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DIREITO REAIS SERVIDÃO, USUFRUTO, USO E HABITAÇÃO Aula 13 Objetivos Ao final da sessão o aluno deverá ser capaz de: • Compreender a estrutura dos direitos reais sobre coisas alheias; • Identificar as servidões e diferenciá-las do direito de passagem forçada; • Aplicar o regime jurídico do usufruto, e diferenciá-lo do uso e da habitação. ESTRUTURA DE CONTEÚDO Unidade 6 - DIREITOS REAIS SOBRE COISA ALHEIA (DE GOZO OU FRUIÇÃO) 6.1. Servidão predial 6.1.1. Conceito 6.1.2. Espécies 6.1.3. Constituição 6.1.4. Principais características 6.1.5. Extinção 6.2. Usufruto 6.2.1. Conceito 6.2.2. Espécies 6.2.3. Constituição 6.2.4. Principais características 6.2.5. Extinção 6.2.6. Correlação com o direito real de uso 6.2.7. Correlação com o direito real de habitação SERVIDÃO Art 1378 a 1389 CC SERVIDÃO PREDIAL • CONCEITO: Direito real exercido sobre coisa alheia que consiste na constituição de um encargo sobre o prédio serviente em favor do dono do prédio dominante, tendo por finalidade precípua tornar-se a propriedade deste útil. * corresponde ao vínculo de sujeição de um prédio a outro • Direito real de fruição ou de gozo (jus in re aliena). • Constituído por lei ou vontade das partes. • Constituído em favor de um prédio dominante, sobre outro prédio serviente, pertencente a dono diferente. • Impõe ao prédio serviente um encargo. • Restringe faculdades de uso e gozo do proprietário deste prédio. Aspectos Gerais • Existência de 2 prédios. • Prédios de propriedades distintas. • Encargo sobre prédio serviente em benefício de prédio dominante. Requisitos da servidão • Conteúdo da servidão não delimitado em lei, • Inumerável possibilidades de servidão. • Deve se prestar: - utilidade, - comodidade, - serviço. ObjetoObjeto Servidão Positiva x Negativa Servidões Positivas (Servitutes in faciendo) > Proprietário do prédio dominante tem poder e uso parcial do prédio serviente Ex: direito de passagem Servidões Negativas (Servitutes in non faciendo) > Impõe restrições de uso ao titular do prédio serviente Ex: impedimento de construir acima de determinada altura Servidões Continuas x Descontínuas Classificação qto ao modo exercício da servidão: 1) Contínua • Qdo exercício do direito não é interrompido Ex: aqueduto, passagem de energia elétrica 2) Descontinua • Qdo exercício é intermitente, não constante. • Depende de ação humana sequencial Ex: servidão de passagem, de apanhar água Servidão Aparente x Não Aparente • Qto ao modo de exteriorização 1. Aparentes • Revelado por sinais exteriores. • Configuração depende de obras corpóreas. • São usucapíveis (Art.1379 CC) Ex: servidão de aqueduto 2. Não Aparentes • Não perceptíveis do ponto de vista físico. • Não suscetíveis de posse e de proteção possessória Ex: servidão de não construir além de determinada altura Súmula 415 STF Atribui ao direito de passagem o caráter de servidão aparente, quando se realizaram obras específicas para sua viabilização “Reintegração de Posse. Servidão de passagem. Ausência de prova explícita. Inadmissibilidade. Apelo improvido. É expresso preceito legal que a servidão não se presume (art 696 CC-1916), por isso que, sendo amplo o direito de propriedade, em favor da plena liberdade de seu exercício é que milita a presunção. A servidão deve ser constituída e provada de modo explícito; a sua interpretação é sempre stricti juris, porque é ela, sempre, uma limitação do direito de propriedade” (TJ/BA, 1ª Câm Civ – 09.04.02) Servidão Urbana x Rural • Classificação qto à natureza dos prédios 1. Urbanas • Ex. não construir prédio além de determinada altura) 2. Rurais • Ex. pastagem, trânsito. Características > Jus in re aliena (oponibilidade erga omnes e ius persequendi) > Coisa imóvel > Perpetuidade. Lei regula, contudo, algumas hipóteses de extinção da servidão. > Inalienabilidade. Não pode ser vendida, total ou parcialmente, muito menos ser gravada com outra servidão > Indivisibilidade (art. 1.386). servidões não se estendem, nem se