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Direito Civil - Coisas

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Aula 1
· Propriedade = poder de direito.
· Posse = poder de fato.
· Detenção = subordinação.
Aula 2
Introdução: Direitos Reais.
· Relação Jurídica: 
· Sujeitos: 
· Passivo: é o titular de um dever subjetivo; é aquele que tem o dever de satisfazer o interesse do titular do direito subjetivo.
· Ativo: é aquele que detém um poder de ser o titular de um direito subjetivo. 
· Vínculo: 
· Relativo: contra uma pessoa em específico → Direito pessoal. 
· Absoluto: contra todas as pessoas da sociedade → Direito real. 
· Objeto: 
· Prestação: o direito advém de uma conduta → Direito pessoal. 
· Bem: o direito está "impregnado" ao objeto → Direito real. 
· Fato Jurídico: é um fato capaz de fazer nascer, modificar ou extinguir direitos. 
· Autorização Normativa: o Direito é um ambiente eminentemente normativo, pois, a norma tem como finalidade a prescrição da conduta.
· O Direito é uma ordem coativa institucionalizada que visa regular a conduta humana e, portanto, enfatiza o caráter antropocêntrico do Direito (ele é feito em favor da pessoa). 
· Distinção entre Direito Real e Direito Pessoal: 
· Teorias: 
· Realista: A relação jurídica é entre pessoa e coisa. 
· "Nem toda relação jurídica é uma relação entre os seres humanos, pois, nos direitos reais a relação jurídica se estabelece entre homem e coisa" → Ex: propriedade.
· Entende que no direito real não tem sujeito passivo. 
· Personalista: toda relação jurídica é entre pessoas, pois, toda relação jurídica envolve poder e dever.
· Entende que as relações jurídicas de direitos reais há um sujeito passivo (que seria a sociedade).
· Gozo ou Exercício: 
· Sem Intermédio: Direito Real. 
· Com Intermédio: Direito Pessoal. 
· Características dos Direitos Reais: 
· Absoluto: tem eficácia erga omnes (oponível a todos da sociedade) → Art. 1228, caput. 
· Sequela: direito de reaver a coisa contra todos da sociedade, pois, o direito está aderido à coisa → Art. 1228, caput.
· Todo titular de direito real tem sequela (e não somente o proprietário) → Ex: usufrutuário. 
· Preferência: direito de receber o pagamento da dívida antes de um credor sem garantia ou com garantia posterior → Art. 1422.
· Obs: É uma caraterística exclusiva dos direitos reais de garantia. 
· Especialidade: o direto real recai em coisa certa → Art. 1419. 
· Atributividade: o direito real atribui um poder sobre a coisa → Art. 1263. 
· Publicidade: o direito real contém uma presunção de participação da sociedade na sua constituição/aquisição, já que são oponíveis a sociedade → Art. 1227.
· Tipicidade: não há direito real sem lei anterior que o crie. Somente o Estado produz tipos de direitos reais → Art. 1225.
Aula 3
· Características dos Direitos Reais:
· Ações Reais: busca tutelar um direito real (visa a proteção de um direito real) → Art. 1228, caput. 
· É um instrumento de concretização do poder de sequela. 
· A ação real sobre do bem imóvel é reivindicatória (direito de reaver o bem). 
· A ação real sobre bem móvel é a busca e apreensão. 
· Elasticidade: a elasticidade diz com a compactação dos poderes proprietários mediante a constituição de direito real sobre a coisa alheia e retorno à plenitude com a extinção desse direito sem a perda da essência proprietária → Art. 1228, caput.
· Exclusividade: poderes de excluir a intromissão de terceiro; é exclusivo dado a impossibilidade da coexistência de direitos reais de igual conteúdo sobre a mesma coisa → Art. 1228, caput.
· Diretrizes Teóricas do Código Civil: 
· Sistematicidade: diálogo interno permanente (há uma coerência entre as normas). 
· Ex: Arts. 187-927; 1244-197 do CC. 
· Operabilidade: alteração constante da norma sem mudança formal (criam-se normas de conteúdo impreciso de forma a permitir múltiplas interpretações sem haver a necessidade de alterar a lei). 
· Ex: Art. 1228, §. 4º do CC. 
· Eticidade: padrão ideal de conduta humana (a ordem jurídica contém normas que revelam padrões ideias de comportamento).
· Ex: Arts. 422; 1242 do CC. 
· Socialidade: direito e dimensão social. 
· Função social da propriedade: se a propriedade é urbana → a propriedade é utilizada para a moradia; se a propriedade é rural → se propicia a produtividade.
· Ex: Arts, 1228, §1º; 1238, §. único; 1242, §. único do CC. 
Propriedade:
· Propriedade em Geral:
· Critérios: 
· Sintético: a propriedade é submissão de uma coisa em todas as suas relações ao poder proprietário (conceito da teoria realista). Preocupação maior com o poder.
· Analítico: para o Código Civil a propriedade é o direito de usar, gozar, dispor e reaver a coisa cumprida a sua função social. Art. 1228, caput e § 1º. Preocupa com o conteúdo da propriedade. 
· Descritivo: a propriedade é um direto complexo, absoluto, perpétuo e exclusivo. 
· Características: 
· Complexo: 
· Doutrina Clássica: a propriedade é um direito complexo porque autoriza o mais amplo poder do homem sobre a coisa reunindo um feixe de direitos onde cada direito constitui um direito subjetivo.
· A propriedade contém vários direitos subjetivos. 
· Doutrina Moderna: a propriedade é um direito complexo porque se submete a múltiplo regime normativo.
· Cada propriedade tem um regime normativo próprio (Ex: propriedade rural, propriedade urbana, propriedade autoral).
· Absoluto: é exercido contra todos (erga omnes). 
· Perpétuo: nasce para ter duração temporal ilimitada. 
· Exclusivo: exclui a intromissão de terceiro. 
· Sujeito, Objeto e Extensão: 
· Sujeito: 
· Personalidade: aptidão qualitativa para adquirir direitos. 
· Um absolutamente incapaz pode ser proprietário, pois, ele tem personalidade jurídica devido o nascimento com vida.
· Capacidade de direito: aptidão quantitativa para adquirir direitos. 
· Objeto: 
· Bem corpóreo e incorpóreo. 
· Extensão: Art. 1229. 
· A propriedade do solo se estende ao subsolo e ao espaço aéreo. 
· Limitações legais: utilidade e interesse legítimo. 
· O proprietário particular é dono do solo, subsolo e do espaço aéreo. Mas, se tiver recurso mineral no subsolo será um bem da União.
· Espécies: 
· Quanto a extensão: Arts. 16 e 525 do CC. 
· Plena: todos elementos com o proprietário. 
· Limitada: direitos reais sobre coisa alheia (limitação de poder) ou resolúvel (limitação temporal).
· Obs: Toda propriedade de deduz plena, a limitação deve ser provada. 
· Quanto à perpetuidade: 
· Perpétua: duração temporal ilimitada (não há previsão para a sua extinção). 
· Temporária: duração temporal limitada (há previsão para a sua extensão). 
· Obs: Toda propriedade se presume perpétua, a temporariedade deve ser provada. 
Aula 4
Propriedade:
· Propriedade limitada: direito real sobre a coisa alheia ≠ Limitações ao Direito de Propriedade: uma pessoa, ao exercer o seu direito de propriedade, irá encorar limitações ao seu exercício.
· Limitações ao Exercício do Direito de Propriedade: 
· A) Legais: 
· Função Social da Propriedade → Art. 1228, §. 1º. 
· Direito de Vizinhança → Art. 1277 e seguintes. 
· É um limitador do direito de propriedade, pois, visa dirimir possíveis conflitos entre vizinhos.
· B) Princípio Geral de Direito: é uma expectativa de conduta geral ao destinatário da norma. 
· Função Social da Propriedade → Art. 1228, §. 1º. 
· Uso normal dos direitos → Art. 188, I. 
· Expectativa de que ao exercitar o direito de propriedade ele seja exercido de forma a não exceder os limites ordinários de tolerância da vizinhança (uso regular do direito).
· C) Voluntárias: 
· Cláusula de inalienabilidade → Art. 1911. 
· Limita o poder de dispor a propriedade (é algo externo). 
· Propriedade Temporária: tem previsão da sua extinção; nasce para ter duração temporal limitada. 
· A) Resolúvel: é aquela cujo o título aquisitivo contém a previsão de evento previsto que se ocorrido extinguirá/resolverá a propriedade. É uma propriedade que se resolve pelo implemento de um evento previsto no título aquisitivo.
· Obs: Quem tem a propriedade resolúvel pode transmitir/dispor a propriedade para terceiros, pois, sua limitação é apenas temporal e não de uso do direito.
· Obs 2: No domínio resolúvel, ocorrido o evento, a propriedade diferidatorna-se plena. 
· Obs 3: A propriedade resolúvel transmite-se para os herdeiros. 
· Obs 4: A propriedade extingue-se automaticamente ocorrido o evento do título. 
· Obs 5: Na propriedade resolúvel, quando o evento se torna impossível, a propriedade resolúvel se torna plena.
· Exemplos: 
· I) Fideicomisso (Art. 1951): é uma liberalidade testamentária sucessiva (ocorre quando o testador irá beneficiar mais de um legatário ao mesmo tempo).
· João (fideicominete/testador), ao realizar seu testamento, resolve deixar uma casa para Maria e José. No testamento, João resolve deixar a casa para Maria, mas, 10 anos após a abertura da sucessão a casa será da propriedade de José.
· Maria (fiduciário = 1º beneficiado) terá uma propriedade resolúvel, pois, sua propriedade pelo título aquisitivo contém a previsão de sua extinção (se extingue depois de passar 10 anos após a morte de João).
· E se Maria falecer depois de 2 anos? A propriedade será transmitida aos herdeiros de Maria, que serão proprietários resolúveis por 8 anos.
· José (fideicomissário = 2º beneficiário) terá a expectativa do direito (ainda não é proprietário), pois, aguarda o evento ocorrer (= proprietário diferido). Quando ocorrer o evento, José deixará de ser um proprietário diferido e se tornará um proprietário pleno.
· E se José vier a falecer antes dos 10 anos? O evento torna-se impossível é Maria terá a propriedade plena sobre a casa.
· II) Alienação Fiduciária em Garantia (Art. 1361). 
· Há a figura de um consumidor que vende/aliena um bem como forma de garantia ao Banco (o consumidor aliena um bem de confiança como garantia de cumprimento de um financiamento).
· O Banco passa a se tornar o proprietário do bem, mas, a propriedade será resolúvel (uma vez que o consumidor quitar as dívidas ele tornará proprietário pleno do bem).
