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TRABALHO DE PSICOLOGIA GERAL 1

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INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS-ICET ENGENHARIA CIVIL
TRABALHO DE PSICOLOGIA GERAL
TRANSTORNO DE ESTRESSE PÓS-TRAUMÁTICOS- TEPT
FLÁVIO REIS DOS SANTOS
Maio de 2015
APRESENTAÇÃO
Nos dias atuais estamos envolvidos com problemas familiares, profissionais, amorosos e sociais, relacionados a conflitos, acidentes e catástrofes, os quais nos deixam com sequelas evidentes. Assim, procuramos através do presente trabalho o objetivo de levar informação aos colegas da cadeira de psicologia Geral, sobre o que venha a ser Transtorno de estresses pós-traumático, através de uma apresentação tipo seminário, com o uso de recurso audiovisual. Identificando o conceito, causas, consequências, diagnóstico e profilaxia.
DESENVOLVIMENTO
2.1. Conceito
Para compreendermos melhor o que vem a ser Transtorno por Estresses Pós-traumático (TEPT), definiremos que é estresse, segundo Hans Selye, o primeiro estudioso que definiu estresse, em sua dimensão biológica. De acordo com este autor (1959), o estresse é um elemento inerente a toda doença, que produz certas modificações na estrutura e na composição química do corpo, as quais podem ser observadas e mensuradas. O estresse é o estado que se manifesta através da Síndrome Geral de Adaptação (SGA). Esta compreende: dilatação do córtex da suprarenal, atrofia dos órgãos linfáticos e úlceras gastro-intestinais, além de perda de peso e outras alterações.
 A SGA é um conjunto de respostas não específicas a uma lesão e desenvolve-se em três fases: 
1) fase de alarme, caracterizada por manifestações agudas; 
2) fase de resistência, quando as manifestações agudas desaparecem e; 
3) fase de exaustão, quando há a volta das reações da primeira fase e pode haver o colapso do organismo. Selye afirma que o estresse pode ser encontrado em qualquer das fases, embora suas manifestações sejam diferentes ao longo do tempo. 
Não é necessário que as três fases se desenvolvam para haver o registro da síndrome, uma vez que somente o estresse mais grave leva à fase de exaustão e à morte. 
Os autores brasileiros, Júlio de Mello Filho e Mauro Diniz Moreira (1992), apontam a importância do estado emocional dos pacientes, definem estresse (físico, psicológico ou social) como um conjunto de reações e estímulos que causam distúrbios no equilíbrio do organismo, frequentemente com efeitos danosos, estudando o estresse psicológico e atualmente tem estudado o estresse social. 
Avelino Rodrigues e Ana Cristina Gasparini apresentam num artigo de 1992 uma perspectiva social em psicossomática. Não consideram que esta diversidade constitua um problema e afirmando que estresse é uma reação de alerta do corpo reagindo através de estímulos externos, que nos deixam em estado constante de alerta. 
Traumatismo é uma “lesão de extensão, intensidade e gravidade variáveis, que pode ser produzida por agentes diversos, de forma acidental ou intencional, em que o poder do agente agressor supera a resistência encontrada”, ou também, como um choque violento capaz de desencadear perturbações somáticas e psíquicas num indivíduo, segundo o Novo Dicionário da Língua portuguesa, página 1707. 
Já Laplanche & Pontalis (1988), apresenta um entendimento psicanalítico, que um trauma (psíquico) é um “acontecimento da vida do indivíduo que se define pela sua intensidade, pela incapacidade em que se acha o indivíduo de lhe responder de forma adequada, pelo transtorno e pelos efeitos patogênicos duradouros provocada na organização psíquica” (p.678).