ampliam, salvo hipóteses expressamente previstas na lei > Gravame > Imóvel fica onerado. > Aderência do direito à coisa. > Obrigações incidentes propter rem, recaindo sobre titular da coisa gravada; > Titularidades distintas > Existência e distinção entre prédios e de donos > Quando dois prédios do mesmo dono, um retira do outro utilidades, ocorre uma serventia e não servidão. > Formalidade (não presunção da servidão) > Interpretação restritiva por ser restrição ao direito de propriedade. > Na dúvida, considera-se a não incidência. Constituição das Servidões Art. 1378. A servidão proporciona utilidade para o prédio dominante, e grava o prédio serviente, que pertence a dono diverso, e constitui-se mediante declaração expressa dos proprietários, ou por testamento, e subsequente registro no cartório do registro de imóveis. Servidões constituídas por: • Ato inter vivos – Necessidade de escritura pública (art. 108, CC/02) • Testamento (mortis causa); • Usucapião ordinário ou extraordinário • Sentença judicial que determinar a divisão do condomínio; • Destinação do proprietário. • Titular da servidão deve realizar obras necessárias ao uso e conservação da mesma (exceto disposição no título). • Proprietário do prédio serviente tem direito de renúncia à propriedade ao dono da servidão. • Ainda que proprietário do prédio dominante não aceite a propriedade da servidão, continuará obrigado a custear obras de uso e manutenção. • Proprietário do prédio serviente não pode prejudicar utilização da servidão. • Possibilidade de remoção da servidão. • Restrição e ampliação da servidão > parâmetros legais (art. 1.385, CC/02): finalidade, servidão de trânsito e necessidades de cultura ou indústria (indenização ao proprietário do prédio serviente). Exercício das Servidões Extinção das ServidõesExtinção das Servidões (Art 1.387) • Condicionada ao cancelamento do registro. • Desapropriação - Extinção automática qto às partes e a terceiros (art. 1389, I) • Renúncia (art. 1388, I) • Confusão (art. 1389) - Qdo dono de um dos prédios adquire o domínio do outro • Perda da utilidade ou comodidade (art. 1388, II) • Resgate (art. 1388, III) - Acordo entre proprietários visando fim do direito real limitado. • Supressão das obras (por contrato ou outro título) - Destruição das obras de sustentação decorrente de convenção entre as partes • Não-uso contínuo por 10 anos USUFRUTO Art 1390 a 1411 CC DIREITOS REAIS (Art 1225 CC) Art. 1.225. São direitos reais: I - a propriedade; II - a superfície; III - as servidões; IV - o usufruto; V - o uso; VI - a habitação; VII - o direito do promitente comprador do imóvel; VIII - o penhor; IX - a hipoteca; X - a anticrese. XI - a concessão de uso especial para fins de moradia; (Lei 11.481/2007) XII - a concessão de direito real de uso. (Incluído pela Lei nº 11.481, de 2007) VI - a Laje (Incluído pela Medida Provisória nº 759. de 2016) Conceito “Direito real temporário concedido a uma pessoa para desfrutar um objeto alheio como se fosse próprio, retirando suas utilidades e frutos, contudo sem alterar-lhe a substância” (Nelson Rosenvald) Sujeitos Usufrutuário • Titular do direito real deusufruto. • Reúne faculdades de uso e gozo. • Posse direta e administração do bem (art. 1.394) Nu-proprietário • Titular da propriedade do bem • Possuidor indireto • Faculdades de disposição e reivindicação Objeto • Coisa imóvel ou móvel; • Coisa corpórea ou incorpórea; • Bens singulares ou coletivos, totalidade do patrimônio ou parte. • Direitos reais ou pessoais (dto de patente, de autor) Características • Temporariedade • Divisibilidade • Inalienabilidade • Conservação da forma e substância • Posse de usufruto Características Temporariedade (Art 1410) • Necessário por esvaziar conteúdo da propriedade. • Pode ser vitalício. • Na falta de termo, prevalece vitaliciedade do direito. • Extinção do usufruto por morte do usufrutuário antes do termo. • Prazo máximo de 30 anos, se usufrutuário for Pessoa Jurídica. • Se conferido dto vitalício a mais de