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TRANSCRIÇÃO AULA BEATRIZ CUNTA - 2024 OBESIDADE → A evolução fez com que a ingestão e o gasto energético variassem na mesma proporção, de forma que os organismos mantivessem o mesmo peso corporal. Dessa forma, podemos classificar dois tipos de ingestão alimentar: a que responde a demandas energéticas (quando dependemos de energia para nossos processos energéticos celulares ele sinaliza para que ocorra o estímulo da fome), e também existe o componente hedônico (correspondente ao prazer que sentimos ao comer). Esse último é muito importante nos dias atuais pela existência de inúmeros alimentos palatáveis que temos disponíveis. → O gasto energético também depende de componentes: metabolismo basal, o gasto associado a atividade física e a termogênese (somos seres homeotérmicos que constantemente produzem calor para manter a temperatura corporal, sendo induzida pela própria alimentação e pelo frio). → Existe uma conversa entre a periferia (órgãos responsáveis pelo metabolismo de alimentos como o fígado, tecido adiposo, e TGI, por exemplo) com regiões encefálicas, responsáveis por essa motivação à ingestão de alimentos. Nos humanos, pode haver desequilíbrio entre gasto energético e ingestão de alimentos. → Hoje em dia a obesidade é considerada um problema epidêmico de saúde, sendo ela e o sobrepeso determinados pelo IMC. O IMC serve para um olhar mais geral (ver quanto da população geral está com sobrepeso), ao passo que não é o melhor índice a ser utilizado em todos os casos (ex: halterofilistas), sendo importante considerar suas particularidades em práticas clínicas. A obesidade é uma condição que aumenta tanto a morbidade quanto a mortalidade: 2,8 milhões de pessoas morrem a cada ano devido ao sobrepeso ou a obesidade. No Brasil, mais da metade da população brasileira é considerada acima do peso. E a obesidade está associada a uma síndrome metabólica: combinação de obesidade (determinada pela circunferência abdominal) com dislipidemia (alta nos triglicerídeos séricos, com baixa de HDL), hipertensão arterial e aumento da glicemia em jejum. Isso tudo pode levar a complicações como doenças cardiovasculares e diabetes tipo II, alguns tipos de câncer, síndrome do ovário policístico. Hoje também está se relacionando com doenças neurodegenerativas na terceira idade, como Alzheimer e Parkinson. → Isso ocorre pela transição nutricional pela qual passamos: alimentos com poucas calorias, mas com valor nutritivo → alimentos palatáveis e com excesso de calorias, além do sedentarismo instalado na população. Hoje em dia existe um desequilíbrio, em que a ingestão de calorias supera o seu gasto, promovendo aumento do tecido adiposo branco, caracterizando a obesidade. → Hoje estão descritas regiões do hipotálamo relacionadas a essa vontade de comer: núcleo arqueado, núcleo ventromedial, núcleo paraventricular e o hipotálamo lateral (núcleos são aglomerados de corpos celulares). Dentre eles, o mais importante é o núcleo arqueado. ● NÚCLEO ARQUEADO → O núcleo arqueado tem duas populações de neurônios que secretam neuropeptídeos diferentes (POMC e CART; NPY e AgRP) e possuem receptores para hormônios que irão agir modulando as secreções desses neurônios. → NEURÔNIOS POMC/CART A POMC (pró-opiomelanocortina) dá origem ao ACTH na hipófise, mas no hipotálamo é clivada em α-MSH (hormônio estimulante de α-melanócitos), sendo um grande regulador da ingestão alimentar e da homeostase energética. Quando aumenta o estímulos desses neurônios, a POMC gera o alfa-MSH, que se liga a receptor MC4R (receptor de melanocortina do tipo 4), sinalizando uma diminuição da fome e da consequente ingestão de comida → efeito anorexígeno. Após a alimentação, temos hormônios sendo secretado pelo trato gastrointestinal, além da insulina e da leptina, que se ligam a esses neurônios → estimulam a clivagem da POMC em α-MSH e induz a parada de ingestão do alimento. Quando pensamos em obesidade, falamos de uma doença com componentes tanto comportamentais e ambientais quanto componentes