Nas ocasiões que os eventos traumáticos ocorrem a guerra passa a rondar a humanidade, a existência da síndrome do estresse pós-traumático (TEPT) é trazida para o primeiro plano. Foi assim na Guerra Civil Americana (síndrome do coração irritável), na Primeira Guerra Mundial (choque da granada), na Segunda Guerra Mundial (síndrome de esforço, neurose de guerra), na guerra do Vietnam e, mais recentemente, nos atentados do dia 11 de setembro de 2001 ao World Trade Center e ao Pentágono. Esse ataque, por exemplo, fez com que o prestigioso New England Journal of Medicine publicasse, em 2002, um editorial e uma revisão chamando a atenção para a relevância do TEPT.
No Brasil, ironicamente, o diagnóstico de TEPT tem recebido pouquíssima atenção, a despeito dos acidentes automobilísticos e da violência configurarem um problema de saúde pública de grande magnitude e transcendência. O Brasil é o terceiro no ranking mundial de mortes por arma de fogo entre jovens de 15 a 24 anos, atrás da Colômbia e de Porto Rico, superando as estatísticas de conflitos como o da Palestina. Essa alta prevalência de eventos traumáticos aponta para a necessidade imperiosa de que sejam produzidos revisões e estudos empíricos nacionais sobre o TEPT, que é o principal transtorno psiquiátrico associado aos acidentes e violências.
A Conferência Internacional Para a Décima Revisão da Classificação Internacional de Doenças foi convocada pela Organização Mundial de Saúde e realizada em sua sede em Genebra de 26 de setembro a 2 de outubro de 1989. Essa conferência, identifica e enquadra o conceito e causas do que vem a ser um TEPT, definindo o código F43.1, dando uma identidade no meio profissional, ao Estado de ” stress “ pós-traumático.
“ Este transtorno constitui uma resposta retardada ou protraída a uma situação ou evento estressante (de curta ou longa duração), de natureza excepcionalmente ameaçadora ou catastrófica, e que provocaria sintomas evidentes de perturbação na maioria dos indivíduos...”
2.2. Causas e consequências 
Para ocorrer um TEPT o paciente tem que ter sofrido qualquer ocorrência clínica, que gere mudança de atitude, ocorrência essa, provocada por ato de violência física e psicológica por outrem, guerras e catástrofes, dando início a um trauma que afasta o tal indivíduo da vida em grupo social. 
A OMS em Conferência, conforme citação no texto 2.1, afirma que há paciente que apresentam outros fatores neuropsicológicos. Por esse motivo, podem apresentar uma maior predisposição para o desencadeamento da TEPT, mesmo com qualquer fato cotidiano.
 Porém, mesmo assim, para serem diagnosticado com o transtorno, não basta ter sofrido as citadas ocorrências, é preciso apresentar os sintomas, como: 
a. estar sempre lembrando do evento no decorrer do dia a dia;
b. apresentar sonhos e pesadelos recorrentes relacionados com o trauma;
c. ficar sem reação aos acontecimentos, sendo evidente um estado de demência, independente da intensidade do ocorrido (embotamento emocional); 
d. apresentar comportamento de negativa as atividades que lembrem de qualquer maneira o trauma. 
O indivíduo também se apresenta com uma condição de um estado de alerta e insônia, ambos ligados a um diagnóstico de ansiedade, depressão e pensamentos suicidas. Alguns sintomas somáticos não compõem o diagnóstico, embora possam ser apresentados por algumas pessoas com o transtorno, como dores de cabeça, problemas gastrintestinais, diminuição da resistência imunológica, tonturas, ou dores no peito, onde o surgimento destes, podem estar relacionados com outras doenças ou apenas estresse das atividades diárias.
