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Comunicação e Expressão

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� O nosso objetivo é a sua Aprovação
COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
O ATO DE LER
	A leitura não pode ser encarada como simples decodificação de signos, atividade mecânica que determina uma postura passiva diante do texto. Paulo Freire (1985: 11) diz:
	A leitura do mundo precede a leitura da palavra, daí que a posterior leitura desta não possa prescindir da continuidade da leitura daquele. Linguagem e realidade se prendem dinamicamente. A compreensão do texto a ser alcançada por sua leitura crítica implica a percepção das relações entre o texto e o contexto".
	A leitura é uma atividade necessária no mundo de hoje e não deve restringir-se às finalidades de estudo. É preciso ler para se informar, para participar, para ampliar conhecimentos e alcançar uma compreensão melhor da realidade atual.
	A leitura é um processo de reconstrução textual, segundo Tzevtan Todorov.
2- ESTRATÉGIAS DE LEITURA: A TÉCNICA DE SUBLINHAR
	Sublinhar é uma técnica empregada com diversos objetivos: assimilar melhor o texto, memorizar, preparar uma revisão rápida do assunto, aplicar em citações e, principalmente, resumir, esquematizar.
	Para sublinhar é indispensável, antes de tudo, a compreensão do texto, pois este é o único processo que permite a seleção do que importante e do que é secundário.
	A técnica de sublinhar pode ser desenvolvida a partir dos seguintes procedimentos:
leitura integral do texto, para tomada de contato;
esclarecimentos de dúvidas de vocabulário, termos técnicos e outros;
releitura do texto , a fim de identificar as idéias principais;
sublinhar , em cada parágrafo, as palavras que contêm a idéia-núcleo e os detalhes importantes;
assinalar, à margem do texto, com um ponto de interrogação, os casos de discordâncias, as passagens obscuras, os argumentos discutíveis.
ler o que foi sublinhado para verificar se há sentido;
reconstruir o texto , tomando as palavras sublinhadas como base.
EXEMPLOS: Captando as idéias centrais do texto:
"Quatro funções básicas têm sido convencionalmente atribuídas aos meios de comunicação de massa: informar, divertir, persuadir e ensinar. A primeira diz respeito à difusão de notícias, relatos, comentários etc. sobre a realidade, acompanhada, ou não de interpretações ou explicações. A segunda função atende à procura da distração, da evasão, de divertimento, por parte do público. Uma terceira função é persuadir o indivíduo- convencê-lo a adquirir certo produto, a votar certo candidato, a se comportar de acordo com os desejos do anunciante. A quarta função - ensinar - é realizada de modo direto ou indireto, intencional ou não, por meio de material que contribui para a formação do indivíduo ou para ampliar seu acervo de conhecimentos, planos, destrezas, etc." 
 (Samuel Pfromm Neto)
	ESQUEMA
	Meios de comunicação de massa.
Funções básicas: 1. Informar: difusão de notícias
Divertir: distração
Persuadir: convencer
Ensinar: ampliar conhecimentos/ formação do indivíduo.
COMO REDIGIR RESUMOS
As opiniões e os pontos de vista do autor devem ser respeitados, sem acréscimo de qualquer comentário ou julgamento pessoal de quem elabora o resumo.
Exige-se fidelidade ao texto , mas para mantê-la não é necessário transcrever frases ou trechos do original; ao contrário, deve-se empregar frases com palavras o vocabulário que se costuma usar.
Um resumo bem elaborado deve obedecer aos seguintes passos:
apresentar, de maneira sucinta , o assunto da obra/texto;
não apresentar juízos críticos ou comentários pessoais;
respeitar a ordem das idéias e fatos apresentados;
empregar linguagem clara e objetiva;
evitar transcrição de frases do original;
apontar as conclusões do autor;
ADAPTAÇÃO BASEADA NO LIVRO LÍNGUA PORTUGUESA: NOÇÕES BÁSICAS PARA CURSOS SUPERIORES DE ANDRADE & HENRIQUES, 1996. ATLAS. S.P.
ESQUEMA/RESUMO
EXERCÍCIO:	Elaborar um esquema e um resumo do texto abaixo:
"As reuniões periódicas de avaliação do progresso são instrumento fundamental de planejamento e controle da equipe. Como o próprio nome sugere, o objetivo é avaliar o andamento de uma atividade ou projeto, ou mesmo o estado geral das tarefas de uma equipe, sob o ponto de vista técnico e administrativo, e tomar as decisões necessárias a seu controle. Uma reunião destas também serve para reavaliar em que pé estão as decisões tomadas na reunião anterior, e pode começar com uma apresentação feita pelo líder, sobre a situação geral das coisas. Em seguida, cada um dos membros pode fazer um relato das atividades sob sua responsabilidade. Depois disso, repete-se o processo para o período que vai até a reunião seguinte, especificando-se então quais são os planos e medidas corretivas colocados em prática nesse período. Dada essa sua característica de estar orientada para uma finalidade muito particular, uma reunião desse tipo tende a ser, quando bem administrada, extremamente objetiva e de curta duração". (Maximiano, 1986: 60).
FICHA 2- LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO
I- LINGUAGEM, LÍNGUA E FALA: DEFINIÇÕES
	Inúmeras vezes você já deve ter ouvido alguém falar sobre a importância da comunicação. Mas o que significa exatamente comunicar? A própria palavra parece nos dar a resposta, uma vez que sua raiz é a palavra comum, portanto, comunicar é o ato de tornar uma mensagem comum ou conhecida ao seu interlocutor.
	Vários tipos de linguagem podem ser utilizados para exercermos atos de comunicação: a linguagem dos surdos-mudos, as placas de sinais de trânsito, as bandeiras mostradas nas corridas de automóveis, desenhos, filmes, etc..
A linguagem pode ser definida como um processo de comunicação de uma mensagem entre dois sujeitos falantes, pelo menos, sendo um o destinador ou emissor, e o outro, o destinatário ou receptor. Em resumo, a linguagem é todo sistema de sinais convencionais que nos permite realizar atos de comunicação.
	De acordo com o sistema de sinais que utiliza, a linguagem pode ser:
Verbal: aquela cujos sinais são as palavras. A língua que você usa para atos de comunicação é a linguagem verbal. A palavra verbal provém do latim verbalis, que, por sua vez, vem de verbum, que significa palavra.
Não-verbal: aquele que utiliza outros sinais com exceção das palavras. Os sinais empregados pelos surdos-mudos para efeito de comunicação constituem, portanto, um tipo de linguagem não-verbal, muito propriamente denominado linguagem dos surdos-mudos. Do mesmo modo, o conjunto de sinais de trânsito utilizados para orientar os motoristas e as bandeiras que orientam os pilotos em corridas de automóveis constituem um tipo de linguagem não-verbal. Além da dança, pintura, escultura e outros tipos de manifestações artísticas que se utilizam de outros signos, com exceção da palavra, para comunicar e, portanto, podem ser classificadas como linguagem não-verbal.
	A língua é a parte social da linguagem, exterior ao indivíduo, que, por si só, não pode nem criá-la, nem modificá-la. Ela não existe senão em virtude duma espécie de contrato estabelecido entre os membros da comunidade. Trata-se de um sistema de natureza gramatical, pertencente a um grupo de indivíduos, formado por um conjunto de sinais (as palavras) e por uma gama de regras para sua combinação. É, portanto, uma instituição social de caráter abstrato que somente se concretiza através da fala. Entende-se a fala como ato individual que varia de indivíduo a indivíduo de acordo com a personalidade de cada um, além de determinados fatores de ordem social, ideológica, cultural etc..