uma pessoa, prevalece óbito da última. • No `usufruto conjunto` estabelecido por testamento haverá dto de acrescer entre usufrutuários (art 1946 CC) Art. 1.946. Legado um só usufruto conjuntamente a duas ou mais pessoas, a parte da que faltar acresce aos co-legatários. Parágrafo único. Se não houver conjunção entre os co-legatários, ou se, apesar de conjuntos, só lhes foi legada certa parte do usufruto, consolidar-se-ão na propriedade as quotas dos que faltarem, à medida que eles forem faltando. Características Temporariedade (Art 1410 CC) • Se por ato inter vivos, ‘usufruto simultâneo’ não acresce aos co- usufrutuários, por morte de um deles, salvo disposição em contrário (art 1411 CC) Art. 1.411. Constituído o usufruto em favor de duas ou mais pessoas, extinguir-se-á a parte em relação a cada uma das que falecerem, salvo se, por estipulação expressa, o quinhão desses couber ao sobrevivente. • Proibido usufruto sucessivo (art 1410, I CC) TJ/RJ, Agr Instr. 9ª Cam Civel. 08/04/2008 “AGRAVO DE INSTRUMENTO. SE NO INSTRUMENTO DE INSTITUIÇÃO DO USUFRUTO NÃO É ESTABELECIDO O TERMO DE SUA DURAÇÃO DEVE SER CONSIDERADO VITALÍCIO EM CONSONÂNCIA COM O DISPOSTO NO ART. 1.410, I, CC. CORRETA DECISÃO INDEFERINDO REQUERIMENTO VISANDO À EXTINÇÃO DO DIREITO. CATEGÓRICO PARECER DO M.P. PRESTIGIANDO A DECISÃO. DESPROVIDMENTO DO RECURSO.” TJ/BA, Ac unân. 1ª Cam Civel. AgrInstr. 09.12.98 “Reintegração de posse. Posse e domínio decorrente de doação com cláusula de usufruto vitalício. Agravo. Provimento. Com a morte do usufrutuário, a posse e o domínio transferiram-se plenamente para o nú- proprietário. Os documentos anexados à inicial não demonstraram a ocorrência do esbulho, para autorizar a concessão da medida liminar.” Características Divisibilidade Usufruto pode ser dividido de fato ou por quotas (ex: metade de uma casa pode ser entregue em usufruto a uma pessoa e a outra metade a pessoa diversa) Características Inalienabilidade • Usufrutuário não pode alienar seu direito. • Pode ceder exercício a título gratuito ou oneroso. (art 1393 CC) Ex: comodato ou locação. • Frutos percebidos podem ser alienados. • Frutos pendentes não podem ser alienados. • Impenhorabilidade do dto de usufruto. (pode penhorar os frutos). TJ/SP. Ap Civ 81.895-0/6 de 27.12.01 “ ... Pedido de registro de ‘escritura pública de cessão de exercício de usufruto em anticrese’. O usufruto em si é inalienável, mas se admite a cessão de seu exercício, à título oneroso ou gratuito, a terceiro. Relação de cunho pessoal e não geradora de direito real, que não ingressa no fólio real. O usufrutuário, por sua vez, não detém a faculdade de alienação do imóvel, mas pode dispor dos frutos ou rendimentos, razão pelo qual admite-se que os ofereça em anticrese. Título que comporta registro. Recurso a que se dá provimento” Características Conservação da forma e substância • Preservação da forma e substância • Usufrutuário deve conduzir-se como bom proprietário (prudência e cuidado) Posse de usufruto • Suscetível de posse (do dto real de usufruto) • Usufrutuário pode valer-se das ações possessórias Espécies 1. Qto ao objeto Próprio • Coisas inconsumíveis e infungíveis • Substâncias conservadas e restituídas ao nú-proprietário Impróprio • Incide sobre bens consumíveis ou fungíveis • Quase-usufruto • Usufrutuário adquire domínio e deve restituir o equivalente ao final do usufruto Espécies 2. Qto aos titulares Simultâneo • Constituído em favor de 2 ou mais pessoas ao mesmo tempo • Extinção gradativa em relação a cada uma das que falecerem • Se estipulado dto de acrescer, quinhão do falecido, acresce ao do sobrevivente, passando a desfrutar com exclusividade (Art 1411 CC) Sucessivo • Não permitido no Brasil • Instituído em favor de uma pessoa, para que depois de sua morte transmita-se a terceiro Espécies 3. Qto à origem Legal • Estabelecido pela lei em favor de determinadas pessoas. Ex: usufruto dos pais sobre os bens do filho menor (art. 1.689, I). Convencional • Constituído por contrato ou testamento