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ALUSÕES LITERÁRIAS PARA POSSÍVEIS TEMAS DA REDAÇAÕ ENEM 2016: Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil. Larissa Cristine Ferreira, de 20 anos. Orgulho Machadiano Brás Cubas, o defunto-autor de Machado de Assis, diz em suas “Memórias Póstumas” que não teve filhos e não transmitiu a nenhuma criatura o legado da nossa miséria. Talvez hoje ele percebesse acertada sua decisão: a postura de muitos brasileiros frente a intolerância religiosa é uma das faces mais perversas de uma sociedade em desenvolvimento. Com isso, surge a problemática do preconceito religioso que persiste intrinsecamente ligado à realidade do país, seja pela insuficiência de leis, seja pela lenta mudança de mentalidade social. Os desafios do sistema prisional brasileiro Os Miseráveis (1862)- Victor Hugo Os Miseráveis narra a história de vários personagens, dentre eles, Jean Valjean, um homem que foi condenado a 19 anos de trabalhados forçados por roubar um pão para saciar a fome de sua família. Ao ser libertado, traz consigo a marca de ser ex-condenado, pois viveria em condicional para o resto de sua vida e assim, encontra uma sociedade que lhe fecha as portas ao negar-lhe comida, trabalho e abrigo, tornando sua vida ainda mais difícil. Um encontro com um padre, que consegue perdoar e aceitar Valjean, muda seu coração. Ele decide então tornar-se um homem justo e digno. Memórias do cárcere Graciliano Ramos foi preso em março de 1936, acusado de ligação com o Partido Comunista. Prisão sem processo, mas que não evitou a deportação do acusado, num porão de navio, para o Rio, onde permaneceu encarcerado. Foi demitido do cargo de Diretor da Instrução Pública e levado a diversos presídios, até Janeiro de 1937, quando foi libertado. Dessa experiência resultou a obra Memórias do Cárcere, publicada postumamente em 1953. A obra não é o relato puro e simples do sofrimento e humilhações do homem Graciliano Ramos; é a análise da prepotência que marcou a ditadura Vargas e que, em última análise, marca qualquer ditadura. É um dos depoimentos mais tensos da literatura brasileira. A imposição de padrões estéticos para sociedade brasileira contemporânea. Arte pela arte – a poesia vale por si mesma, ou seja, a arte é um exercício para a composição de novos versos, cada vez mais perfeitos formalmente. Culto à forma – busca-se a perfeição formal por meio de rimas e metrificação rigorosa, além da valorização dos sonetos. PARNASIANISMO Os desafios indígenas no Brasil. A questão indígena ainda sofre com o sucesso estrondoso do movimento romântico na literatura. Entretanto, o Modernismo abriu as cortinas para mostrar outra versão do índio. No Manifesto Antropofágico, Oswald de Andrade já aborda a representação não idealizada dos indígenas. Entretanto, é preciso que se busque, no Brasil contemporâneo, uma representação menos idealizada dos índios. Erro de português Quando o português chegou Debaixo duma bruta chuva Vestiu o índio Que pena! Fosse uma manhã de sol O índio tinha despido O português O preconceito contra a população LGBT no Brasil. Apresenta um foco narrativo em 1ª pessoa. O narrador, Sérgio, reconstrói pela memória dois anos vividos num internato para meninos, o Ateneu. Considerado um colégio de excelência, dirigido pelo reconhecido pedagogo Aristarco Argolo de Ramos. O internato acolhia em suas classes alunos provenientes de respeitáveis famílias cariocas e até de outros Estados. Sérgio chega a esse ambiente com 11 anos. "Vais encontrar o mundo”, disse-me meu pai, à porta do Ateneu. “Coragem para a luta.” Bastante experimentei depois a verdade deste aviso, (...) O Ateneu (Crônica de Saudades) Raul Pompeia, 1888 Em O Ateneu, Raul Pompéia subverte a ótica romântica segundo a qual o tempo da infância é sinônimo de felicidade inocente. O romance é um retrato impiedoso dos bancos escolares, em que "cada rosto amável daquela infância era máscara de uma falsidade, o prospecto de uma traição". Sanches, que se aproximara de Sérgio fingindo salvá-lo de um afogamento, cumprirá esse papel. Além da proteção, Sanches ajudará Sérgio nos estudos. Apesar da amizade, o narrador sente um certo asco pelo companheiro e, quando este o pressiona com intenções sexuais, ele se afasta. O relato do dia a dia das crianças sem lar de Capitães da areia concede maior espaço à temática homossexual, em confronto com os demais romances de Jorge Amado. Várias personagens da trama se envolvem em tais episódios: Boa-Vida e Gato, Almiro e Barandão, todos pertencentes ao bando de Pedro Bala; Mariazinha, um homossexual que Pedro encontra na