genéticos. Existem poucas causas de obesidade chamadas de monogênicas: mutação em um gene específico leva a obesidade, como a do receptor MC4R (representa apenas de 4-5% dos casos de obesidade, apesar de ser a mais comum). Além disso, existem mutações no POMC, que são ainda mais raros. Esses casos levam a uma ausência de efeito anorexígeno e a pessoa nunca se sente satisfeita, apesar de hiperfágica, continuando a comer e desenvolvendo a obesidade. Quando a mutação ocorre na POMC, a pessoa geralmente apresenta pele clara e cabelos avermelhados (pela ausência de melanina também proveniente da POMC), e geralmente está associado a uma ausência de ação do ACTH. O CART também é um neuropeptídeo anorexígeno, liberado junto com a POMC, além de aumentar a queima de gordura por aumentar o gasto energético. Sua mutações são muito raras, mas algumas estão associadas à obesidade. Seu receptor ainda não foi identificado. → SECRETORES DE NPY Os neurônios que secretam o neuropeptídeo Y tem efeito contrário. Este neuropeptídeo é um dos maiores estimuladores da ingestão alimentar, caracterizando o efeitos orexigênicos. Ele também reduz o gasto energético, inibindo a atividade simpática no tecido adiposo marrom (responsável pela termogênese). O NPY inibe a ação da POMC/CART é expresso com a molécula AgRP. AgRP (proteína Agouti) se liga nos mesmos receptores da α-MSH e impede sua ativação (bloqueando a sinalização que ele desencadeia - antagonista MC4R), gerando efeito orexígeno (antagonista), e o estado de busca pelo alimento será instaurado. No jejum temos o aumento do hormônio grelina e a diminuição de insulina e de leptina, aumentando a neurossecreção de neuropeptídeo Y e AgRP. ● HIPOTÁLAMO LATERAL → Temos as populações de neurônios que secretam o MCH, e as populações de neurônios que secretam a hipocretina/orexina. Esses hormônios são apenas orexigênicos. Em uma situação de jejum ocorre aumento da secreção de NPY e de AgRP no hipotálamo, que irão agir diminuindo o gasto energético (inibindo a secreção de CRU, por exemplo), além de agir sobre os neurônios do hipotálamo lateral para aumentar a secreção de orexina e de MHC. Gera, portanto, resposta de fome. Já em uma situação pós-prandial, os neurônios estimulados são os POMC/CART, que estimulam o gasto energético (estímulo do CRH, por exemplo), ocorrendo a inibição da secreção da orexina e do MCH, predominando uma resposta a anorexígeno. ● REGULAÇÃO DA INGESTÃO E ARMAZENAMENTO DE ENERGIA → É necessária a interação entre o hipotálamo e os tecidos periféricos para saber se precisa-se da estimulação ou redução da ingestão de alimentos. Tanto o trato gastrointestinal quanto o tecido adiposo branco secretam hormônios que mudam o padrão de busca por alimento. → A regulação da ingestão alimentar tem dois componentes: um de curto e outro delongo prazo. O de curto prazo corresponde àqueles sinais que fazem com que a pessoa se sinta saciada, evitam a superalimentação durante a refeição. Os hormônios secretado pelos TGI são os responsáveis por isso, tanto por receptores químicos quanto mecânicos quando ocorre a chegada do alimento. A regulação de manutenção a longo prazo (regulação das reservas energéticas) e realizada pelo tecido adiposo, indicando se a pessoa precisa comer mais ou menos de acordo com o depósito de gordura já existente. ❖ HORMÔNIOS DO TGI → Existem mais de 30 genes que modificam os hormônios do TGI, podendo resultar em mais de 100 peptídeos ativos. A chegada do alimento no TGI faz com que os macronutrientes sejam quebrados em suas macromoléculas. Uma vez que os enterócitos detectam a chegada desses nutrientes por receptores em suas membranas apicais, eles serão estimulados a secretar os hormônios correspondentes a cada um deles, envolvendo uma modificação na concentração de cálcio intracelular → exocitose dos grânulos. → GHRELINA: A grelina é um hormônio particular por ser o principal fator secretado pelo estômago que regula a ingestão alimentar. Ela consegue se ligar ao receptor do Gh (e vice-versa), sendo ambos hormônios peptídicos. Ela é produzida