· Obs: A Alienação Fiduciária em Garantia é um direito real sobre coisa própria. 
· III) Retrovenda (Art. 505). 
· É uma cláusula inserida na compra venda que permite o desfazimento da compra e venda num prazo de até 3 anos mediante a devolução do valor pago.
· A pessoa que tem a propriedade resolúvel do bem é o adquirente. 
· IV) Venda com reserva de domínio (Art. 521). 
· Ideia de que o vendedor pode reservar para si a propriedade até a quitação do preço. 
· Quem tem a propriedade resolúvel é o alienante. 
· V) Venda a contento com condição resolutiva (Art. 509, por simetria). 
· Um fornecedor de produto entregaria o bem ao consumidor dando-lhe um prazo para manifestar interesse ou não para ficar com o produto.
· O consumidor tem a propriedade resolutiva do bem até manifestar o seu agrado. 
· VI) Doação com cláusula de Reversão (Art. 547). 
· Ocorre quando o doador entrega um bem ao donatário sob a condição de que caso donatário venha a falecer antes do doador este bem será revertido ao patrimônio do doador.
· O donatário terá a propriedade resolúvel sobre o bem. 
· Efeitos Legais: Art. 1359. 
· Resolvidos direitos reais concedidos antes do evento.
· Resolvida a propriedade pelo implemento da condição, entende-se resolvidos os diretos reais concedidos na sua pendência.
· Ocorrido o evento, na propriedade resolúvel, ele irá produzir um efeito ex-tunc ("apaga" todos os direitos reais concedidos antes do evento).
· Os direitos reais concedidos são apagados, mas, os efeitos/atos de administração ainda se perduram.
· Ação Real (Art. 1228, caput): aquele que decorre de um direto real (= um direito que está aderido à coisa).
· Ação reivindicatória: busca reaver a coisa. 
· Obs: Na propriedade resolúvel, ocorrido o evento, a propriedade se extingue automaticamente, independente de declaração judicial.
· O efeito é a própria resolução do título. 
Aula 5
· Propriedade Temporária: Continuação. 
· B) Ad Tempus: 
· Conceito: A propriedade ad tempus é aquela cujo o título aquisitivo não contém a previsão para a sua extinção, mas, que por causa superveniente legal, resulta extinta.
· É um título aquisitivo de um evento não previsto (Art. 1360). 
· A previsão da extinção não advém do contrato, mas sim, de uma previsão legal. 
· Obs: Nem toda a causa legal que revoga a propriedade é uma propriedade ad tempus.
· O campo de incidência de uma propriedade ad tempus é o campo das liberalidades (e toda liberalidade é passível de revogação).
· É uma propriedade potencialmente temporária, mas, tecnicamente perpétua (pois, nasce sem previsão de sua extinção).
· A propriedade ad tempus não é um conceito a priori, pois, o nascimento da propriedade presume-se perpétua, mas, que ao incidir uma causa legal que revoga a propriedade a torna ad tempus.
· Ex: Revogação da Doação por Ingratidão (Art. 557); Desapropriação; Exclusão da Herança por Indignidade (Art. 18, XIV).
· Na propriedade ad tempus, ocorrendo a causa superveniente legal a extinção da propriedade depende de decisão/declaração judicial.
· Efeitos Legais: 
· I) Mantidos os direitos reais concedidos antes do evento. 
· A propriedade ad tempus opera-se sob efeitos ex-nunc → Entende-se mantidos os direitos reais concedidos antes da causa superveniente.
· Art. 1360: Se o bem cair em mãos de um terceiro, ele será considerado proprietário perfeito.
· II) Ação Pessoal: uma ação que protege um direito pessoal (é um direto que não está impregnado na coisa, mas sim, de exigir uma prestação).
· Operada a causa superveniente legal, mas, que em favor se operou a resolução caberá uma ação de caráter pessoal para a devolução da coisa e, não sendo possível, resolver-se-á por perdas e danos.
Propriedade Imóvel:
· Sistemas Aquisitivos: relacionado ao modo aquisitivo que ocorre negócios jurídicos entre vivos. 
· No Brasil: No Direito Brasileiro a compra e venda, por si só, não transfere a propriedade. O sistema aquisitivo brasileiro de propriedade imobiliária é um ato complexo, pois, depende de duas fases: título aquisitivo + modo aquisitivo.
· Título Aquisitivo: causa mediata. 
· Para se ter uma propriedade é necessário ter um título aquisitivo, que é um ato jurídico que tem por finalidade transmitir propriedade.
· Direito Real. 
· É um ato de vontade. 
· Modo Aquisitivo: causa imediata. 
· Para ter a propriedade imóvel, não basta somete o título aquisitivo, mas, também, o modo aquisitivo solene (registro).
· Direito Contratual. 
· É um ato de execução da vontade transmitida no título. 
· Compra e Venda: 
· Registro (Art. 1245): a propriedade somente é transferida após este registro. 
· Caraterísticas/Efeitos do Registro: 
· Presunção Relativa de Veracidade. 
· Causalidade: tem por causa um título aquisitivo. Eventual defeito no título contaminará o registro;
· Unilaterialidade: o registro independe da vontade do transmitente. 
· O registro é feito no Cartório de Imóvel. 
· Escritura Pública (Art. 108): 
· O ato jurídico constitutivo do direito real exige uma forma (sob pena de nulidade absoluta). 
· O título aquisitivo, pela escritura pública, é realizado pelo Cartório de Notas. 
· Sistema Francês: 
· O contrato de compra e venda, por si só, já transmite a propriedade. 
· Basta um ato de vontade para transmitir o bem. 
· O registro o uma opção para dar efeito erga omnes (este efeito retroage a data da vontade). 
Aula 6
Revisão da Aula Anterior:
· No Direito Brasileiro, a aquisição de propriedade é um ato complexo, pois, depende de duas fases: do negócio (título aquisitivo → é um ato translativo) e do modo aquisitivo (ato de execução).
· O registro é um modo aquisitivo, pois, o título aquisitivo (por si só) não transfere propriedade. 
· Realizada a compra e venda de um bem imóvel, cria-se um título aquisitivo, que deve ser levado ao Cartório de Notas para registar a matrícula do imóvel para, assim, nascer o direto de propriedade.
· Quando o registro é feito, há uma presunção relativa de propriedade. 
· Depois de registrado o título aquisitivo no registro imobiliário este registro será um ato causal devido à ligação entre o título aquisitivo e o registro (um defeito no título resultará em um defeito no registro).
· No Brasil, o registro é um ato unilateral, pois, não depende da vontade do transmitentedevido ao carácter de execução que o registro apresenta ocasionada pela vontade manifestada no título aquisitivo.
Sistemas Aquisitivos: Continuação
· Alemão: Título aquisitivo (juízes registrários) + título aquisitivo e registro (registro imóveis) = presunção absoluta de propriedade (princípios da exatidão do registro e da proteção de quem confia no registro); abstração e bilateralidade.
· As propriedades são todas cadastradas e, por esta razão, quando uma pessoa deseja adquirir uma propriedade imóvel é necessário que ela vá aos juízes registrários para realizar os exames aprofundado em relação a propriedade. Realizada a primeira análise, as partes serão autorizadas a irem ao cartório de notas para realizar um 2º título juntamente com o registro.
· O registro tem a caraterística de que ocorre a presunção absoluta de propriedade (diferente do Brasil, na qual, o registro gera a presunção relativa de propriedade).
· O fato de o registro trazer como caraterísticas a presunção absoluta, isso não significa que ele não possa ser alterado, mas sim, que o teor do registro é exato e que deve ser protegido.
· No Brasil, o registro é causal. Já na Alemanha, o registro é abstrato (se desvincula da causa que o gerou). Já na Alemanha o registro é bilateral.
· No Brasil, o registro é um ato unilateral, pois, ele somente é uma execução de uma vontade manifestada no título aquisitivo.
· No Brasil, o registro é um ato unilateral (já, no sistema alemão, é um ato bilateral, pois, ele advém de um ato de vontade de ambas as partes).
· No Brasil, há uma maior preocupação com a vontade (Art. 1247, parágrafo único), já no sistema alemão, é a confiança.
Modos Aquisitivos:
· Segundo Pontes de Miranda, em toda aquisição de direitos irá haver: sujeitos de direito, um objeto adquirido e um modo pelo qual se adquire.
· Somente há aquisição do direto de propriedade pelos modos previstos em lei, sendo eles: 
· Direito Hereditário: Art. 1785. 
· Com a morte de um indivíduo, os herdeiros passam a serem os proprietários dos bens imóveis do falecido.
· Aquisição Derivada (há uma relação de transmissão do bem). 
· Registro: Art. 1245. 
· Um indivíduo passa a se tornar proprietário de um bem após o registro do título aquisitivo no Cartório.
· Aquisição Derivada (modo que decorre de uma relação de transmissão). 
· Acessão: Art. 1254. 
· É um aumento do objeto da propriedade em razão de força externa humana ou natural. 
· Aquisição Originária (há um fato próprio, pois, preenche todos os requisitos legais). 
· Usucapião: Art. 1238. 
· É uma aquisição de propriedade pela posse prologando de um bem imóvel. 
· Aquisição Originária (há um fato próprio). 
· Desapropriação Judicial: Art. 1228, parágrafos 4º e 5º. 
· É um perecimento jurídico do direito de propriedade pelo descumprimento de sua função social.
· Aquisição Originária (há um fato próprio). 
· Classificação quanto a Origem: 
· Originário: sem relação; transmissão; sem domínio anterior. 
· Tem como premissa a história dos titulares da coisa imóvel. 
· Na aquisição originária não há relação de transmissão entre propriedade atual e propriedade anterior.
· O direto é adquirido de forma plena, ou seja, sem eventual vício, gravame ou limitação da propriedade anterior.
· Adquire-se um direto pleno, pois, se trata de um novo direto. 
· Quem adquire pelo modo originário o adquire o novo direto de fato próprio (preenchimento dos pressupostos aquisitivos).
· Derivado: com relação; transmissão; domínio anterior. 
· Na aquisição derivada há relação de transmissão entre propriedade atual e propriedade anterior.
· O direto é adquirido com eventual vício, gravame ou limitação da propriedade anterior. 
· Quem adquire de modo derivado continua o mesmo direto do antecessor e, por isso, não se evita eventual vício.
· Classificação quanto a Espécie: 
· Direto Hereditário. 
· Momento do Modo Aquisitivo: Morte (Art. 1784). 
· Efeito decorrente de registro de direto hereditário: declaratório de disponibilidade administrativa (= traz a presunção de propriedade).
· Ocorre no momento da abertura da sucessão (a morte irá promover a abertura da sucessão) e, a herança irá ser transmitida desde logo aos herdeiros.