	Enquanto a fala é revelada como um ato individual, a língua possui um caráter social ( esta é patrimônio de toda uma coletividade, ao passo que aquela é resultado das realizações individuais de cada indivíduo. Por exemplo, a língua portuguesa é patrimônio de toda a comunidade de falantes da língua portuguesae só a comunidade pode agir sobre ela. Entretanto, cada membro da comunidade pode usar a língua de forma particular, criando, assim, a fala. 
A fala é a maneira individual de cada pessoa se expressar. Apesar de os falantes estarem usando uma mesma língua, como no caso do Brasil, utiliza-se a língua portuguesa, as falas dos indivíduos revelam-se completamente diferentes, já que cada um tem expectativas diferentes, culturas diversas, visões de mundo e ideologias totalmente diferentes. Os falantes, utilizam, assim, a língua, mas desenvolvem uma maneira peculiar, bem própria para expressar mensagens através de suas falas. 
	Os usos variados da língua dependem de uma série de fatores, tais como:
Fatores regionais: você já deve ter percebido que o português falado no Sul do país difere do português falado no Norte. Mesmo dentro de uma mesma região, encontram-se variações no uso da língua. No estado de São Paulo, por exemplo, há diferenças entre a língua utilizada por um cidadão que vive na capital e aquela utilizada pelo habitante da zona rural.
Fatores culturais: o grau de escolarização e a formação cultural do indivíduo são também fatores que determinam usos diferentes da língua. Uma pessoa escolarizada utiliza a língua de maneira diversa da pessoa que não teve acesso à escolarização formal
Fatores contextuais: um mesmo falante altera o registro de sua fala de acordo com a situação em que se encontra. Numa roda de amigos em que se discute futebol, o falante utiliza a língua de maneira diversa daquela que utilizaria ao solicitar emprego numa empresa. A modalidade oral da língua geralmente se caracteriza por uma maior espontaneidade do que a forma escrita.
Fatores naturais: o uso da língua pelo falante sofre influência de fatores naturais, tais como sua idade e sexo. Uma criança não utiliza a língua da mesma maneira que um adulto, daí falar-se em linguagem infantil e linguagem adulta.
II - NÍVEIS DE LINGUAGEM
	Em decorrência do caráter individual da fala, vários estudiosos distinguem diferentes níveis de linguagem, ou níveis de fala. A classificação a seguir é apenas uma das mais abrangentes, já que une a fala coloquial e a popular num primeiro nível, diferenciando-se esse registro do formal e do culto. Vejamos, pois, alguns níveis de linguagem:
Nível coloquial-popular: é a fala que a maioria das pessoas utiliza no seu dia-a-dia, sobretudo nas situações mais informais. Caracteriza-se pela espontaneidade, ou seja, quando empregamos o nível coloquial-popular, não estamos muito preocupados em saber se aquilo que falamos está de acordo ou não com as normas estabelecidas pelas convenções que sustentam o uso formal. Ex: conversas familiares, conversas com uso de gírias, bate-papos informais, recados, bilhetes, cartas informais, etc..
Nível formal-culto: é o nível normalmente utilizado pelas pessoas em situações formais, bem como pela maioria dos órgãos de imprensa. Caracteriza-se por um cuidado maior com o vocabulário e pela obediência às regras que estabelecem o uso padrão.
É claro que existem outros níveis de linguagem, além do coloquial-popular e do formal-culto. A fala que alguns profissionais, como advogados, economistas etc., utilizam no exercício de suas atividades corresponde a um nível chamado profissional ou técnico. A utilização da língua com finalidade expressiva pelos artistas da palavra (poetas e romancistas, por exemplo ) corresponde a um nível chamado artístico ou literário
FICHA 3- ESQUEMA PARA DISCUSSÃO SOBRE LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO
Leitura: 
COMUNICAÇÃO
	É importante saber o nome das coisas. Ou, pelo menos, saber comunicar o que você quer. Imagine-se entrando numa loja para comprar um... um... como é mesmo o nome?
	“Posso ajudá-lo, cavalheiro?”
	“Pode. Eu quero um daqueles, daqueles....”
	“Pois não?”
	“Um.... como é mesmo o nome?”
	“Sim?”
	“Pomba! Um... um... Que cabeça a minha. A palavra me escapou por completo. É uma coisa simples, conhecidíssima”.
	“Sim, senhor.”
	“O senhor vai dar risada quando souber.”
	“Sim, senhor”.
	“Olha, é pontuda, certo?”
	“O quê, cavalheiro?”
	“Isso que eu quero. Tem uma ponta assim, entende? Depois vem assim, assim, faz uma volta, aí vem reto de novo, e na outra ponta tem uma espécie de encaixe, entende? Na ponta tem outra volta, só que esta é mais fechada. E tem um, um... Uma espécie de, como é que se diz? De sulco. Um sulco onde encaixa a outra ponta, a pontuda, de sorte que o, a, o negócio, entende, fica fechado. É isso. Uma coisa pontuda que fecha. Entende?”
	“Infelizmente, cavalheiro...”
	“Ora, você sabe do que eu estou falando”.
	“Estou me esforçando, mas...”
	“Escuta. Acho que não podia ser mais claro. Pontudo numa ponta, certo?”
	“Se o senhor diz, cavalheiro”.
	“Como, se eu digo? Isso já é má vontade. Eu sei que é pontudo numa ponta. Posso não saber o nome da coisa, isso é um detalhe. Mas sei exatamente o que eu quero”.
	“Sim, senhor. Pontudo numa ponta”.
	“Isso. Eu sabia que você compreenderia. Tem?”
	“Bom, eu preciso saber mais sobre o, a, essa coisa. Tente descrevê-la outra vez. Quem sabe o senhor desenha para nós?”
	“Não. Eu não sei desenhar nem casinha com fumaça saindo da chaminé. Sou uma negação em desenho”.
	“Sinto muito”.
	“Não precisa sentir. Sou técnico em contabilidade, estou muito bem de vida. Não sou um débil mental. Não sei desenhar, só isso. E hoje, por acaso, me esqueci do nome desse raio. Mas fora isso, tudo bem. O desenho não me faz falta . Lido com números. Tenho algum problema com os números mais complicados, claro. O oito, por exemplo. Tenho que fazer um rascunho antes. Mas não sou um débil mental, como você está pensando”.
	“Eu não estou pensando nada, cavalheiro”.
	“Chame o gerente”.
	“Não será preciso, cavalheiro. Tenho certeza de que chegaremos a um acordo. Essa coisa que o senhor quer, é feita do quê?”
	“É de, sei lá. De metal”.
	“Muito bem. De metal. Ela se move?” 
	“Bem... É mais ou menos assim. Presta atenção nas minhas mãos. É assim, assim, dobra aqui e encaixa na ponta, assim”.
	“Tem mais de uma peça? Já vem montado?”
	“É inteiriço. Tenho quase certeza de que é inteiriço”.
	“Francamente...”
	“Mas é simples! Uma coisa simples. Olha: assim, assim, uma volta aqui, vem vindo, vem vindo, outra volta e clique, encaixa”.
	“Ah, tem clique. É elétrico”.
	“Não! Clique, que eu digo, é o barulho de encaixar”.
	“Já sei!”.
	“Ótimo!”
	“O senhor quer uma antena externa de televisão”.
	“Não! Escuta aqui. Vamos tentar de novo...”
	“Tentemos por outro lado. Para o que serve?”
	“Serve assim para prender. Entende? Uma coisa pontuda que prende. Você enfia a ponta pontuda por aqui, encaixa a ponta no sulco e prende as duas partes de uma coisa”.
	“Certo. Esse instrumento que o senhor procura funciona mais ou menos como um gigantesco alfinete de segurança e...”
	“Mas é isso! É isso! Um alfinete de segurança!”.
	“Mas do jeito que o senhor descrevia parecia uma coisa enorme, cavalheiro!”
	É que eu sou meio expansivo. Me vê aí um... um.... Como é mesmo o nome?”.
VERÍSSIMO, Luís Fernando. Comunicação. In: Amor brasileiro. Rio de Janeiro, José Olympio, 1977. p143
Debate sobre o tema:
O que é comunicar? A importância de tornar uma mensagem comum ao receptor.
 
