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Processo de Enfermagem: o cuidar do adulto e idoso com alterações nos diversos sistemas Histórico: Florence Nightingale Cuidado de Enfermagem era organizado inicialmente de forma funcional – tarefas. Realização dos procedimentos técnicos e outras atividades de caráter rotineiro. Novo foco – Henderson (1973) O estudo, o ensino, a organização do cuidado de enfermagem (estudos de casos precursores dos planos de cuidados). Yura e Walsh (1967) autoras Processo de Enfermagem em quatro fases: histórico, planejamento, implantação e avaliação. 1970 Processo de Enfermagem em cinco fases com o diagnóstico de enfermagem (grande numero de publicações) e início da utilização do Processo de Enfermagem nos hospitais. EUA Processo de Enfermagem era uma forma de instituição (guia de normatização). Brasil As bases eram: Contribuição para uma teoria de Enfermagem (Wanda Horta) Processo de Enfermagem: meio pelo qual os conhecimentos (bases teóricas enfatizaram por meio de conceitos, definições e proposições, o cuidado total ao individuo nos aspectos psicológicos, sociais e espirituais, tanto quanto nos biológicos) são aplicados na pratica profissional. Década de 80: North American Nursing Diagnoses Association (NANDA) – Implementação dessa metodologia utilizando a fase diagnostica = taxonomia. Final da década de 80: Brasil – maior ênfase nos estudos de diagnostico de enfermagem: CRUZ (1989), NOBREGA (1991), JESUS (1992), DALRI (1993), FARIAS (1997), MARIA (1997). Brasil – 1986 Lei do Exercício Profissional de Enfermagem – atribuição privativa do enfermeiro a prescrição de enfermagem. Partes fundamentais do Processo de Enfermagem Conhecimento O que? Por quê? Habilidades Como? Processo de Enfermagem Cuidado Desejar Ser capaz Conhecimento de Enfermagem: Amplo e variado: Anatomia, fisiologia, patologia e farmacologia; Microbiologia, processo de transmissão de doenças; Promoção de saúde, cultura, ética e lei; Crescimento e desenvolvimento, ensino e orientação; Computadores, tecnologia, entre outros. Habilidades Manuais: para completar os procedimentos; Intelectuais: para solucionar problemas e tomar decisões; Interpessoais: para estabelecer um bom relacionamento com o cliente e com as pessoas significativas e com os colegas de trabalho. Desejo e capacidade de cuidar Desejo de cuidar: é optar por fazer o que é necessário para ajudar os outros. Concentrar-se no que é melhor para o consumidor, respeitar crenças e valores, envolver-se nos problemas; Ser capaz de cuidar: exige a compreensão de nós mesmos e dos outros. Comparação do Processo de Enfermagem e do Processo Médico. Processo de Enfermagem Processo Médico Abordagem ampla e holística que investiga corpo, mente e espirito. Busca maximizar a capacidade das pessoas para realizarem as atividades que são importantes Enfoca anatomia, fisiologia e fisiopatologia. Considera como as pessoas são afetadas pelos problemas com o funcionamento de órgãos e sistemas (respostas humanas) Considera, principalmente, o funcionamento dos órgãos e dos sistemas. Enfoca a maximização do funcionamento e da independência Enfoca o tratamento das doenças e dos traumatismos Controla os problemas clínicos sob as prescrições e os protocolos dos médicos. Previne os problemas clínicos por intermédio dos cuidados de enfermagem proativos Controla os problemas clínicos independente de outros fatores. Características do Processo de Enfermagem Promover o pensamento crítico Intencional, organizado e sistemático; Humanístico; Etapa por etapa, cíclico e dinâmico; Focalizado em resultados e custo efetivo; Pró-ativo; Baseado em evidências; Intuitivo e lógico; Reflexivo, criativo, busca de melhoria. Razões para aprender o Processo de Enfermagem Existem, pelo menos, três razões para aprender o Processo de Enfermagem: Seu uso é uma exigência estabelecida pelos padrões de pratica nacional e internacional; Proporciona a base para as questões dos exames de qualificação profissional; Seus princípios e regras são destinados a promover o pensamento critico no cenário clínico. Benefícios do Processo de Enfermagem Encontram-se diagnósticos e o tratamento dos problemas de saúde potenciais ou vigentes, reduzindo o tempo de internação. Tem exigências de documentação