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O PRESIDENCIALISMO DE COALIZÃO E O MULTIPARTIDARISMO_AS DIFICULDADES ENCONTRADAS NO ATUAL SISTEMA GOVERNAMENTAL BRASILEIRO

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O PRESIDENCIALISMO DE COALIZÃO E O MULTIPARTIDARISMO: AS DIFICULDADES ENCONTRADAS NO ATUAL SISTEMA GOVERNAMENTAL BRASILEIRO.
RESUMO
O problema todo fica mais evidente quando analisamos a quantidade de partidos políticos existentes no país e a diversidade ideológica de cada um, para que o Executivo consiga compor uma coalizão forte ele precisa abrir mão de muitos de seus ideais e entregar aos partidos vagas e cadeiras em troca de apoio, e, quando não o faz assim, o Executivo encontra pelo seu caminho várias barreiras que são impostas pelos partidos descontentes, barreiras estas que por muitas vezes levam a calamidades financeiras, administrativas e políticas, onde o interesse maior é prejudicar o partido que se encontra no poder, mesmo que isso afete diretamente toda à população. A abordagem desse tema vai de encontro aos conflitos de interesse existentes entre os representantes do Estado Brasileiro e procura expor a necessidade de um reforma política direcionada pela busca da eficiência e supremacia do povo. Esta monografia é o resultado de um estudo sobre, principalmente, o presidencialismo de coalizão e o multipartidarismo. Vários são os debates acerca deste tema, fazendo com que ele se torne essencial no atual momento em que se encontra o sistema político brasileiro. 
Palavras chaves: Presidencialismo de coalizão, multipartidarismo, reforma política, diversidade ideológica.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
Compreendido como uma forma histórica de contato entre Executivo e Legislativo, o presidencialismo de coalizão, por sofrer distintas interpretações relacionadas ao seu conceito, acarreta fervorosas discussões acerca do processo de formulação de políticas no Brasil. Procura-se com este trabalho, demonstrar as novatas literaturas com relação a este contato, focalizando: fundamento dos parlamentares neste processo e o procedimento realizado pelos membros dos poderes Executivo e Legislativo. Analisam-se situações passadas e atuais, relacionadas à crise políticas e administrativas, que foram geradas pelos conflitos existentes entre estes dois poderes; e a imprescindível reforma política que objetiva minorar as sequelas instituídas pelo multipartidarismo.
Envolvidos em uma séria guerra, poderes Executivos e Legislativos, chegou-se a esta conjunção devido à luta pelo controle, especialmente o do poder. A razão disto se deu ao fato gerador chamado de “multipartidarismo”. Este fato gerador faz com que exista um aumento na ocorrência de empecilho executivo-legislativo e também exista uma polarização ideológica (dificultando a composição de coalizões), e a existência da instabilidade política (diferente do que ocorre nos sistemas parlamentaristas).
Diversas são as razões para que se exista dificuldades em aprovar mudanças no sistema político brasileiro, uma delas é conhecida como “presidencialismo de coalizão”. Trata-se de um ajuste político onde as instituições endossam que as prioridades de interesses são daqueles que detenham ou são candidatos de cargos públicos, além dos de iniciativa dos partidos, propiciando assim o comando da maioria. 
Com a geração de coalizões partidárias, é permitido ao Poder Executivo, fazer uso de ferramentas e meios a fim de formular políticas públicas, mas ao mesmo tempo, torna-se dependente de negociação com o Poder Legislativo. Afim de que se resgate a justiça social, o presidencialismo de coalizão, é uma realidade nacional que possivelmente, se bem utilizada, poderá gerar uma normalidade democrática.
A presente pesquisa, enfim, pretende abordar como surgiu o Sistema Presidencialista e sua implantação no Brasil. Mostrando no primeiro capítulo seus principais aspectos, os direitos e deveres do presidente, além da relação entre o Executivo e o Legislativo. Apresentando também como são realizadas as eleições para Presidente e o como ocorre o Impeachment, em caso de crime de responsabilidade.
No segundo capítulo, foi abordado como surgiram os partidos políticos, qual sua função social, os sistemas partidários e o surgimento do multipartidarismo.
O Presidencialismo de Coalizão e a maneira como estes operam, suas barreiras e problemáticas relacionadas ao multipartidarismo, e também seus pontos positivos e negativos, são partes integrantes do terceiro parágrafo. 
E, por fim, concluindo o trabalho, qual a relação entre coalizão presidencialista e a crise política. Apresentando fundamentos e justificativas para a realização de um reforma política no atual sistema brasileiro.
O SISTEMA PRESIDENCIALISTA
Adota-se no Brasil, o sistema presidencialista. Constituído por três poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário. 
O Poder Executivo é de responsabilidade do presidente da República, o Legislativo do Parlamento ou Congresso Nacional, como é o caso do Brasil; já o Judiciário, está nas mãos do Supremo Tribunal Federal, conhecida como Corte Suprema. 
Idealiza-se que o presidencialismo seja baseado na simetria entre esses três poderes, onde eles não podem impor-se ao outro, nem tentar superá-los. Em busca desta simetria, encontra-se um sistema de freios e contrapesos, “pelo qual um poder controla o outro e cada um depende dos outros dois” (EDUCAÇÃO, 2016). 
De acordo com a organização dos poderes, fica a cargo do Parlamento (Poder Legislativo) aprovar os Projetos de Lei, assim como as despesas fixas já orçadas. Além de realizar o controle sobre o Executivo e o Judiciário. Porém é de competência do Presidente da República vetar o que foi aprovado pelo Congresso Nacional.
Ao Executivo (Presidente da República) cabe controlar o Judiciário e escolher os nomes dos membros presente no Supremo Tribunal. Porém, o Legislativo tem poder suficiente para aprovar ou não estes nomes, fazendo com que este, controle o Executivo e o Judiciário. 
Importante acrescentar, conforme Paulo Bonavides nos apresenta:
A responsabilidade do Presidente no presidencialismo é penal e não política; responde ele por crime de responsabilidade no exercício da competência constitucional, de ordem administrativa, que lhe é atribuída, não podendo ser destituído, ao contrário do que se passa no parlamentarismo com o chefe do poder executivo, que fundamentalmente cai por razões de ordem política. (2010, p. 319). 
Cabe ao Poder Judiciário julgar a aplicação das leis, e quando achar necessário, suspender sua execução. De acordo com JusBrasil:
Com isso, ele freia o Legislativo e o Executivo. No presidencialismo, o chefe de Estado (que simboliza a Nação) e o chefe de governo (que dirige a administração do país) são a mesma pessoa. O presidente da República é chefe de Estado e chefe de governo. (JUSBRASIL, 2016).
No sistema presidencialista, presidente e parlamentar são escolhidos por tempo determinado e período fixo, atualmente é de quatro ou cinco anos. Exceto em situações excepcionais, uma vez eleito o mandato está assegurado neste prazo.
O Legislativo, no sistema presidencialista, poderá ser exercido exclusivamente pelo Sistema Unicameral (Câmara dos Deputados) ou pelo Sistema Bicameral (duas casas: Câmara e Senado).
1.1 O surgimento do sistema presidencialista brasileiro
O sistema presidencialista foi criado nos Estados Unidos, “sendo fruto do trabalho político e da elaboração jurídica dos constituintes de Filadélfia, que traçaram as linhas mestras do sistema ao lavrarem o texto da Constituição de 1787” (BONAVIDES, 2010, p. 317).