por células especializadas do estômago (células x ou células A - fundo gástrico), em quantidade um pouco menor no duodeno. O grande estímulo para sua secreção é o jejum. Uma situação em que o estômago está vazio, é aumentada sua secreção. Ao passo que o estômago se distende, sua secreção é inibida. Ao longo do dia, seu padrão de secreção ocorre: madrugada, próximo à hora do almoço, próximo à hora do jantar. Ela sempre está alta no jejum e baixa no período pós-prandial. A secreção dela depende também do valor calórico e do padrão da dieta, e apesar de o maior estímulo de sua secreção ser a distensão do estômago, as suas células secretoras também têm componentes químicos de secreção (pela constituição da dieta). Quando o alimento é mais rico em carboidratos e proteínas, a diminuição de sua secreção é maior, ao passo que com a ingestão de gorduras ela é menor. Ela é um hormônio, portanto, com ação oxigênica. A concentração sérica de grelina tem relação inversamente proporcional à secreção de grelina. Ao contrário da grelina, os outros hormônios são secretado em uma situação pós-prandial. Sendo um sinal de insuficiência energética, indicando a necessidade de ingerir mais nutrientes. O seu receptor e o receptor secretagogo de hormônio do crescimento (GHSR-1a), estando nos neurônios NPY/AgRP, gerando estímulo para o apetite e a ingestão de alimentos, levando a um consequente aumento do peso corporal e diminuição do gasto energético. Para estimular essa neurossecreção, também há receptores de grelina no nervo vago, gerando uma outra via de estimulação dos neurônios NPY/AgRP. Dessa forma, sabe-se que a concentração sérica de grelina tem correlação inversa com a massa corporal: em pessoas com desnutrição crônica há aumento da secreção de grelina (tamanho do estômago reduzido), ao passo que em indivíduos obesos há diminuição na secreção de grelina, e conforme eles emagrecem há aumento nela. → COLECISTOCININA: A colecistocinina, secretada pelas células I do intestino, presentes no duodeno e no jejuno. Todos os peptídeos secretados no intestino pelos enterócitos possuem algum nível de expressão no próprio hipotálamo ou no tronco encefálico, existindo uma sinalização parácrina além de uma endócrina, mas sendo a última mais importante. No hipotálamo, é produzida nos núcleos paraventricular e ventromedial. O estímulo para a sua secreção é a chegada de proteínas e de ácidos graxos no intestino. Ela aumenta a contração da vesícula biliar (intensifica liberação da bile), aumenta a motilidade do intestino delgado, aumenta a secreção exócrina do pâncreas, e provoca uma diminuição do esvaziamento gástrico. Ela também age sobre os neurônios hipotalâmicos, de forma endócrina (barreira hematoencefálica, dependendo da presença de regiões onde ela é mais permissiva - órgãos circunventriculares - pelos quais ela chega ao hipotálamo) e de forma parácrina (há também receptores para a CCK no nervo vago, que transmitem sinais para o hipotálamo). Tem ação anorexígena. Seus receptores são CCK1R e CCK2R (acoplados à proteína G) e estão presentes nos neurônios NPY/AGRP, inibindo a ação a exigência (diminui secreção pelo núcleo dorsomedial do hipotálamo - NPY), fazendo o estímulo anorexigenic predominante. Ela estimula a saciedade, reduz o tamanho e a duração da refeição, promovendo um consequente aumento do gasto energético e uma redução do peso corporal. Ela também provoca, de forma importante, um aumento da secreção de insulina e de leptina (também anorexígeno), havendo uma ação sinérgica desses três hormônios e promovendo uma redução da ingestão alimentar. → GLP-1: O GLP-1, considerado uma incretina (hormônios que ajudam na redução da glicemia pós prandial), junto ao GIP, pois eles aumentam a secreção de insulina, gerando maior pico. Quando a administração de glicose é feita de modo intravenoso, ela provoca um aumento da secreção de insulina, porém ele é muito maior quando a glicose é administrada no TGI, pois ocorre a liberação do GLP-1, gerando maior pico do hormônio insulina. Ele também contribui para diminuir o