				Processo de comunicação
 EMISSOR MENSAGEM RECEPTOR
 
 tornar comum
Fatores que contribuem para o processo de comunicação:
Intencionalidade: o emissor demonstra a intenção de comunicar algo;
Natureza da mensagem veiculada: objetividade, clareza, coerência, precisão na informatividade do texto etc..
Conhecimento prévio do receptor: importância do conhecimento partilhado emissor-receptor;
O receptor deve reconhecer o código utilizado na comunicação: fala, escrita, verbal, não-verbal,linguagem pictórica, etc..
Situcionalidade: contexto (social, cultural, geográfico etc..). A relação dialógica entre texto-contexto.
Linguagem: processo de comunicação de uma mensagem entre emissor e receptor. Identificamos a linguagem quando há realização de atos comunicativos.
Tipos de linguagem: verbal & não-verbal.
Língua: sistema de natureza gramatical formado por um conjunto de regras. A língua possui um caráter abstrato e social.
Fala: ato individual variável de pessoa a pessoa, de acordo com fatores de ordem social, cultural, ideológica, etc..
Abordagem de Saussurre: 
 Língua (Langue)- social
 patrimônio de uma coletividade
 Fala (Parole)- individual
 resultado das realizações lingüísticas individuais.
8. Tipos ou níveis de linguagem
Nível coloquial-popular: conversas familiares, bate-papos informais, recados, bilhetes, cartas informais, etc..
Nível formal-culto: artigos científicos, comunicações em congressos, discursos políticos, conferências, cartas comerciais, monografias, dissertações, teses, artigos de jornais, editoriais etc..
Nível técnico-profissional: linguagem dos médicos, advogados, cientistas, políticos, etc..
Nível artístico: romances, contos, crônicas literárias, poemas, pinturas, esculturas, etc..
Conexões finais: 
Comunicação enquanto processo altamente dependente do contexto, do código escolhido para veicular a mensagem, do nível de linguagem empregado, do conhecimento partilhado entre o emissor e o receptor, etc.
Língua, linguagem, fala: conceitos distintos apesar de inter-relacionados.
EXERCÍCIOS – Níveis de linguagem
 Identifique o nível de linguagem predominante em cada texto abaixo:
TEXTO 1
	"Meus camaradinhas:
	Não entendi bulufas dessa jogada de fazerem o papai aqui apresentar o seu Antenor Nascentes, um cara tão crânio, cheio de mumunhas, que é manjado até na Europa. Estou meio cabrero até achando que foi crocodilagem do diretor do curso, o professor Odorico Mendes, para eu entrar pelo cano.
	O seu Antenor Nascentes é um chapa legal, é bárbaro e, em Filologia, bota banca.
Escreveu um dicionário etimológico que é uma lenha. Dois volumes que vou te contar. Um deles é o Pelé da Gramática, está mais por dentro que bicho de goiaba. Manda brasa, professor Nascentes!". (Correio do Povo, 20/04/96)
TEXTO 2
	"O governo quer selecionar os integrantes do segundo escalão por meio de concurso público.
	Depois de passarem pela prova, os pretendentes aos cargos de secretário executivo de ministérios e diretor de empresas públicas farão um curso que será ministrado por órgãos da administração federal". 
 (Folha de S. Paulo, 23 ago.1995.).
TEXTO 3
	"A formatação de baixo nível, utilizando o Dedug do Dos, deve ser executada da seguinte forma:
	Faça uma cópia de segurança (backup) dos arquivos do seu disco rígido". 
	(Folha de S. Paulo, 23 ago. 1995).
TEXTO 4
		AS COVAS (Mário Quintana)
O bicho,
quando quer fugir dos outros,
faz um buraco na terra.
O homem
para fugir de si,
fez um buraco no céu.
TEXTO 5 -Sketchs
Dois homens tramando um assalto.
- Valeu, mermão? Tu traz o berro que nóis vamo rende o caixa bonitinho. Engressou, enche o cara de chumbo. Pra areja.
Podes crê. Servicinho manero. É só entra e pega.
Ta com o berro aí?
Tá na mão.
Aparece um guarda.
Ih, sujou. Disfarça , disfarça ....
O guarda passa por eles.
Discordo terminantemente. O imperativo categórico de Hegel chega a Marx diluído pela fenomenologia de Feurbach.
Pelo amor de Deus! Isso é o mesmo que dizer que Kierkegaard não passa de um Kant com algumas silabas a mais. Ou que os iluministas do século 18...
O guarda se afasta.
O berro, ta recheado?
Ta.
Então vamlá!.
Luís Fernando Veríssimo. O estado de São Paulo, 08/03/98.
TEXTO 6
E aí brô! Como é que tu vai?
Legal. Cara, ontem eu arrepiei na água. Altas ondas...
Eu não. A praia tava crowd, só tinha esponjinha.
Acho que tu ta pagando um sapo. Eu sempre disse que tu é o maior prego!.
Também, com aquela marola tava difícil pegar onda. Tinha rabeador pra caramba atrapalhando as manobras...
Comigo era um pessoal casca-grossa. Mas eu prefiro sair contigo para azarar. Surfe, você ainda precisa aprender.
Veja Kid +, ano 1, no 3 (novembro/98).
Arrepiar: surfar bem/ azarar: paquerar/ brô: brother, amigo/ casca-grossa: radical/ crowd: cheio de gente/ esponjinha: turma que pratica bodyboarding/ marola: mar com ondas pequenas/ pegar sapo: mentir / prego: que não surfa legal/ rabeador: cara que entra na onda dos outros.
FICHA 4
LINGUAGEM : CONCEITOS
Linguagem: conceitos
Linguagem: uma das formas de apreensão do real;
Linguagem: sistema de comunicação que utiliza signos organizados de modo particular;
Linguagem: fenômeno dialógico, conforme Bakhtin, já que reflete o contexto histórico-social dos indivíduos.
O conceito de linguagem envolve outros conceitos:
Sistema: conjunto organizado.
Comunicação: troca de mensagens. Tornar comum a outrem uma certa mensagem;
Signo: relação entre significante (forma) e significado (conteúdo, idéia). Segundo Peirce, o signo é “qualquer elemento que, sob certos aspectos representa outro”.
Tipos de signos: 
Ícone : os ícones são artificiais. Apresentam uma relação direta com o que representam. Ex: uma fotografia, uma estátua, caricaturas, a linguagem icônica dos computadores, etc.
Índice: os índices são signos naturais. Não há a intervenção do homem. São signos indiciais: a fumaça (“onde há fumaça, há fogo”), nuvens pretas (índice de chuva), árvore florida (índice de primavera).
Símbolo: apresenta uma relação convencional entre significante e significado. Ex: “cruz” (símbolo do cristianismo), “bandeira branca” (símbolo da paz).
Fatores da comunicação e funções da linguagem (aprofundaremos posteriormente);
 