“ O Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT) é uma condição que pode ocorrer após uma situação estressante traumática. Esta situação deve ser uma vivência excepcionalmente ameaçadora ou catastrófica como combate, agressão pessoal violenta, estupro ou outro crime. Estudos têm relacionado o TEPT com situações de crime e violência, colocando-as como de risco para o seu desenvolvimento. ” 
“ Estudos apontam que o TEPT é o quadro psicopatológico mais comum quando associado à violência (Yehuda, 2002), tendo uma alta incidência na população infanto-juvenil que, geralmente, encontra-se mais vulnerável a essas situações (Breslau, 2002; Ehlers & Clark, 2000). ”
Vários estudos científicos relacionam o TEPT com ocorrências envolvendo crianças e adolescentes, por serem mais frágeis emocionalmente e não possuírem estrutura de personalidade psicológicas formada,mesmo sabendo que o homem está sempre em constante construção de sua personalidade. Mas nosso trabalho buscará apresentar uma visão ampla no entendimento a patologia em questão.
Com a ocorrência do fato o tempo que leva para a doença se manifestar, podendo durar meses ou até anos, não pode ser regra a determinação de um período exato. O que os psicólogos afirmam que com o diagnostico comprovado, o paciente passa a sofrer consequências com perturbações duradoras, gerando modificação de comportamento. 
Freud já estudava casos traumáticos sofridos por pacientes, principalmente os originados por traumas sexuais na infância, descartando logo mais por concluir que os traumas se dariam a vida de fantasias no período da infância, não sendo constatado como eventos traumáticos surgidos na vida adulta. Porém tal pesquisa fora retomada por Freud após a 1ª Guerra Mundial, onde soldados retornavam com o quadro clínico de sequelas psíquicas de traumas vivenciados com a violência na Guerra. Ele também afirmou que os pacientes, por não apresentarem descargas apropriadas, a conhecida válvula de escape, externaram dificuldades em conviver com tais traumas, que geravam quadros de sintomas característicos de TEPT.
Procurar se isolar do convívio com as pessoas, demostrando uma diminuição da habilidade de relação interpessoal na família e no local de trabalho, é uma das consequências do TEPT, como também alterações no estado de ânimo, o isolamento social e o abuso de substâncias psicoativas. 
DIAGNÓSTICO
O TEPT é um transtorno de ansiedade precipitado por um trauma. O traço essencial deste transtorno é que seu desenvolvimento está ligado a um evento traumático de natureza extrema. Uma fração significativa dos sobreviventes de experiências traumáticas irá desenvolver uma constelação aguda de sintomas de TEPT, que pode ser dividida em três grupos: revivescência do trauma, esquiva/entorpecimento emocional e hiperestimulação autonômica. O TEPT é diagnosticado se esses sintomas persistirem por quatro semanas após a ocorrência do trauma e se redundarem em comprometimento social e ocupacional significativos. Os critérios do DSM-IV9 para o diagnóstico de TEPT estão resumidos na Tabela.
3.1	Revivescência do trauma 
O primeiro grupo de sintomas do TEPT é o relacionado às revivescências do trauma. Esses sintomas de reexperimentação do trauma são específicos do TEPT, não sendo observados em outros transtornos psiquiátricos. As revivescências podem se apresentar sob diversas formas: sonhos vívidos, pesadelos, pensamentos ou sentimentos incontroláveis, flashbacks. O paciente queixa-se de pensamentos, imagens, sentimentos e comportamentos recorrentes relacionados ao evento traumático. Estes fenômenos são dolorosos e tentam repetidamente tornar-se conscientes e dominar a atenção da pessoa. Tais recordações são intrusivas, pois surgem na mente e tendem a permanecer nela, ainda que o paciente tente lutar contra este pensamento (Charcot, 1887, um dos primeiros a descrever as seqüelas de traumas emocionais, chamava essas intrusões de “parasitas da mente”). Às vezes, as intrusões surgem de modo inopinado, torturando o paciente no seu momento de lazer. Por exemplo, quando a imagem do rosto do assaltante aparece enquanto a pessoa está vendo televisão, comendo pipoca e tentando permanecer serena. Essas recordações intrusivas comumente provocam sentimentos de medo, terror, raiva, impotência, vulnerabilidade, vergonha, tristeza e culpa. Os pesadelos são uma modalidade comum de se reviver o trauma. Todo paciente com queixas de pesadelos recorrentes deve ser investigado quanto à existência de eventos traumáticos. Essa característica peculiar do TEPT – a de apresentar exuberante fenômenos psicopatológicos centrados em revivescências intrusivas extremamente dolorosas – faz com que alguns autores considerem esse transtorno uma modalidade de patologia da memória. Segundo esses, os pacientes ficariam irremediavelmente presos a um passado perenizado e viveriam um presente esvaziado como se fossem meros autômatos. 