precisas, destinadas a: melhorar a comunicação, prevenir erros, omissões e repetições desnecessárias; Dá importância ao fator humano; Elabora intervenções para o individuo, não apenas para a doença; Faz com que o enfermeiro se aproxime do paciente por execução das fases; Promove assistência individualizada e contínua; Permite estabelecer prioridades assistenciais; Permite que os enfermeiros desenvolvam atividades que lhe são privativas. O processo de Enfermagem O Processo de Enfermagem promove o cuidado individualizado e ajuda o enfermeiro a responder ás necessidades do cliente de forma razoável e adequada, visando melhorar ou manter o nível de saúde do cliente. Envolve o raciocínio cientifico que permite que os enfermeiros se organizem, sistematiem e conceitualizem a prática de enfermagem. Tipos: manuais e padronizados ou eletrônicos. As cinco fases do Processo de Enfermagem Investigação/Coleta de dados É a coleta continua de dados sobre o estado de saúde para monitorar evidências de problemas de saúde e fatores de risco que possam contribuir para os problemas de saúde. (Ex = fumo) Informações corretas, completas e organizadas = encontrar o problema. Finalidades: Identificar problemas, percepções e expectativas que demandem ações de enfermagem; Conhecer hábitos individuais que facilitem a sua adaptação a unidade e ao tratamento; Estabelecer uma relação interpessoal; Tentar abranger a totalidade do paciente nos seus aspectos biopsicossocioespirituais; Individualizar a assistência de enfermagem; Fornecer subsídios para tomada de decisão quanto às condutas de enfermagem; Avaliar a evolução das condições do paciente para detectar alterações ou tendências na sua situação saúde-doença. Esclarecer dúvidas ou falhar no entendimento, reforçando as informações já prestadas; Reduzir o nível de ansiedade do paciente; Aumentar o grau de satisfação profissional do enfermeiro por meio deste contato direto. Existem seis fases: Coleta de dados; Identificação dos indícios e realização de interferências; Validação dos dados; Agrupamento dos dados relacionados; Identificação dos padrões; Comunicação e registro dos dados. A investigação é um processo permanente, focaliza a identificação de: Estado de saúde no presente e no passado; Padrão de resolução de problemas no presente e no passado; Estado funcional no presente e passado; Resposta à terapêutica; Risco para problemas potenciais; Desejo de um nível mais elevado de bem-estar. Recursos utilizados: Cliente; Pessoas significativas; Registros de enfermagem; Registros médicos; Consultas verbais e escritas de outros especialistas; Estudos diagnósticos; Literatura relevante; Entrevista e exame físico. Existem três tipos de investigação: Investigação da base de dados: informações coletadas no contato inicial com o cliente para investigar todos os aspectos da situação de saúde. Padronização de instrumentos investigativos (clientela atendida, teoria utilizada e padronizações de programas de qualidade). Investigação focalizada: determinam a situação de uma condição especifica. Investigação prioritária rápida: curtas, focalizadas, para obter informações mais importantes, ou seja, prioritárias. Entrevista de Enfermagem e Exame Físico Complementam e esclarecem um ao outro; Considerações éticas, culturais e espirituais: Serviço com respeito à dignidade e individualidade do cliente; Direito à privacidade, protegendo informações confidenciais; Ser honesto. Respeitar crenças culturais e religiosas (variações biológicas, padrões de comunicação confortáveis, organização depraticas familiares, crenças de controlar a capacidade de ser saudável, relacionamento entre crença e situação de saúde) Estabelecer afinidade Fazer perguntas Ouvir Observar Relacionamento enfermeiro-paciente positivo! Como estabelecer afinidade? Antes da entrevista: Organize-se; Planeje tempo suficiente; Garanta privacidade; Concentre-se No início da entrevista: Informe seu nome e sua posição; Verificar nome do cliente e como ela gostaria de ser chamada. Durante a entrevista: Dê total atenção; Não tenha pressa. Como ouvir: Ouvinte empático Uso de frases curtas que faça com que a pessoa saiba que você compreende e encoraje a continuar; Ouvir os sentimentos; Observar linguagem corporal; Não tenha pressa; Evite impulso de interromper; Permita pausas no diálogo. Como fazer perguntas? 