 EMISSOR MENSAGEM RECEPTOR
 ↓ (o que está sendo comunicado) ↓
 intenção comunicativa compreensão 
 
 ↓ ↓
 progressão semântica condensação semântica
 ↓ ↓
 desenvolve o texto, visando capta a idéia central da mensagem
 tornar a mensagem comum ao leitor
 CÓDIGO (oral, escrito, verbal, não-verbal, etc..)
 CANAL (contato- qual o veículo de comunicação utilizado? Televisão, telefone, jornais, etc..?)
 CONTEXTO (circunstâncias políticas, históricas, sociais que influenciam a comunicação. O contexto pode determinar o tipo de linguagem a ser uitilizado (formal, informal, semi-formal, etc..)
Conceitos de língua:
A língua é um sistema de signos, ou seja, um conjunto organizado de elementos representativos. Envolve dimensões fônicas, morfológicas, sintáticas e semânticas:
Dimensões 	1. Fônicas (sons) ______________________ 
Morfológicas (palavras)_______________ 
Sintáticas (relações entre palavras, ______frases, orações, períodos)
4. Semânticas (sentido, significado global)____ 
				
“A língua, além de ser um conjunto organizado de valores, é, simultaneamente, uma instituição social”;
Língua: sistema de signos que permite configurar e traduzir a multiplicidade de vivências caracterizadores do ser humano num certo contexto histórico-social;
Enquanto criação social, a língua vive em permanente mutação, acompanha as mudanças da sociedade que a elege como instrumento primeiro de comunicação”.
“Se a língua envolve uma dimensão social e se caracteriza por ser sistemática, a utilização individual que dela fazemos, ou seja, a fala ou discurso, é um conglomerado de fatos assistemáticos”
 Cada falante se apodera da língua de forma diferente, cada um tem sua maneira própria de expressão (fala). Langue (Língua) = social
 Parole (Fala) = individual.
FICHA 5 - O SIGNO LINGÜÍSTICO
Chama-se signo a combinação entre o conceito e a palavra, ou seja, o signo lingüístico une um elemento concreto, material - um som ou letras impressas - a um conceito ou uma imagem mental.
SIGNIFICANTE: parte material do signo, som ou as letras em que a palavra está expressa.
SIGNIFICADO: conceito ou idéia, é a imagem mental criada pelo significante.
 
 Signo = significante = som ou letras = material, concreto
 significado conceito, idéia imagem mental
LEITURA
ANEDOTA EXEMPLAR
	Um garoto recém-alfabetizado costumava passar, em companhia da irmã, já ginasiana, em frente a um edifício onde se lia. “Escola de Arte”. Intrigado, perguntou à irmã: “Escola de arte.... que é isso?” E a irmã: “Escola de arte... onde se ensina arte”. E ele: “Puxa!.... Deve ser uma bagunça!”.
(PIGNATARI, Décio. Informação. Linguagem. 
 Comunicação. São Paulo, Perspectiva, 1973).
DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO
	Na linguagem humana, uma mesma palavra pode ter vários significados, dependendo do uso que os falantes ou os escritores fazem das palavras em diferentes contextos. 
	Ex. 1- Ele está com a cara manchada.
Eu sou um cara fraco.
No primeiro exemplo, a palavra cara significa rosto, a parte anterior da cabeça, conforme consta nos dicionários. Já no segundo exemplo, a mesma palavra cara tem outro significado, como “sujeito”, pessoa”, “indivíduo”. Nesse segundo exemplo a palavra cara não está mais no sentido que lemos nos dicionários, mas sim no sentido que usamos em nosso cotidiano, como uma gíria.
Observemos outro exemplo: João quebrou a cara.
	Em um sentido literal, seguindo o sentido da palavra cara no dicionário, entendemos que João, por um acidente qualquer, fraturou o rosto. Porém, podemos entender a mesma frase num sentido figurado, como “João se saiu mal”, isto é, tentou realizar alguma coisa e não conseguiu.
1- DENOTAÇÃO: sentido que encontramos no dicionário, sentido original da palavra.
Ex: Ele está com a cara manchada. (cara = rosto)
 Juliana estava com a cara cheia de espinhas.
CONOTAÇÃO: no sentido conotativo a palavra ganha outros significados diferentes daqueles que encontramos nos dicionários. As diferentes interpretações para o sentido conotativo das palavras dependem do contexto em que as palavras estão sendo utilizadas.
 Ex: Eu sou um cara fraco. 
 Ei, cara, tudo bem? (cara= sujeito = rapaz)
FICHA 6- FALA E ESCRITA: MODALIDADES DA LÍNGUA
AS MODALIDADES DA LÍNGUA: FALA E ESCRITA
	Várias são as formas pelas quais podemos nos comunicar em diferentes situações. No processo comunicativo, devemos conhecer as possibilidades que o código da língua nos oferece, seja esse código oral ou escrito. 
Vamos agora discutir um pouco as características dessas duas modalidades da língua, percebendo que a fala e a escrita se encontram não em pólos opostos, mas sim numa relação de confluências, ou melhor, num contínuo tipológico que depende do contexto no qual os falantes/escritores se expressam. 
A intencionalidade do emissor do discurso, bem como a aceitabilidade do receptor são fatores importantes nesse processo comunicativo que depende de outro fator chamado de situcionalidade, ou seja, as circunstâncias ( condições de produção e de recepção ( que determinam o momento de interação comunicativa, tanto oral, quanto escrita.
1.1- A FALA: CARACTERÍSTICAS E USOS
	A fala, ou a língua falada como alguns estudiosos costumam usar, possui característica bem peculiares entre as quais podemos citar: 
 Espontaneidade: numa conversa telefônica, num bate-papo informal, em conversas familiares, enfim, em situações informais de fala, usamos nosso discurso de forma bem espontânea, sem uma preocupação maior com a complexidade vocabular, ou com o uso de construções sintáticas muito difíceis. Nesses contextos de fala, nossa intenção é manter um processo comunicativo com o receptor, estabelecendo um grau de intimidade e descontração. 
Contudo, em outras situações de fala como por exemplo, conferências, discursos políticos, sermões, etc. as características da fala já mudam, pois esses contextos são mais formais e exigem uma elaboração maior na oralidade. Nesse caso, as fronteiras entre fala-escrita mostram-se mais tênues, mantendo uma relação contínua, uma vez que algumas características da fala aproximam-se de certas peculiaridades da escrita. Em geral, nesse contexto formal, o emissor prepara um resumo do que irá apresentar oralmente e depois segue esse roteiro escrito para orientar sua fala. Esse recurso aproxima a fala da escrita, tornando a oralidade, nesse contexto formal, um pouco mais complexa do que as situações anteriormente comentadas.
 Tempo muito curto entre o planejamento textual e a produção lingüística: durante a fala, não temos um tempo suficientemente longo para planejarmos nossa linguagem, pois enquanto falamos algo, já estamos planejando qual será a próxima frase a ser pronunciada e assim por diante. Logo, o planejamento textual é realizado quase que simultaneamente ao processo de construção do texto falado. Esse tempo curto para organizarmos e planejarmos nossas idéias, durante a fala, permite-nos, muitas vezes, cometer certos “deslizes” com relação à gramática culta, padrão. Esses deslizes ocorrem pela própria velocidade com que o discurso falado vai se desenvolvendo. Quantas vezes, conversando com amigos, em contextos informais de fala, presenciamos situações do tipo: 
“ ( Quando é que tu vai pra casa de Ana?”
Amanhã mermo eu vou.
( Oxe, se tu visse como Ana tava bonita na festa. Acho que ela tá de
namorado novo, né?
( Sei lá.”
Como notamos no diálogo acima, o uso de expressões como pra, tu vai, mermo, tava, tá, oxe etc. ocorre com bastante freqüência no nosso dia-a-dia, quando informalmente estamos conversando com nossos amigos ou familiares. 
A fala permite essa liberdade maior de expressão em relação à norma padrão. Você pode cometer certos deslizes de concordância, de regência e muitas vezes nem percebe que cometeu esses “erros”. Na fala, você tem uma liberdade maior, nessas situações informais, para cometer certas infrações gramaticais.
O que percebemos é uma organização gramatical própria da fala que em alguns momentos difere da gramática de um texto escrito. Isso ocorre porque as duas modalidades da língua (fala e escrita) não marcam, do mesmo modo, certos traços gramaticais. A gramática do português falado apresenta características específicas identificáveis através de estudos estatísticos. Com efeito, o exame de gravações de língua oral permite constatar que a freqüência do emprego de certas formas ou construções gramaticais é bem maior na língua falada do que na escrita. Por exemplo:
a língua falada recorre mais às onomatopéias, às exclamações;
na língua falada é abundante a repetição de palavras;
3. na língua falada é grande a ocorrência de anacolutos ou rupturas de construção: afrase desvia-se de sua trajetória, o complemento esperado não aparece, a frase parte em outra direção;
4. na língua falada são muitas as frases inacabadas;
5. a língua falada emprega formas contraídas ou omite termos no interior das frases;
6. a fala suprime certas construções (relativas com cujo, por exemplo)
 Presença de recursos expressivos que auxiliam a construção textual: hesitações, anacolutos, marcadores, correções, repetições, pausas, entonação, reformulações, gestos etc..
	Muitas vezes, quando estamos falando, hesitamos em busca da palavra certa ou da frase que melhor se encaixa naquele contexto etc.. A hesitação é um fenômeno muito recorrente em situações de fala informais, quando estamos planejando nossa produção lingüística. As hesitações podem ocorrer através de pausas silenciosas ou de certas repetições de expressões, ou ainda a partir do alongamento de vogais .
	A linguagem não-verbal, ou melhor, a expressividade gestual também é um recurso muito usado na construção do texto falado. Não podemos isolar nossa produção lingüística de nossa expressão facial, de nossa gesticulação com as mãos, braços, os olhares, nossos tique-nervosos, etc... A entonação de voz também tem uma significação muito importante. Quando queremos impor nosso discurso, persuadindo o ouvinte, falamos num tom mais alto, por outro lado, quando estamos tristes, geralmente falamos num tom mais baixo e assim por diante.
	O uso de marcadores como né, não é, tá, certo, viu etc.. também exerce um papel relevante na construção do texto oral, na medida em que o emissor mantém o canal de comunicação a partir dessas expressões de caráter fático.
1.2 - CARACTERÍSTICAS E USOS DA ESCRITA
	