Visando garantir a liberdade dos cidadãos e limitar o poder do governo, os constituintes rejeitaram o modelo parlamentar britânico e impuseram a separação do legislativo, judiciário e executivo, criando um sistema de pesos e contrapesos no qual, cada poder fiscaliza e contrabalança os outros, sem prevalência de nenhum deles. 
A eleição do presidente americano se dá por um colégio eleitoral, com mandato de quatro anos, podendo ser reeleito apenas uma vez. Não é necessária a maioria no Congresso, porém tudo que envolva a legislação ou até mesmo os gastos de verbas devem ser negociado com osparlamentares, afim de que seus projetos sejam aprovados.
Nas eleições presidenciais dos Estados Unidos, o eleitor participa de todas as etapas do processo: 
Escolhe o candidato de cada partido, nas eleições primárias.
Escolhe o colégio eleitoral de cada estado.
Votam nos candidatos, vencedores nas primárias, nas eleições nacionais gerais.
Compõe o colégio eleitoral que elege o presidente, os delegados de todos os cinquenta estados da nação. Cabe a cada estado escolher determinado número de delegados, de acordo com a representação que eles têm nas duas casas do Congresso. Os delegados respeitam a vontade expressada pelo voto popular, fazendo com que seja uma escolha bastante direta.
Na América Latina, a tendência histórica tem sido o fortalecimento do Executivo, inexistindo harmonia entre os poderes. Levando, com certa frequência, muitas nações às ditaduras, que necessitavam não só do Legislativo e do Judiciário, como também da participação popular.
O presidencialismo no Brasil teve seu marco inicial em 15 de novembro de 1889, quando colocando fim ao Império, Deodoro da Fonseca proclamou a república.
De acordo com a Revista Época Online:
Derrubada a Monarquia, instalou-se um Governo Provisório, presidido por Deodoro da Fonseca, do qual ele possuía três funções básicas: consolidar o novo regime, institucionalizá-lo com aprovação de uma constituição e executar as reformas administrativas que se demonstraram necessárias. (2016).
Na data de 25 de fevereiro de 1891, foi escolhido o primeiro Presidente do Brasil, ocorrendo de forma indireta. Mesmo com previsão legal, porém recém-formulada, de que as eleições seriam de forma direta:
Art. 47 - O Presidente e o Vice-Presidente da República serão eleitos por sufrágio direto da Nação e maioria absoluta de votos.
§ 1º - A eleição terá lugar no dia 1º de março do último ano do período presidencial, procedendo-se na Capital federal e nas Capitais dos Estados a apuração dos votos recebidos nas respectivas circunscrições. O Congresso fará a apuração na sua primeira sessão do mesmo ano, com qualquer número de membros presentes. (CONSTITUIÇÃO FEDERAL, 1891).
. 
Contrariando o previsto na Constituição Federal de 1891 foi anunciado por Antonio Eusébio que "Está eleito Presidente da República dos Estados Unidos do Brasil o Sr. Manuel Deodoro da Fonseca” (DUPLIPENSAR), tornando-se assim o primeiro Presidente do Brasil, com mandato de três anos.
 Consagrado em 1891, pela então Carta Magna, o presidencialismo sofreu importantes mudanças, compatíveis com conflitos políticos, revoltas regionais civis, rebeliões militares e agitação econômica oriunda da grave crise financeira de 29.
Em 1930, com a Revolução, deu-se início ao forte presidencialismo de Getúlio Vargas, se estendendo até 1945. As duas décadas seguintes, foram guiadas pela Constituição de 1946, com voto popular e direto, conforte o artigo abaixo:
Art. 52 - O período presidencial durará um quadriênio, não podendo o Presidente da República ser reeleito senão quatro anos depois de cessada a sua função, qualquer que tenha sido a duração desta. 
        § 1º - A eleição presidencial far-se-á em todo o território da República, por sufrágio universal, direto, secreto e maioria de votos, cento e vinte dias antes do término do quadriênio, ou sessenta dias depois de aberta a vaga, se esta ocorrer dentro dos dois primeiros anos. (CONSTITUIÇÃO FEDERAL, 1934).
No ano de 1964, cessa o ciclo presidencialista, sendo substituído, com intervenção militar, por generais na presidência. 
O comício organizado por Leonel Brizola e João Goulart, na Central do Brasil, no Rio de Janeiro, serviu como estopim para o golpe. Neste comício eram anunciadas as reformas que mudariam o Brasil, tais como um plebiscito pela convocação de uma nova constituinte, reforma agrária e a nacionalização de refinarias estrangeiras. (PACIEVITCH), 2016).
Finalmente, em 1988, com a nova Constituição, o presidencialismo retomou características parecidas às do sistema estadunidense, com o fortalecimento do Judiciário e do Legislativo, mantendo-se praticamente inalterado até os dias atuais.
1.2 Os principais aspectos do presidencialismo
Conforme apontamentos de Paulo Bonavides existem três principais aspectos a cerca da fisionomia presidencialista:
Três aspectos principais se destacam na fisionomia do presidencialismo: 
a) Historicamente, é o sistema que perfilhou de forma clássica o princípio da separação de poderes, que tanta fama e glória granjeou para o nome de Montesquieu na idade áurea do Estado liberal. O princípio valia como esteio máximo das garantias constitucionais da liberdade. A Constituição americana o recolheu, tomando-o, por base de todo o edifício político. Da separação rígida passou-se com o tempo para a separação menos rigorosa, branda, atenuada, à medida que o velho dogma evolveu, conservando-se sempre e invariavelmente entre os traços dominantes de todo o sistema presidencial. 
b) A seguir, vamos deparar no presidencialismo a forma de governo onde todo o poder executivo se concentra ao redor da pessoa do Presidente, que o exerce inteiramente fora de qualquer responsabilidade política perante o poder legislativo. Via de regra, essa irresponsabilidade política total do Presidente se estende ao seu ministério, instrumento da imediata confiança presidencial, e demissível ad nutum do Presidente, sem nenhuma dependência política do Congresso. 
c) Enfim, terceiro e último aspecto na caracterização do presidencialismo: o Presidente da República deve derivar seus poderes da própria Nação; raramente do Congresso, por via indireta. (2010, p.318,319).
De forma sucinta e objetiva, fica claro de que no sistema presidencialista existe uma concentração de poder nas mãos de uma só pessoa.
1.3 Relação entre Executivo e Legislativo na Constituição de 1988
O estudo do presidencialismo brasileiro deve considerar a realidade política do país, caracterizada pelo multipartidarismo, e a estrutura institucional criada pela Constituição de 1988, em que há uma mútua dependência entre os poderes Executivo e Legislativo, interferindo diretamente na forma como se processa a produção legislativa. 
1.3.1 Atribuições do Executivo
O Executivo tem como seu representante de autoridade máxima o Presidente da República, também conhecido como o Chefe de Estado e Chefe de Governo.
A Constituição de 1988, em seu extenso art.84, estabelece as atribuições do Presidente da República. “Suas atribuições se dilatam da matéria legislativa à ordem administrativa, da esfera do poder militar ao campo da política exterior, dos negócios da ordem federativa aos da função judiciária”. (BONAVIDES, 2010, p. 322, 323).
