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Análise livro Pinóquio às avessas - PDTA

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UNIVERSIDADE PAULISTA
Instituto de Ciências Humanas
Curso de Psicologia
ANÁLISE CRÍTICA DO LIVRO “PINÓQUIO ÀS AVESSAS”
São Paulo
2019
ANÁLISE CRÍTICA DO LIVRO “PINÓQUIO ÀS AVESSAS”
São Paulo
2019
Introdução
O presente trabalho teve por objetivo realizar uma leitura crítica do livro Pinóquio às avessas, de Rubem Alves, analisando o relato sob a ótica das abordagens psicológicas Tradicional, Comportamental e Humanista. Para tanto, realizamos ampla pesquisa na literatura disponível sobre essas abordagens, bem como utilizamos como referências algumas resenhas e trabalhos já realizados, para traçar um paralelo entre nosso entendimento e outros pontos de vista com embasamento teórico.	
1.1 Abordagem Tradicional
Com toda certeza a abordagem pedagógica mais difundida, o modelo tradicional permeia o início da educação como instituição. Sendo diretivo, neste modelo, o homem é tido como tábula rasa na qual o conhecimento postará ao indivíduo de modo acabado e resumido, porém, ainda assim de cunho empiriscista. A escola é o único ambiente de aprendizado, espera-se que os alunos tenham grande capacidade de absorver conteúdos e que possam por meio deste conteúdo dominar a natureza.
Visão de Homem
O homem nesta abordagem é visto como uma folha em branco/ uma tábula rasa, sua construção se fará através dos conhecimentos que lhe forem passados e que se definiu como mais úteis.
É um agente passivo no qual o conhecimento será depositado e é esperado que este absorva-o e possa replicá-lo, uma vez alçado este objetivo, o homem é interpretado como acabado e pronto.
Visão de mundo
O mundo é externo ao sujeito e será apresentado aos poucos por meio do processo de educação formal, o individuo irá se integrar ao mundo de modo gradativo e constante durante seu processo educacional. 
É esperado a absorção e contribuição para o domínio da natureza conforme esses conteúdos são apresentados e integrados.
Sociedade e Cultura
A sociedade e cultura nesta abordagem tem por objetivo a perpetuação do conhecimento e a construção de indivíduos eficientes que possam ampliar as áreas de conhecimento bem como o domínio sobre a natureza.
Os diplomas e aprimoramentos técnicos são vistos como mecanismos de hierarquização dentro da sociedade, portanto, quanto mais conhecimento adquirido/acumulado, maior o prestígio do sujeito dentro da comunidade.
Conhecimento 
O conhecimento é apresentado de modo acabado e é valorizada a acumulação deste, tendo por objetivo a integração do sujeito com os saberes que lhe são apresentados, sejam saberes simples ou mais complexos.
A perenidade desse conhecimento é justificada devido à preocupação com o passado, para que modelos indesejáveis acontecidos não sejam replicados no futuro ou que se perpetue bons comportamentos. 
Contudo, não é atribuído ao sujeito papel ativo ou importante na construção do saber, cabe ao indivíduo a memorização e acumulação do que lhe é oferecido no processo de educação formal.
Educação
A educação deve ocorrer dentro de instituições pré-definidas sendo elas, família, igreja e escola, sendo esta última, onde a elaboração do saber formal deve ser feita.
A educação é vista como um produto, visto que os objetivos de ensinos já são pré-estabelecidos e definidos pelas instituições regulatórias de ensino, sendo um modelo vertical. A educação tratará da transmissão de ideias e conhecimentos organizados logicamente, não é levado em consideração como o conhecimento foi construído, apenas o resultado.
Escola
A escola é interpretada como o único lugar onde a educação formal ocorre, é neste ambiente que há a sistematização cultural e o ajustamento do indivíduo à sociedade na qual está inserido.
Deve ser um ambiente livre de distratores, características individuais/criatividade não são encorajadas, são transmitidos conhecimentos previamente definidos onde o professor entrar como mediador e detentor de todo o saber.
Ensino-Aprendizagem
Há a necessidade de um modelo pedagógico definido, o ensino se dá de maneira diretiva, onde o professor transmitirá todo o conhecimento instituído no seu cronograma pedagógico para a turma de modo igualitário.