Exemplos clínicos: 
Nas palavras de Sandra, 17 anos, vítima de estupro: “... o pior não foi o estupro em si, mas as inúmeras vezes em que eu vivo a sensação concreta de estar sendo estuprada novamente... inclusive sinto as reações fisiológicas de meu corpo, como se tudo estivesse acontecendo de novo.... sinto aquele bafo repulsivo de bebida.....é horrível!...” 
Os flashbacks são geralmente precipitados por estímulos associados ao trauma. Exemplo clínico: “Um policial militar, 27 anos, que viu um amigo morrer atingindo por tiros durante uma incursão numa favela do Rio. Esta operação militar foi apoiada por um helicóptero da Polícia Civil. Desde então, mesmo quando está fora de serviço, seja em casa ou na praia, sempre que ouve o ruído de um helicóptero, jogasse ao chão, procurando escapar das balas (imaginárias) dos traficantes. Em algumas ocasiões, chega a ouvir o barulho de tiros com toda a clareza, o que aumenta o seu pavor.” Esse caso ilustra como, durante episódios dissociativos, alguns pacientes podem chegar a apresentar ilusões e fenômenos alucinatórios transitórios, bem como outros sintomas psicóticos.
3.2	Esquiva e entorpecimento emocional 
Os pacientes usam uma série de estratégias emocionais, cognitivas e comportamentais para minorizarem o sofrimento e o terror causado pelas revivescências traumáticas e pelos sintomas de hiperestimulação autonômica a elas associados. Essas estratégias resultam em comportamentos variados de esquiva e no desenvolvimento de um entorpecimento emocional (anestesia emocional ou numbing). A esquiva corresponde a uma tentativa desesperada de evitar contato com tudo que relembre o trauma. Classicamente, o paciente evita falar, pensar ou ir a locais associados ao trauma. Em alguns casos, pode ocorrer o fenômeno da amnésia psicogênica. 
Exemplo Clínico: 
		
“Carlos, nove anos, testemunhou o assassinato da mãe pelo pai alcoolizado. O menino relatou que se lembrava de que o pai havia chegado bêbado em casa e de que tinha começado a gritar com todos. Não se recordava de nada do que tinha ocorrido nos momentos seguintes, embora uma tia sua tivesse contado que ele presenciara o assassinato, enquanto estava petrificado num canto da sala.”
3.3	A evitação
 Para fugir das lembranças intrusivas, o paciente pode se drogar (para anestesiar o sofrimento psíquico) ou utilizar mecanismos dissociativos, que servem para manter fora da consciência os pensamentos e sentimentos penosos. 
O paciente pode também apresentar uma redução do interesse ou da participação em atividades que antes lhe eram importantes. Para se fazer o diagnóstico correto, é essencial atentar para coincidência cronológica entre a ocorrência do evento traumático e a mudança do padrão de comportamento. O entorpecimento psíquico (numbing) é outra manifestação dos mecanismos psicológicos através dos quais os pacientes com TEPT se “anestesiam” para escapar do terror, do pânico e do sofrimento intoleráveis acarretados pelos sintomas de revivescência do trauma.
O problema é que esse entorpecimento anestesia, não somente as memórias dolorosas, como também as emoções positivas. O paciente passa a ficar indiferente frente a coisas que antes lhe eram prazerosas, como fazer viagens, falar com amigos, ouvir música e brincar com os filhos.