Elencam-se abaixo algumas dessas atribuições:
II - exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a direção superior da administração federal;
III - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos nesta Constituição;
IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução;
VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional;
XIX - declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, autorizado pelo Congresso Nacional ou referendado por ele, quando ocorrida no intervalo das sessões legislativas, e, nas mesmas condições, decretar, total ou parcialmente, a mobilização nacional (CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988, 2016, p. 32, 33).
Na esfera privativa e com relação ao Poder Legislativo, são atribuições constitucionais, conforme art. 84, CF:
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: (EC nº23/99 e EC nº 32/2001):
XI - remeter mensagem e plano de governo ao Congresso Nacional por ocasião da abertura da sessão legislativa, expondo a situação do País e solicitando as providências que julgar necessárias;
XXIII - enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o projeto de lei de diretrizes orçamentárias e as propostas de orçamento previstos nesta Constituição;XXIV - prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa, as contas referentes ao exercício anterior (CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988, 2016, p. 33).
Tocante ao poder militar, o Chefe do Poder Executivo, tem as seguintes competências:
Declarar guerra, observado a autorização do Congresso;
Decretar a mobilização nacional, total ou parcial (BONAVIDES, 2010, p. 324).
Celebrar a paz, autorizado pelo Congresso Nacional;
Permitir que forças estrangeiras transitem em território nacional ou permaneçam nele por determinado tempo;
Comandar as Forças Armadas e fazer nomeações destes, para cargos que são de caráter privativo.
Em relação ao Judiciário, são atribuições privativas do Presidente:
Conceder indulto e comutar penas, com anuência, se necessário, dos órgãos instituídos em lei;
Nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os Ministros do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores;
Nomear magistrados nos casos previstos pela Constituição;
Nomear o Advogado-Geral da União. (BONAVIDES, 2010, p. 324).
O poder recebido pelo Presidente da República se dá, como se sabe, por votação pública, aumentando seu prestígio da investidura, por ter sido dado democraticamente. Por outro lado, endossa sua independência política diante do Poder Legislativo.
Conforme Bonavides:
A responsabilidade do Presidente no presidencialismo é penal e não política; responde ele por crime de responsabilidade no exercício da competência constitucional, de ordem administrativa, que lhe é atribuída, não podendo ser destituído, ao contrario do que se passa no parlamentarismo com o chefe do poder executivo, que fundamentalmente cai por razões de ordem politica. (2010, p. 319).
Percebe-se que diversas são as atribuições do Chefe de Governo e de Estado. Caso exista algum deslize, relacionado a crime de responsabilidade, medidas serão tomadas, podendo levar ao impeachment do Presidente. Medida esta que será estudado mais a diante.
 
1.3.2 Atribuições do Legislativo
Segundo a Constituição Federal de 1988, em seu art. 44, “o Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe da Câmara dos Deputados e do Senado Federal”. E cada mandato será de quatro anos.
No artigo 48, encontram-se elencadas as competências do Congresso Nacional:
Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, não exigida esta para o especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias de competência da União, especialmente sobre:
I - sistema tributário, arrecadação e distribuição de rendas;
II - plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamento anual, operações de crédito, dívida pública e emissões de curso forçado;
III - fixação e modificação do efetivo das Forças Armadas;
IV - planos e programas nacionais, regionais e setoriais de desenvolvimento;
V - limites do território nacional, espaço aéreo e marítimo e bens do domínio da União;
VI - incorporação, subdivisão ou desmembramento de áreas de Territórios ou Estados, ouvidas as respectivas Assembleias Legislativas;
VII - transferência temporária da sede do Governo Federal;
VIII - concessão de anistia;
IX - organização administrativa, judiciária, do Ministério Público e da Defensoria Pública da União e dos Territórios e organização judiciária e do Ministério Público do Distrito Federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 69, de 2012)  (Produção de efeito)
X - criação, transformação e extinção de cargos, empregos e funções públicas, observado o que estabelece o art. 84, VI, b; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
XI - criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
XII - telecomunicações e radiodifusão;
XIII - matéria financeira, cambial e monetária, instituições financeiras e suas operações;
XIV - moeda, seus limites de emissão, e montante da dívida mobiliária federal.
XV - fixação do subsídio dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, observado o que dispõem os arts. 39, § 4º; 150, II; 153, III; e 153, § 2º, I. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003). (CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988, 2016, p.25).
Além do art.48, o art.49 elenca as atribuições exclusivas do Congresso, que são veiculadas por decreto legislativo e incluem, por exemplo: resolver definitivamente sobre tratados internacionais (inciso I); autorizar o Presidente da República a declarar guerra e a celebrar a paz (inciso II); aprovar o estado de defesa e a intervenção federal e autorizar o estado de sítio (inciso IV); sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa (inciso V); julgar as contas do Presidente da República e fiscalizar e controlar os atos do Poder Executivo (incisos IX e X).
Já as atribuições do Senado Federal, encontram-se no art. 52 da CF/88: processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes de responsabilidade (inciso I); processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros do Conselho Nacional de Justiça e do Concelho Nacional do Ministério Público, o Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da União nos crimes de responsabilidade (inciso II), dentre outros. 
Com relação ao impeachment, Câmara e Senado são responsáveis pelo processo. À Câmara cabe dar autorização, com dois terços de aprovação entre seus membros, à abertura do processo de impedimento e ao Senado está a tarefa de processar e proceder aos julgamentos. 
Apesar de ser detentor do poder, o Executivo não pode impor-se ao Legislativo, nem tentar superá-lo. Assim se dá também com o Poder Judiciário. Isto posto, existem alguns contornos básicos que o Presidente tem em face do Congresso Nacional (Legislativo). Quais sejam: (BONAVIDES, 2010).
Executivo não interfere em prerrogativas do Congresso, tais como: datas e períodos de convocação e reunião que o Legislativo fará;
Executivo não tem poder de cancelar o Congresso;
Não há participação do Presidente em relação às matérias de iniciativa de leis, que cabe, graças à separação de poderes, ao Legislativo;
“Caráter relativo daquela faculdade, meramente impeditiva, sem efeito absoluto, podendo o Congresso, por seu turno, tolher os efeitos do ato executivo, mediante rejeição do veto presidencial, o que via de regra se dá através de votação legislativa, por maioria de dois terços, ficando assim a última palavra com o Congresso, que aceitará ou rejeitará o veto do Presidente” (BONAVIDES, 2010, p. 320).
1.3.3 Das Medidas Provisórias
Ato exclusivo do Presidente da República (Poder Executivo), a Medida Provisória (MP) tem força imediata de Lei. Ela será criada em caráter de urgência e relevância e depois irá diretamente para o Congresso Nacional.
A Medida Provisória difere da Lei Comum em relação à sua análise e validade. Quanto à sua análise: Medida Provisória terá força de lei antes mesmo de passar pelo Poder Legislativo e Lei Comum só após a aprovação do Congresso. Lei Comum assim que for promulgada, passa a integrar a legislação brasileira, enquanto que para a MP ser validada e virar lei permanente, o Legislativo analisará se deve ou não aprová-la. 
Cabe ressaltar que o Presidente não pode criar Medida Provisória como bem entender, por isso a Constituição Federal em seu §1º do art. 62 (com redação e modificações dadas pela Emenda Constitucional nº 32 de 2001), decretou quais matérias são vedadas à edição de Medidas Provisórias.
Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional. 