É um processo marcado pelo hábito e repetição, a sala de aula é valorizada como meio que marca a construção do saber e possibilita o raciocínio lógico.
O modelo também é definido pela participação individual do aluno, não havendo grandes atividades em que o âmbito relacional seja promulgado.
Professor – Aluno
A relação professor x aluno é marcada de maneira vertical, onde o professor detém a palavra e centraliza todo o saber que deverá ser difundido em sala de aula.
O professor fala e o aluno escuta. O professor dita e o aluno copia. O professor decide o que fazer e o aluno executa. O professor ensina e o aluno aprende (Becker, 2001), este é um exemplo perfeito de como funciona o ambiente da sala de aula e de como é caracterizada essa relação vertical.
As relações sociais são quase que sumariamente suprimidas em sala, há somente a relação intelectual. O professor é um mero mediador entre o conteúdo pré-estabelecido e sua classe.
Metodologia
A metodologia deste modelo é bem simples, o professor deverá trazer o conteúdo programático da sala já pronto, visto que já foi definido anteriormente. A aula se dará de forma expositiva, marcada pela confrontação de raciocínios elaborados em meio a modelos definidos no programa pedagógico.
Os alunos são tratados em igualdade, o ritmo de ensino é padrão e gradual, é fornecida a mesma didática e espera-se que cada aluno seja capaz de reproduzir os conhecimentos explicados de forma idêntica, essa reprodução garante a absorção do aluno e corrobora a aprendizagem.
Avaliação
Segundo Mizukami, a avaliação dentro desta abordagem visa a repetição exata do conteúdo apresentado, mede-se, portanto, a quantidade de exatidão de informação que se consegue reproduzir.
Essa medição é feita através de provas, exames, trabalhos, chamadas orais, exercícios etc.
As natas obtidas remontaram ao processo de hierarquização da sociedade.
1.2 Abordagem Comportamental
A abordagem comportamental dá grande enfoque nos experimentos e na relação que o sujeito tem com o meio. De cunho empirista, esta abordagem considera que o conhecimento é resultado direto da experiência. (Mizukami, 1986)
O homem, é encarado como produto do meio, e passa a ser passível de manipulação através da manipulação do meio. Sendo assim, o professor utiliza-se de toda uma "engenharia comportamental e social" para moldar o comportamento do aluno através da moldagem do meio. (Santos, 2005 apud Comportamento Abordado, 2011)
A abordagem comportamentalista no âmbito pedagógico, pode ser categorizada como uma pedagogia de modelagem do comportamento.
O conhecimento é visto como mudanças no comportamento através do processo de estímulo-resposta., educar significa condicionar o sujeito através do meio. 
Visão de Homem
O homem para esta abordagem é visto como ser único, contudo, três determinantes são essenciais para essa caracterização, que são: a filogenética, a ontogenética e a cultura; o homem, embora visto como único não é livre, pois os comportamentalistas incutem que toda ação resulta numa reação e por consequência o sujeito não consegue se livrar desse precedente.
O homem também é visto como produto evolutivo, de caráter darwinista, essa abordagem institui diretamente que o meio exerce controle e promove alterações ao sujeito. Portanto, o sujeito será determinado diretamente pela sua interação com o meio.
Visão de mundo
A realidade é vista como fenômeno objetivo, ou seja, o mundo já é construído o indivíduo apenas age para modificar e ser modificado.
O meio pode ser manipulado. O comportamento por sua vez, pode ser mudado modificando-se as condições das quais ele é uma função, ou seja, alterando-se os elementos ambientais. O meio seleciona.
Para que a formulação das relações entre umorganismo e seu meio ambiente seja adequada, devem-se sempre especificar três aspectos: a ocasião na qual a reposta ocorreu, a própria resposta e as consequências reforçadoras. As relações entre esses três elementos constituem as contingências de reforço. (MIZUKAMI, 1986, p. 22-23)
Sociedade e Cultura
Skinner ao promover os estudos da abordagem comportamental buscava a criação de uma sociedade melhor, para ele o ambiente social é o que se chama de cultura, que permite e preserva o comportamento.
A cultura é entendida como o espaço para a experiência, sendo um conjunto de contingências e reforços.
A fomentação de uma cultura bem planejada seria estruturada a partir de um conjunto de contingências de reforços que o indivíduo produziria eficientemente.