Exemplo Clínico: 
“Jonas, 28 anos, auxiliar de enfermagem, era membro de uma equipe de resgate que fazia o atendimento a um traficante ferido numa favela, surpreendido pelo retorno dos traficantes rivais, que o haviam baleado poucos minutos antes. Estes pediram que a equipe de resgate se afastasse e friamente executaram o homem ferido. Jonas, escondido dentro da ambulância, estava aterrorizado com a idéia de que ele e seus colegas seriam também mortos, por terem testemunhado o crime. Contudo, os traficantes foram embora sem molestar (ao menos, fisicamente) a equipe. Porém, nos dias subseqüentes, Jonas não conseguia dormir direito e logo desenvolveu um entorpecimento emocionalcomo seqüela do episódio. Seis meses depois, continuava a apresentar um distanciamento afetivo dos filhos e dos amigos, passando a ser uma pessoa seca e reservada, indiferente a todas as situações, fossem elas agradáveis ou incômodas.” Essa restrição na amplitude dos afetos denomina-se entorpecimento psíquico.
Pacientes com TEPT passam a ter dificuldade em rir, chorar, amar, ter ternura, compadecer-se ou sentir atração sexual. Parecem “mortos para a vida”, isolando-se dos amigos e dos familiares. Como se pode ver, o “preço” pago pela anestesia dos sentimentos dolorosos é alto. Esses pacientes podem também sentir-se desconectados de si mesmos, de seu ambiente, até de seu futuro, tendo uma sensação de “futuro abreviado”. Pode parecer-lhes não haver um porvir. Param de fazer planos de carreira, de viagens, de tudo. Resta somente um presente tenso, constantemente invadido pelas memórias incômodas do passado.
Hiperestimulação autonômica 
O último grupo de sintomas da tríade que caracteriza o TEPT é a hiperestimulação autonômica. Esses sintomas são mais facilmente observáveis e incluem a irritabilidade, insônia, sobressalto excessivo e hipervigilância. Mesmo que o paciente controle os efeitos das revivescências por meio do entorpecimento emocional, seu corpo pode hiper-reagir frente a certos estímulos externos como se estivesse permanentemente ameaçado de morte. Nesse estado de hiper-reatividade psicofisiológico o paciente pode estar de tal modo hiperestimulado que estímulos mínimos fazem com que seu coração dispare, sua respiração se acelere e seus músculos se contraiam. Um leve barulho pode causar um sobressalto acentuado. Esse estado de alerta constante faz com que a concentração caia, afetando o desempenho em tarefas cognitivas como a leitura e o estudo. 
A irritabilidade constante e a agressividade exacerbada podem passar a ser características de um indivíduo que, antes do trauma, apresentava um temperamento calmo e cordato. Um indivíduo como esse pode se tornar irreconhecível, encolerizando-se e destruindo coisas sem menor contrariedade. Seus amigos e parentes podem ficar intimidados e se afastar dele. A hiperestimulação também pode se expressar através de queixas somáticas tais como fadiga, cefaleias, tremores, hipermotilidade gástrica, pseudocrises epilépticas e tonteiras,14 frequentemente levando a exames laboratoriais desnecessários. Por tudo isso, a qualidade de vida dos pacientes com TEPT fica profundamente comprometida. Análise sobre a importância da existência do diagnóstico de TEPT para a Psiquiatria, deste modo:15 “A contribuição do TEPT para a psiquiatria é que ele fornece um referencial para estudo dos efeitos do estresse e do trauma. De uma perspectiva política, o TEPT é um conceito que ajudou muito o reconhecimento dos direitos e necessidades das vítimas que tinham sido estigmatizadas, pouco compreendidas, ou ignoradas pelo campo da saúde mental. A existência deste diagnóstico tem permitido a emergência dos dados muito necessários sobre os efeitos do trauma que antes não existiam e que não podiam ser sistematicamente coletados sem este diagnóstico”
Tabela 01- Características Centrais do Transtornos de Estresses Pós-Traumáticos (TEPT) segundo o Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais / DSM-IV(1994).