O uso do vocabulário na fala e na escrita: diferenças na escola lexical e a importância do contexto.
A escola lexical ou a seleção vocabular é um elemento que se apresenta diferente na fala e na escrita. No decorrer de uma comunicação oral, os interlocutores estão em presença, num lugar e num tempo conhecidos por eles (considera-se aqui o caso mais comum da conversação e deixa-se à parte por ora o caso da comunicação oral à distância e indireta); trocam observações a respeito de um determinado assunto. Essa situação reflete-se na forma e no conteúdo da mensagem; à medida que os elementos constitutivos da situação (identidade dos personagens, lugar, data, hora, assunto) são conhecidos, o vocabulário empregado refere-se a eles apenas por alusões (você designa o receptor; eu, o emissor; aqui, o lugar; agora, o tempo; isto, o assunto da comunicação).
	A comunicação escrita é menos econômica e força o emissor a fazer referências mais precisas sobre a situação. Por exemplo, num romance o leitor está fora da situação e o autor se vê forçado a dar-lhe com precisão seus elementos (lugar, nome das personagens, datas, etc..); trata-se, então apenas da situação das personagens e raramente se fará alusão à situação do romancista no ato de escrever, ou do leitor no ato de ler, uma vez que estas duas operações estão distanciadas no tempo e no espaço. A língua escrita é, então, geralmente mais precisa, menos alusiva, que a língua falada.
Complexidade/menor espontaneidade
No texto escrito, mesmo nas situações de escrita informal (bilhetes, recados, cartas aos familiares, avisos, etc..), o emissor deve ficar atento às regras gramaticais, à utilização de certas expressões, como gírias, por exemplo, à pontuação correta etc.. Em resumo, o texto escrito está preso às convenções da gramática padrão e deve sofrer um processo maior de elaboração já que o tempo de planejamento do texto escrito é maior. 
Quando estamos escrevendo um bilhete ou uma carta, temos tempo suficiente para escolher as palavras corretas, tirar dúvidas nos dicionários sobre a ortografia correta, pesquisar em gramáticas o uso correto da língua. Esse processo de elaboração confere uma complexidade maior ao texto escrito e, em conseqüência, uma menor espontaneidade, pois o emissor deve pautar-se na norma padrão para escrever de forma clara e correta e comunicar da melhor forma possível sua mensagem para o receptor.
Ausência de hesitações, repetições, correções e reformulações.
	No texto escrito, as marcas de hesitação que o emissor sofre no processo de produção textual são apagadas, já que o tempo de planejamento é maior e o escritor tem tempo suficiente para corrigir seu texto, para apresentá-lo “limpo” ao leitor, sem as marcas hesitativas. Contudo, se o texto escrito for organizado com a intenção de representar a oralidade, as marcas hesitativas podem surgir. Neste caso, observaremos traços da fala na escrita, pois a intenção comunicativa do emissor é construir o falado no escrito.
	As repetições e as reformulações também são menos freqüentes no texto escrito. Num texto de caráter dissertativo, por exemplo, quanto menos o emissor usar palavras ou expressões repetidas, estilisticamente, sua mensagem ficará mais rica e mais atraente ao leitor. As repetições na escrita só devem ocorrer quando se pretende enfatizar ou ressaltar determinada idéia. Nesse sentido, torna-se um bom recurso estilístico na construção de argumentos, a fim de convencer o receptor.
					(Adaptação do texto Usos da linguagem de Francis Vanoye, ed. Martins Fontes).
EXERCÍCIOS
1- O texto abaixo é um fragmento de uma aula sobre História. Quais são as marcas que podemos detectar nesse texto, no sentido de classificá-lo como um texto oral, uma transcrição de fala?
“ [...] então nos vamos começar pela Pré-História... hoje exatamente pelo período... do paleolítico... a arte... no período paleolítico... o paleolítico é o período.... da pedra lascada... como vocês todos sabem... não e?... e tem uma duração de aproximadamente de seiscentos mil anos... seria exatamente... pegando a fase de evolução do homem... quando o homem sapiens... que já deixou de ser macaco... passou a usar a inteligência... a conseguir fazer coisas... e::: como a gente vê e um período eNORme a o que a gente conhece da história humana... seiscentos mil anos e MUIto tempo... as:: manifestações artísticas começaram a aparecer no paleolítico superior...”
Modifique a linguagem da transcrição de fala abaixo, passando da modalidade oral para a escrita. Preste atenção nas repetições e certas expressões bem próprias da fala. Quando você for construir seu texto escrito, mantenha o assunto, mas apague as repetições, hesitações e os marcadores; coloque a pontuação adequada que o texto escrito exige. Faça as transformações necessárias para mudar o registro oral para o escrito.
HISTÓRIA DE UM ACIDENTE DE CARRO
É nos távamo voltando né... eu e meu pai...távamo voltando dum teste de teatro que eu fui fazê... daí tava o carro do meu pai e um carro na frente e daí de repente...não sei que deu na loca do coiso lá... o fusquinha... ele virô assim...sem dá seta nem nada e nem era lugar de virá e o meu pai tava logo atrás dele, tava indo ultrapassá...tava indo ultr/... meu pai tava indo ultrapassá o fusquinha... é... né... daí o coitado virô... daí o meu pai... ele tentou desviá assim... e fez um barulhinho esquisito: aiiirrrchrrri... ele tentou desviá assim e daí ele foi desviá mais o cara do fusca em veiz de brecá... ele continuô... daí bateu na traseira do meu pai... eu não era muito alto assim... então olhei pro céu e vi tudo rodando assim... acho que o meu pai deu três volta assim.... rodando... foi... eu falei: vixê maria... o que tá acontecendo... e daí até eu não tava com tanto medo né... foi uma legal vê as coisinha rodando..,. daì num tava com tanto medo... daí meu pai... ele mudou de marcha e Brrrrruuummm... foi atras do coitadinho do fusca... e daí eu... ai meu deus.. meu zóio ficô desse tamanho... deu aquela dorzinha na barriga... eu/ ai meu Deus quê que meu pai vai fazê... não pai... dexa pai... não corre atras dele não pai... dexe.... ele e meio ceguinho mermo. E daí.. sorte que o paralama do fusca caiu e tava ralando na roda... ele teve que inconstá...daí o meu pai incontô lá... junto dele.. eu iche... aí o problema né... e se o cara tivé alguma coisa né... um pedaço de pau.... um revólver... fiquei quietinho no meu canto né... daí o meu pai chegô lá... falô... brigô com ele... e você vai tê que pagá... não sei... não sei o que lá.. daí falô o carinha... não tá bom... não tudo bem.. o erro foi meu.. tal e tal... daí no dia seguinte nos voltamo com o carro todo amassado assim.. daí no dia seguinte meu pai foi no trabalho do cara e o cara deu o dinheiro e pagô o conserto do carro...
FICHA 7
ROTEIRO PARA A DISCUSSÃO SOBRE AS MODALIDADES DE USO DA LÍNGUA: A FALA E A ESCRITA
A relação fala-escrita deve ser entendida sob uma ótica de contínuos tipológicos. Não devemos estudar essas duas modalidades da língua sob um prisma dicotômico.
Há textos falados que se aproximam, na sua organização da modalidade escrita. Ex: Conferências políticas, apresentações orais em congressos. Nesses exemplos, o grau de elaboração do discurso é acentuado, já que os falantes, muitas vezes, se comunicam oralmente com base num rascunho escrito.
Há textos escritos que se revelam como representações do discurso oral. Ex: Certos textos literários (contos, poemas, romances etc..), situações de entrevista, depoimentos etc..
	