Deve-se levar em consideração que cada cultura possui diferentes exemplos de reforços e ou contingências e, portanto, é necessária a diferenciação desses enxertos culturais no condicionamento do comportamento.
Conhecimento 
Conforme ilustrado anteriormente, o conhecimento é um resultado direto da interação com o meio, seguindo a orientação epistemológica empírica, na qual o saber vem em decorrência da experiência.
O conhecimento é construído a partir do momento que o individuo organiza essas experiências frente a um comportamento individual. Deste modo, a abordagem comportamental segue um modelo estruturado, caracterizado por etapas de conhecimento.
Educação
A educação está intimamente ligada na transmissão cultural, garantindo a transmissão de conhecimentos, costumes, valores etc.
O objetivo principal da educação é promover mudanças de comportamento em seus alunos, por meio de estímulos externos, que sejam capazes de manter nos indivíduos padrões sociais aceitáveis. (Almeida, 2014)
A educação visa que o indivíduo através dessas mudanças comportamentais possa desenvolver um senso de auto gerência das contingências eficientemente, promulgando na construção de novos comportamentos mais bem aceitos.
Escola
A escola deverá moldar-se de acordo com os comportamentos que deseja manter, cabe a ela a manutenção e conservação destes comportamentos a fim de edificar os ideais de comportamentos vistos como admissíveis pela sociedade.
Skinner em sua obra, critica o modelo punitivo tradicional, pois entende que o controle aversivo não promove uma aprendizagem efetiva, pois está em desarmonia com outros conceitos socioculturais como a democracia, direitos humanos etc. Tendo isso em mente, a escola funciona como um espaço fomentador de comportamentos culturais aceitáveis, direcionando os alunos para os ajustes ao contexto sociocultural do qual está inserido.
Ensino-Aprendizagem
O professor terá papel ativo nesta abordagem, embora seja levada em consideração a interação com o aluno, a abordagem comportamental segue um modelo diretivo, no qual o professor deverá propiciar um ambiente estimulante ao aprendizado.
O saber será dado por etapas onde o aluno só seguirá para a etapa seguinte quanto a predecessora estiver concluída.
Os comportamentos nos alunos serão instalados e mantidos por condicionantes e reforçadores arbitrários tais como: elogios, graus, notas, prêmios, reconhecimentos do mestre e dos colegas, prestígio etc. (Mizukami, 1986)
Dentro deste processo é essencial garantir a incorporação do aluno no controle de suas contingências.
Professor – Aluno
O professor nesta abordagem tem o papel de analista de contingências, ou seja, cabe a ele elaborar, desenvolver e planejar contingências que possibilitem o aumento da probabilidade de uma resposta desejável.
Portanto, o professor é o responsável por estabelecer etapas de aprendizado tendo em mente um objetivo final.
Metodologia
Há a aplicação da tecnologia educação bem como estratégias de ensino, deste modo temos uma metodologia variada e abrangente.
Existe a necessidade de planejar e estruturar de maneira sistemática meios de avaliar e produzir o aprendizado em termos objetivos e empíricos.
O ensino deve ser individualizado, respeitando o tempo de aprendizado de cada aluno, especificando o objetivo principal, controle de contingências, devolutiva da evolução das etapas, domínio das habilidades passadas etc.
Avaliação
Visto que o ensino é caracterizado por etapas, esta abordagem utiliza de ferramentas que possam medir e qualificar o que foi exposto, portanto há os recursos de exames, notas, gratificações, entre outros.
A avaliação deve ser constante, para identificar em qual ritmo o aluno está inserido nas etapas explicadas em aula.
Portanto, essa avaliação contínua possui o intuito de pré-testagem, entendendo quais os comportamentos prévios e quais as ações deverão ser estabelecidas para as ações seguintes. Logo, o sistema avaliativo desta abordagem age como uma linha temporal, na qual há a informação de como a etapa se iniciou (início), como está sendo aprendida (intermediária) e por fim o resultado fechado (objetivo final) onde, neste último teremos a informação se o comportamento desejado foi alçado.
1.3 Abordagem Humanista
Sendo considerada a terceira força da psicologia, o Humanismo possui uma história recente, embora suas raízes remontem o período renascentista no seu enfoque do indivíduo. Dentro da pedagogia, a abordagem humanista trará a faceta das relações interpessoais e ao crescimento que delas resulta, centrando no indivíduo e de sua capacidade de atuar como pessoa integrada (Mizukami, 1986).