· O registro decorrente do direito hereditário não faz nascer a propriedade, pois, a propriedade já surge com o modo hereditário.
Aula 7
Modos Aquisitivos: são somente aqueles previstos em lei.
· Classificação quanto a Espécie:
· Registro: Art. 168 da Lei de Registro Público. 
· O registro é um modo aquisitivo, mas, nem todo registro será um modo aquisitivo. 
· O registro, no direito brasileiro, é um ato causal e, portanto, o que se efetua no Cartório Imobiliário é o registro de um ato jurídico negocial. Ao levar este ato jurídico ao Cartório, é necessário observar o seu conteúdo, pois, se levar a registro um documento que se refere a um modo aquisitivo diverso do registro ele não será um modo aquisitivo (Ex: levar a registro um ato ligado ao direito hereditário → irá ocorrer somente uma declaração).
· O registro somente terá efeito de modo aquisitivo quando for registrado um título dominial entre vivos.
· Caraterísticas: 
· Presunção relativa de domínio da propriedade: Art. 1245, caput.
· Causal: Art. 1245, caput.
· O registro tem como causa/vinculação o título aquisitivo. Eventual defeito no título aquisitivo contaminará o registro.
· Num título aquisitivo há a figura do transmitente (alienante) e o adquirente. Se o transmitente não transmitir, pois não registrou o título, ele continuará a ser dono do bem. Enquanto não se cancelar o registro, o adquirente presume-se dono. 
· Unilateral: Art. 1245, caput. 
· Não depende da vontade do transmitente, pois, o registro é um ato de execução da vontade que foi manifestada no título aquisitivo.
· Oficialidade: Art. 1245, caput.
· O registro, no Direito Brasileiro, é um ato Estatal (administrativo) e, portanto, somente o Estado poderá produzir o registro.
· Obrigatoriedade: Art. 1245, caput. 
· Como o registro é um modo aquisitivo, ele é um ato obrigatório (não há propriedade sem registro).
· Não há direito real decorrente de título aquisitivo por ato entre vivos antes do registro.
· Força Probrante: Art. 1245, caput.
· O registro prova a propriedade e, portanto, a propriedade é um direito que tem prova pré-constituída.
· Publicidade: Art. 1227. 
· É um direito oponível a todos (tem efeito erga omnes, pois, todos da sociedade tem o direto de saber quem é o proprietário). A sociedade tem conhecimento de quem é o dono de uma propriedade devido ao registro público.
· Retificação: Art. 1247. 
· O registro é um ato retificado, pois, se o teor do registro não for verdadeiro o interessado poderá exigir que ele seja retificado.
· Constitutividade: Art. 1225. 
· O registro, como modo aquisitivo, constitui a propriedade. 
· Continuidade: Art. 195 da Lei de Registro Público. 
· A continuidade é a exigência feita pelo oficial do registro de imóveis de coincidência entre titular na matrícula do imóvel e transmitente no título aquisitivo para se manter a continuidade do registro preservando-se a cadeia dominial ("só transmite quem é dono").
· Se o imóvel não estiver matriculado no nome do transmitente o oficial exigirá a prévia matrícula no nome do transmitente (qualquer que seja a natureza do ato registrado).
· O registro apresenta outros dois nomes: 
· Transcrição: quando se leva ao Cartório de Imóveis um direito real de propriedade (coisa própria).
· Inscrição: direito real sobre coisa alheia. 
· Valor de Vontade (Art. 1247, parágrafo único) x Valor de Confiança. 
· A norma visa tutelar determinados valores. Mas, em uma mesma ordem jurídica, o registro, em determinados momentos, tutela ou o valor vontade ou o valor confiança.
· Propriedade Aparente: é a teoria da aparência aplicada ao direto de propriedade. 
· A teoria da aparência está relacionada a alguém que adquiriu uma propriedade no estado de confiança. A aparência pode produzir efeitos jurídicos.
· Pressupostos: 
· Adquirente de boa-fé (subjetiva: intenção de agir honestamente). 
· A boa-fé subjetiva advém uma situaçãode ignorância (Art. 1201, caput) devido às circunstâncias (Art. 1202).
· Erro comum e escusável. 
· Erro = falsa percepção da realidade. 
· Comum = capaz de iludir a todos. 
· Escusável = um erro que não seja grosseiro. 
· Alienação onerosa. 
· Hipóteses Legais: 
· Herdeiro Aparente: Art. 1817. 
· Preserva-se a confiança, visto que são válidas as alienações realizadas por um herdeiro aparente a um terceiro de boa-fé.
· O herdeiro prejudicado terá direito ao valor da propriedade vendida indevidamente + indenização por perdas e danos.
· Pagamento Indevido: Art. 879. 
· Ocorre nos casos em que o devedor realiza o pagamento ao credor errado (= credor putativo). Caso o credor putativo transfira a propriedade a um terceiro que adquire este bem de forma onerosa e de boa-fé, a lei irá preservar essa propriedade ao terceiro. Mas, se não estiver presente os pressupostos da propriedade aparente (boa-fé, erro e onerosidade) aquele que pagou equivocadamente ao credor putativo terá direto de reivindicar o bem (protegendo o valor vontade).
· Simulação: Art. 167, parágrafo 2. 
· É um vício dos negócios jurídicos relacionado à vontade. 
· Na simulação há uma dupla vontade: a vontade externa, que não se coaduna com a vontade interna.
· Se um terceiro de boa-fé adquire uma propriedade fruto de uma simulação (que é um ato nulo) fica ressalvados os direitos do terceiro. 
· Fraude contra Credores: Art. 161. 
· A ação pauliana é uma ação anulatória que visa desconstituir um ato de fraude contra credores causada por um vício na vontade. O credor, por meio da ação pauliana, pode ajuizar a ação contra o devedor insolvente, o fraudador e contra o 3º de má-fé. Portanto, esta ação não produz efeito ao 3º de boa-fé. 
Aula 8
Registro: Modo Aquisitivo
· Propriedade Aparente: 
· Acessão: 
· Conceito: é o aumento do objeto da propriedade em razão de força externa natural ou humana. 
· Este material que adere ao bem imóvel deve ter uma aderência permanente (sem a permanência, não há a acessão).
· Natureza Jurídica: modo aquisitivo originário. 
· A Acessão é um modo aquisitivo que pressupõe algo novo e que, portanto, não há uma relação de transmissão devido ao fato próprio (preenchimento dos pressupostos legais da acessão).
· Se a coisa nova for suscetível de ser apropriada, ela será apropriada por um sujeito. 
· A acessão é o modo pelo qual a coisa nova se submete a propriedade do proprietário (é um acréscimo que faz nascer uma coisa nova).
· Fundamentos Jurídicos: evitar condomínio indesejado. 
· A acessão é um modo aquisitivo, pois, pressupõe uma coisa nova. 
· Visa também evitar a formação condomínios gerais (uma coisa com vários donos) para dirimir possíveis tensões.
· Problemas Jurídicos: 
· Quem será o dono? 
· Haverá ou não a indenização? 
· Espécies: 
· Discreta: não é modo aquisitivo, mas simples exercício do poder de fruir do proprietário (Art. 1228, caput). A acessão discreta é o aumento do objeto da propriedade em razão de uma força interna. Esta força interna se revela no exercício de poder fruir do proprietário.
· O proprietário que é dono da coisa principal, quando exerce seu poder de fruir, ele amplia o seu poder de proprietário sobre as coisas acessórias ("o dono do principal é dono do acessório"). 
· Tipos de Coisas Acessórias: 
· Frutos 
· Produtos
· Rendimentos 
· Benfeitorias: é uma despesa feita na coisa para conservar (necessárias), aumentar a utilidade (úteis) ou embelezar (voluptuárias).
· A benfeitoria ocorre quando a pessoa edifica em solo próprio, já na acessão é aquele que edifica em solo alheio. Se a edificação não reflete em relevante utilização econômica ela será uma benfeitoria, mas, se está edificação for relevante na destinação econômica do bem ela será uma acessão. 
· Contínua: é o modo aquisitivo na qual ocorre o aumento da propriedade sobre coisa nova decorrente de força externa natural ou humana.
· Natural: é o aumento da propriedade em razão de força externa natural.
· Aluvião (Art. 1250): 
· Própria: ocorre quando a força das águas traz porções de terra de origem não identificada, que com o tempo, se sedimenta nas margens do rio de forma a criar um aterro natural.
· Se a coisa nova pertencer a mais de um proprietário será dividida na proporção da testada (= é a parte frontal da propriedade ribeirinha que se estende até a linha mediana equidistante de cada propriedade).
· Imprópria: ocorre quando o rio diminui o seu volume de forma permanente. 
· Se a coisa nova pertencer a mais de um proprietário será dividida na proporção da testada.
· Avulsão (Art. 1251): é um fato natural na qual, com a força violenta da natureza, retira-se uma porção de terra e a aloja em outra margem do rio.
· Momento: 
· O ato da terra se deslocar de uma margem para a outra do rio não é um modo aquisitivo. Ao titular do terreno desfalcado terá o direto de reclamar o pedaço da porção perdida no prazo de 1 ano (do fato natural) sob pena de perder a propriedade por avulsão. O 1º momento da aquisição da propriedade por avulsão ocorre quando decai o direito de reclamar.
· Ultrapassado do prazo de 1 ano, tendo a ausência de reclamação, houve a aquisição da propriedade por avulsão.
· Em caso de conflito ente direito do reclamado e o direito de indenizar haverá uma prevalência do direito de indenizar.
· Direito de indenização. 
· Formação de Ilhas (Art. 1249) 
· Se a ilha se formar na testada de outro proprietário, ela será de propriedade integral do proprietário que receber o pedaço de terra. Mas, se a terra se formar no meio do rio, dividir-se-á na proporção da testada de cada proprietário do rio.
· Há duas opções: 1) cada uma das partes se tornam proprietários isolados sobre a porção de terra; 2) forma-se-s um condomínio desejado.
· Abandono do Álveo (Art. 1252) 
· Álveo = é o leito do rio. 
· Ocorre quando o rio busca, em razão de fato natural, um novo curso permanente das suas águas deixando o álveo originário abandonado (é o abandono do leito originário do rio).
· O leito originário abandonado será dividido na proporção da testada. 
· Obs: Na acessão natural não há indenização, pois, no direto civil a responsabilidade é subjetiva (ou seja, é necessário que haja: conduta, nexo causal e dano). O fato natural "quebra" o nexo causal, gerando como consequência a exclusão do dever de indenizar. A indenização somente será possível no caso de avulsão como direito.
· Artificial: são as acessões humanas, sendo elas: as plantações e as construções (e semeadura). 
· Regras: 
· Tudo quanto edificado no solo presume-se feito pelo dono e sua custa. 