§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria:  
I - relativa a:  
a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral;
b) direito penal processual penal e processual civil; 
c) organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e agarantia de seus membros; 
d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e suplementares ressalvado o previsto no art. 167, § 3º; 
II - que vise a detenção ou sequestro de bens, de poupança popular ou qualquer outro ativo financeiro; 
III - reservada a lei complementar; 
IV - já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e pendente de sanção ou veto do Presidente da República. (CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988, 2016, p. 29).
Percebe-se assim, que a Medida Provisória é um considerável instrumento disponível ao Presidente, conferindo celeridade às atividades do Poder Executivo.
1.3.4 Decreto Autônomo
Conhecido no meio jurídico como um instrumento normativo, serve exclusivamente para regular lei já existente.
A antiga redação do art.48, da Constituição, trazia em seu texto que: 
Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, não exigida esta para o especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias de competência da União, especialmente sobre:
X - criação, transformação e extinção de cargos, empregos e funções públicas (CF, 2016).
Com a Emenda Constitucional nº 32/2001, a redação do inciso X do art. 48, sofre alterações: 
Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, não exigida esta para o especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias de competência da União, especialmente sobre:
X - criação, transformação e extinção de cargos, empregos e funções públicas, observado o que estabelece o art. 84, VI, b; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) (Constituição Federal, 2016, p. 25). 
E o art. 84, ganha nova redação, além da inclusão de duas alíneas:
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:
VI - dispor, mediante decreto, sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001).
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001). (CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988, 2016, p. 32, 33).
Oposto ao decreto regulamentar (que se vincula a uma Lei), o Decreto Autônomo é então adotado com o propósito de ter o Presidente da República exclusividade para versar sobre assuntos relacionados aos órgãos da Administração Pública e estrutura interna dos Ministérios. Tirando, assim, o poder das mãos do Legislativo e transferindo poder ao Executivo.
Outra característica deste instrumento é que “tais decretos não criam, modificam ou extinguem direitos, possuem cunho apenas regulamentar, e encontram fundamento de validade na lei que regulamentam, e não na constituição” (ESTUDANDO DIREITO, 2014).
1.3.5 Lei Delegada
Prevista no art. 68, da CF de 88:
Art. 68. As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República, que deverá solicitar a delegação ao Congresso Nacional.
§ 1º Não serão objeto de delegação os atos de competência exclusiva do Congresso Nacional, os de competência privativa da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, a matéria reservada à lei complementar, nem a legislação sobre:
I - organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus membros;
II - nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais;
III - planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos.
§ 2º A delegação ao Presidente da República terá a forma de resolução do Congresso Nacional, que especificará seu conteúdo e os termos de seu exercício.
§ 3º Se a resolução determinar a apreciação do projeto pelo Congresso Nacional, este a fará em votação única, vedada qualquer emenda. (CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988, 2016, p. 30).
Isto posto, quando o Presidente da República quiser elaborar uma Lei Delegada, ele deverá solicitar autorização ao Congresso Nacional (Legislativo). Com algumas observações, como esclarecido abaixo: 
 
Não podem ser objetos de lei delegada atos de competência exclusiva do Congresso, da Câmara e do Senado, nem temas relacionados com a organização do Judiciário e do Ministério Público. Outros assuntos que ficam fora da lei delegada: nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos, eleitorais, planos plurianuais e orçamentos (SENADO, 2016).
Após analisar e apresentar as relações entre Executivo e Legislativo existente há tantos anos, fica claro o quanto eles dependem um do outro e poderão ser para sempre interligados. Assim, Legislativo tendo uma base sólida e o Executivo podendo ter seu apoio, poderá ter uma relação harmoniosa, pelo bem da população brasileira. 
1.4 O desenvolvimento organizacional do estado brasileiro
Após a independência, o Estado brasileiro teve sua primeira experiência de organização, criando uma forte identidade, juntamente com reconhecimento nacional e precocemente definindo limites.
Tendo como símbolo o governo representativo, a Monarquia Parlamentar dura de 1824 a 1889, praticou de forma simples a política eleitoral e parlamentar. 
No ano de 1860, surge a primeira ideia de Federação ligada à República, se concretizando no ano seguinte com a República Velha. Aquela deu ensejo à “política dos governadores”, que se tratava de uma “federação dual”, conforme explica Maria Hermínia Tavares de Almeida:
Controlada pelos estados de São Paulo e Minas Gerais, que funcionavam como a máquina política para controlar as eleições fraudulentas e para dominar os grupos oligárquicos predominantes, a assimetria da 1º República era facilmente notada pela diferença de autonomia entre os estados da federação, já que dependiam das condições financeiras e militares que somente eram encontrados em Minas Gerais e São Paulo. (ALMEIDA, 2016).
Diversas forças políticas concorreram para findar a República Velha. Além disto, havia o intuito de popularizar a ideia de Estado centralizado, que era tratado como uma maneira de dilatar as funções do mesmo. A visão era a de modernizar o país, além de defrontar as desigualdades entre os estados. Com tais pensamentos, surge a Era Vargas ou Estado Novo, que teve duração de oito anos (1937 a 1945). Foi marcado principalmente, no campo político, por uma era ditatorial.
O Estado Novo apresenta características como:
Censura aos meios de comunicação (rádios, revistas e jornais) e às manifestações artísticas como, por exemplo, teatro, cinema e música;
Criação do DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda) para promover e divulgar as realizações do governo;
Perseguição e, em alguns casos, prisão de opositores e inimigos políticos;
Repressão às manifestações políticas e sociais (protestos, greves, passeatas);
Controle dos sindicatos;
Criação da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) em 1943, garantindo vários direitos aos trabalhadores;
Criação da Justiça do Trabalho, da carteira de trabalho, salário mínimo, descanso semanal remunerado, jornada de trabalho de oito horas e regulamentação do trabalho feminino de menores de idade;
Centralização administrativa do estado (aumento da burocracia estatal);
Criação de uma nova moeda, o cruzeiro;
Investimentos em infraestrutura e ênfase no desenvolvimento industrial (criação da CSN – Companhia Siderúrgica Nacional e Companhia Vale do Rio Doce);
Participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial ao lado dos aliados (Inglaterra, Estados Unidos e União Soviética), com o enviou da FEB (Força Expedicionária Brasileira) aos campos de batalha na Itália. (SUA PESQUISA, 2016).
A Era Vargas tem fim, logo após o término da Segunda Guerra Mundial, em 1945. O povo passa a opor-se à ditadura de Vargas, por conta da derrota sofrida por grupos fascistas, clamando por sua renúncia. 
Tem-se, então, o retorno da Democracia, que foi alcançada com a união de intelectuais da época, artistas e profissionais liberais. Esta por sua vez, sofre mudanças, como por exemplo: não eramais dual. Havia grande conflito de ideias entre centralizadores e descentralizadores, em virtude de interesses heterogêneos. Surge desta forma a 2ª República.
Devido ao Golpe Militar de 64, o Brasil passa a conviver com a falta de democracia, findando-se a 2ª República. 
Por meio controle econômico do Estado, percebe-se a presença de um desenvolvimento industrial, ampliando o aparato federal. Com a suspensão das eleições, a Federação se aproxima mais ainda do modelo centralizado. Com o propósito de manter a oposição ao regime, criam-se eleições com certas limitações, por meio do bipartidarismo. 