A abordagem humanista, sendo uma pedagogia não-diretiva, levará em consideração não somente o conhecimento institucional, mas também os aspectos psicológicos e emocionais que compõem o sujeito. O conhecimento nesta abordagem é considerado como um processo natural realizado na interação com o meio, é dada independência ao aluno na construção do saber e o professor terá o papel de facilitador, promovendo diversos temas nos quais cabe ao aluno a decisão de aprofundamento do saber.
Visão de Homem
O homem dentro desta abordagem no contexto pedagógico é visto como independente, ser único em sua realidade subjetiva, dentro de um processo de constante aperfeiçoamento ligando-se a outras pessoas e grupos. Nesta abordagem temos a exaltação das potencialidades humanas, nas quais a construção do conhecimento auxilia na busca pela autorrealização. O homem aqui é visto como inacabado, em busca de alçar suas potencialidades e o vir-a-ser e tem plana consciência de sua incompletude. 
Sua busca pelo conhecimento passará invariavelmente pelo crivo emocional, pois o sujeito só interiorizará àquilo que lhe fizer sentido, deste modo o saber é subjetivizado e incorporado em sua realidade.
Visão de mundo
Conforme dito anteriormente, o homem neste conceito dá significado às suas experienciações, portanto, o mundo é construído e reconstruído através da atribuição de significados, a realidade é subjetiva e volátil. Todas as percepções e compreensão das experiências fomentarão a realidade do sujeito.
Deste modo, o mundo ou ambiente, deve fornecer condições apropriadas para o desenvolvimento total de todas as suas potencialidades, a visão de mundo e realidade é impregnada de conotações particulares (Mizukami, 1986), portanto, os elementos experenciados vão adquirindo significado pelo sujeito.
Conhecimento
O conhecimento dentro da abordagem é tido como algo que surge da curiosidade natural que o individuo possui, é dito que as crianças e jovens são intrinsicamente motivados a descobrir, desbravar, aprender; o conhecimento é adquirido pela experiência pessoal subjetiva, logo, é atribuído ao sujeito o papel central no desenvolvimento do seu saber.
Educação
A educação é vista de maneira ampla, relacionista e democrática. Conforme salientado, o processo educacional proporciona ao aluno/sujeito a autonomia de sua aprendizagem (Almeida, 2014).
O processo educacional para abordagem humanista deve considerar a condições que instiguem a curiosidade natural do aluno, a fim de proporcionar o desenvolvimento da consciência interna que atribua sentido às suas experencias. Também é de responsabilidadedo processo educacional o respeito do individuo como ele é, levando em consideração que cada aluno é um ser único.
Portanto, este processo deve fomentar a vivência de experiências significativas assim como o aprimoramento e mudanças das potencialidades humanas.
Escola
A escola junto ao projeto educacional deverá respeitar o aluno tal como ele é, oferecendo oportunidades de engajamento no seu processo particular de construção do saber, dando autonomia a ele, removendo os julgamentos e pressões comumente vistos em outras abordagens.
Não deve haver exames, em consequência não há notas, diplomas e títulos, pois, essas ferramentas dão ideia de encerramento de ciclo e, na abordagem humanista, vimos que o sujeito e o conhecimento estão em constante aperfeiçoamento, portanto não há um fim no processo de aprendizagem.
Ensino – Aprendizagem
Levando em consideração os pressupostos já explanados, o ensino-aprendizagem terá enfoque total no individuo, implicando em técnicas provocações que permitam que o aluno elabore e estruture o conhecimento, sendo desta forma um ensino não-diretivo.
Deste modo, é entendido nesta abordagem que todo aluno tem potencialidade de aprender e pode vivenciar esta potencialidade.
A aprendizagem deve ser prazerosa e significativa, proporcionando maior abertura do aluno em descobrir coisas novas e vivenciar novas potencialidades.
Relação Professor – Aluno
O professor deverá ter uma relação de afetuosidade com seu aluno para que haja sucesso no processo de ensino-aprendizagem, o professor se orientará por três pilares bases para o sucesso no processo de ensino-aprendizagem: ter empatia, aceitar incondicionalmente o aluno e ser autêntico (Almeida, 2014).
