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DOENÇAS CARDIOVASCULARES Professora Mestra Amanda Nascimento No Brasil as DCNT são responsáveis por 72% das mortes, atingindo todas as camadas socioeconômicas e com maior incidência em doenças do aparelho circulatório (31%), câncer (16%), doenças respiratórias crônicas (5,8%) e diabetes (5%). As principais causas apontadas foram: - A alimentação não saudável, o sedentarismo, - O uso de tabaco e o consumo excessivo de bebidas alcoólicas. EPIDEMIOLOGIA Metas MS 2011-2022 Reduzir a taxa de mortalidade prematura (<70 anos) por DCNT em 2%; Reduzir a prevalência de obesidade em crianças e adolescentes, deter o crescimento desta patologia em adultos; Reduzir o consumo nocivo de álcool, aumentar a atividade física e o lazer, aumentar o consumo de frutas e hortaliças, reduzir o consumo do sal e a prevalência de tabagismo. EPIDEMIOLOGIA Existem vários fatores de risco para doenças cardiovasculares: Hipertensão arterial Hipercolesterolemia Triglicerídeos elevados Tabagismo Diabetes HDL diminuído Sedentarismo COSTA. R. P. SILVA, C. C. Doenças Cardiovasculares, In: CUPPARI. L. (Coord) Nutrição Clínica no Adulto.2° ed. ampl. rev. Barueri, SP: Manole, 2005. cap. 15, 288. FATORES DE RISCO DISLIPIDEMIAS • Alterações dos níveis sanguíneos dos lipídeos circulantes. • Quando esses níveis estão aumentados recebem o nome de: Hiperlipidemias: • Hipercolesterolemia, • Hipertrigliceridemia. Há uma relação entre essas alterações metabólicas e o aparecimento de doença arterial coronariana. COSTA. R. P. SILVA, C. C. Doenças Cardiovasculares, In: CUPPARI. L. (Coord) Nutrição Clínica no Adulto.2° ed. ampl. rev. Barueri, SP: Manole, 2005. cap. 15, 288. DISLIPIDEMIAS Tipos de Dislipidemias Hipercolesterolemia isolada: aumento isolado do colesterol sérico. Hipertrigliceridemia isolada: aumento isolado do triglicérides. Hiperlipidemia mista: aumento do colesterol e triglicérides. COSTA. R. P. SILVA, C. C. Doenças Cardiovasculares, In: CUPPARI. L. (Coord) Nutrição Clínica no Adulto.2° ed. ampl. rev. Barueri, SP: Manole, 2005. cap. 15, 288. HIPERCOLESTEROLEMIA X ATEROSCLEROSE DIETOTERAPIA NAS DISLIPIDEMIAS Hipercolesterolemia isolada < quantidade de gordura saturada e gordura trans > quantidade de gordura monoinsaturada > quantidade de fibras (solúveis) Alimentos funcionais: creme vegetal enriquecido com fitoesteróis, farelo de aveia, soja (grãos e derivados), frutas vermelhas, cebola, alho e chá verde. COSTA, P. C. Cardiovascular. In: Magnoni, D. Cukier, C. Garita, F. S. Manual Prático em Terapia Nutricional. São Paulo: Sarvier, 2010, pg 54 - 64. DIETOTERAPIA NAS DISLIPIDEMIAS Hipertrigliceridemia isolada Indivíduo com peso excessivo (acima de 25kg/m²): Dieta hipocalórica < quantidade de gordura saturada e gordura trans < quantidade de carboidratos simples > quantidade de fibras (solúveis e insolúveis) Restrição de bebidas alcoólicas. COSTA, P. C. Cardiovascular. In: Magnoni, D. Cukier, C. Garita, F. S. Manual Prático em Terapia Nutricional. São Paulo: Sarvier, 2010, pg 54 - 64. DIETOTERAPIA NAS DISLIPIDEMIAS Hipertrigliceridemia isolada Indivíduo eutrófico (abaixo de 25kg/m²): Dieta normocalórica < quantidade de gordura saturada e gordura trans Controle da ingestão de açúcar simples (não ultrapassar 10% das calorias totais) > quantidade de fibras (solúveis e insolúveis) Restrição de bebidas alcoólicas. COSTA, P. C. Cardiovascular. In: Magnoni, D. Cukier, C. Garita, F. S. Manual Prático em Terapia Nutricional. São Paulo: Sarvier, 2010, pg 54 - 64. DIETOTERAPIA NAS DISLIPIDEMIAS Hipertrigliceridemia isolada COSTA, P. C. Cardiovascular. In: Magnoni, D. Cukier, C. Garita, F. S. Manual Prático em Terapia Nutricional. São Paulo: Sarvier, 2010, pg 54 - 64. Alimentos Funcionais para Hipertrigliceridemia: peixes com alto teor de ômega – 3 e linhaça DIETOTERAPIA NAS DISLIPIDEMIAS Hiperlipidemia Mista Indivíduo com peso excessivo (acima de 25kg/m²): Dieta hipocalórica < quantidade de gordura saturada e gordura trans < quantidade de carboidratos simples > quantidade de fibras (solúveis e insolúveis) Restrição de bebidas alcoólicas. COSTA, P. C. Cardiovascular. In: Magnoni, D. Cukier, C. Garita, F. S. Manual Prático em Terapia Nutricional. São Paulo: Sarvier, 2010, pg 54 - 64. DIETOTERAPIA NAS DISLIPIDEMIAS Dislepidemia Mista Indivíduo