· O dono do solo adquire tudo quanto edificado no solo (acessão direta) salvo se houver acessão inversa.
· A boa ou a má-fé influi na indenização. 
Aula 9
· Acessão: aumento do objeto do direito de propriedade em razão de uma força externa. Acessão Artificial: são plantações, construções e sementes. 
· Regras: 
· Tudo quanto edificado no solo presume-se feito pelo dono e a sua custa → Art. 1253.
· É uma presunção relativa (um terceiro pode provar o contrário). 
· O dono do solo adquire tudo quanto edificado no solo (acessão direta), salvo se houver acessão inversa.
· Tudo que edificado no solo deve pertencer ao proprietário (adquire aquilo que foi incorporado no solo).
· Acessão Direta: o dono do solo passa a ser proprietário da coisa imóvel.
· Acessão Inversa: é uma forma de desapropriação privada mediante indenização. É o caso em que o construtor de boa-fé, em solo alheio, realiza uma obra valiosa e, mediante indenização, ele passa a ser dono do solo.
· Fundamentos: 
· Evitar demolições antieconômicas. 
· Função social da propriedade. 
· Razoabilidade e proporcionalidade. 
· Obs: A boa ou má-fé influi no direito à indenização e na extensão da indenização. 
· Hipóteses Legais: 
· Art. 1254: o sujeito é o dono do terreno que irá edificar no solo próprio com material de construção alheio. O proprietário da coisa nova será o dono do terreno, mas, ele deverá indenizar o valor do material utilizado (em caso de boa-fé) e, agindo de má-fé, além de arcar com a indenização, deverá pagar perdas edanos.
· Art. 1255, caput: o construtor que edifica em solo alheio perde o bem construído para o dono do terreno. Se o construtor agiu de boa-fé, tem direto a indenização, mas, se agiu de má-fé, ele não terá este direto → Acessão Direta.
· Art. 1255, § único: o proprietário da coisa nova será o construtor de boa-fé que constrói em solo alheio com uma obra valiosíssima (= aquele excede consideravelmente o valor do terreno invadido). Neste caso, o dono do terreno terá o direto a uma indenização → Acessão Inversa.
· Art. 1256: se de ambas as partes tiverem agido de má-fé o dono do solo terá o direito de ter a coisa nova incorporada. Mas, o construtor terá o direito à indenização do valor acessão → Acessão Direta.
· A má-fé não exclui o direito de indenização. 
· Art. 1257: é o caso em que um construtor de boa-fé edifica em terreno alheio e ignora de acordo com as circunstâncias que se utiliza de material alheio. O dono do terreno será o proprietário da coisa nova e o dono do material será indenizado (primeiramente, pelo construtor e, logo em seguida, pelo dono do terreno → é uma indenização cumulativa sucessiva).
· O construtor também terá direito de ser indenizado, mas, pelo dono do terreno.
· Art. 1258, caput: é o caso em que ocorre a desapropriação privada do terreno em face de um construtor que de boa-fé invade até a vigésima parte (5%) do terreno de forma a construir uma obra valiosa (basta exceder o valor do terreno). Essa desapropriação ocorrerá mediante o pagamento de uma indenização (valor da área perdida + desvalorização da área remanescente) → Acessão Inversa.
· O construtor é o dono da coisa imóvel. 
· É possível a aplicação do instituto da acessão inversa quando a área remanescente for inferior ao modo limítrofe urbano? Não é possível.
· Art. 1258, § único: é o caso em que o construtor de má-fé será proprietário do terreno se houver a realização uma pequena invasão (5%) na qual não como demolir a obra valiosíssima em razão de grave prejuízo. A indenização ao dono do terreno será: 10 vezes o valor da área invadida + 10 vezes a desvalorização da área remanescente → Acessão Inversa Negativa
· É uma exceção à regra de que a acessão somente é aplicável ao construtor de boa-fé. 
· Art. 1259, 1º parte: um construtor de boa-fé que invade uma área superior a 5% do solo alheio de um terreno vizinho será o dono da coisa nova. Mas, para que ocorra esta acessão, é necessário que a obra construída deve ser valiosa (visa proteger a atividade econômica). O dono do solo terá direito de indenização devido a desapropriação (Indenização = valor da área perdida + desvalorização da área remanescente + valor do acréscimo à construção).
· É uma Acessão Inversa. 
· É possível que na acessão inversa à área remanescente seja inferior do que o modo do perímetro rural/urbano? Não, pois, deve-se seguir o plano de modo mínimo.
· Art. 1259, 2º parte: um construtor de má-fé que invade uma área superior a 5% do solo alheio de um terreno vizinho terá de demolir esta obra construída (não se invoca a economicidade da obra). O construtor deverá indenizar o dono do terreno em dobro.
Aula 10
Usucapião: 
· Conceito: é um modo aquisitivo de propriedade de uma coisa pela posse prolongada por certo tempo nas condições estabelecidas pela lei.
· Visa tomar algo pelo uso. 
· A usucapião não é um direito, mas sim, um modo aquisitivo de direito que decorre da tomada ou pelo uso prolongado de uma coisa.
· Não há usucapião sem que haja a posse e o tempo (são requisitos essenciais). 
· A usucapião é a transformação da posse em propriedade. 
· Fundamentos: 
· Certeza da propriedade: visa regularizar uma propriedade. 
· Sanar os defeitos do título aquisitivo da propriedade. 
· Função social da propriedade: é um fundamento que poderá ocorrer na usucapião. 
· Requer função social: quando a lei explicita. 
· Não requer função social: quando a lei não explicita. 
· Usucapião e Prescrição → Distinção: 
· Prescrição Aquisitiva = Usucapião. 
· Breve histórico: 
· Advém da Lei das XII Tábuas. 
· Prescrição → Sistema Formulário: 
· Praescriptio: aquilo que é escrito no começo da forma. 
· Intentio: as partes traziam as suas razões (fase postulatória). 
· Demonstratio: trazer as provas das razões (fase probatória). 
· Condenatio: momento em que o juiz julgava (fase decisória). 
· Adjudicatio: providência decorrente do comando contido na condenatio (fase executada).
· Exceção a Reivindicatória: 
· Praescriptio longi: Usucapião Ordinário. 
· Pressupostos: Posse + Tempo (10 anos entre presentes → possuidor e proprietário estão na mesma cidade; ou 20 anos entre ausentes → o possuidor e o proprietário estão em cidades diferentes) + Justo Título (é um título falso) + Boa-fé.
· Longissimi temporis: Usucapião Extraordinário. 
· Pressupostos: Posse + Tempo de 30 anos. 
· Fusão: há quem defenda que houve uma fusão entre a usucapião e a prescrição. 
· Efeitos: Positivo, pois, a partir destes institutos quem se utilizasse da Praescriptio longi não só paralisaria a reivindicatória, como também receberia o título de propriedade da terra.
· Prescrição Aquisitiva: atribui efeito aquisitivo a uma prescrição.
· Dualista: o ordenamento jurídico brasileiro adota a ideia dualista, em que os institutos prescrição e usucapião são diversos, partindo da ideia de que eles são diversos nas condições, objetos e na finalidade.
· Classificação: 
· Condições: 
· Prescrição: há dois requisitos essenciais → Inércia e Tempo. 
· Usucapião: há dois requisitos essenciais → Posse e Tempo. 
· Portanto, os dois institutos se assemelham no aspecto temporal (Art. 1244: "as causas que se aplicam a prescrição se aplicam à usucapião; as causas que paralisam a contagem de tempo da prescrição paralisam a contagem de tempo da usucapião").
· Objeto: 
· A usucapião recai sobre propriedade e os demais direitos reais que permitam posse. 
· A prescrição recai sobre a pretensão de um direito violado. 
· Finalidade: 
· Usucapião: Aquisição da propriedade e dos demais direitos reais que permitam posse.
· Prescrição: extinção da pretensão. 
Aula 11
Usucapião:
· Requisitos: 
· Pessoal: ocorre quando há duas pessoas envolvidas na usucapião (é uma situação que não cessa). 
· Ocorre quando a posse está separada da propriedade.
· Possuidor: usucapiente (aquele que busca adquirir a propriedade por usucapião). 
· Este possuidor pode ser tanto uma pessoa física quanto jurídica (é exercido pelo seu representante legal).
· O incapaz pode adquirir propriedade por usucapião? 
· Sim, basta ele ter a capacidade de direito (ou seja, basta ele ter aptidão para adquirir direitos na ordem civil → Art. 1º), pois, a usucapião é um ato fato por ser um ato que produz consequências jurídicas sem a necessidade de se investigar a validade da vontade do agente, pois, o que importa é o seu efeito. A usucapião depende uma circunstância e a posse, e a posse se revela em atos de apreensão das coisas e, portanto, não havendo a necessidade de se analisar a validade da vontade do agente em apreender coisas (Art. 1.204).
· Não, pois, deve ter uma capacidade de fato, ou seja, o animus domini (vontade válida de acordo com a ordem jurídica → capacidade de exercício, de poder agir sozinho). Um dos elementos do negócio jurídico é que o agente seja capaz (objeto lícito e forma prescrita em lei).
· Obs: A posse pode ser transferida por contrato. 
· Proprietário: usucapiado (aquele que pode perder a propriedade por usucapião). 
· Quem pode Sofrer com o Efeito do Usucapião: 
· Relativamente Incapaz: Art. 195. 
· Pessoa Jurídica. 
· Obs: A usucapião não gera indenização, pois, se adquire a propriedade por fato próprio (ou seja, pelo preenchimento dos pressupostos da usucapião). Salvo, em favor do relativamente incapaz e da pessoa jurídica.
· Quem Não pode Sofrer com o Efeito do Usucapião: 
· Estado: os bens públicos não podem ser usucapidos. 
· Causas que impedem a prescrição: Art. 1244 
· Tutela. 
· Curatela. 
· Poder Familiar: Art. 197 e 198. 
· Obs: Usucapião Familiar. 
· Absolutamente Incapaz. 
· Real: Coisas que não podem ser usucapidas. 
·Coisas usucapívies: 
· Coisas que podem ser suscetíveis de apropriação. 
· Extingue: hipoteca, domínio resolúvel, voluntariamente inalienável, bem de família (legal e voluntário).
· Coisas inusucapíveis: 
· Coisas que não podem ser suscetíveis de apropriação. 
· Bens fora do comércio (que são bens legalmente inalienáveis): 
· Bens públicos: Art. 183 e 191 da CF. 
· De uso comum: destinados a utilização geral pelos indivíduos. 
· Uso especial: visa a execução dos serviços administrativos 
· Dominiais/Dominicais: pertence a pessoa jurídica de direto público. 