Não é esperado competências de conhecimentos prévios do professor, a competência básica consiste na habilidade de compreender-se e compreender os outros (Mizukami, 1986). O professor nesta abordagem é um facilitador e levando os pilares citados, é de responsabilidade dele a criação de um ambiente favorável à aprendizagem.
É de reponsabilidade do aluno atribuir quais os conhecimentos lhe farão sentindo e deverão ser internalizado, mantendo deste modo o processo de ensino-aprendizagem.
Metodologia
Cada educador deve elaborar a sua forma de facilitar a aprendizagem no que se refere ao que ocorre em sala de aula, não há um modelo padrão a ser seguido. É importante ter um clima favorável ao desenvolvimento das pessoas que possibilite a liberdade para aprender.
O método valorizará a interação humana, tendo em vista que não deve haver uma atmosfera marcada pela crítica ou punição, visa-se restaurar, promulgar e incentivar a curiosidade natural do aluno.
Avaliação
Nesta abordagem há um certo desprezo por ferramentas que padronizem os produtos da aprendizagem ou competências do professor (Mizukami, 1986).
Rogers, um dos maiores nomes da psicologia humanista, defende o conceito de autoavaliação, pois os alunos deverão aprender somente aquilo que faça sentido para eles. Dessa forma, o aluno tem autonomia do seu processo de aprendizagem.
Resumo do Livro
O livro “Pinóquio Às Avessas” de Rubem Alves levanta uma crítica à abordagem tradicional de ensino aprendizagem onde os alunos são ensinados a decorarem o conteúdo e são condicionados há uma forma mecânica de aprendizagem onde o pensamento crítico não é incentivado. 
O personagem principal é “Felipe”, um garotinho que irá ingressar no ensino básico e que está bastante curioso com essa nova etapa de sua vida. Seus pais lhe dizem que para se tornar um indivíduo “de verdade” é preciso que ele adquira o conhecimento que será passado na escola. Que “é preciso ir à escola [...] para ser gente de verdade”. Ao longo da história Felipe entende que a escola é quase como uma fábrica de pessoas prontas para ingressarem no mercado do trabalho. Segundo a explicação do pai de Felipe: “As escolas existem para transformar crianças que brincam em adultos que trabalham. É preciso entrar no mercado de trabalho”. 
Os pais de Felipe também explicam a ele que a partir do momento que ele entrar na escola seu conhecimento aprendido será medido através de números, ou seja, através de notas. E que se ele não tirasse boas notas iria repetir o ano. Felipe não entende como que uma nota ruim poderia ter o mesmo valor de um ano inteiro de vida. 
Alves defende de forma sutil em seu livro que cada pessoa possui uma forma e ritmo de aprendizagem, “Há muitos jeitos de voar: o jeito dos beija-flores, o jeito dos urubus, o jeito das pombinhas, o jeito dos sabiás...”. E critica o modo padronizado de aprendizagem da abordagem tradicional, onde só há um jeito certo de ser e aprender, “Eu me chamo corvo falante. Na escola vocês vão aprender a cantar como se deve...”.
Felipe não consegue entender o porquê tem que aprender coisas que não lhe interessam e que são formuladas por pessoas que nem ao menos o conhecem. “E como é que eles sabem o que quero aprender, se não me conhecem e moram longe de mim?” A professora lhe explica que a escola é o lugar para se aprender aquilo que se deve aprender, “[...] tudo na ordem certa. [...] todas as crianças ao mesmo tempo. Na mesma velocidade”. A partir desse ponto Alves defende a autonomia das crianças para escolherem os assuntos que lhes é interessante estudar, “O sonho feliz foi quase uma repetição de uma estória que seu pai havia lido para ele... [...] eles começam a correr quando têm vontade e param quando querem”.
Felipe, em um dado momento da história, ao pintar elefantes de forma colorida é chamado à atenção pela professora por não ter pintado os elefantes como eles são de verdade. Aqui Alves crítica mais uma vez a abordagem tradicional de ensino aprendizagem por não valorizarem a imaginação dos alunos e sua autonomia. 