esvaziamento gástrico, tem alguns efeitos no coração, no tecido adiposo aumentando a glicólise e a captação da glicose, efeitos no músculo estimulando a síntese de glicogênio e a absorção de glicose, e efeitos no cérebro (hipotálamo) diminuindo o apetite e aumentando a saciedade. Ele é produzido pelas células L, no intestino delgado inferior e no cólon, e também pelo sistema nervoso, em uma região do tronco encefálico (núcleo do trato solitário). É um derivado do gene do pró-glucagon (expresso tanto no pâncreas quanto no intestino e no cérebro, dependendo das pró-convertases - nesse caso PC1 e PC3, clivando a GLP-1; no pâncreas é a PC2). Ele tem receptor específico (GLP-1R) presente no nervo vago (sinalização de todos os hormônios do TGI), em áreas do tronco encefálico relacionadas à ingestão alimentar, e nos neurônios POMC/CART do núcleo arqueado do hipotálamo, provocando diminuição da ingestão alimentar pela resposta anorexigenic → aumenta secreção de α-MSH (diminui resposta hedônica à ingestão alimentar). Além disso, inibe os hormônios NPY/AGRO indiretamente porque os neurônios que secretam GABA possuem receptores para GLP-1, e o GABA atua diminuindo a liberação dessas neurossecreções orexigênicas. Como consequência, leva a uma diminuição do peso corporal e um aumento do gasto energético; estimula o fim da refeição; modula a atividade em áreas cerebrais relacionadas ao apetite e à recompensa (ínsula, amígdala, córtex orbitofrontal e putâmen). Hojeem dia ele é usado como estratégia para tratar diabetes. Sua meia-vida e bem curta, então foram criadas moléculas análogas à ele que tivesse uma meia-vida mais longa: exenatida (Byetta) e Liraglutida (saxenda e victoza) . Eles são fármacos injetáveis, que auxiliam a diminuição de cerca de 7% do peso → considerada nova estratégia para combater a obesidade, utilizada pelos endocrinologistas. → NEUROPEPTÍDEO Y: Um outro peptídeo secretado pelas células L é o peptídeo YY, produzido também pelo SNC, e ele possui duas formas endógenas em humanos, a forma 1-36 e a forma 3-36, quando os dois primeiros aminoácidos são perdidos. A primeira forma é a secretada pela célula, mas a enzima DPP4, muito abundante no sangue (também quebra o GLP-1 e sua baixa meia-vida se deve a isso), clivando essa primeira parte e gerando a segunda forma do neuropeptídeo em humanos. Estímulo para sua secreção é a chegada de: ácidos graxos → proteínas → carboidratos no TGI (nessa ordem). Ele tem diversas ações no TGI, inibindo a secreção gástrica, mas age no controle do apetite e do peso. Existem seis tipos de receptores para esse peptídeo (receptores Y 1-6 R - acoplados à proteína G) , sendo que a forma inteira se liga a todos eles, em neurônios NPY e AgRP, gerando sinais orexigênicos e gerando aumento do peso corporal pelo estímulo à fome, além de inibir a secreção de POMC/CART. Já a forma menor se liga ao receptor do tipo Y2, que está presente nos neurônios POMC/CART, gerando efeito anorexígeno e diminuindo o peso corporal ao passo que estimula a saciedade, aumenta o gasto energético e inibe a secreção de NPY/AgRP. As moléculas, então, possuem efeitos antagônicos. O efeito anorexígeno, portanto, é o predominante. A injeção intracerebroventricular foi feita em ratos para obter esses resultados, bem como a intraperitoneal (no hipotálamo a DPP4 não tinha tempo de agir para clivar em 3-36). → OXINTOMODULINA: A oxintomodulina é derivada do mesmo gene da GLP-1, um produto do gene do pró-glucagon. É também secretada pelas células L, no íleo e no intestino grosso, e os mesmos estímulos para a secreção de GLP-1 são responsáveis por sua secreção (são liberados na mesma intensidade). É um hormônio bem recente e não se sabe tanto acerca de seus efeitos, apesar de ter importante ação anorexígena, diminuindo a ingestão alimentar e aumentando o gasto energético. Pacientes que a recebem como injeção apresentam perda de peso. ❖ HORMÔNIOS SECRETADOS PELO TECIDO ADIPOSO → O quadro de obesidade leva ao aumento de todos os hormônios e citocinas secretados pelo tecido adiposo, menos da