Em 1988, a Carta Magna, foi incumbida por descentralizar a política, fazendo com que houvesse compartilhamento de responsabilidades entre os três governos (Município, Estados e União), a fim de garantir os serviços básicos. Com a descentralização, a carga tributária sofreu grandes mudanças, onde governos estaduais e municipais tiveram seus montantes amplificados e que ficou à disposição do governo federal. Como consequência, os três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) tiveram que disponibilizar para a população somente o básico. 
Outrossim, com a chegada da descentralização, o governo federal passa a ter poderes legislativos semelhantes aos governos autoritários. Com a crença de que era de suma importância o papel deste governo, passa-se a permitir a centralização das decisões, ajudando nas reformas econômicas, com a ausência de radicalismo.
Atualmente no Brasil nota-se a presença de uma organização federativa, além de se perceber as seguintes características:
Eleições competitivas;
Partidos políticos fragmentados;
Presidencialismo de Coalizão;
Comando político do Executivo Federal, mas não determinadas por ele.
1.5 As eleições para Presidente
Ser presidente é ter o poder e a autoridade máxima diante de um governo. Por isso ele deve ser escolhido de maneira justa e democrática. 
Além disso, para ser Presidente, existem algumas limitações. Como nos mostra Educação (2016):
Ser brasileiro nato (art.12, CF);
Ter a idade mínima de 35 anos, completos antes do pleito; (art.11, §2º, Código Eleitoral);
Ter o pleno exercício de seus direitos políticos, não sendo incidente no art. 15, CF;
Ser eleitor e ter domicílio eleitoral no Brasil;
Ser filiado a uma agremiação ou partido político, pelo menos um (um) ano;
Não ter substituído o atual presidente nos seis meses antes da data marcada para a eleição.
Geridas por regras eleitorais, as eleições possuem duas partes. A primeira é relacionada à campanha como um todo, tanto em relação a gastos como à propaganda política. A outra parte, “chamada de sistema eleitoral, determina, em última instância, como votos dados pelos eleitores transformam-se em poder ou – mais especificamente nas eleições para o Parlamento – em cadeiras legislativas” (KLEIN, 2007, p.23).
No Brasil, diferente do sistema político anterior, as eleições ocorrem de maneira direta, secreta e obrigatória. Apesar de ser voto secreto, nem todos os cidadãos estão obrigados a votar, excluem: analfabetos e os acima dos 70 anos. Entre os 16 e 18 anos, o voto é facultativo, e abaixo de 16 anos também não há obrigatoriedade.
Quem será eleito é aquele que possuir a maioria dos votos. Essa maioria pode ser:
Simples ou relativa, onde é eleito aquele que obtiver o maior número dos votos apurados; ou
Absoluta, onde é eleito aquele que obtiver mais da metade dos votos apurados, excluídos os votos brancos e nulos. (TSE-SC, 2016).
No caso de não se obter maioria absoluta, é realizado um segundo turno entre os dois candidatos mais votados.
As eleições para Presidente e Vice-Presidente, encontra-se elencado no art. 77 e seus parágrafos:
Art. 77. A eleição do Presidente e do Vice-Presidente da República realizar-se-á, simultaneamente, no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no último domingo de outubro, em segundo turno, se houver, do ano anterior ao do término do mandato presidencial vigente. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 16, de 1997).
§ 1º A eleição do Presidente da República importará a do Vice-Presidente com ele registrado.
§ 2º Será considerado eleito Presidente o candidato que, registrado por partido político, obtiver a maioria absoluta de votos, não computados os em branco e os nulos.
§ 3º Se nenhum candidato alcançar maioria absoluta na primeira votação far-se-á nova eleição em até vinte dias após a proclamação do resultado, concorrendo os dois candidatos mais votados e considerando-se eleito aquele que obtiver a maioria dos votos válidos.
§ 4º Se, antes de realizado o segundo turno, ocorrer morte, desistência ou impedimento legal de candidato, convocar-se-á, dentre os remanescentes, o de maior votação.
§ 5º Se, na hipótese dos parágrafos anteriores, remanescer, em segundo lugar, mais de um candidato com a mesma votação, qualificar-se-á o mais idoso. (CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988, 2016, p. 32).
Organizado pela Justiça Eleitoral, o processo para as eleições tem como composição a presença do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que tem sua sede na capital federal; pelos Tribunais Regionais Eleitorais (TER) existindo um em casa estado, território ou Distrito; pelas Juntas Eleitorais e Juízes Eleitorais. Quem rege todos os órgãos é o Código Eleitoral.
As votações são realizadas através das urnas eletrônicas, presentes desde 2000. Considera-se assim que as eleições brasileiras são mais rápidas e atuais.
Após eleito, o Presidente e Vice-Presidente escolhidos, tomarão posse no primeiro dia do ano subsequente ao da eleição, e será realizado pelo Congresso Nacional. “Se, decorridos dez dias da data fixada para a posse, o Presidente ou o Vice-Presidente, salvo motivo de força maior, não tiver assumido o cargo, este será declarado vago” (FARACO, 2014).
1.6 Impeachment
Palavra muito escutada atualmente pelos brasileiros e estrangeiros, devido às notícias dadas por jornais, revistas e meios de comunicação em relação ao possível impeachment de Dilma Rousself, esta expressão como explica Significados (2016): 
É uma palavra de origem inglesa que significa "impedimento" ou "impugnação", utilizada como um modelo de processo instaurado contra altas autoridades governamentais acusadas de infringir os seus deveres funcionais.
Pouco conhecido no eleitorado brasileiro, apesar de já ter sido visto no mandato de Fernando Collor, o impeachment nunca foi plenamente aplicado em terras brasileiras.
O procedimento de impeachment se dá de acordo com a Lei 1079 de 1950, além da Constituição Federal e do Regime Interno da Câmara dos Deputados. 
Para que se dê abertura ao processo de impeachment, o Presidente terá que ter cometido crime de responsabilidade. E de acordo com o art.4º, da Lei 1079/50:
Art. 4º São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentarem contra a Constituição Federal, e, especialmente, contra:
I - A existência da União:
II - O livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário e dos poderes constitucionais dos Estados;
III - O exercício dos direitos políticos, individuais e sociais:
IV - A segurança interna do país:
V - A probidade na administração;
VI - A lei orçamentária;
VII - A guarda e o legal emprego dos dinheiros públicos;
VIII - O cumprimento das decisões judiciárias (Constituição, artigo 89).
 
Importante frisar que impeachment não se dá por abaixo-assinado. Porém qualquer pessoa munida por provas fáticas baseadas no que diz a Lei 1079 e a Constituição Federal poderá denunciar casos de crimes cometidos pelo Presidente.
Ocorrendo denúncia, cabe ao presidente da Câmara analisar se aprova ou rejeita. A partir do momento que o presidente ler em plenário o pedido de impeachment, este será publicado no Diário da Casa. Caso o Presidente da Câmara dos Deputados acolha a denúncia, instala-se uma comissão especial, que será formada por deputados de todos os partidos, proporcionalmente à quantidade da bancada de cada legenda.
Formada a comissão especial terá 48 horas para decidirquem será o presidente da comissão e o relator. 
Posteriormente sendo notificado por essa comissão, o Presidente será afastado, tendo direito às 10 sessões, podendo diminuir para cinco sessões para que o processo ocorra rapidamente, do Plenário para apresentar a sua defesa. 