eutrófico (abaixo de 25kg/m²): Dieta normocalórica < quantidade de gordura saturada e gordura trans > quantidade de gordura monoinsaturada Controle da ingestão de açúcar simples (não ultrapassar 10% das calorias totais) Restrição de bebidas alcoólicas. COSTA, P. C. Cardiovascular. In: Magnoni, D. Cukier, C. Garita, F. S. Manual Prático em Terapia Nutricional. São Paulo: Sarvier, 2010, pg 54 - 64. DIETOTERAPIA NAS DISLIPIDEMIAS Hipertrigliceridemia grave > 500mg/dl Hipolipídica: < 15% do VCT > quantidade de fibras solúveis Controle da ingestão de açúcar simples (não ultrapassar 10% das calorias totais) Restrição de bebidas alcoólicas. COSTA, P. C. Cardiovascular. In: Magnoni, D. Cukier, C. Garita, F. S. Manual Prático em Terapia Nutricional. São Paulo: Sarvier, 2010, pg 54 - 64. HIPERTENSÃO ARTERIAL Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é uma condição clínica multifatorial caracterizada por níveis elevados e sustentados de pressão arterial (PA). SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA. VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão. Arq Bras Cardiol 2010; 95(1 supl.1): 1-51 Disponível em http://publicacoes.cardiol.br/consenso/2010/Diretriz_hipertensao_associados.asp. Acesso em 13/03/2012. HIPERTENSÃO ARTERIAL Normotensão verdadeira: no período de vigília pela MAPA < 130 x 85 mmHg. A linha demarcatória que define HAS considera valores de PA sistólica ≥ 140 mmHg PA diastólica ≥ 90 mmHg (em medidas de consultório) SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA. VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão. Arq Bras Cardiol 2010; 95(1 supl.1): 1-51 Disponível em http://publicacoes.cardiol.br/consenso/2010/Diretriz_hipertensao_associados.asp. Acesso em 13/03/2012. DIETOTERAPIA HA Metas antropométricas a serem alcançadas são o índice de massa corporal (IMC) menor que 25 kg/m2 e a circunferência abdominal < 102 cm para os homens e < 88 para as mulheres. Dieta Hipossódica SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA. VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão. Arq Bras Cardiol 2010; 95(1 supl.1): 1-51 Disponível em http://publicacoes.cardiol.br/consenso/2010/Diretriz_hipertensao_associados.asp. Acesso em 13/03/2012. Redução para 5 g de cloreto de sódio ou sal de cozinha que corresponde a 2 g de sódio (OMS) DIETOTERAPIA HA Adoção do plano alimentar DASH (Dietary Approaches to Stop Hypertension = Aproximações dietéticas para parar Hipertensão): Os benefícios sobre a PA têm sido associados ao alto consumo de potássio, magnésio e cálcio nesse padrão nutricional. SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA. VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão. Arq Bras Cardiol 2010; 95(1 supl.1): 1-51 Disponível em http://publicacoes.cardiol.br/consenso/2010/Diretriz_hipertensao_associados.asp. Acesso em 13/03/2012. DIETOTERAPIA HA Recomendações da Dieta de DASH: Escolher alimentos que possuam pouca gordura saturada, colesterol e gordura total. Por exemplo, carne magra, aves e peixes, utilizando-os em pequena quantidade. Comer muitas frutas e hortaliças, aproximadamente de oito a dez porções por dia (uma porção é igual a uma concha média). Incluir duas ou três porções delaticínios desnatados ou semidesnatados por dia. SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA. VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão. Arq Bras Cardiol 2010; 95(1 supl.1): 1-51 Disponível em http://publicacoes.cardiol.br/consenso/2010/Diretriz_hipertensao_associados.asp. Acesso em 13/03/2012. DIETOTERAPIA HA Recomendações da Dieta de DASH: Preferir os alimentos integrais, como pão, cereais e massas integrais ou de trigo integral. Comer oleaginosas (castanhas), sementes e grãos, de quatro a cinco porções por semana (uma porção é igual a 1/3 de xícara ou 40 gramas de castanhas, duas colheres de sopa ou 14 gramas de sementes, ou 1/2 xícara de feijões ou ervilhas cozidas e secas). SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA. VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão. Arq Bras Cardiol 2010; 95(1 supl.1): 1-51 Disponível em http://publicacoes.cardiol.br/consenso/2010/Diretriz_hipertensao_associados.asp. Acesso em 13/03/2012. DIETOTERAPIA HA Recomendações da Dieta de DASH: Evitar a adição de sal aos alimentos. Evitar também molhos e caldos prontos, além