adiponectina. → LEPTINA: A leptina é o hormônio mais importante secretado pelo tecido adiposo, principalmente o tecido adiposo branco (apesar de ser secretada em outros tecidos do corpo, como: músculo esquelético, placenta, SNC, hipófise e outros). Ela é um produto do gene ob, um gene expresso preferencialmente em adipócitos brancos maduros, e a leptina é lançada na corrente sanguínea e chega ao hipotálamo. Ela é um importante sensor do estoque energético do organismo, e sua concentração sérica é proporcional ao armazenamento de gordura e tamanho (hipertrofia) de adipócitos. Há duas mutações observadas em camundongos: no gene ob, em que o indivíduo não produz leptina; ou no gene db, quando não apresenta receptor de leptina, mas ambos os camundongos são obesos. Essa primeira mutação monogênica é muito rara nos humanos, leva à obesidade, diabetes e hipogonadismo, e o tratamento é realizado com leptina. A leptina age sobre os neurônios POMC/CART, que possuem receptores (MC4R) para ela, estimulando a secreção deles. Além disso, inibe a secreção de NPY/AgRP, visto que os seus neurônios também apresentam receptores para ela. Uma vez que a leptina é secretada, ela ativa a via JAK/STAT 3, causando a diminuição da ingestão alimentar e o aumento do gasto energético. Os indivíduos obesos, apesar de possuírem hiperleptinemia, continuam obesos. Dessa forma, sabe-se que existe resistência hipotalâmica à leptina, que passa a não conseguir diminuir a ingesta e aumentando a saciedade → quando há muita leptina, há redução de seu transporte pela barreira hematoencefálica, ocorre uma diminuição da expressão de seu receptor, e a obesidade leva ao aumento de uma proteína chamada SOCS3, que inibe a fosforilação de JAK, impedindo a via de sinalização da leptina. Essa resistência culmina na hiperfagia e os indivíduos obesos tendem a se tornar mais gordos caso não haja o controle. → ADIPONECTINA: É secretada pelo adipócito, em concentrações superiores à leptina e é encontrada em várias formas: globular, multimérica (ativas), trimérica e hexâmero. Sua relação é inversa com a quantidade de gordura do organismo. Ela age sobre receptores do tipo AdipoR1 e AdipoR2, causando diversas modificações no metabolismo celular. Ao adipoR1 → aumento da translocação de GLUT4 para a membrana, aumentando a sensibilidade à insulina e diminuindo a glicemia (sendo um possível alvo para o tratamento de diabetes), mas os efeitos dela na ingestão alimentar são um pouco controversos. → RESISTINA: Secretada tanto pelo adipócito quanto pelos linfócitos mononucleares e células estromais do tecido adiposo. Quanto mais diferenciado for o adipócito, maior a secreção de resistina (proporcional à quantidade de tecido adiposo). Sua grande ação está relacionada à sensibilidade à insulina, levando, de alguma maneira, à resistência a esse hormônio. O aumento do tamanho do adipócito aumenta a produção de resistina, promovendo também o aumento da resistência à insulina. Apesar de ainda não se conhecer seu receptor (Dúvidas: TLR4 e CAP1), ou especificamente sobre quais neurônios ela age, quando ela foi administrada para ratos, levou a uma diminuição da ingestão alimentar. Contudo, sob um olhar geral, ela promove redução da ingesta. → ENDOCANABINOIDES: São as moléculas com a mesma estrutura que os canabinóides encontrados na maconha (THC), mas produzidos pelo próprio organismo: anandamida e 2-AG. Todos eles se ligam a dois tipos de receptores (CB1 e CB2), e essa ligação causa efeitos sobre o hipotálamo lateral o núcleo accumbens, aumentando a busca por alimento e ampliando o prazer por alimentos palatáveis → aumenta sensação de recompensa pela comida. Uma vez que se descobriu isso, se desenvolveu um antagonista do CB1, que passou a se chamar Rimonabant. Ele aumentava a captação de glicose pelo músculo, tinha efeito anorexígeno importante, diminuindo a busca por alimentos palatáveis. Contudo, apesar de o indivíduo emagrecer, ele acabou associado a casos de depressão, ansiedade, insônia e, inclusive suicídio.
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