O livro mostra sempre uma pressão social e quase uma proibição das vontades individuais em prol da adequação ao padrão social e educacional imposto. Onde quem não segue o padrão é diagnosticado com algum problema, como no caso de Felipe que por não conseguir prestar atenção na aula por estar pensando em pássaros é diagnosticado com “distúrbio de atenção”: “Distúrbio de atenção é quando a atenção está no lugar onde o coração deseja, e não no lugar onde o professor manda”. Isso faz com que Felipe abandone seus sonhos para atender à demanda da sociedade e ao desejo de seus pais, “Não posso ser motivo de vergonha para os meus pais. Eles me matricularam num colégio forte, colégio caro, que prepara para o vestibular. E fazem um grande sacrifício por minha causa. Eles querem meu bem. Não vou mais pensar em passarinhos”. 
Quase ao final do livro há uma crítica ao modo mecânico da abordagem tradicional e déficit em desenvolver o pensamento crítico da criança. “É preciso não olhar para os lados para não ter rabo e orelhas longas...”.
Em consequência de todo esse condicionamento feito ao longo da vida de Felipe, no final do livro ele se torna um adulto bem-sucedido, alcançando todas as expectativas que foram colocadas sobre ele, no entanto, ele não se sente feliz. Seu sonho de estudar os pássaros foi esquecido e agora ele é um especialista em frangos para a indústria alimentícia. Ele se formou, fez pós-graduação, PhD e se tornou rico, mas tudo isso não foi o bastante para suprir seu sonho de quando era criança. O livro acaba com Felipe já com cabelos grisalhos sonhando com uma fada que lhe concedeu a possibilidade de se tornar criança novamente e fugir das amarras que a sociedade havia imposta a ele.
Análise do Livro
Na estória Pinóquio às Avessas, o autor Rubens Alves, logo de início, retrata que o ambiente familiar do menino Felipe possui valores em sintonia com a educação voltada à abordagem Tradicional. 
Nota-se isso claramente quando o pai do garoto, após contar a história convencional de Pinóquio, esclarece que “quem não vai à escola fica burro”, ou seja, as crianças não são dotadas de conhecimentos prévios e a escola é o único local onde se realiza a educação. O genitor vai mais além e alerta que se não fosse a Fada Azul (aqui talvez umaalusão ao papel do professor, único detentor do conhecimento) o Pinóquio “teria ficado burro pelo resto da vida” e acrescenta que só será “gente de verdade” se frequentar a escola. 
Neste contexto, ser “gente de verdade” remete ao que se espera do indivíduo em uma abordagem Tradicional: que ele somente estará “pronto e acabado” após passar pela formação escolar e estiver “ajustado socialmente”, ou seja, a individualidade eclode somente se tiver recebido conhecimento.
Esta ideia é bastante reforçada por ambos genitores de Felipe, quando não sabiam responder respostas curiosas e criativas de Felipe, diziam que na escola receberia as respostas dos professores. Estes conceitos inerentes à abordagem Tradicional – os professores detêm todo o conhecimento e o transmitem para o aluno - foram sendo incutidos pelos pais ao menino durante toda a sua infância, bem como: a necessidade de tirar as melhores notas para cursar uma boa universidade e estar preparado para o mercado de trabalho. 
O autor Rubem Alves sugere na estória como o posicionamento dos pais impacta Felipe em acatar o modelo de abordagem Tradicional, quando é relatado um dos sonhos que o menino vivencia, por exemplo, que era um burrinho puxando uma carroça, bem como quando o garoto passa a desejar ser um adulto da forma como os pais definem, mas ao mesmo tempo mantem-se curioso e questionador sobre as normas e regras descritas pelos pais sobre a metodologia da escola: aplicação de notas, diploma, dentre outros.
Ao adentrar na escola o livro relata claramente que se trata de uma instituição que segue a metodologia Tradicional e como, a partir deste marco, Felipe passa a vivenciar situações que não vão de encontro ao que sente em sua essência.
A partir deste ponto, optamos (nesta análise) em transcrever algumas passagens que nos chamaram a atenção, caracterizadas como abordagem Tradicional e buscar criar hipóteses em como seriam esses cenários em contextos inerentes às abordagens Comportamental ou Humanista.
O primeiro cenário trata-se da véspera e do dia que Felipe entra para a escola. Na véspera ele, que adorava pássaros, sabia vários nomes e sentia-se com uma autoimagem positiva, encontrava-se um tanto ansioso e com dificuldade para dormir. Queria ter um diploma de “cuidador de pássaros”. No dia seguinte, o menino chega animado na escola, brinca, mas se surpreende com uma “campainha” que indica às crianças para pararem de brincar e são separadas pelos professores em grupos por faixas etárias. A narrativa não cita a quantidade de alunos de cada classe, porém, considerando-se hipoteticamente que se trata de uma escola Tradicional, a escola teria turmas numerosas. Já numa escola de abordagem Comportamental as turmas devem ser reduzidas, para que o professor possa estar disponível e acompanhar o ritmo de aprendizado de cada aluno. 