4. GRÁFICOS DA PESQUISA
	Foi realizado uma pesquisa, com o objetivo de apresentar dados reais aos alunos da cadeira de psicologia. Os dados estatísticos forram obtidos por amostragem, de um determinado grupo de alunos da Universidade FEEVALE. 
5. TRATAMENTO
	Em busca de uma literatura cientifica sobre tratamento verificamos, em um artigo do site da SciELO, que existem pesquisas no mercado com bastante ênfase aos veteranos de Guerra, alguns países europeus e Israel, como também, as pessoas pesquisadas são homem, sendo sabido que boa parte do universo de pacientes diagnosticados com TEPT são mulheres. 
“ Diversos fatores afetam o desfecho do tratamento farmacoterápico no TEPT, com muitos aspectos que merecem ser melhores estudados: Há uma alta frequência de diagnósticos comorbidos. Kessler et al42 encontraram 79% a 88% de outros diagnósticos em indivíduos com TEPT. Grande parte dos estudos de farmacoterapia do TEPT envolveu veteranos de guerras, em sua imensa maioria homens. Porém, as mulheres são mais afetadas pelo transtorno.43 Não há estudos transculturais, pois a maioria deles foi realizada nos EUA, em poucos países europeus ou em Israel – quando sabemos que países emergentes não são privados de sua cota de violência. Ainda boa parte da literatura se refere a veteranos, enquanto pacientes civis, que são mais afetados, têm respostas clínicas diferentes dos primeiros.”...
“Os antidepressivos parecem prover a mais efetiva farmacoterapia no TEPT, sendo a medicação de primeira escolha neste momento – embora anticonvulsivantes como a lamotrigina e mesmo neurolépticos atípicos deverão ser mais utilizados nos futuros. Infelizmente, existem poucas evidências sobre a magnitude de sua eficácia, ou seja, sobre a capacidade de levar a mudanças reais de qualidade de vida. Portanto, a psicofarmacoterapia deve ser complementada por abordagens psicossociais. ”
 Evidenciamos assim que, na vida social e/ou ocupacional em todas esferas, a melhora dos sintomas está relacionada diretamente com um diagnóstico rápido, a fim de alinhar um tratamento fármaco com o psicológico. 
	Verificamos em um artigo da Psychiatry on line Brasil, volume 20 do mês de junho de 2015, Editor: Giovanni Torello, que um bom tratamento psicológico aos sintomas da TEPT é a Terapia cognitivo-comportamental em grupo, assim acrescentamos ao nosso trabalho um manual de procedimentos, segundo o artigo referenciado.
MANUAL DE TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL DE GRUPO PARA TEPT
 
- Psicoterapeuta:
Psicólogo clínico ou psiquiatra com treinamento em terapia cognitivo-comportamental de grupo no tratamento do transtorno de estresse pós-traumático. Um terapeuta por grupo de tratamento.
 	- Grupo:
Grupo de 06 a 07 pacientes com equivalência entre os sexos, sintomas semelhantes e situação traumática semelhante (ex.: estupro, seqüestro, etc.).
 
- Sessões / Tempo:
Dezoito sessões semanais de 120 minutos cada. Para alguns estudos o tempo de cada sessão pode ser diminuído para 90 minutos conforme critérios operacionais. Ao final da 18ª sessão os pacientes são reavaliados para a continuação do tratamento ou não, por mais doze ou seis semanas (também em consultas semanais).
 
- Técnicas Utilizadas:
Reestruturação cognitiva; exposição; treinamento de inoculação de estresse; técnicas de relaxamento muscular progressivo e controle da respiração.
 
- Uso de Medicamentos:
	Conforme a necessidade de cada paciente o tratamento medicamentoso é indicado.