Defesa realizada, a comissão tem direito a cinco sessões para votar o relatório final. Decidindo se prossegue com a abertura do processo ou dar-se por encerrado. Para que se dê continuidade ao processo, dois terços dos deputados devem votar a favor. Se assim fizerem, o processo é enviado ao Senado Federal.
Em seguida à chegada do processo no Senado, cria-se novamente uma comissão de senadores que tem 10 dias para apresentar seu parecer. Existem dois resultados a este parecer: extinção do processo e seguimento do processo. Para que se dê seguimento, basta maioria simples, ou seja, 41 dos 81 parlamentares. 
A seguir, o Presidente fica afastado por 180 dias, assumindo seu lugar o Vice-Presidente. 
A partir deste momento, a votação fica a par do Supremo Tribunal Federal (STF), e é exigido dos terços (54 dos 81 senadores) para que dê a condenação do Presidente.
Absolvição ou Condenação: se absolvido, o Presidente reassume seu mandato imediatamente. Se condenado, é automaticamente destituído do cargo, o vice assume seu lugar, além de ficarem oito anos sem poder exercer cargo público.
OS PARTIDOS POLÍTICOS E SUA DEFINIÇÃO
“Os partidos políticos são os instrumentos materiais por meio dos quais se conquista e se exerce o poder. São os verdadeiros representantes da opinião pública junto aos governantes” (RABELLO FILHO, 2001, p.17). Há o objetivo principal dos partidos políticos (almeja-se governar o país), mas também há partidos solidários em regimes totalitários, que constituem somente um tipo de organização que integra o Estado. Em se tratando de partidos solidários, o voto pode sofrer adulterações e até mesmo ser eliminado, passando para que seja improcedente e ocorra manifesta insatisfação populacional.
A percepção de partido político nos leva para a Idade Média, onde eram considerados partidos as associações que 
dividiam as Repúblicas, os clãs italianos no período renascentista, os clubes onde se realizavam as reuniões dos deputados das Assembleias Revolucionárias, bem como os comitês que lhes preparavam as eleições censitárias e as organizações populares da democracia moderna. (RABELLO FILHO, 2001, p. 20).
O papel dos partidos políticos é mais evidente quando se nota que com eles seria impossível governar um país. Composto por diversos integrantes com diferentes funções há também entre eles pessoas que se filiam sem participação efetiva. Aqueles que ocupam cargo público, também podem ser considerados membros de algum partido político. “No caso de ter uma posição de tomada de decisões, existem equipes técnicas ligas ao partido que dão respaldo em suas respectivas profissões”. (CONCEITOS, 2016).
Para se conquistar a principal finalidade do partido político, que é o de ter o poder de uma nação nas mãos, há de ser através de eleições e estas duram tempo determinado.
Sofrendo forte influência dos sistemas parlamentares e eleitorais, a atual configuração de partido político surgiu na Europa e nos Estados Unidos em pleno século XIX. A Lei 9096, de 19 de setembro de 1995, dispõe sobre estes partidos políticos e dá regularidade aos mesmos. A Constituição Federal de 1988 também é responsável por tal regularidade e traz em seu art. 17 a seguinte redação, como pode ser percebido abaixo:
 Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, resguardados a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa humana e observados os seguintes preceitos: 
I - caráter nacional;
II - proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros ou de subordinação a estes;
III - prestação de contas à Justiça Eleitoral;
IV - funcionamento parlamentar de acordo com a lei.
§ 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna, organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha e o regime de suas coligações eleitorais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer normas de disciplina e fidelidade partidária. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 52, de 2006).
§ 2º Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na forma da lei civil, registrarão seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral.
§ 3º Os partidos políticos têm direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão, na forma da lei.
§ 4º É vedada a utilização pelos partidos políticos de organização paramilitar. (CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988, 2016, p. 14).
Deste modo, seguindo os dois dispositivos, observa-se que para instalar o partido político é necessário um registro direcionado a um cartório em Brasília, conhecido como Registro Civil das Pessoas Jurídicas. Como visto em texto da Lei nº 9096/95:
Art. 8º O requerimento do registro de partido político, dirigido ao Cartório competente do Registro Civil das Pessoas Jurídicas, da Capital Federal, deve ser subscrito pelos seus fundadores, em número nunca inferior a cento e um, com domicílio eleitoral em, no mínimo, um terço dos Estados, e será acompanhado de:
I – cópia autêntica da ata da reunião de fundação do partido;
II – exemplares do Diário Oficial que publicou, no seu inteiro teor, o programa e o estatuto;
III – relação de todos os fundadores com o nome completo, naturalidade, número do título eleitoral com a Zona, Seção, Município e Estado, profissão e endereço da residência.
§ 1º O requerimento indicará o nome e função dos dirigentes provisórios e o endereço da sede do partido na Capital Federal.
§ 2º Satisfeitas às exigências deste artigo, o Oficial do Registro Civil efetua o registro no livro correspondente, expedindo certidão de inteiro teor.
§ 3º Adquirida à personalidade jurídica na forma deste artigo, o partido promove a obtenção do apoiamento mínimo de eleitores a que se refere o § 1º do art. 7º e realiza os atos necessários para a constituição definitiva de seus órgãos e designação dos dirigentes, na forma do seu estatuto.
Entregue este documento, há a necessidade “da assinatura de pelo menos 101 fundadores com domicílios eleitorais distribuídos em, no mínimo, nove estados” (TRE-MG, 2016).
Etapa inicial concluída, o partido vai precisar de assinaturas de apoio, equivalente a 490 mil, relativo a 0,5% dos votos válidos em eleição para Câmara dos Deputados. Devendo este apoio ser dividido entre pelo menos nove estados brasileiros, referindo-se a 10% do eleitorado de cada uma das unidades da federação escolhida. Assinaturas estas que serão atestadas por escrivão eleitoral, a fim de verificar sua veracidade (TRE-MG, 2016).
Em seguida, fundadores do partido protocola o pedido de registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e não havendo nenhuma falha processual, é concedido o registro da legenda. A fim de participar de eleições, há a necessidade de se registrar o estatuto do partido no Tribunal Superior Eleitoral, permitindo ainda ter acesso à propaganda eleitoral gratuita no rádio e televisão, além de receber recursos do fundo partidário.
2.1 A função social dos partidos políticos
Historicamente, no campo dos partidos políticos, o Brasil é marcado por períodos conturbados: regimes ditatoriais, passando pelo sistema bipartidário (somente dois partidos eram reconhecidos pelo Estado), até chegar ao que temos atualmente, que é o pluripartidarismo. Tal sistema permite o surgimento de várias associações partidárias, desde que atendam os dispositivos de lei.
Hermes de Lima, citato por Rabello Filho, 
afirma que o grande papel dos partidos políticos é transmudar em termos políticos de organização e de construção, converter em esquemas de trabalho e de açãosocial, o imenso material – desejos, aspirações – que os indivíduos, incessantemente criam e depositam no vasto círculo da convivência coletiva.(RABELLO FILHO, 2001, p. 44).
No geral, afirma-se que os partidos apresentam diferentes convicções e ideologias diante da sociedade, filiando-se a eles os cidadãos correligionários à sua corrente de pensamento. Por conseguinte, o ideal seria que antes de se filiar a um partido, o eleitor conhecesse seu estatuto partidário (norma que rege a organização e funcionamento do partido), averiguando assim a afinidade com o mesmo. O mesmo cuidado vale para o eleitor que assina “ficha de apoiamento” para formação de novo partido, pois este implica na anuência do eleitor àquele programa político. 