Espécies 4. Qto à duração Temporário • Estabelecido com prazo certo de vigência. • Extingue-se com advento do termo. Vitalício • Perdura até a morte do usufrutuário ou enquanto não sobrevier causa legal extintiva (arts. 1.410 e 1.411, CC). Espécies 5. Qto à extensão Universal • Recai sobre um patrimônio Particular • Recai sobre um bem particular Pleno • Abrange totalidade dos frutos e utilidades Restrito • Excluído alguns ou todos os frutos e utilidades Constituição do Usufruto • Por força de lei • Por declaração de vontade • Por usucapião Constituição por força de lei • Proteção de uma das partes em uma relação jurídica. - Cônjuge sobre bens particulares do outro se rendimento for comum (art 1652, I CC) - Índios, nas terras que tradicionalmente ocupam. (art 231, § 2º CF) - Pais, na administração dos bens dos filhos (art 1689, I CC) Constituição por declaração de vontade • NJ causa mortis • NJ inter vivos gratuito ou oneroso Constituição por usucapião Imóvel • Pressupõe preenchimento dos requisitos (no que couber) da usucapião ordinária (art. 1242 CC) ou da usucapião extraordinária (art. 1238 CC) Móvel • Pressupõe preenchimento dos requisitos (no que couber) da usucapião ordinária (art. 1260 CC) ou da usucapião extraordinária (art. 1261 CC) * título, boa-fé, posse prolongada, contínua e incontestada, ânimo de usufrutuário Penhora de Frutos e Rendimentos • Juiz da execução pode ordenar a penhora de frutos e rendimentos de coisa móvel ou imóvel quando a considerar mais eficiente para o recebimento do crédito e menos gravosa ao executado. (Art 867 NovoCPC) Art. 867. O juiz pode ordenar a penhora de frutos e rendimentos de coisa móvel ou imóvel quando a considerar mais eficiente para o recebimento do crédito e menos gravosa ao executado. Art. 868. Ordenada a penhora de frutos e rendimentos, o juiz nomeará administrador-depositário, que será investido de todos os poderes que concernem à administração do bem e à fruição de seus frutos e utilidades, perdendo o executado o direito de gozo do bem, até que o exequente seja pago do principal, dos juros, das custas e dos honorários advocatícios. Direitos do usufrutuário (art 1394 CC) • Posse • Uso • Administração • Percepção dos frutos (Fruição) Deveres do usufrutuário (art 1400 a 1409 CC) •Elaboração de inventário (art 1400 CC) • Prestar caução (art 1400 CC) • Conservação da coisa (art 1403 CC) • Pagar tributos (art 1403 CC) • Indenizar por desgaste irregular (art 1402 CC) • Restituição do bem. • Defesa da coisa e comunicação ao nu-proprietário na hipótese de agressão ao bem. Extinção do Usufruto (1410 e 1411 CC) • Renúncia (art 1410, I ) • Morte do usufrutuário (art 1410, I) • Advento do termo (art 1410, I) • Extinção da PJ ou máximo 30 anos de duração (art 1410, III) • Cessação do motivo de que se origina (art 1410, IV) • Destruição da coisa (não sendo fungível), (art 1410, V) • Consolidação (art 1410, VI) • Culpa do usufrutuário (art 1410, VII) • Não uso ou não fruição (art 1410, VIII) TJ.RJ - Apl Civ – 7ª Câm Civ – 20.08.2008 “USUFRUTO. ACORDO REALIZADO NA AÇÃO DE SEPARAÇÃO JUDICIAL, COM CLÁUSULA DE RESERVA DE USUFRUTO PARA O CÔNJUGE VIRAGO, COM A CONDIÇÃO DE PRESTAR CONTAS ANUAIS DE QUITAÇÃO DO IPTU, DA TARIFA DE ÁGUA E DE QUALQUER OUTRO DÉBITO QUE VIESSE A INCIDIR SOBRE O IMÓVEL, SOB PENA DE EXTINÇÃO DO DIREITO REAL. CLÁUSULA DESCUMPRIDA PELA USUFRUTUÁRIA A PARTIR DO EXERCÍCIO SEGUINTE. DÉBITOS NÃO QUITADOS DO TRIBUTO E DA TARIFA. PROCEDÊNCIA DO PEDIDO. SENTENÇA CORRETA. RECURSO IMPROVIDO” DIREITOS REAIS (Art 1225 CC) Art. 1.225. São direitos reais: I - a propriedade; II - a superfície; III - as servidões; IV - o usufruto; V - o uso; VI - a habitação; VII - o direito do promitente comprador do imóvel; VIII - o penhor; IX - a hipoteca; X - a anticrese. XI - a concessão de uso especial para fins de moradia; (Lei 11.481/2007) XII - a concessão de direito real de uso. (Incluído pela Lei nº 11.481, de 2007) USO Art 1412 a 1413 CC Conceito “Instituto que se destina a assegurar ao