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Tatiana Roncato Ferreira Clínica cirúrgica de Pequenos III Aparelho Digestório - 14/10/2019 8º semestre – UAM AFECÇÕES CIRÚRGICAS DE APARELHO DIGESTORIO 1: ESTOMAGO Síndrome dilatação e torção gástrica É uma grande emergência, e tem alta mortalidade em animais sem tratamento. Caracterizada por dilatação rápida e significativa do estomago por conteúdo liquido e gasosos, associado ao seu mau posicionamento, com concomitante disfunção cardiorrespiratório evoluindo para choque(a distribuição da circulação é deficitária, com má perfusão sanguínea, retorno venoso está comprometido, não chega oxigênio, glicose nos tecidos). Não se sabe se torce ou dilata primeiro. Visa correção da função cardiorrespiratório. Estomago fica no abdômen cranial(cárdia, fundo, corpo e piloro além da curvatura maior e menor). Em qualquer acesso cirúrgico sempre pelo corpo do estomago pois é onde não tem vascularização. Geralmente a torção é em sentido horário. Órgãos sofrem isquemia pois compartilham a mesma origem vascular. Órgão isquêmico pode guardar componentes tóxicos, no reposicionamento voltam para circulação. Incidência Raças grandes e tórax profundo (dog alemão é campeão) Qualquer idade (10 meses a 14 anos) preferencialmente de meia idade Sem predisposição sexual Taxa de mortalidade 18 a 56% em tratados Taxa de mortalidade 90% não tratados Fatores de risco Raça Peso – animais mais magros com escore corporal menor tem mais risco de dilatação e torção Idade Profundidade de tórax Comportamento de animas mais ansiosos e medrosos Histórico familiar, se primos, irmãos, pais ele tem 4x mais risco, nos estados unidos faz a fixação preventiva junto com a castração Esplenomegalia ou esplenectomia - fica como um pêndulo Exercício – animais que fazem exercícios após alimentação, dividir a alimentação em mais vezes ao dia, separadamente da água Dieta – grandes quantidades com água Composição – tamanho da partícula (até 30mm mais chance de fermentação) Frequência – deve fracionar as porções Patogenia Sentido horário até 360 graus, anti-horário máximo 90 graus. Obstrução do retorno venoso pela veia cava caudal, não chega no coração. Diminui pré-carga, e do débito cardíaco. DC= FC x volume sistólico. Existe compressão do diafragma e o animal não consegue respirar direito. A complacência pulmonar diminui, aumentando a FR. Animal chega com acidose metabólica, hipotensão, hipotermia o animal morre de choque. Translocação bacteriana. A Endotoxemia pode levar a Síndrome resposta inflamatória sistêmica (sirs): FC cão acima de 150, gato acima de 250, FR geralmente acima de 25mpm, temperatura cão acima de 39,5 graus e gato acima de 37,7 graus, leucocitose com desvio a esquerda. Além de acidose. No rim, acontece isquemia renal, diminuição da filtração glomerular levando a IRA. Fase final é a falência múltipla dos órgãos. Sinais clínicos e sintomas Distensão progressiva e timpânica do abdômen Mímica de vomito Sialorréia Inquietação – não consegue deitar Sinais de choque: fase compensatória com taquicardia e taquipnéia, normotensão ou hipotensão, TPC alto, mucosas congestas ou pálidas, temperatura normal com extremidades frias. Sinas de choque: endotóxico, com taquicardia e taquipneia, hipotensão e normotensao, tpc aumentado, mucosas congestas e febre, ou seja é SIRS. Sinais de choque: fase não compensado, com bradicardia, pulso fraco, depressão respiratória, ausência de preenchimento capilar, musocas pálidas, extremidades frias e hipotermia. Diagnóstico Exame clínico RX Torção(linha de compartimentalização) x Dilatação(apenas ar) Tratamento Pré-operatório Fluido isotônico 80 a 90 ml/kg em 30 a 60 minutos em jugular ou cefálica (acesso dos dois lado já). Coloides (hetastarch – 10 a 20 ml/kg) – para manter volume aumenta pressão oncótica/ usa-se com certa cautela. Solução