O partido pode atuar no cenário nacional, estadual e municipal desde que tenha diretório ou comissão provisória (órgãos de direção válidos). Além disso, pode também exercer atividade em diversos estados e municípios, tendo como consequência “lançar candidatos às eleições gerais e municipais, tanto para presidente, vice-presidente e senadores quanto para governador, vice-governador, deputado estadual, deputado federal, prefeito, vice-prefeito e vereadores municipais” (BRANCO, 2016).
É de suma importância que exista os partidos políticos e estes sejam devidamente registrados, posto que, no Brasil, candidaturas avulsas são terminantemente proibidas. Percebe-se assim que “os mandatos políticos pertencem aos partidos e não aos candidatos eleitos sob sua legenda e que a infidelidade partidária pode ter como consequência a perda do cargo do representante que trocar de partido no curso do mandato.” (BRANCO, 2016).
Notando que é extremamente importante a presença dos partidos políticos no cenário brasileiro, a Constituição Federal de 88, atribuiu a eles autonomia administrativa e financeira. Fora os recursos do Fundo Partidário e gratuidade no acesso de rádio e televisão nos termos da lei. Em contrapartida, são obrigados a prestação de contas das despesas realizadas durante o ano e nas campanhas eleitorais, e em relação às receitas arrecadadas. 
Com as noções de partidos políticos e democracia, nota-se formações de opiniões por parte do eleitor, que busca cada vez mais soluções para os diversos infortúnios existentes na sociedade em que faz parte.
2.2 Os Sistemas Partidários
Após conceituar os principais aspectos relacionados aos partidos políticos, é de suma importância apresentar e analisar alguns dos sistemas partidários existentes:
Conforme Paulo Bonavides (2010, p. 81) esclarece:
Pode-se dizer que o sistema partidário consiste no modo de organização partidária de um país, possibilitando o surgimento de três sistemas partidários distintos:
- sistema unipartidário, do partido único, ou ainda sistema de partido dominante;
- sistema binário ou sistema de dois partidos;
- sistema pluripartidário ou multipartidário. 
2.2.1 Partido Único
Presente nos regimes totalitários, como Fascismo, Nazismo e Comunismo. Sua principal característica era a de que os eleitores não tinham se quer a possiblidade de escolher seu representante, ficando clara que não existia competição e debates sobre opiniões contraditórias. 
Assim, segundo Bonavides:
A função do partido é, portanto diferente daquela que ele tem no pluralismo democrático. A eleição configura-se secundária, destituída já do caráter competitivo, sem o diálogo das opiniões contraditórias. Toma, portanto o aspecto plebiscitário de mera designação ou ratificação de escolha antecedentemente feita. Mas nem por isso deixa o partido de desempenhar papel de suma importância, visto que lhe cabe, segundo Levy Bruhl, manter o contato entre o governo e as massas populares, constituir as elites do poder e sustentar a propaganda oficial do regime. (BONAVIDES, 2005, p. 367).
2.2.2 Sistema Bipartidário
É o modelo mais conhecido entre os eleitores, tendo como principal característica, a existência apenas dois especiais partidos políticos.
Segundo nos ensina Paulo Bonavides, este sistema “tem caráter natural, ou seja, suas opções políticas se apresentam geralmente sob a forma dualista. Existiu no Reino Unido com a divisão entre conservadores (Tories) e liberais (Whigs) até a Primeira Guerra Mundial” (BONAVIDES, 2010, p. 87). Hoje ele está presente em países como Canadá, Inglaterra, Estados Unidos, Austrália, dentre outros. 
Apesar da expressão “bipartidário” remeter a ideia de dois, este sistema não é exclusivo de somente dois partidos, pois pode existir concorrência entre mais partidos, porém somente dois chegam ao poder.
De acordo com Maurice Duverger, citado por Rodrigo Aiache Cordeiro, “nem sempre é fácil distinguir entre o dualismo e o multipartidarismo, por causa da existência de pequenos grupos ao lado de dois grandes partidos” (CORDEIRO, 2009). Com esse pensamento, observa-se que existe um dualismo de tendências e não há a existência de somente, e tão somente, dois partidos.
No Brasil, em 1966, 
foram organizados os dois partidos que dividiriam a cena política brasileira nos anos seguintes: o Movimento Democrático Brasileiro (MDB) e a Aliança Renovadora Nacional (Arena). De modo geral, o MDB assumiu o papel de partido de oposição, e a Arena se tornou o partido do governo. (ANGELO, 2008).
Deste modo, diversas correntes políticas foram obrigadas a se aliar ao MDB ou à Arena. Como consequência, criou-se heterogenia entre as duas legendas, passando a amparar, em casos aleatórios, políticos que pertenciam à oposição. 
Durante sua vigência, o bipartidarismo realizou quatro eleições majoritárias, nos anos de: 1966, 1970, 1974 e 1978. “Embalada pelo êxito inicial da ditadura e pela legislação eleitoral, modificada com frequência de modo a favorecê-la, a Arena conquistou resultados significativos nas duas primeiras disputas” (ANGELO, 2008).
A partir de 1974, foi à vez de o MDB crescer nas eleições, devido à crise econômica e os grupos da esquerda, que depois de derrotados passaram a apoiar o partido. 
O governo se viu pressionado, este enviou ao Congresso Nacional, a Lei Orgânica dos Partidos Políticos, sancionando-a em 1979, reestabelecendo o pluripartidarismo. O PMDB (Partido do Movimento Democrático Brasileiro) foi criado no lugar do MDB e o PDS (Partido Democrático Social), no lugar da Arena.
2.2.3 Sistema Multipartidário ou Pluripartidário 
Caracterizado basicamente pela existência de três ou mais partidos que podem igualmente chegar ao poder, não existindo vantagens uns sobre os outros. É considerado de cunho democrático, conferindo autenticidade ao governo.
Os adeptos do pluralismo partidário amplo louvam-no como a melhor forma de colher e fazer representar o pensamento de variadas correntes de opinião, emprestando às minorias políticas o peso de uma influência que lhes faleceria, tanto no sistema bipartidário como unipartidário. (BONAVIDES, 2005, p. 363).
O multipartidarismo seria mais favorável à democracia, que leva em conta, principalmente as opiniões adversas. 
 O grande problema para alguns autores reside precisamente aí, pois o multipartidarismo conduz inevitavelmente às coligações eleitorais, de composição bastante heterogênea, sujeito a inúmeras variações e até mesmo pulverização de ideias e instabilidade, o que pode ocasionar o enfraquecimento do regime político e até mesmo seu colapso. (CORDEIRO, 2009).
Atualmente, segundo o site do TSE (2016), “existem 35 partidos políticos”, e frequentemente a mídia noticia mais siglas que estão sendo criadas. Valeriano Costa, explica que:
Quanto ao grande número de partidos e à sua volatilidade, existem duas causas principais. Primeiro, a relativa flexibilidade das regras para criação de partidos associada aos incentivos financeiros e políticos. Segundo, a facilidade para eleger candidatos tanto em eleições proporcionais como majoritárias devido ao grande número de unidades subnacionais. Característica acentuada pela possibilidade de montar amplas coalizões (COSTA, 2012).