FALA: CARACTERÍSTICAS
maior espontaneidade
as características formais do texto falado ou do texto escrito estão relacionadas com a questão do planejamento: o texto fala, em geral, é criado no próprio momento da conversação, isto é, não possui rascunho, ao contrário do texto escrito que pode ser planejado, revisto, rascunhado.
o texto conversacional se apresenta pouco elaborado face à elaboração do texto escrito. Quando falamos, vamos construindo nosso texto. De acordo com a reação do nosso interlocutor, repetimos a informação, mudamos o tom, reformulamos nossa explicação. 
o texto falado depende muito da situação comunicativa e da interação verbal entre falante-ouvinte. 
recursos expressivos são muito importantes na conversação: hesitações, anacolutos, marcadores, conversacionais, pausas, entonação, reformulações.
importância do contexto conversacional: situação “face to face”, situação formal, informal, diálogo, entrevista, conversa telefônica, aula, conferência, seminário, fofoca, etc..
menor tempo para o planejamento textual;
processo quase simultâneo entre planejamento e produção lingüística
o papel da hesitação no planejamento textual;
relação afetiva entre falante-ouvinte: determinante para o grau de formalidade ou de informalidade do texto;
recorrência muito forte de repetições de palavras;
frases inacabadas (anacolutos);
maior número de frases coordenadas;
justaposição de frases;
em termos sintáticos, o texto conversacional é bastante fragmentado: as frases são cortadas, percebendo-se a ruptura da construção à medida que a frase se desvia de sua trajetória, tomando outra direção sintática;
dependência extrema do contexto espaço-temporal.
ESCRITA: CARACTERÍSTICAS
é menos econômica que a fala, geralmente apresenta um caráter mais preciso e menos alusivo que a fala;
menor espontaneidade, dependendo do tipo de texto escrito. Observamos uma menor espontaneidade em textos formais (dissertações, monografias, teses, relatórios etc...);
o texto escrito está mais preso às convenções e normas gramaticais, já que o tempo de planejamento na escrita é maior que na fala. Isso permite que o produtor do texto escrito pesquise em dicionários, ou em gramáticas, a grafia correta das palavras ou quaisquer dúvidas em relação à gramática.
ausência de repetições. No texto escrito, devemos evitar expressões repetitivas ou palavras idênticas, porque a redundância empobrece estilisticamente o texto escrito. É aconselhável utilizar sinônimos para as palavras que se repetem, no sentido de não tornar o texto enfadonho para o leitor.
a interação entre escritor-leitor não se estabelece, em geral, no mesmo contexto espaço-temporal. Isso determina o grau de informatividade e precisão do texto escrito que por si só deve comunicar ao leitor, na medida em que a mensagem ganha autonomia. Ao lermos um romance escrito por um autor, por exemplo, não é necessário realizarmos uma entrevista com o escritor para que tenhamos uma idéia daquilo que se pretendeu comunicar. O texto é autônomo e cabe ao leitor interpretá-lo, de acordo com o conhecimento partilhado, as experiências de leitura e o conhecimento de mundo que possui;
a escrita geralmente apresenta um grau de maior complexidade, já que o produtor do texto escrito possui um tempo maior de elaboração e pode reorganizar suas idéias, tentando buscar a forma mais adequada de comunicar sua mensagem. 
FICHA 8
ANÁLISE DE TEXTOS: trabalhando a relação fala-escrita
A função dos marcadores conversacionais:
	Na produção do texto oral, os falantes utilizam diversas estratégias para manter o ato comunicativo e a interação com os ouvintes (interlocutores). Dentre os recursos mais recorrentes na fala, podemos citar: os processos de reformulações, repetições, hesitações, paráfrases, uso de marcadores conversacionais, como né? tá? sabe?, entre outros. Trataremos agora desse último recurso (marcadores conersacionais) muito utilizado na fala, em contextos comunicativos diversos e com papéis diferentes.
	Os marcadores conversacionais são elementos que, mesmo não pertencendo ao conteúdo cognitivo do texto, “ajudam a construir e dar coesão e coerência ao texto falado, funcionam como articuladores não só das unidades cognitivo-informacionais do texto como também dos seus interlocutores, revelando e marcando, de uma forma ou de outra, as condições de produção do texto, naquilo que ela, a produção, representa de interacional e pragmático. Em outras palavras, são elementos que amarram o texto não só enquanto estrutura verbal cognitiva, mas também enquanto estrutura de interação interpessoal” (Urbano, 1993).
	Por não se enquadrarem nos critérios de classificação das dez classes de palavras descritas na NGB, alguns desses elementos receberam a classificação de “palavras denotativas”, partículas de realce”. Por exemplo, o filólogo Said Ali, em 1930, designava-as por “expressões de situação”, revelando intuições que só mais recentemente foram formalizadas por estudiosos da lingüística textual. Afirmava Said Ali:
são palavras, expressões ou frases, típicas do texto oral, em particular da conversação espontânea;
parecem descartáveis, mas não o são, do ponto de vista discursivo;
independem do conteúdo ou tópico da interação;
funcionam como expressão das intenções conversacionais do falante;
são determinadas pela situação face a face dos interlocutores.
2. Conhecendo melhor as marcas de transcrição:
... / as reticências indicam pausas silenciosas em transcrições de fala. No texto 
escrito, as pausas são representadas pela pontuação.
Ah, eh, ahn, alongamento de vogais [a:::, e:::] : marcadores hesitativos que indicam o planejamento textual. Para encontrar uma melhor maneira de expressar suas idéias, o falante hesita com o objetivo de articular melhor frases, palavras etc..
sabe? né? certo? entende? sacou? tá certo? / marcadores de teste de participação ou busca de apoio: o falante busca manter o canal de comunicação com o ouvinte, pedindo apoio na compreensão do texto conversacional. 
eu acho que, tenho impressão que, sei lá, não sei, assim: marcadores de modalização (atenuação da atitude do falante).
 quer dizer, isto é, ou seja: marcadores de retificação, indicam reformulação no processamento textual.
ahn ahn, uhn uhn, sei , certo, lógico, ah sim: marcadores de apoio/monitoramento do ouvinte.
aí, e, alongamento de vogais, certas entonações: marcadores que interferem na coesão do texto falado.
3. ANÁLISE DE TEXTOS ORAIS: o desenvolvimento do texto conversacional.
TEXTO 1- trecho de conversa informal (entrevista)
“sim... mas é.... mas é ( ) criou mas então criou o problemado tabu... o sexo... o sexo na Suécia todo mundo fala normalmente .... não tem problema... discute-se em casa .... das ... das filhas.... da atividade sexual... coisa e tal .... de meninas de doze ... quinze anos não tem problema ... mas falou .... eu tenho um amigo meu francês que foi .... e ele queria comprar uma garrafa de vinho pra levar pra uma... um... um jantar que ia::....” [Corpus do Projeto NURC/RJ - UFRJ - Homem, 44 anos - Tema: Dinheiro, banco, finaças].
TEXTO 2 - trecho de conversa informal (entrevista)
“ pois é .... eh... esse apartamento é um problema todo de... de... de compra de apartamento que é um... um... uma novela mas novela triste... né... uma novela trágica e considero que as firmas que estão... que vendem apartamento na planta são arapucas... não são firmas... eh::.... podem ser idôneas entre aspas mas deixam muito a desejar porque a gente vai... dizem oh... se o senhor vai pagar isso... isso aqui é a entrada... depois cada prestação é tanto... depois de um prazo o senhor paga tanto e pra entrar vai dar mais tanto.. então o que acontece... que nisso tudo... está bom a ...a ...as parcelas e tudo... no momento que ficou pronto eu tive que pagar vinte três mil parcelas e tudo... no momento que ficou pronto eu tive que pagar vinte e três mil cruzeiros... no fim somou mais um percentual de taxa de condomínio.. mais não sei quê do gramado... mais não sei quê do mobiliário da entrada... mais não sei quê da iluminação do gramado... mais não sei quê do mobiliário da entrada... mais não sei quê da iluminação e no fim eu paguei mesmo pra conseguir entrar no apartamento quase cem mil cruzeiros ... [ Corpus do Projeto NURC/RJ- UFRJ - Homem, 44 anos - Tema: Dinheiro, banco, financas].
TEXTO 3- Trecho de entrevista semi-formal.
Entrevistador - “Se você fosse patrão, de que forma pagaria seus funcionários? Se você fosse funcionário, como gostaria de receber?”
Entrevistado - Bom, se eu fosse patr/... bom, eu como... eu sou patroa apenas de empregadas domésticas e eu emprego da seguinte forma... cada vez que meu marido ou eu somos aumentados... as empregadas automaticamente têm um aumento também... eu acredito que de modo geral... vamos passar isso assim para um terreno de empresa.... eu acho que... na realidade... as coisas estão muito mal divididas... eu acredito que se os patrões um pouco menos e os empregados tivessem um pouco mais... haveria muito mais justiça... haveria muito mais tranqüilidade... haveria mais assim... talvez até da parte do empregador mesmo uma... mais talvez um repouso da sua própria consciência... acho que na realidade é chocante vermos assim que um sujeito... um único sujeito pode ter dois iates... cinco automóveis... e aquele empregado de salário mínimo não tem dinheiro nem sequer talvez para alimentar seus filhos... eu acho isso muito chocante.. eu acho que se eu fosse funcionário... o que realmente eu sou... eu sou professora... eu ganho/ eu acho que cada um deve ganhar de acordo com aquilo que ele produz... eu acho que isso seria um critério justo... eu por exemplo... não aceitaria ser paga aquém daquilo que eu acho que valho quando eu dou aulas... nesse último colégio que eu dou aulas eu já entrei pra categoria A... eu acho que fiz muito bem em pleitear a categoria A ... eu acho que isso vai muito de acordo com aquilo que nós damos.. porque eu acredito que... também esteja muito ligado à consciência pessoal... por exemplo... se eu faltasse muito... desse aulas pouco preparadas... realmente não desse a mínima atenção.. eu não teria coragem de pleitear coisa alguma... acho que isso é uma questão muito de foro íntimo”. [ Projeto NURC/RJ- UFRJ - Mulher entre 25 e 35 anos - tema: dinheiro, banco, finanças]
FICHA 9
EXERCÍCIOS (Relação fala-escrita)
Identificar nos textos abaixo marcas características da linguagem oral, observando os níveis de linguagem (formal-culto ou coloquial-popular) empregados na representação escrita.
TEXTO 1
“Aí, eu aprendi. Eu sei fazer igual onça. Poder de onça é que não tem pressa: aquilo deita no chão, aproveita o fundo bom de qualquer buraco, aproveita o capim, percura o escondido de detrás de toda árvore, escorrega no chão, mundéu, mundéu, vai entrando e saindo, maciinho, pô-pu, pô-pu, até pertinho da caça que quer pegar. Chega, olha, olha, não tem licença de cansar de olhar, éh, tá medindo o pulo. Hã, hã... Dá um bote, as vez dá dois. Se errar, passa fome, o pior é que ela quase morre de vergonha... Aí, vai pular: olha demais de forte, olha pra fazer medo, tem pena de ninguém... Estremece de diante pra trás, arruma as pernas, toma o açoite, e pula pulão! - é bonito... (ROSA, Guimarães. Meu tio o Iauaretê. In: Estas estórias. Rio de Janeiro, José Olympio, 1969, p.133.)
TEXTO 2- TRADIÇÃO
Terraço da casa-grande de manhãzinha,
fartura espetaculosa dos coronéis:
- Ó Zé-estribeiro! Zé-estribeiro!
- Inhôôr!
- Quantos litros de leite deu a vaca Cumbuca?
- 25, seu Curuné!
- E a vaca malhada?
- 27, Seu Curuné!
- E a vaca pedrês?
- 35, seu Curuné!
- Sóo? Diabo! Os menino hoje não têm o qui mamar!
FERREIRA, Ascenso. Poemas de Ascenso Ferreira. Recife : Nordestal, 1995.
TEXTO 3: ZILZINHO
 Lia Zatz
Zero a zero que zebra o time já não tem gás o tempo é fugaz o juiz
vai finalizar que azar Zinho não desistiu faz o sinal da cruz buscando 
luz e zarpa com rapidez bola no pé e que clareza desliza esvazia a 
defesa e que beleza um chute cruzado mas sem diretriz que infeliz
por um triz é sem juízo esse Zinho só tem verniz vai passar pó-de-arroz
vai ser atriz a galera tá que tá zangada exaltada enfezada e com
razão quer dar vazão arma o banzé exige desempenho e desempate 
um golzinho só unzinho faz a fineza seu juiz de desonrar sua origem
inglesa atrase o relógio mostre grandeza e lá vai o Zinho de novo 
sozinho solta essa bola rapaz não seja voraz mas que esperteza
que braveza é esse rapaz é um faz-tudo
			em zigue-zague
					 d
				 e
 s
 a
 t
 i
 n
 a
 d
 o
 deixa a zaga zonza
pra trás tá na cozinha e zás-trás gol BRAZIL ZIL ZIL ZINHO!!!!!
FICHA 10
ANÁLISE DA CONVERSAÇÃO
A conversação é a primeira das formas de linguagem a que estamos expostos;
Conversação: gênero básico da interação humana;
A linguagem é de natureza dialógica: processo interacional.
Dois níveis de diálogo, segundo o enfoque de Bakhtin: 
 a) diálogo = interação entre os usuários da língua;
diálogo = relação da linguagem que usamos com o contexto histórico-social.
Turno de fala: seqüência da produção lingüística de cada participante da comunicação.
Características básicas da conversação:
interação entre pelo menos dois falantes;
ocorrência de pelo menos uma troca de falantes;
presença de uma seqüência de ações coordenadas;
execução numa identidade temporal;
envolvimento numa “interação centrada”.
Definição da conversação: “A conversação é um evento de fala especial: corresponde a uma interação verbal centrada que se desenvolve durante o tempo em que dois ou mais interlocutores voltam sua atenção para uma tarefa comum, que é a de trocar idéias sobre determinado assunto. Na situação de diálogo, os interlocutores alternam seus papéis de falante e ouvinte, e dessa atividade a quatro mãos resulta o texto conversacional, elaborado em uma determinada situação de comunicação. Todo evento de fala acontece, portanto, emum contexto situacional específico, aqui entendido como ambiente extralingüístico: a situação imediata, o momento e as circunstâncias em que tal evento acontece, envolvendo, inclusive, os próprios participantes com suas características individuais e possíveis laços que os unam”. (Rodrigues, 1993, p.18).
A conversação depende basicamente de:
Situação comunicativa: o contexto de produção (formal, informal etc..) interfere diretamente no tipo de conversação desenvolvida;
Conhecimento partilhado entre os interlocutores: dados culturais, sociais, históricos, entre outros, quando partilhados pelos participantes da conversação, facilitam o desenvolvimento do texto conversacional.
Diálogos assimétricos: um dos participantes da conversação detém um número maior de turnos de fala. Ex: Entrevistas, inquéritos, interação em sala de aula, etc..
Diálogos simétricos: todos os interlocutores participam da conversação com o mesmo direito de organizar seus turnos de fala de forma equilibrada. Ex: conversações diárias (diálogos informais com amigos, conversas entre familiares, etc..)
FICHA 11 - TEXTO E CONTEXT0
Dependência do texto (enunciado) à situação comunicativa (enunciação):
Situação comunicativa: condições para que o texto preencha plenamente suas funções.
Relação dialógica entre texto contexto:
 