1º lugar: problema principal do cliente Questões enfocadas para sinais e sintomas Não usar questões indutoras Use declarações exploratórias Técnicas de comunicação: frases que mostrem a perspectiva do cliente, reafirmação das palavras dele, perguntas com final aberto. Como observar? Utilização dos sentidos Aparência geral Linguagem corporal Padrões de interação Como terminar a entrevista Resumo das preocupações importantes do cliente Ofereça-se como recurso Tipos de dados: Subjetivos: dados fornecidos pelo cliente; Objetivos: são dados observados ou medidos pelo enfermeiro. Fonte de dados: Cliente Família e outras pessoas significativas Membros da equipe de saúde Experiência do enfermeiro. Dados que devem ser coletados: Identificação Informações sobre queixas da doença atual Doenças e tratamentos pregressos Antecedentes familiares Fatores de risco Hábitos: moradia, cuidado corporal, sono e repouso, atividade física, recreação e lazer, eliminação intestinal e urinária e atividade sexual. Psicossocial: interação social, resolução de problemas, apoio espiritual, suporte financeiro, conhecimento sobre o seu problema de saúde condições que o paciente apresenta para o autocuidado mudança percebida no humor. Exame físico Deve ser técnico, sistemático e habilidoso; Habilidade: inspeção, ausculta, palpação e percussão; Realização de um exame físico: Promova a comunicação entre você e o cliente Promova privacidade Faça anotações para assegurar a exatidão Escolha um método de organização para sua avaliação: céfalo-caudal ou por sistemas; Verificação de exames laboratoriais. Sistema neurológico – verifique: Estado mental Orientação Reação pupilar Visão e aspecto dos olhos Reflexo de regurgitação Capacidade auditiva, gustativa, tátil e olfativa Modo de andar Coordenação Reflexos dos braços e das pernas Presença de dor ou desconforto Sistema respiratório – verifique: Traqueia Pele (lesões tórax) Simetria Abaulamentos, retrações e cicatrizes Depressão Tipo de tórax Expansibilidade Frêmito toracovocal Percussão e sons Tipo, frequência, ritmo e profundidade da respiração Tosse Presença de dor ou desconforto Sistema cardiovascular – verifique: Frequência cardíaca apical Ritmos e sons cardíacos Qualidade do pulso Presença de edema periférico Presença de dor ou desconforto Pressão arterial Sistema tegumentar – verifique: Cor Temperatura Turgidez Edema Lesões Erupções Nódulos Distribuição de pelos Examinar especificamente mamas femininas e masculinas quanto a nódulos e secreção nos mamilos Verificar prurido Presença de dor ou desconforto Temperatura Sistema musculoesquelético – verifique: Tônus muscular Força Variação de movimentos Presença de dor ou desconforto Sistema gastrointestinal – verifique: Condição dos lábios Língua Gengivas Dentes Ruídos hidroaéreos Distensão abdominal Impactação Hemorroidas Presença de dor ou desconforto Se houver vomito, verificar a êmese quanto a cor e presença de sangue. Sistema geniturinário – verifique: Cor e quantidade de urina Presença de distensão da bexiga Secreção (vaginal, uretral) Condição da vulva Exame dos testículos Presença de dor ou desconforto Registro Ajuda a promover a continuidade, exatidão e pensamento crítico; O que é registrado é importante tanto para o cliente quanto para a própria proteção do enfermeiro; Registre tudo que é comunicado, tão logo quanto possível; Deve ser feito com caneta e letra legível; Se cometer algum erro, corrija-o sem omitir as palavras originais; Anotação x Evolução. Diagnóstico de Enfermagem Definição: análise de dados para identificar claramente os problemas de saúde reais e potenciais. 