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AP1 com Gabarito História Moderna 1 2019 2 CEDERJ

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Universidade Federal Do Estado Do Rio De Janeiro
Centro de Ciências Humanas e Sociais – CCH
Licenciatura em História - EAD
Unirio/Cederj
GABARITO da Primeira avaliação presencial 2019.2
Disciplina: História Moderna I
Coordenação: Cláudia Santos 
Os critérios de avaliação das questões dissertativas da sua avaliação presencial são os seguintes: 
Correção do português; 
Clareza e qualidade da argumentação (coesão/coerência).
Questão 1: (5,0)
A partir da leitura do texto de Ernest Cassirer. Indivíduo e Cosmos na filosofia do Renascimento. pp.123-154, aponte as rupturas e as permanências que o pensamento humanista traz em relação à religião, à Igreja e à Escolástica e responda à seguinte questão: o humanismo propõe um rompimento com a religião?
A Resposta deverá ser uma negativa. Para justificar essa negativa o aluno deverá destacar que, apesar de romper com a Escolástica e com a noção de autoridade sobre a qual assentava o controle da Igreja sobre o conhecimento, o pensamento humanista não se posicionou contra a fé cristã. A influência dos textos da Antiguidade Clássica - base do Humanismo renascentista - não levou a um retorno ao paganismo, mas à elaboração de uma nova concepção sobre o homem; sobre a produção do conhecimento e a vivência religiosa. O antropocentrismo da Renascença propõe uma nova concepção sobre o homem e o seu lugar no mundo - com ênfase na liberdade e na individualidade - mas não se afasta das referências ao Deus cristão e à noção de criação. No entanto, ao valorizar a dimensão individual e a liberdade do homem, o humanismo estipula uma nova relação com Deus e rompe com uma vida religiosa centrada na intervenção da Igreja. O aluno deverá apontar que apesar de uma nova visão de mundo a partir do pensamento humanista, “Deus não saiu de cena”; os preceitos cristãos ainda conduziam a sociedade moderna, essencialmente religiosa.
Questão 2: (5,0)
O texto de Martin Van Creveld, Ascensão e Declínio do Estado, pp. 83-176 indica alguns dos obstáculos encontrados pelos reis europeus no processo de centralização de poder. Quais são esses obstáculos? Por quê?
Nessa questão, deve-se demonstrar que a noção de Estado é um fato histórico característico da Idade Moderna e, por essa razão, trata-se de uma concepção que nem sempre existiu. No feudalismo, por exemplo, o exercício do poder – a tributação, a guerra e a justiça - não se concentrava nas mãos do monarca, mas se diluía em um variado número de “senhores” e instituições que estabeleciam entre si relações de lealdade ou “enfrentamento”. 
Para abordar o processo de centralização de poder por parte dos reis europeus, é preciso que o aluno evidencie, de maneira clara e explícita, os quatro obstáculos apresentados por Martin Van Creveld acerca desse fenômeno. São eles: a Igreja, o Império, a nobreza e as cidades. A partir dessa identificação, é necessário explicar os motivos que mobilizam o entendimento do autor. 
No texto, Van Creveld demonstra que a Igreja era detentora de muitos bens, além de possuir um caráter universal (assim como o Império), cujo poder e autoridade confrontavam a figura do rei. A ideia de que a legitimidade de um governo organizado dependia da sanção da Igreja foi duramente combatida. Além disso, o autor cita as questões relativas à independência financeira da Igreja e os direitos/privilégios do clero frente aos demais súditos (referentes a tributos e impostos, tribunais, por exemplo). 
Quanto ao Imperador, ele era o único que podia nomear reis, possuía autoridade para controlar as obras comuns (estradas, fortalezas e rios) e convocar as forças imperiais. Não obstante, o imperador buscou conservar sobre si uma posição titular em relação aos reis. Tendo recebido seu domínio diretamente de Deus, reforçava a ideia de que seus direitos eram imutáveis e superiores a qualquer reino – e tal posição era válida em toda a cristandade. 
A nobreza representava o particularismo feudal que disseminava em diferentes “mãos” o poder de tributar, o exercício da violência e da justiça. Há que se considerar nesse processo o esforço real para centralizar as fontes de justiça, defesa e tributação, diluídas entre os nobres. Mas, apesar da rede de lealdade e ligação que se estendia para além dos domínios individuais, havia o fato de muitos monarcas serem vassalos de outros homens. Essa foi uma situação desfavorável que variou de um país para outro.
Em relação às cidades, o autor demonstra que estas eram corporações. Cada cidade tinha seus próprios órgãos de governo, além de uma série de outras autoridades eleitas, um sistema independente de tributos municipais, o direito de fazer suas próprias avaliações para fins de coleta de impostos reais, e, às vezes, uma casa de moeda também. Além disso, possuíam suas próprias fortificações, guardas responsáveis pela manutenção da ordem pública e, na forma de milícias e mercenários, suas próprias forças armadas. Toda essa organização lhe permitia afirmar sua independência frente à autoridade representada pelo rei.

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