Numa abordagem Humanista, as turmas não seriam separadas por faixa etária. Elas se formariam naturalmente pelos próprios alunos, ao terem autonomia para escolher as atividades/horários (não teria campainha) e não haveria separação por salas e sim “estações de trabalho”, onde haveria um tema, uma provocação criativa ou materiais que instigassem a curiosidade natural, para que os alunos desenvolvessem a atividade buscando as soluções.
No segundo dia, Felipe conhece a professora de Português e se empolga e relata que gosta de pássaros e pergunta qual seria o nome de um pássaro azul que se alimenta de mamão que observou na rua a caminho da escola. A professora dá uma resposta tipicamente da abordagem Tradicional ao dizer: “Agora não é hora de pensar em pássaros. Os nomes dos pássaros não estão no programa de português. Na aula de português, temos que pensar e falar sobre aquilo que o programa manda”. Ou seja, nesta abordagem deve-se seguir um programa previamente elaborado verticalmente imposto e os alunos submetidos ao mesmo ritmo de trabalho.
Em uma escola Comportamental, uma hipótese (a grosso modo), seria o professor responder: “Que ótimo que você gosta de pássaros! Quais os nomes de pássaros que você já conhece? Que tal fazermos uma pesquisa sobre esses nomes e hábitos alimentares desses pássaros que você já sabe e, na sequência, procuramos qual seria esse pássaro azul que come mamão? Ou também podemos fazer um passeio com a turma até o local que você observou esse pássaro, para termos mais pistas como identificá-lo”. Ou seja, um professor da Comportamental incentivaria a curiosidade de forma prática e objetiva e se interessaria em propor ao aluno algumas etapas, experimentação, para que ele organizasse as experiências e elaborasse um novo conhecimento. 
Um professor da Humanista aproveitaria a pergunta para estimular o gosto pessoal do Felipe por pássaros (respeito ao gosto do menino), investigaria mais o que ele já conhece e instigaria a pesquisar junto com outros coleguinhas que também revelassem ter o mesmo interesse, onde poderia encontrar a resposta. Caso notasse que na atividade de pesquisa estavam encontrando alguma dificuldade, interagiria com os alunos colocando novas perguntas ou pistas para o prosseguimento da atividade, porém sempre respeitando o ritmo de cada aluno.
Uma outra cena que nos chamou a atenção ocorre quando Felipe interroga a professora Tradicional de Português sobre a necessidade de saber “para que serve um dígrafo”. Felipe percebe claramente a reação da professora em não gostar de ser questionada por não saber a resposta e que a memorização é o que importa, porque esse conceito cairia na prova e também no vestibular, segundo a resposta da professora.
Em uma escola Comportamental, uma possibilidade que imaginamos, para os alunos aprenderem o que é dígrafo, seria, por exemplo, o professor trazer alguns objetos cuja nomenclatura possuísse dígrafos, traria as palavras separadas em sílabas cortadas em pedaços de papel e pediria para as crianças montarem nomes juntando as silabas em frente a cada objeto. Após isso pediria para pronunciarem as palavras e identificarem se os sons eram pronunciados separadamente ou, em algumas silabas, os sons pareciam estar uníssonos. A partir daí, esclareceria o que são os dígrafos.
Um professor Humanista talvez trouxesse uma música em estilo que já soubesse ser do gosto de alguns alunos e montaria uma estação de atividade musical e karaokê. Perguntaria, após isso, por que a música era agradável? Questionaria: se os sons das palavras proferidas na música fossem outros, também seria agradável? Perguntaria se uma determinada palavra fosse pronunciada de forma diferente, como ficaria a música? A partir daí, instigaria os alunos a pesquisarem mais sobre sons das palavras e construírem uma nova letra para a mesma melodia, se conseguiriam inserir nessa nova letra, rimas com letras que são pronunciadas de uma só vez (dígrafo).