1973 – 1ª reunião para discussão dos diagnósticos de enfermagem – St. Louis University; 1980 – foram gerados, refinados e classificados os termos diagnósticos; 1982 – foi criada a North American Nursing Diagnosis Association (NANDA) – oficializa as informações a cada dois anos. A NANDA até 2000 classificava os diagnósticos de enfermagem de acordo com a taxonomia I, que era estruturada por nove categorias Padrões de Respostas Humanas (tocar, comunicar, relacionar, valorizar, escolher, mover, perceber, conhecer, sentir) Em 2000, foi definida a taxonomia II, contendo 13 domínios, 106 classes e 155 diagnósticos. Desde então a taxonomia II da NANDA vem sendo aperfeiçoada, com a inclusão de novos diagnósticos ou exclusão e aperfeiçoamento dos diagnósticos de enfermagem. A taxonomia NANDA II oferece uma maneira de classificar e caracterizar áreas de preocupação de um enfermeiro. Ela possui 244 diagnósticos de enfermagem, agrupados em 13 domínios e 47 classes. Diagnóstico com foco no problema: julgamento clínico de uma resposta humana indesejada. Diagnóstico de risco: resposta humana a respeito da vulnerabilidade do individuo, grupo ou comunidade. Diagnóstico de promoção da saúde: um julgamento clínico a respeito da motivação e do desejo de aumentar o bem-estar e alcançar o potencial humano de saúde. Como o enfermeiro diagnostica? Avaliação do paciente Diagnostico de enfermagem Planejamento Estabelecimento de resultados e intervenção Reavaliação continua. Um diagnóstico de enfermagem é um julgamento clinico sobre uma resposta humana a condições de saúde/processos da vida, ou vulnerabilidade a tal resposta, de um indivíduo, uma família, um grupo ou uma comunidade (NANDA-I, 2013) Diretrizes para elaboração dos diagnósticos de enfermagem Título e definição: descrição concisa do problema; Características definidoras: agrupamento dos sinais e sintomas associados ao diagnóstico; Fatores relacionados: fatores que podem causas ou contribuir para o problema; Fatores de risco: fatores que aumentam a vulnerabilidade (ambiental ou psicológico) Novidade: As populações em risco são grupos de pessoas que compartilham características que levam cada uma delas a ser suscetível a determinada resposta humana. Por exemplo, pessoas com extremos de idade pertencem a uma população em risco que compartilha maior suscetibilidade a volume de líquidos deficiente. As condições associadas são diagnósticos médicos, lesões, procedimentos, dispositivos médicos ou agentes farmacêuticos. São condições não passíveis de alteração independente por um enfermeiro. Exemplos de condições associadas incluem infarto agudo do miocárdio, agentes farmacêuticos ou procedimento cirúrgico. Diagnósticos reais: compare as características definidoras do livro com os sinais e sintomas que o cliente apresenta; Diagnóstico de risco (potencial): compare os fatores de risco do paciente com os fatores relacionados do diagnóstico do livro; Diagnósticos de síndrome: compare os sinais e sintomas com os fatores relacionados e características definidoras do diagnóstico de síndrome (ex: síndrome do desuso) Formato do diagnóstico de enfermagem Um formato comumente usado quando se aprende o diagnóstico inclui:_____________ [nome do diagnóstico de enfermagem] relacionado à _____________ [causas/ fatores relacionados] evidenciado por _____________ [sinais e sintomas/características definidoras]Exemplo 1: Integridade da pele prejudicada relacionada ao estado nutricional evidenciado por epiderme lesada. Exemplo 2: Risco de integridade da pele prejudicada relacionada à sudorese excessiva e confinamento ao leito. Raciocínio de Diagnóstico de Risner Agrupamento Comparação Inferência Relação Sistema tegumentar 86 anos; Presença de lesões (úlcera venosa em MMII); Equimoses nos membros superiores; Pele fina, frágil e ressecada. Sistema tegumentar Ausência de lesões (pele integra); Pele firme e hidratada. Sistema tegumentar Integridade da pele prejudicada. Idades extremas, pele sem elasticidade, com probabilidade de lesão ou rompimento maior. - Estado de hidratação alterado: baixa ingesta hídrica que compromete a estrutura da epiderme e derme; - Estado nutricional alterado: emagrecimento e baixa ingesta de nutrientes importantes para bom estado da epiderme e derme; - Circulação alterada: dificuldade de retorno venoso ocasionando dor. Sistema locomotor Mobilidade física diminuída; Deambula com dificuldade; Sistema locomotor Mobilidade física sem alterações; Deambular sem dificuldades; Sistema gastrointestinal Nutrição inadequada; Baixa ingesta hídrica Sistema gastrointestinal Nutrição adequada (ingesta de proteínas); Ingesta hídrica adequada (de acordo com restrições) Sistema neurológico Dor em membros inferiores. Sistema neurológico Ausência de dor em membros inferiores.
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