· Um bem, para ser público, há dois critérios: 
· Subjetivo: Quando pertence a uma pessoa jurídica de direto público → Art. 98 do CC.
· Objetivo: Quando a destinação do bem for pública → Art. 173, parágrafo 1º, II da CF.
· Obs: Bens de pessoas jurídicas de direito privado que tem destinação eminentemente pública, são tratados como bens públicos, sendo, portanto, insuscetível a usucapião.
· Terras indígenas, pois, são bens públicos da União → Art. 231 da CF. 
· Obs: A usucapião não é um direito, mas sim, um modo aquisitivo de direito. 
· Obs 2: A usucapião é o modo aquisitivo originário e, portanto, quem adquire uma propriedade por usucapião adquire o direito sem vício na sua forma. Deste modo, o usucapiente não irá sofrer com os efeitos da hipoteca, domínio resolúvel, bem voluntariamente inalienável ou bem de família (legal ou voluntária).
Aula 12
Usucapião:
· Requisitos Formais: são requisitos previstos em lei. 
· Posse: é um poder de fato de ter a coisa a sua disposição (não é um contato físico). 
· A posse para usucapir (ad usucapionem) deve conter: 
· 1º) Vontade de dono (animus domini): não é mero estado psicológico do sujeito, é preciso investigar a causa de possuir. Se a causa de possuir for contrária ao animus domini resultará afastado a usucapião.
· Causas contrárias: 
· Desdobramento da posse: é o parcelamento da posse, que poderá ser direta e indireta.
· Requisito: Quando há uma obrigação de restituir (Art. 1.197) → Quem tem a obrigação de restituir (ex: locação) não há vontade de dono.
· Detenção básica (Art. 1.198): Há uma relação de subordinação do devedor para com o possuidor (servidor da posse) → Quem está em estado de subordinação não há vontade de dono.
· Ato (Art. 1.208): são atos de subordinação. 
· Tolerância: é um ato tácito que não induz posse, mas sim, detenção. 
· Mera Permissão: atos de mera detenção. 
· Atos (Art. 1.208): enquanto houver atos violentos ou clandestinos não há direito a usucapião. Cessado a violência/clandestinidade ocorrerá a posse injusta (que pode conduzir em usucapião).
· Violentos: não induzem posse se não cessado a violência. A violência, enquanto existe, resulta em detenção.
· Clandestinos: a clandestinidade ocorre quando houver erro e, portanto, não haverá posse, mas, uma mera detenção, salvo, cessação dos atos clandestinos.
· 2º) Pacífica: É a posse não contestada (= incontestada; é uma posse não impugnada). 
· Contestação: O proprietário deverá ajuizar uma ação de reivindicação para tentar reaver o bem imóvel (Art. 1.228 e Art. 240 do CPC). A contestação válida irá interromper a prescrição, retroagindo esta interrupção a data da propositura da ação.
· 3º) Contínua: é uma posse que não foi interrompida. Há o instituto da acessão de posse é uma soma de tempo de posse (é a união da posse atual com a posse do antecessor) → Art.1.243.
· 4º) Pública (Art. 1.208): é a ausência de erro. 
· Tempo: 
· Princípios: 
· Não Surpresa: visa trazer uma previsibilidade. 
· Segurança Jurídica: a previsibilidade faz com que o destinatário da norma saiba como se comportar.
· Razoabilidade: ideia de proporcionalidade. 
· Regras: 
· Se o prazo da usucapião tiver início e término na vigência do Código de 16 aplica-se somente o CC/16.
· Se o prazo da usucapião tiver início e fim na vigência do CC/02 aplica-se, exclusivamente, o CC/02.
· Art. 2.028: Aplica-se o Código de 1916 quando o atual Código tiver reduzido o prazo previsto em 1916 ou quando tiver transcorrido mais da metade do prazo do CC/16 na entrada de vigência do CC/02.
· Art. 2.029: Aumenta-se 2 anos do prazo nos casos de usucapião extraordinário e usucapião ordinário se o prazo se consumar até 2 anos da vigência do CC/02 (ou seja, até janeiro de 2005). 
· Art. 2.030: A desapropriação judicial irá obedecer às regras da usucapião com função social (ou seja, aumenta-se 2 anos ao prazo). A desapropriação não é uma modalidade de usucapião!
Aula 13
Usucapião:
· Justo título: é um requisito formal tradicional 
· Conceito: título aquisitivo de propriedade que contém um vício capaz de impedir ou tornar sem efeito a transferência da propriedade.
· A Usucapião tem como fundamento purgar os defeitos do título aquisitivo. 
· Título hábil: habilidade de transferir propriedade. 
· Habilidade concreta: respeito a forma e registro. 
· Ocorre quando concretamente consegue transferir a propriedade.
· Ex: Escritura pública. 
· Art. 1.242, § único: o imóvel deverá ser: adquirido onerosamente, registrado (e posteriormente cancelado), utilizado para moradia por 5 anos para que ocorra a usucapião.
· Prazo de usucapião será menor, pois, há mais requisitos para serem preenchidos. 
· Habilidade abstrata: sem respeito a forma e sem registro (basta ter uma finalidade translativa, não necessita de forma).
· Ex: Escrito particular de compra e venda. 
· Art. 1.242, caput: não há a necessidade de o título ser registrado se a propriedade do imóvel, com justo título e boa-fé, o possuir por 10 anos.
· Quanto mais requisitos a serem preenchidos, menor tempo para usucapir. 
· Obs: Código Civil adota as duas teorias! 
· Boa-fé: 
· Subjetiva: 
· Real: Ignorância (quanto a aquisição da posse) + Circunstâncias (Art. 1.201, caput). 
· Presumida: Justo Título (Art. 1.201, parágrafo único) → o Justo Título traz uma presunção relativa de boa-fé.
· Espécies: 
· Usucapião Extraordinário: 
· Sem função social: Art. 1.238, caput. 
· Posse + Tempo: 15 anos. 
· A sentença de usucapião não é um requisito/pressuposto (o juiz não torna alguém dono; apenas declara quem será o dono → a Usucapião é uma sentença declaratória).
· A usucapião com sentença faz com que a pessoa tenha o registro do bem e, consequentemente, a pessoa terá uma prova pré-constituída. 
· Com função social: Art. 1.238, parágrafo único.
· Posse + Tempo: 10 anos + Moradia habitual ou produtividade. 
· A função social reduz prazo de usucapião. 
· Usucapião Ordinário: 
· Sem função social: Art. 1.242, caput. 
· Posse + Tempo: 10 anos + Justo Título Abstrato + Boa-fé. 
· Com função social: Art. 1.242, parágrafo único. 
· Posse + Tempo: 5 anos + Justo Título Concreto + Moradia + Investimento social e econômico.
· Constitucional Urbano: Pro habitatio (Art. 1.240).
· Posse + Tempo: 5 anos + Área Urbana: 250 + Moradia + Não dono de outro imóvel + Sem usucapião anterior.
· Constitucional Rural: Art. 1.239 
· Posse + Tempo: 5 anos + Área rural definida por lei: 50 ha + Produtividade + Moradia + Sem domínio anterior.
Aula 14
Usucapião
· Usucapião Coletivo: Estatuto da Cidade → visa concretizar a permissão constitucional da propriedade urbana
· Posse + População de baixa renda + Tempo: 5 anos + Área Urbana superior a 250 + Moradia + Terrenos não Identificáveis + Sem domínio Anterior
· Usucapião Conjugal: 
· Posse Direta e Exclusiva + Tempo: 2 anos + Área Urbana até 250 m2 + Abandono do Lar do ex-cônjuge ou ex-companheiro + Moradia + Sem domínio Anterior + Sem Usucapião Anterior. 
· Usucapião Extrajudicial: Art. 1.071 do CPC. 
· É uma usucapião consensual. 
Desapropriação Judicial
· Pressupostos: 
· Reivindicatória. 
· Posse com Considerável Número de Pessoas. 
· Tempo: 5 anos. 
· Extensa Área. 
· Boa-fé (objetiva) 
· Deve analisar a conduta da pessoa, que deve ser uma conduta padrão (= função social) e concreta.
· Obras e serviços de Interesse Social e Econômico Relevante. 
· Indenização. 
· A Desapropriação não é uma modalidade de Usucapião Coletivo. 
· Desapropriação: é uma matéria de defesa, pois, pressupõe uma reivindicatória. Poderá recair sobreimóvel urbano ou rural. Advém de uma boa-fé e lhe dá direito à indenização.
· Usucapião Coletivo: é uma matéria de defesa (mas, não dá direito a registro na matrícula do imóvel, salvo em casos expressos na lei, como: na usucapião urbano → tanto para a usucapião constitucional, urbano e coletivo; rural) e na inicial. Recai somente sobre propriedade urbana. Não necessita de boa-fé e muito menos há direito a uma indenização. 
Perda da Propriedade: Art. 1.275
· Todo modo aquisitivo são modos de perder propriedade. 
· I) Alienação (não é modo de perder propriedade, mas, perde-se se houver registro) + Registro. 
· II) Renúncia + Registro. 
· III) Abandono: Art. 1.276. 
· Conduta contrária real ao animus domini. 
· Ausência de posse alheia. 
· Arrecadação de bem vago há 3 anos depois. 
· Presunção absoluta de abandono, quando houver 3 anos de não pagamento dos tributos. 
· IV) Perecimento da Coisa. 
· V) Desapropriação. 
Aula 15
Perda da Propriedade: Art. 1.275
· Todo modo aquisitivo são modos de perder propriedade. 
· IV) Perecimento da Coisa. 
· É possível a perda da propriedade imóvel por perecimento da coisa, salvo, eventual direito à indenização.
· V) Desapropriação. 
· Retirar a propriedade de alguém. 
Direito de Vizinhança:
· Vizinhança = é uma proximidade de prédios 
· Distinções: 
· I) Vizinhança: esta fundado na lei (visa trazer um equilíbrio aos bens imóveis) X Servidão (ocorre eminentemente pela vontade das partes; é um direito real sobre coisa alheia; tem por sede um juízo de utilidade; apresenta um caráter contratual; há uma relação de desequilíbrio; é um prédio que serve para outro prédio).
· Conceito: são limitações legais ao direito de propriedade com a finalidade de evitar ou solucionar conflitos de vizinhança.
· Natureza Jurídica: é uma limitação legal ao exercício do direito de propriedade. 
· Conflito de Vizinhança: está relacionada a responsabilidade objetiva (não precisa ter a intenção → dolosos culpa).
· Conduta num prédio. 
· Dano noutro prédio. 
· Nexo Causal. 
· Classificação quanto a onerosidade: 
· Onerosos: indenização obrigatória (Art. 1.285).
· Gratuita: indenização eventual (Art. 1.313).