Um dos cenários que mais nos impactou nesta história, foi o da aula de artes, quando o menino teve que abrir mão da sua criatividade ao pintar um elefante de rosa e outro de verde e ser chamado a atenção da professora que ele deveria pintar os animais da cor que eles “realmente” eram. Ou seja, novamente a abordagem Tradicional com objetivo de instruir o aluno com um conhecimento acabado, neste caso a criatividade podada. Nesta cena, saltamos diretamente para a abordagem Humanista, imaginando como seria rica a experiência de Felipe, podendo pintar elefantes das cores que mais gosta, se expressando livremente através da arte, observando quadros de pintores talentosos em diversos estilos e observar qual estilo mais o agradava, a quais sentimentos o remetiam as imagens. Numa escola Humanista, o menino seria plenamente respeitado em sua essência e poderia ampliar sua criatividade. O próprio autor do livro faz alusão a pintores famosos (em um sonho de Felipe) como Dali, Picasso e Chagall que não se utilizaram de meios tradicionais em sua arte, e foram reconhecidos mundialmente.
Por fim, Felipe passa a se desmotivar cada vez mais em não poder se expressar, construir conhecimentos em parceria com os professores, e começa a se comportarde forma dispersa na aula, sendo avaliado pela psicóloga escolar como tendo “distúrbio de atenção”.
Nesse cenário, em uma escola Comportamental o ritmo de Felipe seria totalmente respeitado, os professores estariam sempre buscando observar cada etapa das atividades do garoto e praticariam o reforço positivo para incentivá-lo a passar para as etapas subsequentes. 
Em uma escola Humanista, Felipe teria total autonomia para participar ou não de uma atividade proposta, poderia ficar disperso divagando em sua imaginação criativa e seria estimulado a realizar atividades que realmente estivessem em sintonia com sua essência e interesses pessoais.
Apesar de fictícia, a estória tem um desfecho bastante reflexivo, onde o menino é julgado e condicionado a “andar nos trilhos” para “ser alguém na vida” e passa a ser um “excelente aluno” no ensino Tradicional e migra para a vida adulta “com sucesso”, atuando, de certa forma, de maneira robótica, atendendo às expectativas da família e comunidade onde está inserido.
O livro apresenta a infelicidade de Felipe, já maduro, buscando auxílio psicológico, e passa ao leitor um desfecho passível de duas (ou mais) interpretações. Uma das possibilidades que interpretamos, é que o personagem, através da terapia, consegue identificar conteúdos reprimidos desde a infância e consegue se autoconhecer melhor para buscar se realizar. Um outro desfecho que identificamos, é que ao final dessa trajetória, o personagem somente se liberta da prisão a que foi imposto e ele próprio se impôs, ao partir desta existência e, simbolicamente, sentir-se liberto das amarras.
Considerações Finais
A estória Pinóquio às Avessas de Rubens Alves remeteu-nos a uma séria e profunda reflexão sobre qual ou quais metodologias para o processo de ensino-aprendizagem poderiam ser implementadas em uma sociedade de modo que, ao mesmo tempo, fossem viáveis e úteis para o desenvolvimento intelectual, cognitivo, emocional e realização pessoal do indivíduo, preservando sua autonomia e liberdade de ser único e valoroso segundo sua visão particular de mundo.
A abordagem Humanista nos pareceu a mais propícia para atingir tais objetivos, no entanto, entendemos que nem todos indivíduos teriam bons resultados, por apresentarem necessidades diferenciadas (alguns necessitam, por exemplo, de uma rotina pré-estabelecida para ampliarem seus conhecimentos e desenvolver-se). Há também outra questão, de ordem sócio-econômico-cultural, que pode ser um fator limitante para a implementação do modelo Humanista em determinada sociedade.
Em nossa reflexão, com apoio do livro, entendemos que o modelo Tradicional se enfraquece a cada dia, devido ao seu formato engessado e, portanto, falha na missão de estimular as crianças e jovens a serem cidadãos criativos, participativos e em constante renovação.
Concluímos que não somente uma abordagem Humanista, mas outras também podem desempenhar esse papel: apoiar e estimular o indivíduo em sua formação, desde que considerando as especificidades e particularidades de cada comunidade ou grupo social e, acima de tudo, respeitar o direito de livre-arbítrio dos indivíduos e, respectivamente, o respeito do próprio indivíduo pelo direito dos outros.

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