 TEXTO ← CONTEXTO 
 → 
Obs: A partir do texto, podemos conhecer as condições de produção (situação comunicativa) que deram origem à produção textual. Podemos, assim, partir do texto em direção à compreensão do contexto, ou vice-versa, partir do contexto no sentido de compreender melhor o texto. Essa relação é dinâmica e dialógica, nos termos de Bakhtin.
Referentes textuais (contexto lingüístico/co-texto): aqueles que remetem à própria organização interna do texto.
Referentes situacionais (contexto situacional): dados extralingüísticos ligados à natureza da situação comunicativa. Nesse caso, elementos de ordem ideológica, cultural, política, etc.. interferem na organização do texto. Por meio de elementos discursivos, sociológicos, culturais, entre outros, o texto chega a ser possivelmente definido como recriação verbal de dados situacionais, bem como de pressupostos que condicionam sua significação.
Não se pode considerar isoladamente traços lingüísticos, mas é preciso que se perceba o caráter polissêmico das palavras quando inseridas numa dada situação comunicativa.
As relações contextuais firmam-se como de suma importância na constituição do texto. Expressões desvinculadas do contexto lingüístico ou do contexto situacional, tornam-se vagas ou imprecisas.
O EVENTO
 
 Millôr Fernandes
“O pai lia o jornal ( notícias do mundo. O telefone tocou tirrim-tirrim. A mocinha, filha dele, dezoito, vinte, vinte e dois anos, sei lá, veio lá de dentro, atendeu: “Alô. Dois quatro sete um dois cinco quatro. Mauro!!! Puxa, onde é que você andou? Há quanto tempo! Que coisa! Pensei que tinha morrido! Sumiu! Diz! Não!?! É mesmo? Que maravilha! Meus parabéns!!! Homem ou mulher? Ah! Que bom!.. Vem logo. Não vou sair não’. Desligou o telefone. O pai perguntou: ‘Mauro teve um filho?’ A mocinha respondeu: ‘Não. Casou’ ”.
MORAL: JÁ NÃO SE ENTENDEM OS DIÁLOGOS COMO ANTIGAMENTE.
FICHA 12 - O TEXTO E SUAS MODALIDADES
Definição de texto:
	Tradicionalmente, entende-se por texto um conjunto de enunciados inter-relacionados formando um todo significativo adequado às circunstâncias e condições de uso da língua, isto é, à situação comunicativa. No entanto, o conceito de texto não está atrelado à proporção do enunciado. Uma frase, um fragmento de um diálogo e até mesmo uma palavra-frase (frase de situação), como a que se apresenta em expressões como “Fogo!”, “Socorro!”, podem ser interpretados como textos, quando inseridos em contextos específicos.
O conceito de texto, sob o ponto de vista das modernas teorias lingüísticas, pode ser entendido de maneira mais abrangente. Ao ampliar esta noção, duas esferas devem ser consideradas: a primeira mantém-se numa perspectiva ainda estritamente lingüística; a segunda se estende para outras linguagens além da verbal.
Perspectiva lingüística (definição mais restrita): texto é toda mensagem elaborada por um emissor a um receptor num determinado contexto. Essa mensagem é construída a partir do código oral ou do escrito selecionado pelo emissor. Nesse sentido, o texto é verbalmente organizado. 
Perspectiva semiótica (definição mais ampla): texto é toda mensagem comunicada ao receptor a partir de quaisquer códigos (oral, escrito, pictórico, cinematográfico etc..). Nesse sentido, podemos ler um quadro, um filme, uma escultura etc.. Essa definição engloba tanto os textos verbais, quanto os não-verbais.
Tipologia do texto: essa tipologia pode estar fundamentada na matriz geral de três gêneros: descrição, narração e dissertação.
Não há textos puros, o que se observa é a predominância de um desses gêneros quando da análise de um certo texto.
	“Embora haja sempre uma estrutura dominante, ou seja, aquela que representa o esquema fundamental do texto, este não se caracterizará necessariamente como um único tipo ou forma. Uma parte ou outra será caracterizável como descritiva, seguida de outra argumentativa e de outra ainda narrativa, por exemplo”. (Guimarães, 1990, p.16).
Emissor do texto: desenvolve o tema de forma progressiva: estratégia de expansão semântica;
Receptor: reduz as informações que lhe são transmitidas, limitando-se ao fundamental, até chegar ao “núcleo informativo”: estratégia de condensação semântica.
As tipologias sobre os textos são várias. Dependem dos critérios de classificação. 
Texto ficcional/ textos não-ficcionais ( textos objetivos/textos subjetivos ( textos verbais/ textos não-verbais ( textos literários/ textos não-literários, etc...
FICHA 13
TIPOLOGIA TEXTUAL: DESCRIÇÃO, NARRAÇÃO E DISSERTAÇÃO
DESCRIÇÃO: procura apresentar, com palavras, a imagem de seres animados ou inanimados captados através dos cinco sentidos. A descrição é o tipo de texto em que são expostas características de uma pessoa, de um objeto ou de uma situação qualquer, inscritos num certo momento estático do texto. Exige uma relação de simultaneidade.
 "Eis São Paulo às sete da noite. O trânsito caminha lento e nervoso. Nas ruas, pedestres apressados se atropelam. Nos bares, bocas cansadas conversam, mastigam e bebem em volta das mesas. Luzes de tons pálidos incidem sobre o cinza dos prédios."
NARRAÇÃO: constitui uma seqüência temporal de ações desencadeadas por personagens envoltas numa trama que culmina num clímax e se esclarece no desfecho. Os fatos narrados não são simultâneos como na descrição, há mudança de um estado para outro, e, por isso, entre os enunciados existe uma relação de anterioridade e posterioridade.
 "Eram sete horas da noite em São Paulo e a cidade toda se agitava naquele clima de quase tumulto típico dessa hora. De repente, uma escuridão total caiu sobre todos como uma espessa lona opaca de um grande circo. Alguns veículos acenderam os faróis altos e um rapaz começou a buzinar para os carros que ainda estavam apagados."
DISSERTAÇÃO: consiste na exposição lógica de idéias discutidas de forma crítica a partir de argumentos bem fundamentados.
 "As condições de bem-estar e de comodidade nos grandes centros urbanos como São Paulo são reconhecidamente precárias por causa, sobretudo, da densa concentração de habitantes num espaço que não foi planejado para alojá-los. Com isso, praticamente todos os pólos da estrutura urbana ficam afetados: o trânsito é lento; os transportescoletivos insuficientes; os estabelecimentos de prestação de serviço, ineficazes".
 
RESUMO:
	NARRAÇÃO
	DESCRIÇÃO
	DISSERTAÇÃO
	relato de um fato, acontecimento
ação
personagens
narrador (função de relatar os fatos)
tempo-espaço
enredo (conjunto de ações que ocorrem)
dinamismo- 
sucessão cronológica de fatos
	retrato verbal de pessoas, objetos, cenas ou ambientes.
permite visualização do que está sendo descrito
dificilmente encontramos textos exclusivamente descritivos
a descrição pode vir inserida em textos narrativos ou dissertativos
	envolve a defesa de uma idéia, de um ponto de vista
ênfase na construção de argumentos, a fim de reforçar ou justificar as idéias do emissor
estrutura da dissertação: introdução, desenvolvimento ou argumentação e conclusão.
	exemplos de textos narrativos: contos, romances, crônicas literárias, novelas etc..
	exemplos de textos descritivos: fragmentos inseridos na narração ou na dissertação, envolvendo imagens verbais
	exemplos de textos dissertativos: textos de jornais (editoriais, opiniões, etc..), artigos de revistas, relatórios, teses, artigos científicos, teses etc..
ANÁLISE DE TEXTOS: Identificar as modalidades de composição usadas nos textos abaixo:
"Era loura; tinha os olhos azuis, como os de Cecília, extáticos, uns olhos que buscavam o céu ou pareciam viver dele. Os cabelos, desleixadamente penteados, faziam-lhe em volta da cabeça, um como resplendor de santa, santa somente, não mártir, porque o sorriso que lhe desabrochava os lábios era um sorriso de bem-aventurança, como raras vezes há de ter tido a terra".
"Na luta contra a Aids defrontam-se os rigorosos, que exigem respeito aos princípios preventivos, básicos e corretos, contra os complacentes . Aqueles exaltam o valor do relacionamento sexual responsável, o combate efetivo à toxicomania e a adequada seleção de doadores de sangue. Os outros preconizam coisas mais agradáveis, como por exemplo o emprego desbragado e a doação gratuita de camisinhas, a distribuição de seringas com agulhas a drogados e a perigosa, além de problemática, lavagem delas com água sanitária."
"Ele chegou ao bar, pálido e trêmulo. Sentou-se.
 ( Por enquanto, nada ( desculpou-se ao garçom.
 ( Estou esperando uma amiga.
Dali a dois minutos, estava morto.
Quanto ao garçom que o atendeu, esse adorava repetir a história, mas sempre acrescentava ingenuamente:
 ( E , até hoje, a "grande amiga" não chegou!.
EXERCÍCIO: Construa pequenos textos (narrativos, descritivos e dissertativos) explorando um único tema. Faça seus textos voltados, de preferência, para a área do Turismo. Você pode, por exemplo, escolher um determinado Estado ou uma Região para construir uma narração, descrição e dissertação, reconhecendo as distinções que existem entre esses três tipos de composição.
FICHA 14 - RECEITA PARA UM TEXTO DISSERTATIVO/ARGUMENTATIVO
	Como começar?
	Após depreender o tema, transforme-o numa interrogação. A resposta a essa pergunta desencadeará as idéias. Reflita sobre o enfoque a ser dado: pense na possibilidade de concordar com o tema (total ou parcialmente). Depois dessa reflexão, rascunhe livremente seu texto ou planeje o conteúdo (seqüência de idéias).
	Como elaborar?
	Para construir o parágrafo introdutório, considere as abordagens mais coerentes com o seu conhecimento sobre o tema - uma citação, uma definição, uma interrogação, uma enumeração, uma oposição etc., podendo combiná-los ou não. Escolha do tópico frasal.
	Como discutir?
	Qualquer que seja o enfoque, selecione os argumentos (para endossar, refutar ou fazer oposições). Anote evidências do cotidiano, fatos históricos, relacione causa e conseqüência, pense, enfim, nos exemplos que melhor fundamentam sua discussão. 
	Como argumentar?
	Observe se cada parágrafo argumentativo desenvolve adequadamente uma idéia-núcleo (através de evidências, exemplos, relações de causa e conseqüência etc..).
	Como concluir?
	Para concluir, proceda de forma coerente com a discussão: sintetize o assunto, retome o ponto de vista do início ou lance uma perspectiva sobre o problema.
FICHA 15 - TÉCNICAS DE COMUNICAÇÃO ESCRITA: ORGANIZANDO AS IDÉIAS
	PLANO DE EXPOSIÇÃO DE IDÉIAS: 
PLANEJANDO O TEXTO ESCRITO
	
INTRODUÇÃO 
o anúncio do tema.
fornecer a idéia geral do assunto.
situar na história, na teoria, no espaço e no tempo.
motivar para prender a atenção
fornecer as idéias diretrizes
anunciar o plano.
CORPO DA EXPOSIÇÃO - o desenvolvimento por partes
dividir por partes: duas ou três (adaptar a divisão ao tipo de texto).
subdividir de maneira progressiva.
titular partes e subdivisões
desenvolver por oposição ou progressão
evitar repetição de idéias
desenvolver vantagens/desvantagens, comparações, causas/conseqüências, teses opostas etc.. sobre o tema
estabelecer ligação entre as idéias desenvolvidas
investir na construção de argumentos convincentes.
CONCLUSÃO- o resumo marcante
resumir os argumentos maciços
alargar o tema geral
	TEMA: O CRESCIMENTO DOS NÍVEIS DE VIOLÊNCIA NO BRASIL
	
INTRODUÇÃO
a violência e o contexto de crise social
o problema no mundo e no Brasil: paralelos (situando o problema no espaço);
contextualizar, por exemplo, o problema das guerras que ainda ocorrem no mundo.
diálogo presente-passado: o crescimento dos índices de violência no atual contexto brasileiro (situando o problema no tempo)
DESENVOLVIMENTO- CORPO DA EXPOSIÇÃO
Causas do problema:
crescimento do desemprego no país
desigualdades sociais- má distribuição de renda
impunidade- as injustiças sociais no país
ausência de uma política voltada para alertar a população sobre a violência
o poder da mídia - os veículos de comunicação de massa como propagadores da violência
carência de uma política educacional no combate à violência
tipos de violência: policial, contra a mulher, contra os menores, contra os idosos, etc..
carência de investimentos na educação- o desenvolvimento da noção de cidadania
Conseqüências do problema:
desenvolvimento da marginalização- aumento no número de assaltos, mortes, crimes etc.
jovens e crianças cada vez mais vítimas do sistema social brasileiro. Marginalizados, iniciam a prática da violência mais cedo
clima de pânico entre a população. Transformação de residências em "prisões" para afastar os ladrões, por exemplo.
a população arma-se para combater a violência. Na verdade, com essa atitude, só aumentam os índices de violência
CONCLUSÃO
a violência e o futuro do país. Possíveis soluções?
Análise crítica da violência como uma forma bárbara e primitiva de definir questões sociais. Construção do conceito de cidadania e desenvolvimento de uma melhor organização social- equilíbrio social.
		