· Critérios Reguladores das Relações de Vizinhança: 
· I) Teoria da Pré-ocupação: relacionado aos usos e costumes do lugar. 
· II) Teoria da Proibição dos Atos Emulativos: são proibidos os atos de vingança/disputa que não geram ◦ proveito a quem os pratica, mas, causa dano para quem o sofre (deve provar o dolo da emulação) → Art. 1.228, parágrafo 2º.
· III) Teoria do Uso Normal: é um ato lícito praticado → Art. 188, I. 
· Uso Anormal: são atos ilícitos (atos nocivos ou interferências prejudiciais). Poderá ser um ato anormal por excesso (tem uma finalidade legítima, mas, excede os limites ordinários de tolerância da vizinhança) ou por desvio de finalidade.
· IV) Teoria do Uso Necessário: toda propriedade imóvel deve ser analisada no plano interno (lesão a direito → terá proteção pelo direito de vizinhança) e externo (lesão a mero interesse → não há tutela do direito de vizinhança) - Arts. 1.278 e 1.279.
· Se a lesão a área externa (e interna) decorrer do uso necessário fundado no interesse público, deverá ser tolerada mediante indenização.
· Tutela: 
· Dano Iminente. 
· Nunciação (paralisação) de obra nova → Art. 934 do CPC. 
· Dano Infecto (é uma caução ao dano infecto) → Art. 1.280 e 1.281. 
· Dano Atual. 
· Cominatória (é um pedido de cominar a pena) → Art. 461, parágrafo 4º, CPC. 
· Dano Ocorrido. 
· Demolitória: Art. 1.280. 
· Indenizatória: Art. 1.280. 
Aulas 16 
Condomínio 
· Condomínio Ordinário = tudo é comum (a coisa é comum a todos).
· Condomínio Edilício = partes comuns e exclusivas (é uma situação sui generis caraterizado pelo fato das partes dividirem o bem de forma que cada parte tem uma mescla de partes comuns com partes exclusivas).
· Condomínio Ordinário = Condomínio Geral.
· A) Concorrência de Direitos:
· Subjetiva = Comunhão (é um estado subjetivo dos sujeitos): Sujeitos com Direitos que Autorizam Poderes Concorrentes (os poderes não são excludentes), Iguais e Simultâneos.
· Objetiva = Indivisão: Coisa Submetida a Poderes Iguais, Concorrentes e Simultâneos.
· A coisa deve estar em um estado de indivisão da coisa. Somente haverá comunhão entre os sujeitos se estiver em indivisão.
· B) Condomínio = Comunhão de Domínio.
· C) O Condomínio poderá ter sua origem de forma:
· Voluntário.
· Legal: independe de vontade das partes; não depende de registro, pois, basta preencher os requisitos legais.
· Forçado: é o condomínio que não admite divisão, partilha, venda isolada da parte ideal e não tende a extinção.
· Ex: Tapumes divisórios e partes comuns no Edilício - Art. 1331, parágrafo 2º.
· Fortuito: circunstâncias 
· Ex: Herança (morte) - Art. 1791.
· Parte Ideal: criada para permitir a situação condominal. É a parte abstrata que corresponde a cada condomínio no condomínio.
· E) Natureza Jurídica = Teoria da Propriedade Integral.
· No condomínio ordinário cada condômino tem a propriedade integral da coisa perante 3º, toda via, nas relações internas, cada condômino tem o direito limitado pelo direito igual, concorrente e simultâneo dos demais consócios na proporção da respectiva parte ideal.
· Pode ajuizar uma ação possessória ou reivindicatória isoladamente (age perante terceiros como se fosse o único dono).
· F) Formas:
· Pro indiviso: há uma indivisibilidade de direito e de fato; pertence a vários indivíduos.
· Sem posse localizada; 
· A propriedade não foi dividida, assim como a posse.
· É possível ação possessória.
· Pro diviso: há uma indivisibilidade do direito, mas, uma divisibilidade de fato.
Aula 17
· Condomínio (= comunhão de domínio) Ordinário:
· Comunhão: é um Estado subjetivo, pois, somente os sujeitos estão em estado de comunhão.
· Pode ocorrer por vontade das partes ou por estipulação legal.
· Toda comunhão é um estado de limitação.
· G) Direitos dos Condôminos.
· 1) Direitos Compatíveis com a Comunhão - Art. 1314.
· 2) Reivindicar Isoladamente - Art. 1791.
· Todo titular de direito real pode reivindicar, pois, há o direto de sequela.
· Uma única pessoa poderá reivindicar a integralidade da coisa sem a autorização dos demais devido à teoria da propriedade integral.
· 3) Defender a Posse Isoladamente - Art. 1210.
· Cada condômino pode defender a integralidade da posse.
· 4) Vender a Parte Ideal = Coisa Divisível (Art. 504); Coisa Indivisível.
· Ao vender a parte ideal, se a coisa for divisível, não há a necessidade da preferência ao consorte. 
· Ao vender a parte ideal, se a coisa for indivisível, há a necessidade do direito de preferência (aquele que adquire a propriedade de forma a não verificar o direito de preferência irá adquirir a propriedade de forma ad tempus).
· 5) Gravar Toda a Coisa ou só a Parte Ideal - Art. 1420, parágrafo 2º.
· Entregar coisa em garantia.
· Cada condômino o pode dar em garantia a sua parte ideal (não pode dar em garantia a integralidade do bem imóvel, salvo, anuência de todos os condomínios).
· Direitos: Condôminos 
· A) Regra: pedir a todo tempo a extinção do condomínio.
· No condomínio ordinário cada condomínio pode a todo tempo pedir a extinção do condomínio.
· B) Exceção 1: pacto para a extinção da coisa em até 5 anos; podendo ser prorrogável várias vezes por um prazo de 5 anos (Art. 1.320, parágrafo 1º).
· C) Exceção 2: doação; testamento; até 5 anos; sem prorrogação (Art. 1.320, parágrafo 2º).
· D) Exceção 3: mesmo nos casos anteriores poderá ser extinto se houver requerimento de interessado com graves razões (Art. 1.320, parágrafo 3) - Diretriz da Operabilidade. 
· Deveres:
· Pagar todas as despesas (arca as despesas na proporção da parte ideal) - Art. 1.315.
· Responder isoladamente por dívida em favor da comunhão - Art. 1.318.
· Responder por frutos e danos - Art. 1.319.
· Administração: Art. 1.323.
· Não uso e gozo comum (maioria absoluta).
· Não extinção (deve haver uma decisão unânime).
· Aluguel (de preferência, ao consorte; deve ocorrer por decisão da maioria absoluta).
· Administração, que pode ser por estranho (devehaver uma maioria absoluta).
· Não é natureza do condomínio ordinário.
· Toda decisão se torna obrigatória aos condomínios.
· Extinção: divisão da coisa, se for divisível (Art. 1.320); e divisão do preço (Art. 1.322) e consolidação - quando um condômino adquire a parte dos outros condôminos (Art. 1.322).
Aula 18
· Condomínio Edilício: é sui gênese do condomínio. 
· A) Lei: Código Civil → Arts. 1.331 e seguintes. 
· B) Natureza Jurídica: mescla de partes exclusivas (Art. 1.331, parágrafo 1º) e comuns (Art. 1.331, parágrafo 2º e 3º).
· Partes exclusivas: usar, gozar e dispor livremente, isto é, sem consentimento dos demais consortes (a parte principal poderá ser alienada livremente). Salvo, vaga de garagem (não pode ser vendida ou alugada por estranhos se não houver uma autorização expressa da convenção condominial).
· Partes comuns: condomínio forçado (é coisa acessória da parte exclusiva e, portanto, não admite venda isolada).
· C) Constituição: Art. 1.332 
· Ato Jurídico inter vivos (incorporação imobiliária) ou causa mortis. 
· Convenção: Art. 1.333 e 1.334. 
· Natureza Jurídica: de Estatuto. 
· Forma: escritura pública ou documento particular (Art. 1.334).
· Registro: (Art. 1.333, parágrafo único). 
· Condomínios: Direitos (Art. 1.335) e Deveres (Art. 1.336). 
· Administração: Art. 1.347 e Extinção (Art. 1.357). 
· Administração: 
· Assembleia Geral Ordinária: realiza a eleição do síndico (mandado: 2 anos), institui convenção e regimento interno.
· Conselho Fiscal: preparar as contas para serem analisadas na assembleia geral. 
· Há a figura do condômino equiparado: é o promitente comprador ou cessionário de direto (não precisa ser dono para ser condomínio do condomínio edilício).
· Extinção: desapropriação ou ruína da edificação (+ Assembleia com maioria absoluta pela extinção).
Propriedade Móvel
· Modos Aquisitivos: 
· A) Usucapião 
· Ordinário (Art. 1.260): Posse + Tempo de 3 anos + Justo Título + Boa-fé. 
· Extraordinário (Art. 1.261): Posse (é a exteriorização da propriedade) + Tempo de 5 anos. 
Aula 19
Propriedade Móvel
· B) Ocupação: Art. 1.263 
· Ocupação = É a apreensão de algo como uma forma de modo aquisitivo. 
· Requisitos: 
· Animus Domini.
· Coisa sem dono: 
· Coisa abandonada (res derelicta): é uma conduta contrária a vontade de ser dono. 
· Coisa não apropriada (res nullis). 
· Ocupação lícita (se ilícita será considerado furto). 
· C) Achado do Tesouro: Art. 1.264 
· Coisa oculta e preciosa. 
· Dono não conhecido. 
· Causalidade. 
· D) Especificação: Art. 1.269 
· Matéria Prima Alheia. 
· Coisa Nova. 
· Não Restituição ao Estado Anterior. 
· Boa-fé ou má-fé do especificador + obra valiosa = o bem pertencerá ao especificador. 
· E) Comistão (mistura de sólidos), Confusão (vinhos) e Adjudicação (soldas): Art. 1.272. 
· Diversidade de donos. 
· Causalidade. 
· Não restituição ao estado anterior. 
· Coisa principal → Aplica-se o condomínio (extinção pela consolidação). 
· F) Tradição: 
· Conceito: toda tradição é uma entrega (mas, nem toda entrega é modo aquisitivo dominial). É a transferência da posse de uma coisa móvel feita por alguém (tradens) a outrem (accipiens) com base numa causa jurídica (justa causa).
· Pressupostos da Tradição como Modo Aquisitivo: 
· Transmitente: aquele que entrega o bem com a vontade de entregar a propriedade. 
· Adquirente: aquele que recebe o bem com vontade 
· Justa Causa: título aquisitivo dominial. 
· Obs: a tradição é bilateral (depende da vontade do transmitente e do adquirente). 
