
 
Comentários 
O decreto regulamentar jamais poderá inovar na ordem jurídica, criando 
direitos e obrigações para os particulares, pois, nos termos do inciso II, artigo 
5º, da CF/88, essa é uma prerrogativa reservada à lei. No mesmo sentido, o 
conteúdo do decreto regulamentar não pode contrariar os mandamentos legais 
ou disciplinar matéria ainda não disposta em lei (no caso de omissão legislativa, 
por exemplo), pois, nesse caso, o decreto estaria “substituindo” a lei, o que não 
se admite (o decreto regulamentar pode apenas complementar ou explicar o 
texto legal). 
 
 DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
 
 
 
 
49
Todavia, deve ficar claro que existem exceções previstas no art. 84, VI, da 
CF/1988, que asseguram ao chefe do Poder Executivo a prerrogativa de editar 
atos normativos primários, com força de lei (decretos autônomos). Assertiva 
correta. 
 
QUESTÃO 17 – CESPE – Defensor Público – DPE/RN – 2015 
Com relação aos poderes da administração pública e aos poderes e deveres dos 
administradores públicos, julgue os itens seguintes: 
Decorre do sistema hierárquico existente na administração pública o poder de 
delegação, segundo o qual pode o superior hierárquico, de forma irrestrita, 
transferir atribuições de um órgão a outro no aparelho administrativo. 
 
Comentários 
No âmbito da Administração Pública, é regra a possibilidade de delegação, que 
somente não poderá ocorrer quando existir expressa proibição legal ou 
quando se tratar de competência conferida com exclusividade a determinado 
órgão ou agente (portanto, não é irrestrita). 
O artigo 13 da Lei 9.784/99, por exemplo, afirma expressamente que não 
poderão ser objeto de delegação a edição de atos de caráter normativo, a 
decisão de recursos administrativos e as matérias de competência exclusiva do 
órgão ou autoridade, o que torna a assertiva incorreta. 
 
 
 
 
 
 
 DIREITO ADMINISTRATIVO

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