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INTERVENÇÃO FISIOTARAPÊUTICA PNEUMOFUNFIONAL NAS DISFUNÇÕES RESPIRATÓRIAS DA SINDROME DE WEST: RELATO DE CASO Thiago de Sousa Antunes** - NOVAFAPI Ana Kelly Soares* – NOVAFAPI Lhano França de Noronha Pessoa* – NOVAFAPI Lilian Melo de Miranda Fortaleza*** – NOVAFAPI Teylon de Alencar Cartaxo* - NOVAFAPI INTRODUÇÃO: A síndrome de west é uma encefalopatia epilética dependente, caracterizada pela tríade de espasmos infantis em flexões (BATISTA, 2002). Essa síndrome é caracterizada por acentuado grau de hipotonia muscular, que compromete também a musculatura respiratória. Vários autores têm-se dedicado ao estudo de séries de pacientes com essa síndrome numa tentativa de melhor caracterizá-la tanto no ponto de vista clínico, como de suas implicações etiológicas e seu tratamento (DIAS, 1996). Inicia-se quase que exclusivamente no primeiro ano de vida, com maior incidência entre os quatro aos sete meses de idade, onde o sexo masculino é o mais afetado (ADAMS et al, 1998). Existem várias nomenclaturas que tem sido propostas para denominar as crises peculiares da síndrome de West tais como tique de Salaam, espasmos saltatórios, espasmos infantis (EI), encefalopatia de primeira infância com disritmia maior, espasmos infantis com hipsarritmia, encefalopatia miclônica infantil com hipsarritmia, epilepsia em flexão generalizada e muitas outras (DIAS, 1996). Essa doença ocorre com apresentações específicas no traçado eletrencefalográfico (EEG), estando associadas à deterioração mental, às quais propuseram chamar de epilepsia em flexão (ADAMS et al, 1998). Os espasmos infantis são convulsões típicas da infância, que se caracterizam por súbitos espasmos flexores ou extensores e atingem ao mesmo tempo a cabeça, o tronco e membros, que geralmente associam-se a diferentes graus de retardo do desenvolvimento neuropsicomotor e eletroencefalograma com padrão de hipsarritmia (ROWLAND, 2002). Esta patologia inicia-se na maioria dos pacientes durante o primeiro ano de vida, com déficit cognitivo. Sua etiologia é incerta, acredita-se que ela pode ser determinada por diferentes fatores etiológicos: infecção intra-uterina, esclerose tuberculosa, asfixia perinatal ou afecções pós natais (PEREIRA FILHO, 2004). Qualquer patologia que afete o sistema nervoso central (SNC) da criança no período pré, peri ou pós natal poderia, em princípio, dar origem à síndrome de West. Das afecções congênitas, cabe lembrar as malformações do sistema nervoso central e a infecção intra-uterina, como toxoplasmose, rubéola e a infecção pelo vírus citomegálico. A esclerose tuberosa é outra entidade clínica com certa freqüência referida pelos autores. Dentre outras causas, os erros inatos do metabolismo, cujo diagnóstico só pode ser feitos através de testes laboratoriais, que se não forem suspeitados muitas vezes podem passar despercebidos pondo em risco a integridade do sistema nervoso central (DIAS, 1996). Além do programa medicamentoso, a fisioterapia é essencial, onde o programa fisioterapêutico é desenvolvido baseado na avaliação, intensificando as reais necessidades do paciente, definindo metas a longo e curto prazo e com objetivos de desenvolver as habilidades funcionais. A fisioterapia na intervenção precoce, cinesioterapia, tratamento neuroevolutivo e fortalecimento dos músculos responsáveis pela respiração e manutenção do padrão respiratório, evitando outras complicações, já que essa síndrome é caracterizada por acentuado grau de hipotonia muscular, que compromete também a musculatura respiratória. OBJETIVOS GERAIS: Demonstrar a importância e eficácia do tratamento fisioterapêutico pneumofuncional na síndrome de West, contribuindo dessa forma para uma melhora na função pulmonar e mecânica respiratória do paciente. OBJETIVOS ESPECÍFICOS: Remover secreção brônquica, melhorar o padrão respiratório, reeducar funcionalmente o diafragma. METODOLOGIA: Trata-se de uma pesquisa exploratória, do tipo relato de caso, baseada na observação direta no paciente G.O.C., sexo masculino, oito meses de idade com síndrome de West. A presente pesquisa está sendo realizada na clínica escola da faculdade NOVAFAPI, Teresina, Piauí. Para a comprovação dos resultados, utilizou-se a avaliação do padrão respiratório (Freqüência Respiratória), observando-se a diminuição ou melhora da respiração paradoxal e da retração esternal e melhora da ausculta pulmonar. A Mãe do paciente concordou em participar do estudo, assinando um termo de consentimento livre e esclarecido. Inicialmente