· Traduz presunção relativa de propriedade. 
· É um ato causal. 
· Art. 1.268, parágrafo único: Não transfere prioridade se o ato for nulo. 
· Nuda Traditio: é a tradição despida da finalidade de transmitir propriedade. 
· Espécies: 
· Material (existe no plano físico) ou Real (há um deslocamento fático): Art. 1.267, caput. 
· A propriedade móvel se transfere por ato entre vivos. 
· Ficta ou Consensual: Art. 1.267, parágrafo único. 
· Tradição Ficta: é uma tradição presumida de forma a se evitar transações materiais desnecessárias.
· Constituto Possessório: o transmitente mantém a posse da coisa a título diverso de dono.
· Ex: Proprietário → Locatário. 
· Móvel: é um modo aquisitivo (transfere posse e propriedade). 
· Imóvel: não é uma modo aquisitivo (irá transferir somente a posse). 
· Traditio Brevi Manu: é uma cláusula contratual de um contrato de compra e venda na qual o adquirente mantém a posse da coisa, mas, a título de proprietário.
· Ex: Locatário → Proprietário. 
· Aquisição da Posse Indireta (ou Direito à Restituição da Coisa): o transmitente entrega → a propriedade; 
· Alienação Fidussiária em Garantia: não é um direito autônomo (advém de um contrato de financiamento). O banco será o proprietário, mas, consumidor será o possuidor.
· Casamento ou Comunhão Universal. 
· Simbólica: traduz a presunção de propriedade. 
Aula 20 
Propriedade Móvel 
· Obs: somente haverá a tradição se a pessoa for dono - Art. 1.268; salvo em casos de propriedade aparente.
· É possível que uma tradição nula se torne válida - Ocorre a convalidação. 
· Adquirente de boa fé + Aquisição superveniente pelo transmitente.
· Descoberta: Art. 1.233
· Não é modo aquisitivo.
· Coisa perdida.
· Deveres: Art. 1.233.
· Restituir: não poderá invocar vontade de dono.
· Entregar a autoridade competente.
· Direitos: Art. 1.234.
· Indenização.
· Recompensa (não inferior a 5% sob o valor da coisa)
· Obs: Quando a coisa perdida se torna abandonada ela é passível de ser apropriada pela ocupação.
Posse
· Teorias:
· Subjetiva: Savigny
· Posse = Elementos: corpus (é o poder físico do homem sobre a coisa) + animus (vontade de dono).
· Posse derivada = depósito e penhor.
· Tem uma posse derivada para a conservação do bem do dono (são casos em que não há a vontade de ser dono).
· Distinção: Posse e Detenção (na detenção, não há vontade de ser dono) = animus domini.
· Fundamento: proteção da posse = paz social (proteção do possuidor contra ação violenta de terceiros para se manter a paz social). 
· Objetiva: Jhering
· Posse = Elementos: corpus (é a relação de fato do homem com a coisa de acordo com a sua utilização econômica) + animus (affectio tenend - vontade de deter a coisa) + Proteção Legal Possessória (sem esta proteção, a pessoa somente terá detenção sobre o bem).
· A posse é diferente da propriedade, pois, a posse é um poder de fato e a propriedade é um poder de direito.
· Posse = tem uma utilização econômica da coisa (é o conteúdo da propriedade).
· A propriedade sem posse é uma propriedade no estado anormal, pois, toda propriedade deve ser utilizada para fins econômicos. A posse não é o simples contato físico.
· Posse = exteriorização da propriedade (Art. 1.196).
· Posse através de terceiro = mediata (posse indireta) e imediata (posse direta).
· Possibilidade do exercício da posse por meio de um terceiro.
· Distinção: posse e detenção = proteção legal (basta a lei para distinguir a posse de detenção).
· Fundamento da proteção da posse = defesa da propriedade (se a posse é a exteriorização da propriedade, deve-se proteger o possuidor para proteger a propriedade).
· O Código Civil adota, na maior parte, esta teoria.
· Sociológica: Hernandez Gil.
· Posse = Conceito: não complemento da propriedade.
· A posse é um direito que tem tutela própria (e não complemento da propriedade), pois, a posse é o direito de maior densidade social da ordem jurídica.
· Posse = visão tridimensional.
· Posse Real: decorre de um direito real (ex: propriedade, usufruto, servidão, comodato).
· Posse Pessoal: fundada em um direito pessoal (ex: locação). 
· Posse Fática: decorre de um fato da vida/fundado no plano fático da vida.
· Posse = função social da posse (é positivo, pois, promove o acesso aos direitos fundamentais) e da propriedade (é negativo, pois, é apenas uma demanda de não desperdício das potencialidades do bem). 
· Posse = Fundamento: proteção da posse (a posse deve ser protegida, no plano fático, os direitos fundamentais).
Aula 21
Posse
· Natureza Jurídica:
· Savigny: é um fato da vida mas, também, seria um direito(há um ônus, produz consequências jurídicas - é um direito de conteúdo fático)
· Jhering: interesse juridicamente protegido pelos interditos possessórios (a posse seria um direito).
· Objeto: pode ser incorpóreo (Ex: é possível a posse recair sobre direito, mas, somente poderá ser tutelada se recair sobre direito real) ou corpóreo.
· Posse como direito pessoal: não atende a tipicidade dos direitos reais; não é um direito registrável.
· Posse como direito real: há um poder imediato; tem-se um objeto e apresenta eficácia erga omnes.
· A ação possessória como uma ação pessoal, pois, não seria erga omnes (não é protegida no peditório, Art. 1.228 caput e não é protegida contra sucessor singular de boa-fé, Art. 1.212).
· Em regra, o direito se separa no tempo do seu fato gerador. Em regra, o fato é condição transitória do direito. Na posse, o direito não se separa do tempo do seu fato gerador. Na posse, o fato é condição permanente do direito.
· É possível transmitir posse por contrato desde que o transmitente tenha poder de fato sobre a coisa.
· Obs: a posse é um poder de fato!
· Desdobramento: é uma posse dividida.
· Este desdobramento pode ser:
· Direto: Art. 1.197.
· Indireto: é uma ficção jurídica para melhor administrar a coisa (a pessoa irá deter uma parcela do poder de fato de utilizar economicamente o bem).
· Entrega Temporária.
· Fundado em direito real e em direito pessoal.
· Obrigação de restituir.
· O desdobramento da posse contém: poderes simultâneos, diversos e independentes.
· Composse: é o instituto da comunhão posse.
· Pro Indiviso = poderes iguais, concorrentes e simultâneos (Art. 1.199).
· Pro diviso = extinção da composse.
· Diferenciações: Na composse os poderes são iguais, poderes concorrentes e não poderá ocorre a privação do uso da coisa; já no desdobramento os poderes são diversos, poderes excludentes e, um dos possuidores ficará privado do uso imediato da coisa.
· Classificação: ocorre no momento de sua aquisição.
· Subjetiva: posse de boa-fé ou má-fé (Art. 1.201).
· Objetiva: posse justa ou injusta (Art. 1.200).
· Injusta = Obtida pelos vícios objetivos da posse (são vícios relativos, pois, não há posse injusta contra toda a sociedade, mas sim, perante alguém).
· Violência (pode ser tanto física quanto moral).
· Clandestinidade (erro de fato).
· Precariedade (advém de um abuso de confiança. Decorre de uma entrega temporária - há uma obrigação de restituir).
· Obs: Ou seja, ocorre toda vez que contrariar a vontade do possuidor.
· Detenção:
· Dependente: quando o detentor está em estado de subordinação com o possuidor.
· Desinteressada: o detentor age em proveito alheio 
· Ex: servidores da posse - Art. 1.198
· Interessada: o detentor age em proveito próprio.
· Ocorre por atos de tolerância ou mera permissão - Art. 1.208.
· Independente: o detentor age com autonomia diante do possuidor.
· Atos violentos, clandestinos (Art. 1.208) e bens públicos (Art 100 e 101 - não detém posse para usucapir).
· Caráter:
· Se é justa ou injusta/ boa-fé ou má-fé.
· O caráter de uma posse se estabelece no momento de sua aquisição.
· É necessário saber como o caráter se mantém e como poderá ser alterado (dependerá das ações possessórias).
· Regra: Manutenção da posse - a posse mantém um caráter de como foi adquirido.
· A manutenção do caráter de posse é presumida, sendo a alteração ser provado (Art. 1.203).
· Ninguém poderá, sozinho, alterar o caráter da posse (não se pode alterar a causa de possuir).
Aula 22
Posse
· Caráter: 
· Manutenção:
· A posse mantém o caráter da aquisição, salvo prova em contrário.
· O caráter se mantém por presunção.
· Ninguém pode isoladamente mudar o caráter da posse.
· Mudança: A alteração deve ser provada.
· Causa Jurídica.
· Causa Fática (teoria da proibição do comportamento).
· Para adquirir posse não necessita de compra e venda, pois, ela poderá ocorrer por contrato.
· Uma posse altera o seu caráter quando há uma nova causa.
· Sucessor singular de boa-fé (Art. 1.212).
· O terceiro que adquire o bem de boa-fé detém a posse justa; mas, se adquire o bem de má-fé adquire a posse injusta.
· Venire Contra Factum Proprium:
· 1) Conduta Contrária: Direito Subjetivo.
· 2) Omissão Prolongada: Proteção do Direito Subjetivo Violado 
· 3) Confiança do Direito Subjetivo: Não será Exercida.
· 4) Quebra da Confiança: Supressão da Tutela - Comportamento Contraditório.
· Acessão:
· Soma-se a posse atual com a anterior.
· Ocorre quando o possuidor atual soma a sua posse com a do seu sucessor.
· Universal: há uma sucessão numa universalidade.
· Ex: Herança; Legatário (é sucessor singular, mas, o modo de sua sucessão ocorre por herança e, portanto, sua ascensão irá ocorrer de forma universal).
· União Obrigatória! (Art. 1.207, 2 parte).
· Singular: sucede coisa determinada (cessão de posse imóvel).
· Boa-fé: união facultativa (Art. 1.207, 2 parte).
· Má-fé: união obrigatória (Art. 1.207, 2 parte C/C 1.212).
· Obs: É um meio condutor dos vícios objetivos da posse.
· Aquisição e Perda:
· Art. 1.204: Adquire-se a posse desde o momento em que se torna possível o exercício, em nome próprio, de qualquer dos poderes inerentes à propriedade.
· Art. 1.223: Perde-se a posse quando cessa, embora contra a vontade do possuidor, o poder sobre o bem.
· Teoria Objetiva: Jhering.
· Revogação, ou não do Art. 493/16 (aplica-se implicitamente no Art. 1.204).
Aula 23
Efeitos: 
· A) Interditos Possessórios: Art. 1.210 e seguintes. 