beneficiário a utilização imediata de coisa alheia” (C. R. Gonçalves) “Uso é um jus in re aliena, que atribui ao titular o poder de servir-se da coisa, móvel ou imóvel, singular ou coletiva, gratuita ou onerosamente, de acordo com a sua destinação, bem como auferir os frutos, na medida de suas necessidades pessoais e de sua família.” (Paulo Nader) Uso Art 1.412. O usuário usará da coisa e perceberá seus frutos, quanto o exigirem as necessidades suas e de sua família. • Necessidades pessoais • Excluída exploração comercial ou industrial • Necessidades pessoais avaliadas conforme condição social do usuário e lugar em que vive • Possibilidade de ampliação ou diminuição conforme alteração do status do indivíduo Usufruto x Uso • Possui características do usufruto • Distinção: - aspecto quantitativo da fruição usufruto: pode recolher frutos em toda a sua extensão; uso: pode recolher frutos (naturais) apenas o indispensável ao xxx proveito pessoal e familiar. Objeto do uso • Móvel • Imóvel • Infungível • Inconsumível • Pouquíssima importância prática • Rara constituição do direito de uso. • Sentido assistencial. • Exclui percepção dos frutos civis. • Não se autoriza a venda dos frutos percebidos (salvo autorização judicial ou convencional). • Somente pessoa natural pode ter direito de uso. HABITAÇÃO Art 1414 a 1416 CC Art. 1.414. Quando o uso consistir no direito de habitar gratuitamente casa alheia, o titular deste direito não a pode alugar, nem emprestar, mas simplesmente ocupá-la com sua família. Art. 1.415. Se o direito real de habitação for conferido a mais de uma pessoa, qualquer delas que sozinha habite a casa não terá de pagar aluguel à outra, ou às outras, mas não as pode inibir de exercerem, querendo, o direito, que também lhes compete, de habitá-la. Art. 1.416. São aplicáveis à habitação, no que não for contrário à sua natureza, as disposições relativas ao usufruto. Objeto da Habitação imóvel residencial Uso x Habitação Uso > Engloba uma fruição limitada Habitação > Não permite fruição (apenas moradia) Características • Raramente utilizado • Temporário (Condição resolutiva, termo ou vitaliciedade) • Natureza personalíssima • Gratuidade (aspecto assistencial) • Admissível pluralidade de habitadores • Aplicáveis disposições do usufruto (no que couber) Aplicação no direito das sucessões • Dto de habitação em favor do cônjuge sobrevivente, qdo houver apenas um imóvel residencial a inventariar. • Lei 9.278/96 (Por analogia ao CC) e art 226 §3º CF Dto de habitação em favor do companheiro Art. 1.831. Ao cônjuge sobrevivente, qualquer que seja o regime de bens, será assegurado, sem prejuízo da participação que lhe caiba na herança, o direito real de habitação relativamente ao imóvel destinado à residência da família, desde que seja o único daquela natureza a inventariar. Art. 7° ... Parágrafo único. Dissolvida a união estável por morte de um dos conviventes, o sobrevivente terá direito real de habitação, enquanto viver ou não constituir nova união ou casamento, relativamente ao imóvel destinado à residência da família. Caso Concreto Júlio, nu-proprietário, ajuizou ação de extinção de usufruto em face do espólio de Plínio Santoro, tendo em vista o falecimento do usufrutuário. Realizada a citação, o réu requer a extinção do feito sem julgamento do mérito, sob o argumento de que não há a necessidade do provimento jurisdicional para extinguir usufruto por morte do usufrutuário. Pergunta-se: a) Como se extingue o usufruto? b) Há fundamento jurídico na manifestação do réu? Justifique sob a ótica legal e posicionamento jurisprudencial. Questão objetiva 1 (TJRO 2012) Assinale a alternativa correta: a. O usufrutuário pode alugar o imóvel sob o qual detém o usufruto, e a renda deste obtida reverte em seu favor. b. O bem gravado com usufruto não pode ser alienado. c. O usufruto não pode ser estipulado por tempo determinado. d. Direito a usufruto e direito real de habitação são o mesmo instituto.
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