- TRATAMENTO (RESUMO):
 	- Sessões 1 a 3
 	Verificar se o paciente não está mais diretamente exposto ao agente traumático. Fortalecer a aliança terapêutica. Explicar sobre o TEPT e o modelo cognitivo-comportamental do transtorno. Introdução da técnica de reestruturação cognitiva (com exemplos dos próprios pacientes).
 	- Sessões 4 a 9
 	Iniciar o treinamento de inoculação de estresse; técnicas de relaxamento e controle da respiração. O paciente é estimulado a continuar a utilização da reestruturação cognitiva.
 	- Sessões 10 a 16
 	Sessões de exposições às situações ansiogênicas ligadas ao trauma. Continua-se a estimular a utilização da reestruturação cognitiva.
 	- Sessões 17 e 18
 	Nestas sessões todo o processo de tratamento é reavaliado. O paciente é estimulado a continuar a usar as técnicas aprendidas na terapia.
 	- Sessões de Seguimento
 	Se o paciente necessitar, sessões de seguimento são planejadas. Estas sessões seguem a mesma composição das sessões 4 a 16. As duas últimas sessões de seguimento seguem o mesmo modelo das sessões 17 e 18 descritas anteriormente. Novamente, conforme a necessidade do paciente, outras sessões de seguimento são planejadas.
 TÉCNICAS UTILIZADASNESTE MODELO DE TRATAMENTO PARA O TEPT
 	- Reestruturação Cognitiva:
A reestruturação cognitiva utilizada neste modelo de tratamento, tem como princípio básico a idéia de que as emoções não surgem apenas do trauma, mas das interpretações que os indivíduos fazem do fato ocorrido e do modo como se perceberam diante da ocorrência do trauma. Nesse processo, o paciente apresenta de forma gradual as situações traumáticas experimentadas e o terapeuta faz uma mediação, para que a memória possa ser re-interpretada, re-significada, buscando desativar o sistema de revivência anteriormente estabelecido. Possibilita que o paciente elabore uma releitura sobre o ocorrido, gerando uma explicação mais funcional e adequada para o evento traumático (ASTIN & RESICK, 2002).
 	- Exposição:
Esta técnica comportamental requer que o paciente confronte os estímulos temidos. Após a exposição repetida e prolongada e quando a situação não eliciar mais altos níveis de ansiedade e desconforto, passa-se ao próximo item. O processo continua até o paciente poder enfrentar todos os itens temidos com significativa redução da ansiedade e do desconforto (WOLPE, 1973). FOA& KOZAC (1986), utilizam-se bastante da exposição sugerindo que por meio dela a memória poderia alterar sua estrutura semântica gerando um novo registro mnêmico mais preciso, integrando o trauma aos esquemas cognitivos pré-existentes e criando novos repertórios cognitivo-comportamentais ao paciente.
 - Treinamento de Inoculação do Estresse:
O modelo proposto por DEFFENBACHER (1996) e VAUGHAM & TARRIER (1992), utiliza técnicas de inoculação de estresse, mas acentua a reconceitualização da memória traumática. A técnica da recordação através da imaginação, em que o paciente lembra da experiência relevante delineando os detalhes da cena de forma gradual, é um importante instrumento que viabiliza a reconceitualização. As intervenções podem incluir a reestruturação cognitiva para o diálogo disfuncional consigo mesmo, além do treinamento de relaxamento para ativação emocional e fisiológica, de comportamento para os déficits em habilidades, de resolução de problemas, de auto-eficácia e auto-reforço, entre outros.  
- Controle da Respiração:
	Utiliza-se a técnica de controle da respiração ou respiração diafragmática (ITO, 1998). Esta técnica visa a melhorar os sintomas de hiperventilação e tensão gerados pela situação traumática.
 	- Relaxamento Muscular Progressivo:
	Utiliza-se do relaxamento muscular progressivo de Jacobson (JACOBSON, 1938). Este relaxamento visa melhorar os sintomas de tensão gerados pela situação traumática.