realizou-se uma consulta onde se observou no exame clínico funcional do aparelho respiratório: quarenta e seis incurções por minuto o que é compatível com taquipnéia (Segundo SARMENTO, 2007, a criança de seis meses a dois anos de idade apresenta de vinte a trinta incurções por minuto), respiração paradoxal, retração esternal, roncos difusos em ambos hemitórax, hipotonia da musculatura abdominal e diafragmática. Após avaliação do paciente, elaborou-se um projeto de intervenção fisioterapêutica, com os seguintes procedimentos: aerosolterapia com soro fisiológico para fluidificar a secreção bronquica, AFE com vibrocompressão para remover secreção bronquica, padrão diafragmático e plica diafragmática para estimular e reeducar funcionalmente o diafrágma. O paciente é atendido, duas vezes por semana, durante cinqüenta minutos, no mesmo turno, na prática de disciplina clínica fisioterapêutica pneumofuncional. RESULTADO: Após cinco atendimentos, foi feita uma reavaliação clínica e observou-se melhora do padrão respiratório, com diminuição da retração esternal, do padrão paradoxal e melhora da ausculta pulmonar e diminuição da freqüência respiratória. O paciente está em continuidade fisioterapêutica proposta. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A intervenção fisioterapêutica pneumofuncional apresenta importância no tratamento da síndrome de West no contexto de que esta é uma síndrome que gera uma hipotonia muscular, inclusive na musculatura respiratória. Com base nisso, pode-se concluir que seus resultados benéficos melhoram o padrão respiratório, a remoção de secreção brônquica e a reeducação funcional do diafragma. Os resultados foram positivos mas não podem ser conclusivos, levando-se em conta que há expectativa de máxima evolução deverá ter continuidade com o decorrer do tratamento. Sugere-se o desenvolvimento de mais estudos para aprofundar o conhecimento sobre os efeitos da fisioterapia pneumofuncional nesta patologia. PALAVRA-CHAVE: Síndrome de West, Hipotonia Muscular, Fisioterapia Pneumofuncional, Mecânica Respiratória. REFERÊNCIA: 1. ADAMS, Raymond D; VICTOR Maurice; ROPPER, Allan H. Neurologia- Adams e Victor. 6. ed. Rio de Janeiro: McGrow- Hill, 1998. 2. BATISTA, Bianca H. B; NUNES, Magda Lahorgue. Síndrome de west:definição, fisiopatologia, critérios, diagnósticos e tratamento.Rev. méd.PUCRS.,Rio Grande do Sul, 2002.disponível em:http://bases.bireme.br/cgi- bin/wxislind.exe/iah/online/acessado em:25 de outubro 2006. 3. DIAS, Maria Joaquina Marques. Síndrome de West. IN: DIAMET Aron; CYPEL Saul. Neurologia infantile.33ed.vol II. São Paulo: Atheneu, 1996, vol II, cap 67. 4. FONSECA, Luiz Fernando: OLIVEIRA, Andréa Lara. Espasmos infantis:experiência em treze casos.Arq. Neuro-psiquiatr., São Paulo, v.58, n.2B,2000.disponível em:http://www.scielo.br/scielo.php?scrip=s0004- 282X2000000300018&=pt&nrm=iso. Acesso em:25 outubro 2006. 5. GUERREIRO, Carlos A.M; GUERREIRO, Marilisa M; CENDES Fernando; CENDES Iscia L. Epilepsia.3.ed. São Paulo: Lemos Editorial, 2000 . 6. PEREIRA FILHO, Alfredo Lopes et al. Evaluation of the brainstem evoked potentials in west syndrome. Ver. Brás. Otorrinolaringol., São Paulo, v.70, n.1, 2004.disponible en:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=s0034-72992004000100015&ing=es&nrm=iso.acesso el:25 oct 2006. 7. ROWLAND, Lewis P. Merrit:Tratado de Neurologia 10ed. Rio de Janeiro:Guanabara Koogan, 2002.887. 8. SARMENTO, J. V.; CARVALHO, F. A.; PEIXE, A. A. F.; Fisioterapia respiratória em pediatria e neonatologia. Barueri, São Paulo: Manole, 2007. *** Thiago de Sousa Antunes, acadêmico do 5° bloco de Fisioterapia da Faculdade de Saúde, Ciências Humanas e Tecnoçógica do Piauí - NOVAFAPI. thiagosantunes@yahoo.com.br * Ana Kelly Soares, acadêmico do 5° bloco de Fisioterapia da Faculdade de Saúde, Ciências Humanas e Tecnoçógica do Piauí - NOVAFAPI. aninhatidinha1@hotmail.com * Lhano França de Noronha Pessoa, acadêmico do 5° bloco de Fisioterapia da Faculdade de Saúde, Ciências Humanas e Tecnoçógica do Piauí – NOVAFAPI. lhano18@gmail.com * Teylon de Alencar Cartaxo, acadêmico do 5° bloco de Fisioterapia da Faculdade de Saúde, Ciências Humanas e Tecnoçógica do Piauí – NOVAFAPI. teylonfisio@yahoo.com.br ** Lilian Melo de Miranda Fortaleza, professora da Disciplina Pneumofuncional do Curso de Fisioterapia da Faculdade de Saúde, Ciências Humanas e Tecnoçógica do Piauí – NOVAFAPI, especialista em fisioterapia hospitalar e orientadora da pesquisa. lmmfortaleza@yahoo.com.br
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