O exagerado número de partidos e a alta parcela de partidossão algumas razões da inconsistência política, que dá ensejo à conhecida crise de governo. “Nesse tipo de situação, o partido governista tende a governar em forma de coalizão, uma vez que não alcança a maioria necessária dos representantes no parlamento” (REIS, 2015).
 
O PRESIDENCIALISMO DE COALIZÃO
As observações a respeito do presidencialismo brasileiro discorrem sobre o multipartidarismo, além da estrutura política do país. Estrutura esta criada pela Constituição Federal de 1988 em que Executivo e Legislativo dependem um do outro, interferindo claramente no processo de produção legislativa.
Chama-se de “coalizão” a aliança do governo, que é mais vista no parlamentarismo. Em 1988, a Constituição Federal, deu abertura a esta possibilidade, o que acarretou em mais poder ao parlamentarismo, e menos ao Executivo. Naquela época, a crença era de que o parlamentarismo seria aprovado em plebiscito nacional, o que acabou não acontecendo. Criou-se dessa forma um sistema político que é centralizado (como o presidencialismo), vinculado e dependente (como o parlamentarismo).
Expressão dada, em 1988, por Sérgio Abranches para descrever o presidencialismo brasileiro, o “presidencialismo de coalizão” tem como significado, segundo Alexandre Lins Batista “o ato de fechar acordos e fazer alianças entre partidos políticos e forças políticas, em busca de um objetivo específico” (2016). Além do Brasil, o presidencialismo de coalizão também é disseminado em outros países da América Latina como Bolívia, Chile, Colômbia e Uruguai. 
Conforme Abranches, no Brasil há ligação entre representação proporcional, presidencialismo, multipartidarismo, além de ser o Executivo organizado baseando-se nas grandes coalizões. 
Ele relata existir três fases para a formação dessas coalizões (ABRANCHES, 1988, p. 27, 28):
Construção da aliança eleitoral: requer negociação em torno de diretivas programáticas mínimas, usualmente amplas e pouco específicas, e de princípios a serem obedecidos na formação do governo, após a vitória eleitoral.
Constituição do governo: predomina a disputa por cargos e compromissos relativos a um programa mínimo de governo, ainda bastante genérico.
Transformação da coalizão efetivamente governante: quando emerge, com toda força, o problema de formulação.
Rafael Tomaz de Oliveira (2013) completando o relato de Abranches nos ensina que:
A conjugação desses três elementos levaria à especificidade do modelo brasileiro, gerando um tipo específico de práticas políticas desenvolvidas para produzir maiorias (coalizões) aptas a garantir estabilidade para o governo realizar as reformas que consideram necessárias e impedir aquelas que sejam contrárias ao seu projeto político (OLIVEIRA, 2013). 
A maior preocupação com esse tipo de modelo é em torno do Executivo e Legislativo, pois poderia gerar conflitos na relação desses dois poderes.
O presidencialismo de coalizão pode ser observado em momentos importantes do governo. 
Essa aptidão explica-se pelo fato de que as alianças, não somente tem validade prática na busca de sustentação em momentos de crise, em que se quer afirmar ou negar determinada informação nociva ao governo, aprovar ou desaprovar determinada medida, mas também, essa coalizão se agrega à momentos de considerável tranquilidade no governo, onde então assume a função de dar conta do que se passa em termos de governabilidade, principalmente num modelo de multipartidarismo exacerbado, verificado na atualidade. (ALEIXO, 2016).
3.1 Pontos positivos e negativos
Os principais pontos positivos e negativos envolvendo a coalizão presidencial são:
Negativos: 
Inviabilidade de base de apoio governamental sólida, devido ao seu alto grau de fragmentação e indisciplina. 
Dispersão na programação do governo. 
População em terceiro plano, pois a coalizão ocorre para favorecer nas eleições o candidato ou o partido.
Perigo iminente de instabilidade política. 
Positivos:
 “Em uma direção oposta, muitos defendem que o governo poderia optar por montar no legislativo uma base de apoio, que apesar de minoritária, obedecesse critérios mais coesos e se dispusesse a negociar indistintamente com a oposição e com os parlamentares ditos mais independentes” (ALEIXO, 2016).
Poderia haver mais equilíbrio entre os três poderes, fazendo com que o povo fosse colocado em primeiro plano.
3.2 Relação entre coalizão e a crise política atual
Como principal exemplo, está o da última eleição para Presidente, em 2014 e seus desdobramentos. A então Presidente e candidata à reeleição, Dilma Rousself, ou o seu partido, o PT, para obter sucesso nas eleições, se coalizou com os seguintes partidos: PMDB, PSD, PP, PR, PROS, PDT, PC do B e PRB. Após a vitória nas eleições, a base partidária de Dilma estava formada. 
O apoio a Dilma sofre grande mudança quando seu processo de Impeachment chega à Câmara dos Deputados para ser votado. A votação ocorreu da seguinte forma (D’ AGOSTINO, 2016):
PMDB: 59 a favor e 7 contra;
PSD: 29 a favor e 8 contra;
PP: 38 a favor, 4 contra e 3 abstenções;
PR: 26 a favor, 10 contra e 3 abstenções;
PROS: 4 a favor e 2 contra;
PC do B: 10 contra;
PRB: 22 a favor.
O que se pode analisar desta votação é que Dilma foi praticamente abandonada por sua base política, considerando assim um dos pilares da crise política. A partir do momento que o governo não tem mais o amparo de uma base sólida no Legislativo, cai substancialmente sua predisposição a governar, “fazendo com que a aprovação de leis de interesse do governo, bem como a execução de políticas públicas fique severamente prejudicada” (BATISTA, 2016). 
A pergunta que se faz é: existe uma forma de evitar mais crises políticas? Ou dar fim a elas?
O que se acredita atualmente, entre grande parte da população e estudiosos, é que a crise política brasileira só seria vencida se houvesse uma Reforma Política, além de Reforma Administrativa e Eleitoral. E nestas reformas alguns pontos de grande relevância seriam: “redução da máquina partidária, criação de mecanismos para reduzir a fragmentação partidária e alterar o sistema representativo” (BATISTA, 2016).
Para Batista (2016), a redução da máquina partidária se daria com o fim da distribuição descontrolada de cargos, que acaba favorecendo mais instabilidade ao governo. A Administração Direta brasileira é formada por muitos Ministérios e Secretarias, já a Administração Indireta tem Autarquias, Fundações, Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista, e cada um destes tem excesso de pessoas. Reduzindo a máquina pública, acredita-se que o orçamento público seria beneficiado e o risco de instabilidade diminuído consideravelmente. 
Já com a criação de mecanismos para redução da fragmentação partidária, restringiria a quantidade de partidos políticos com o intuito de estabilidade política. Pois “em governos com menor poder de articulação, coalizões secundárias e facções partidárias em blocos de veto poder ser formadas, aumentando os riscos de uma crise de governabilidade” (BATISTA, 2016).
Por fim, a alteração do sistema representativo seria mais uma mudança que aconteceria com uma Reforma Política. Os últimos acontecimentos no Brasil evidenciam a falha na estruturação e na preocupação com o povo. Os partidos e os políticos se preocupam, na maioria das vezes, somente com si próprios, deixando o povo em último lugar (é o que pode se perceber com o discurso de alguns Deputados Federais, durante a votação da admissibilidade do processo de Impeachment de Dilma Rousself). 
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