de NaCl hipertônica 7,5% (4 a 5cm/kg) – quando não consegue manter volemia e pressão, ela não faz de cara, primeiro coloide, depois vasoativa e depois ela, o animal precisa estar hidratado. Dopamina e Dobutamina 2,5 a 5ug/kg/min (droga vasoativa). Oxigenioterapia Descompressão com tubo orográstrico ou gastrocentese percutânea, animal precisa estar sedado pois se não ele come/morde a sonda Antibiótico em amplo espectro: metronidazol 25 a 30mg/kg, cefalotina, penicilina. Corticoideterapia – em humanos não tem resultado bom, então não se faz, por mais que a literatura cite isso. Predinisolona 10mg/kg IV. Antioxidantes - deferoxamine 50mg/kg IM ou IV. Analgésico – oximorfina, butorfanol, tramadol Monitoração cardíaca – arritmias VPC formação ventricular pré-matura Lidocaína 2mg/kg – infusão contínua pelo efeito antiarrítmico, anti-inflamatório, pró-cinético, sedação e analgesia. Tratamento Cirúrgico Indicação: necessidade de retardar o procedimento cirúrgico definitivo Técnica: lado direito, caudal a última costela Tem uns 4cm Ele serve para retardar a cirúrgia Tratamento Laparotomia Descomprimir Reposicionar – passa a sonda para descomprimir, eles são simultâneos Gastrotomia se necessário – em possíveis locais necróticos Avaliar viabilidade – gastrectomia Gastroplexia – fixação do estômago para evitar recidiva. Prendendo o piloro na parede lateral direita. É chamado de incisional a melhor técnica, de 4cm simples separado, continuo. Duas incisões sutura boca com boca Lavagem da cavidade – tem que lavar e tirar tudo para não fermentar, não é legal abrir o estômago sem necessidade pois aumenta taxa de mortalidade Esplenectomia? Desde que não tenha danos isquêmicos/ vasculares Invaginação gástrica – área pequena quando tem duvida se vai romper na necrose, faz invaginado Tratamento pós-operatório Fluidoterapia (8 a 10ml/kg/hora) Anemia – transfusão de sangue Analgésicos – opióide Antibióticos Antagonista H2 – ranitidina (que é pró-cinético) Manter monitor cardíaco Alimentação: dieta micro-enterais, pastosas hipercalóricas pouca quantidade muitas vezes ao dia, além de água de forma fracionada Deixar monitorado por 48-72horas Antiarrítmico Complicações Choque: tratamento inadequado da hipovolemia hipotensão anestésica Séptico: endotóxico – absorção de bactérias e toxinas Arritmias: 30-505 dos casos nas primeiras 12-36horas Taquicardia ventricular ou VPC causa: distúrbios eletrolíticos Sindrome de reperfusão Necrose e perfuração gástrica – pneumoperitonio, líquido livre, leucocitose Prognóstico Reservado a mau Necrose gástrica de 10 a 54% morte Sem necrose 86% vive Taxa de recorrência: com gastropexia 10%, sem gastropexia 80% Gastrectomia + Esplenectomia 55% morte Arritmia cardíaca pré-cirúrgica 38% morte Corpo Estranho no Estômago Incidência maior em jovens e gatos corpo estranho lineares Fisiopatologia: vômito – obstrução do fluxo e ou irritação da mucosa, objeto em antro pilórico, quando localizados no fundo é assintomático Acesso pelo corpo. Apresentação clínica Vomito agudo e persistente ou intermitente Anorexia e apatia Exame físico: desidratação e dor a palpação RX – radiopacos ou radiolucentes (contraste) US Tratamento clínico Indução ao vômito? Não se faz pois pode ter lesão Reestabelecer equilíbrio hidro-eletrolítico Tratamento cirúrgico RX pré-cirúrgico imediato Endoscopia Gastrotomia Gastrorrafia Sutura: simples contínua todas as camadas e segundo plano invaginante Invaginante 2 camadas (cushing e lembert). Esconde camada contaminada. Fio absorvível sintético 3-0 ou inabsorvível sintético Pós-operatório Fluidoterapia Hipocalemia – paciente com anerexia e vômitos – mensurar potássio Água em pequenas quantidades após 12 horas Após 12-24 horas – dieta branda De 24 a 36 horas – A/D diluída De 36 a 48 horas – dieta pastosa
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