FICHA 16- REDAÇÃO TÉCNICA: O RELATÓRIO: introdução
	Relatório, como o próprio nome indica, é um relato de uma atividade, que pode ser experiência científica, estágio, visita, apreciação sobre determinado fato ou assunto, etc. Assim sendo, vários são os tipos de relatórios: técnico, científico, administrativo, de estágio, de visita, de cursos realizados, de apreciação sobre um tema.
	O relatório, muito freqüentemente usado nas diversas áreas da vida profissional, deve levar em conta a sua finalidade (relatar o quê?, para quem, por quê), isto é, deve ser adequado às circunstâncias e às finalidades.
PARTES DO RELATÓRIO
	De maneira geral, a elaboração do relatório compreende as seguintes partes:
folha de rosto ou página de informações especiais ( título do Relatório, nome da entidade ou firma, data, nome do autor, nome do destinatário;
sumário ( para indicar as principais subdivisões e a paginação. Pode ser dispensado, no caso de relatórios mais breves;
introdução ( objeto do Relatório, suas circunstâncias, sua idéia central;
desenvolvimento ( consta de três partes:primeira, a descrição do contexto, do desenrolar dos fatos ou das experiências; segunda, análise crítica, baseada em argumentos precisos, objetivos; terceira, apresentação dos resultados, apresentação de propostas etc...
conclusão ( apresenta um resultado de conjunto. Na conclusão não se devem introduzir elementos novos, apenas retomar o que já foi explicitado na introdução e no desenvolvimento, acrescentado-se, é claro, as conclusões logicamente decorrentes dos fatos observados;
bibliografia ( além da bibliografia consultada, que deve ser apresentada no final e de acordo com as normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas e Técnicas), é indispensável a citação das fontes, no caso de informações indiretas ou transcrições de textos. Essas informações podem ser feitas em notas de rodapé ou no final do trabalho.
REDAÇÃO
	Um relatório deve ser redigido em linguagem simples, objetiva e correta, não se admitindo construções rebuscadas, torneios de linguagem. O indispensável é organizar o pensamento, torná-lo claro e expressá-lo, de preferência, em linguagem denotativa.
	Esse tipo de texto tem o objetivo de exprimir a opinião do autor sobre determinado assunto; portanto, pode ser redigido na primeira pessoa, preferencialmente usando-se o plural de modéstia. (Ex: Acreditamos que...../Ressaltamos que.....) Alguns autores, contudo, indicam o emprego da terceira pessoa ( o "se" impessoal (fez-se, acrescentou-se, chegou-se à conclusão etc.), como mais adequado, principalmente nos relatórios de pesquisa científica.
	A expressão coloquial "a gente" deve ser evitada, pois faz parte da linguagem informal ou familiar, imprópria para um trabalho desta natureza.
	A argumentação, baseada em fatos, deve ser lógica, coerente, levar em conta a escolha e classificação dos argumentos apresentados, valorizar opiniões emitidas.
	Finalmente, observa-se que, mesmo empregando-se o pronome impessoal (se), é imperioso que a personalidade e as opiniões do autor fiquem evidentes, sob a aparente neutralidade do texto.
Do livro LÍNGUA PORTUGUESA: NOÇÕES BÁSICAS PARA CURSOS SUPERIORES. Autores: Maria Margarida de Andrade e Antônio Henriques.
FICHA 17 - ROTEIRO SOBRE TIPOLOGIA TEXTUAL:
 texto literário & texto não-literário
	
 TEXTO LITERÁRIO
	 
 TEXTO NÃO-LITERÁRIO
	predomínio da conotação
	predomínio da denotação
	ambigüidade acentuada
	maior objetividade e clareza
	intencionalidade estética: texto literário interpretado primeiramente pelo seu valor artístico-estético
	intencionalidade comunicativa: centrada na informação veiculada no texto
	ênfase maior no significante em sua relação dialógica com o significado. A comunicação centra-se na interação significante-significado
	ênfase maior no significado, no conteúdo transmitido ao leitor, preocupação maior com a informatividade
	variabilidade: as leituras do texto literário variam conforme o contexto histórico-social, o tipo de leitor, o conhecimento partilhado autor-leitor, etc..
	em geral, permite uma leitura mais linear, pouco variável de leitor a leitor, já que a objetividade e clareza na informação são predominantes
	polissemia, multissignificação
	monossignificação
 
 
 romances, contos, fábulas, poemas textos publicitários, artigos
 crônicas literárias, textos científicos, cartas comerciais,
dramáticos (comédias, textos jornalísticos, relatórios,
 tragédias,etc..), novelas, etc... teses, monografias, etc..
Análise de textos
Texto 1
Bandeirante cai no México e mata os 20 ocupantes
	Dois aviões comerciais mexicanos caíram causando a morte de 21 pessoas, anunciaram ontem funcionários do governo do México. O acidente mais grave aconteceu com um Bandeirantes de fabricação brasileira. O aparelho caiu no oeste do país, matando todos os 20 ocupantes. Segundo os funcionários, o avião provavelmente se chocou com uma montanha devido ao mau tempo e explodiu. O outro acidente aconteceu no leste do país. A fuselagem do avião se rompeu quando ele tentava decolar. Um passageiro morreu.
	Ambos os desastres aconteceram anteontem, o que eleva para cinco o número de acidentes aéreos, causando um total de 49 mortes- na última quarta-feira.
	O Bandeirante 110 da empresa aérea estatal mexicana, Transporte Aéreo Federal (TAF), decolou do aeroporto doe Uruapán (224 km a oeste da Cidade do México) às 9h45 com destino a Lázaro Cárdenas, na costa do oceano Pacífico, ambas no Estado de Michoacán. O aparelho perdeu contato com a torre de controle de Urupán às 10h30. Nove horas depois, os restos do aparelho foram encontrados perto do povoado de Artega, 60 Km ao norte de Lázaro Cárdenas.
					(Folha de S. Paulo, 2 set. 1988, p.A-11)
Texto 2
O grande desastre aéreo de ontem
	Vejo sangue no ar, vejo o piloto que levava uma flor para a noiva, abraçado com a hélice. E o violinista, em que a morte acentuou a palidez, despenhar-se com sua cabeleira negra. Há mãos e pernas de dançarinas arremessadas na explosão. Corpos irreconhecíveis identificados pelo Grande Reconhecedor. Vejo sangue no ar, vejo chuva de sangue caindo nas nuvens batizadas pelo sangue dos poetas mártires. Vejo a nadadora belíssima, no seu último salto de banhista, mais rápida porque vem sem vida. Vejo três meninas caindo rápidas, enfunadas, como se dançassem ainda. E vejo a louca abraçada ao ramalhete de rosas que ela pensou ser o pára-quedas, e a prima-dona com a longa cauda de lantejoulas riscando o céu como um cometa. E o sino que ia para uma capela do oeste, vir dobrando finados pelos pobres mortos. Presumo que a moça adormecida na cabine ainda vem dormindo, tão tranqüila e cega! Ó amigos, o paralítico vem com extrema rapidez, vem como uma estrela cadente, vem com as pernas do vento. Chove sangue sobre as nuvens de Deus. E há poetas míopes que pensam que é o arrebol.
				Jorge de Lima
POEMA TIRADO DE UMA NOTÍCIA DE JORNAL
Manuel Bandeira
João Gostoso era carregador de feira-livre e morava no morro da Babilônia num barracão 
sem número
Uma noite ele chegou no bar Vinte de Novembro
Bebeu
Cantou
Dançou
Depois se atirou na lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado.
NOTÍCIA DE JORNAL
Luís Reis e Haroldo Barbosa
Tentou contra a existência
num humilde barracão
Joana de Tal por causa de um tal de João.
Depois de medicada,
retirou-se pro seu lar;
e aí a notícia
carece de exatidão.
o lar não mais existe,
ninguém volta ao que acabou.
Joana é mais uma mulata triste
que errou
- errou na dose, errou no amor
Joana errou de João.
Ninguém notou, ninguém morou
Na dor que era o seu mal:
- A dor da gente não sai no jornal.
TRAGÉDIA BRASILEIRA
Manuel Bandeira
Misael, funcionário da Fazenda, com 63 anos de idade.
Conheceu Maria Elvira na Lapa - prostituída, com sífilis, dermite nos dedos, uma aliança empenhada e os dentes em petição de miséria.
Misael tirou Maria Elvira da vida, instalou-a num sobrado no Estácio, pagou médico, dentista, manicura..... Dava tudo quanto ela queria.
Quando Maria Elvira se apanhou de boca bonita, arranjou logo um namorado.
Misael não queria escândalo. Podia dar uma surra, um tiro, uma facada. Não fez nada disso: mudou de casa.
Viveram três anos assim.
Toda vez que Maria Elvira arranjava namorado, Misael mudava de casa.
Os amantes moravam no Estácio, Rocha, Catete, Rua General Pedra, Olaria, Ramos, Bonsucesso, Vila Isabel, Rua Marquês de Sapucaí, Niterói, Encantado, Rua Clapp, outra vez no Estácio, Todos os santos, Catumbi, Livradio, Boca do mato, Inválidos ....
Por fim, na Rua da Constituição, onde Misael privado dos sentidos e de inteligência, matou-a com seis tiros, e a polícia foi encontrá-la caída em decúbito

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