de produtos industrializados. Diminuir ou evitar a o consumo de doces e bebidas com açúcar. SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA. VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão. Arq Bras Cardiol 2010; 95(1 supl.1): 1-51 Disponível em http://publicacoes.cardiol.br/consenso/2010/Diretriz_hipertensao_associados.asp. Acesso em 13/03/2012. DIETOTERAPIA HA Moderação no consumo de bebida alcoólica. O alho, cujo principal componente ativo é a alicina, tem ação metabólica, podendo atuar na coagulação, aumentando o tempo de sangramento e promovendo discreta redução de pressão. Os polifenóis contidos no café e em alguns tipos de chás têm potenciais propriedades vasoprotetoras. Os riscos de elevação da PA causados pela cafeína, em doses habituais, são irrelevantes. SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA. VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão. Arq Bras Cardiol 2010; 95(1 supl.1): 1-51 Disponível em http://publicacoes.cardiol.br/consenso/2010/Diretriz_hipertensao_associados.asp. Acesso em 13/03/2012. INSUFICIÊNCIA CARDÍACA IC é a disfunção cardíaca que resulta em um suprimento sanguíneo inadequado para atender as necessidades metabólicas teciduais. As alterações normalmente estão relacionadas ao débito cardíaco inadequado. SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA. III Diretriz Brasileira de Insuficiência Cardíaca Crônica.Arq Bras Cardiol 2009; 93(1 supl.1): 1-71. Disponível em http://publicacoes.cardiol.br/consenso/2010/Diretriz_hipertensao_associados.asp. Acesso em 13/03/2012. DIETOTERAPIA NO IC Necessidades Energéticas: Pacientes eutróficos: 28Kcal/Kg/dia Desnutridos: 32 Kcal/Kg/dia Usar alimentos de alta densidade calórica na caquexia cardíaca (DEP) Fracionar as refeições Adequar a consistência COSTA, P. C. Cardiovascular. In: Magnoni, D. Cukier, C. Garita, F. S. Manual Prático em Terapia Nutricional. São Paulo: Sarvier, 2010, pg 54 - 64. DIETOTERAPIA NO IC Nutrientes: Carboidratos = 50 a 60% do VCT Lipidios = 25 a 30% do VCT. Colesterol menor 200mg/dia Proteínas = 1,5 a 2g/kg/peso/dia (DEP) Fibras = 25 a 30g/dia sendo 6g de fibra solúvel Restrição Hídrica = nem sempre é necessário e será estabelecida de acordo com o grau da insuficiência cardíaca e quadro clínico do paciente. COSTA, P. C. Cardiovascular. In: Magnoni, D. Cukier, C. Garita, F. S. Manual Prático em Terapia Nutricional. São Paulo: Sarvier, 2010, pg 54 - 64. DIETOTERAPIA NO IC Nutrientes: Sódio (hipossódica): ainda não está bem definido o valor ideal de sódio a ser usado na dieta de pacientes com IC, que deve ser adaptado à situação clínica do paciente. Fonte: ATUALIZAÇÃO DA DIRETRIZ BRASILEIRA DE INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CRÔNICA, 2012 Potássio: verificar exames laboratoriais INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO O IAM ocorre com a limitação do fluxo coronário, que leva a necrose do músculo cardíaco. O trombo ocorre sobre uma placa aterosclerótica, complexa e irregular, geralmente fissurada ou ulcerada. COSTA. R. P. SILVA, C. C. Doenças Cardiovasculares, In: CUPPARI. L. (Coord) Nutrição Clínica no Adulto.2° ed. ampl. rev. Barueri, SP: Manole, 2005. cap. 15, 305 – 307 p. DIETOTERAPIA NO IAM Necessidade Energética: 20 a 30/kcal/kg/dia. Nutrientes Macro e Micro: de acordo com o estado clínico do paciente. Jejum após o diagnóstico do evento: 4 a 12 horas. Fracionamento da dieta: 4 a 6 refeições (diminuindo sobrecarga cardíaca no processo de digestão). Consistência líquida – pastosa para melhor mastigação e deglutição. Evitar temperaturas extremas dos alimentos (quente – frio), prevenindo assim resposta vagal. COSTA. R. P. SILVA, C. C. Doenças Cardiovasculares, In: CUPPARI. L. (Coord) Nutrição Clínica no Adulto.2° ed. ampl. rev. Barueri, SP: Manole, 2005. cap. 15, 305 – 307 p. DIETOTERAPIA NO IAM Incluir fibras alimentares: 20 a 30g/dia. Necessidade hídrica: Indivíduo adulto: 1.500 ml/dia (30ml/Kg/peso) Idoso acima 65 anos: 1700 ml/dia (30ml/Kg/peso) Obs: Em alguns casos há necessidade de restrição hídrica, conforme quadro clínico. COSTA. R. P. SILVA, C. C. Doenças Cardiovasculares, In: CUPPARI. L. (Coord) Nutrição Clínica no Adulto.2° ed. ampl. rev. Barueri, SP: Manole, 2005. cap. 15, 305 – 307 p. FIM NUTRICIONISTA
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