cadeia, e dois meninos internados em um reformatório, Jeremias e Berto. “O Gato deitou. Boa-Vida se estendeu ao seu lado. Quando pensou que o outro estava dormindo o abraçou com uma mão e com a outra começou a puxar-lhe as calças devagarinho. Num minuto o Gato estava de pé: — Tu te enganou, mulato. Eu sou é homem. Mas Boa-Vida já não via nada, só via seu desejo, a vontade que tinha do corpo alvo do Gato, de enrolar o rosto nos cabelos morenos do Gato, de apalpar as carnes duras das coxas do Gato.” (AMADO, 2004:33-34) OLHAI OS LÍRIOS DO CAMPO Erico Verissimo “Está claro que não devemos tomar as parábolas de Cristo ao pé da letra e ficar deitados à espera de que tudo nos caia do céu. É indispensável trabalhar, pois um mundo de criaturas passivas seria também triste e sem beleza. Precisamos, entretanto, dar um sentido humano às nossas construções. E quando o amor ao dinheiro, ao sucesso, nos estiver deixando cegos, saibamos fazer pausas para olhar os lírios do campo e as aves do céu”. O combate à prática do bullying entre os adolescentes brasileiros. O preconceito linguístico no Brasil. Na obra “Preconceito Linguístico: o que é, como se faz” (1999), dividida em quatro capítulos, o professor, linguista e filólogo Marcos Bagno aborda sobre os diversos aspectos da língua bem como o preconceito linguístico e suas implicações sociais. Escrito por Marcos Bagno, em 1997, o livro trata- se de uma obra sociolinguística que relata de forma divertida e contextualizada o choque entre o português padrão, ou “norma culta”, e as variações linguísticas que o idioma sofre, quando se leva em consideração as influências e aspectos culturais, sociais e psicológicos. Pronominais Dê-me um cigarro Diz a gramática Do professor e do aluno E do mulato sabido Mas o bom negro e o bom branco Da Nação Brasileira Dizem todos os dias Deixa disso camarada Me dá um cigarro As obras literárias refletem o uso da linguagem de várias formas. Há na literatura brasileira obras que ilustram o texto 2 apresentando personagens com vocabulário restrito de acordo com seu mundo. Dois romances da literatura brasileira que exemplificam as palavras de Ludwig Wittgenstein são A)Menino de engenho e São Bernardo B) O quinze e Olhai os lírios do campo C) Vidas secas e A hora da estrela D)Grande sertão: veredas e Capitães da areia E) Fogo Morto e Iracema O processo adotivo no Brasil: conquistas e desafios Conceição sente-se realizada ao criar Duquinha, o afilhado que lhe doaram Chico Bento e Cordulina. É uma realização íntima. O menino Miguilim é adotado pelo Dr.José Lourenço. EU, ETIQUETA Em minha calça está grudado um nome que não é meu de batismo ou de cartório, um nome... estranho. Meu blusão traz lembrete de bebida que jamais pus na boca, nesta vida. Em minha camiseta, a marca de cigarro que não fumo, até hoje não fumei. Minhas meias falam de produto que nunca experimentei mas são comunicados a meus pés. Meu tênis é proclama colorido de alguma coisa não provada por este provador de longa idade. Meu lenço, meu relógio, meu chaveiro, minha gravata e cinto e escova e pente, meu copo, minha xícara, minha toalha de banho e sabonete, Os hábitos de consumo no Brasil. meu isso, meu aquilo, desde a cabeça ao bico dos sapatos, são mensagens, letras falantes, gritos visuais, ordens de uso, abuso, reincidência, costume, hábito, premência, indispensabilidade, e fazem de mim homem-anúncio itinerante, escravo da matéria anunciada. Estou, estou na moda. É duro andar na moda, ainda que a moda seja negar minha identidade, trocá-la por mil, açambarcando todas as marcas registradas, todos os logotipos do mercado. Com que inocência demito-me de ser eu que antes era e me sabia Açambarcando: tomar posse tão diverso de outros, tão mim mesmo, ser pensante, sentinte e solidário com outros seres diversos e conscientes de sua humana, invencível condição. Agora sou anúncio, ora vulgar ora bizarro, em língua nacional ou em qualquer língua (qualquer, principalmente). E nisto me comparo, tiro glória de minha anulação. Não sou - vê lá - anúncio contratado. Eu é que mimosamente pago para anunciar, para vender em bares festas praias pérgulas piscinas, e bem à vista exibo esta etiqueta global no corpo que desiste de ser veste e sandália de uma essência tão viva, independente, que moda ou suborno algum a compromete. Onde terei jogado fora meu gosto e capacidade de escolher, minhas idiossincrasias tão pessoais, tão minhas que no rosto se espelhavam e cada gesto, cada olhar cada vinco da roupa sou gravado de forma universal, saio da estamparia, não de casa,
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