 
6. CONCLUSÕES
O trabalho vivenciado nos enriqueceu sobre a definição conceitual, diagnóstico e tratamento do que vem a ser o Transtornos de Estresse Pós-traumático. Entendemos que no tratamento ao TEPT os fármacos, para que se tenham melhor eficiência, devem ser utilizados em conjunto com acompanhamento de um especialista, psicólogo com abordagens cognitivas.
Há uma evidente necessidade de uma mobilização de estudos contemporâneos da patologia em questão, pois a maioria das pesquisas é realizada com homens, grupos pós-guerra, países europeus, EUA e Israel. Um grupo não menos importante é deixado em segundo plano, são as mulheres e pessoas dentro de nossa sociedade, que estão vivenciando uma evolução social, que traz a violência e catástrofes naturais como modalidades atuais, se bem que a violência direta contra a mulher ocorre desde tempos da caverna.
Buscar entender alguém que possua tal patologia, é praticar de fato, a melhor maneira de nos tornamos um agente multiplicador do como identificar e ajudar ao próximo, independentemente de ser familiar ou não, nos tornando um ser humano e cidadão participativo na minimização do sofrimento interno das pessoas que tenham essa doença. É importante lembrar que procedimentos técnicos devem ser executados por profissionais qualificados. Como pessoas devemos sim, agir com palavras de incentivos e encorajamento, para que os possíveis doentes, busquem o tratamento adequado.
Estar doente ou sadio é uma condição momentânea e diretamente relacionada com a forma de ver o mundo da maneira de cada um, o sofrimento pode ser mais ou menos intenso para cada pessoa que assimila um fato violento e/ou catastrófico, com envolvimento de pessoas próximas e amadas. 
Buscar caminhos com usos de drogas ilícitas, a irritabilidade, aprofundamento dentro de um isolamento próprio (entorpecimento), a evitação e revivência, apesar de serem sintomas da TPET, devem ser vistos por todos com um mal a ser combatido. 
Excluindo as drogas ilícitas, possuir esses sintomas momentaneamente é aceitável e comum, a sua manutenção é que danosa e perigosa, por isso não pratiquemos atos que possam irritar as pessoas que passam por um momento doloroso e sofrível. É importante trazermos em nossa essência de vida um comportamento adequado e que não aumente o sofrimento dessas pessoas, não usando o procedimento de “ não vejo, não ouço, não falo, mas sim o vejo e escuto logo devo agir”, com essa ação nunca esqueça duas palavras para termos um desfecho agradável a todos, empatia e equilíbrio, fazendo uso não só neste momento, mas também, no decorrer de nossa existência. 
7. REFERÊNCIAS
Classificação da Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde, Décima Revisão, Versão 2008, Volume I - Transtornos neuróticos, transtornos relacionados com o “stress” e transtornos somatoformes. Disponível em: < http://www.datasus.gov.br/cid10/V2008/WebHelp/cid10.htm> Acesso em 30 de abril de 2015;
Portal da Scielo – Diagnóstico do transtorno de estresse pós-traumático. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-44462003000500004 > Acesso em 30 de abril de 2015;
Portal da efdeportes – Transtorno do estresse pós-traumático relacionado ao trabalho. Disponível em: < http://www.efdeportes.com/efd169/transtorno-do-estresse-pos-traumatico.htm > Acesso em 03 de maio de 2015;
Tabela baseada na American Psychiatric Association. Diagnostic and statistical manual of mental disorders. Washington (DC); 1994;
Portal da Scielo - Tratamento farmacológico do transtorno de estresse pós-traumático. Disponível em: < www.scielo.br/pdf/rbp/v25s1/a11v25s1.pdf. > Acesso em 01 de julho de 2015;
Psychiatry on line Brasil - Terapia cognitivo-comportamental em grupo para o transtorno de estresse pós-traumático Disponível em: < http://www.polbr.med.br/ano07/art0707.php. > Acesso em 01 de julho de 2015.
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