· É de natureza material, é um bem da vida que se busca (conteúdo material de uma ação possessória). 
· §1: Autotutela da posse ocorre nos casos: 
· Legitima Defesa: é uma resposta proporcional e necessária a uma agressão injusta, atual ou iminente. O possuidor turbado ou esbulhado poderá manter-se pela própria força, desde que, o faça de imediato (os atos de defesa não poderão ir além do dispensável para haver a restituição da posse).
· A pessoa que detém a posse, porém, está agredida no seu direito de posse. 
· Desforço Imediato: Ocorre quando alguém perde a posse. É o direito de retornar, a força, uma posse recentemente perdida. 
· Proteção da posse contra lesões. 
· Ameaça = Interdito proibitório.
· Turbação = Manutenção da posse. 
· Esbulho = Reintegração da posse. 
· Ações possessórias: Art. 561 - Deve se provar a posse, lesões a posse, a data da turbação ou esbulho (o juiz poderá deferir ou indeferir a inicial; ou poderá designar uma audiência de justificação da posse).
· É uma ação Dúplice: o autor e réu podem pedir independente de outra providência. 
· É conteúdo da ação possessória a fungibilidade: cabe a parte provar a ofensa ou compete ao juiz dar o interdito adequado. 
· Rito: 
· Especial: Força Nova = Com Liminar possessória (Art. 924 e seguintes do CPC); 
· Ordinário: Força Velha = Sem Liminar possessória. 
· O interdito possessório apresenta uma natureza material, pois, tutela-se um bem da vida → Tem por objetivo reintegrar na posse, parar a turbação (diferente da ação possessória, que é processual). Portanto, o interdito possessório é o conteúdo material de uma ação possessória. 
· Deve haver uma atualidade da ação. 
· Juízo possessório. 
· Obs: A partir do Art 1.214 há um juízo petitório (cujo a preocupação principal não é com a posse). 
· Juízo Petitório = É um proprietário que irá exigir a devolução do objeto da propriedade do possuidor que não é proprietário. O possuidor, sabedor que deverá devolver a coisa para o proprietário em uma ação reivindicatória, poderá exigir os seus efeitos. 
· B) Frutos: Juízo peditório.
· Art. 1.214: Boa-fé - Frutos Colhidos ou Despesas de Produção. 
· O possuidor de boa fé tem direito dos frutos colhidos e as despesas de produção dos frutos. O possuidor de boa-fé não terá direto aos frutos pendentes, pois o possuidor deve devolver o bem principal e, os frutos pendentes são bens acessórios (e o acessório acompanha o bem principal).
· Art. 1.216: Má-fé - Despesas de produção. 
· O possuidor de má-fé não recebe nenhum fruto, somente terá direito as despesas de produção. 
· C) Responsabilidade por Dano ou Deterioração: 
· Art.1.217: Boa-fé.
· Somente atribuirá responsabilidade se causar dano. 
· Art. 1.218: Má-fé.
· Responderá pela perda ou deterioração ainda que incidentais. 
· Ou seja, responde pela deterioração ainda que por fato acidental ou natural → Teoria do Risco Integral. Salvo, se o possuidor provar que no juízo de probabilidade o dano ocorreria mesmo que o bem estivesse com o proprietário. 
· D) Benfeitorias: 
· Art. 1.219: Boa-fé. 
· O possuidor de boa-fé deverá devolver a coisa ao proprietário, mas, poderá exigir indenização das benfeitorias necessárias e úteis. 
· O possuidor de boa-fé tem o direito de retirar as benfeitorias voluptuárias (não é passível de indenização). Somente poderá retirar esta benfeitoria: se o dono não quiser pagar ou que, ao retirar as benfeitorias, não cause dano a coisa. 
· Art. 1.220: Má-fé. 
· Somente terá direito a indenização nos casos de benfeitorias necessárias (não tem direito de retenção e nem indenização). 
Juízo Possessório x Juízo Petitório 
· Juízo Possessório: 
· É um juízo baseado no fato de ter posse (de possuir). 
· Quando alguém é lesado no seu direito de possuir, a ação cabível será a possessória (que visa proteger a posse dos interditos possessórios). 
· Ambiente do Jus Possessionis: apresenta um rito especial previsto no Art. 1.210. 
· Juízo Petitório (Art. 1.228): 
· É um juízo fundado num direito, no direto a ter posse. 
· Quando a pessoa é lesada no seu direto de posse, ajuíza-se uma ação petitória (serve para proteger alguém que tem o direito a ter posse). 
· O proprietário tem o direito a ter posse, pois, tem o direito de ter a utilização econômica da coisa.
· A ação petitória pode estar fundada em um direito: 
· Real: 
· Imóvel: reivindicatória. 
· Móvel: busca e apreensão. 
· Pessoal: 
· Imóvel: ação de imissão na posse. 
· Móvel: entrega de coisa. 
· Jus Possidendis: o proprietário tem o direito de reaver a coisa de quem quer que a tenha injustamente a detém ou possua.
· Obs: Os juízos possessórios e petitórios são infungíveis. 
· Obs 2: Os juízos possessórios e petitórios são separados pelo tempo (primeiramente, deve-se discutir o juízo possessório para, somente depois de discutida, ajuizar uma ação petitória) e no espaço (Art. 1.210, §). 
Diretos Reais sobre Coisa Alheia: 
· Todo direto real sobre coisa alheia é um desdobramento do direto de propriedade. 
· Há três classificações: 
· Direitos Reais de Gozo: 
· A) Direito de Superfície: é direto de plantar ou construir em terra alheia. 
· Em caso de conflito entre o Código Civil e o Estatuto da Cidade, aplica-se o Estatuto por ser uma lei Especial. 
· O Código Civil trata do imóvel rural e urbano, já no Estatuto da Cidade, somente o imóvel urbano. 
· No Código Civil, o direito de superfície é determinado (direito resolúvel). No Estatuto pode ser determinado ou indeterminado. 
· No Código Civil se não autoriza construção no subsolo de forma exclusiva. Já no Estatuto é possível que haja essa construção.
· Obs: O direito de superfície (Características: superficiais/proprietário; transmissibilidade; alienabilidade com preferência; suspensão da acessão artificial; extinção destinação diversa; extinta a concessão, volta a propriedade plena, salvo, pacto em contrário) surgiu de forma a substituir a enfiteuse. 
· No direito de superfície, a indenização das acessões deve ser expressa (não há indenização presumida, a presunção é de que não há indenização).
· Direitos Reais de Garantia.
· Direitos Reais de Aquisição.
Aula 24
Gozo: permite utilizar economicamente um bem de outrem. 
· B) Servidões: 
· Características: 
· Proveito, encargo e diversidade de donos: Art. 1378.
· Proveito para o prédio dominante e encargo para o prédio serviente. A servidão aumenta a utilidade do prédio dominante (é a razão de existir da servidão, dar o aumento de utilidade). Juízo de utilidade (a servidão não é necessária, é útil).
· Imobiliário: somente recai sobre bens móveis.
· Acessório.
· Perpetuidade: mas, pode ser fixada a prazo.
· Indivisibilidade (Art. 1386): não se cria e nem se extingue por partes.
· Inalienabilidade.
· Classificação quanto ao Exercício:
· Positivas/negativas: positiva = autoriza ação no prédio serviente (ex.: servidão de transito); negativa = servidão de não edificar (omissão).
· Continuas/descontinuas: continua = exercício não depende de intervenção humana (ex.: aqueduto); descontinua = com ação humana (ex.: transito).
· Aparentes/não aparentes: aparente = com sinais exteriores (ex.: aqueduto); não aparente = sem sinais exteriores (ex.: servidão de não edificar). 
· Art. 1213: não cabe proteção possessória a servidões não aparentes, salvo, quando houver titulo constitutivo da servidão. Súm. 415, STF: servidões de trânsito (são consideradas não aparentes, a não ser que haja obras que sinalizem a sua existência); se forem consideradas aparentes, terão proteção possessória => se refere a servidão não titulada (se for não aparente, mas titulada, terá proteção).
· Obs: A servidão não se presume, depende de prova de título ou usucapião, pois, gera um encargo (que deve ser provado; sua interpretação deve ser restritiva).
· Obs 2: Diferença entre - Vizinhança (advém de uma necessidade) e Servidão (utilidade).
· Constituição:
· Por ato constitutivo (testamento, contrato, tudo mediante registro imobiliário - Art. 1.378) ou usucapião (Art. 1.379).
· Extinção: Art. 1.388 (renúncia à servidão; finda a utilidade ou da comodidade da servidão; resgate) e 1.389 (confusão; supressão de obras; pelo não uso).
· C) Usufruto: é o direito real temporário (não dura mais do que a vida do usufrutuário) que autoriza o usufrutuário a retirar toda utilidade econômica do bem compatível com a conservação de sua substância.
· Características:
· Utilização econômica; conservação da substância da coisa, salvo, no usufruto impróprio (recai sobre bens fungíveis ou consumíveis; deve ser bens acessórios).
· Posse direta e indireta: gera o desdobramento da posse.
· Temporariedade.
· Intransmissibilidade (não é transmitido para os herdeiros), salvo, direito de acrescer.
· Inalienabilidade.
· Usufruto por alienação (quando o proprietário cede o usufruto) e retenção (o proprietário retém o usufruto e cede a propriedade - não há obrigação de prestar garantia).
· É divisível (se extingue e nasce por partes).
· Origem: Poderá recair sobre móvel (tradição), imóvel (registro), direito, etc.
· Convencional: decorre de um contrato.
· Legal: não depende de contrato, registro ou tradição, mas sim, da lei.
· Ex: Art. 1.689, I.
· Judicial: o juiz determina um novo expropriador ao expropriado.
· Extinção: Art. 1.410 (renúncia ou morte; pelo termo, condição ou prazo; pela extinção da pessoa jurídica; quando acaba a causa do usufruto; destruição da coisa; consolidação; pela culpa do usuário; pelo não uso ou fruição).
· D) Uso: Art. 1.412.
· Somente existe na modalidade contratual.
· Uso e gozo limitados.
· Uso convencional.
· E) Habitação: Art. 1.414. 
· Habitar Gratuitamente.
· Habitação Legal (Art. 1.831).
· Uso e Habitação:
· Submetem-se ás regras do usufruto.
· Personalíssimos.
· Indivisíveis.
Aula 25
Garantia: visa garantir o cumprimento da obrigação principal (se a obrigação principal for extinta, extingue-se a garantia).
· Caraterísticas:
· Acessório: segue a obrigação principal.
· Se a garantia for extinta poderá vencer a obrigação principal antecipadamente.
· Sequela (Art. 1.419).
· O credor com garantia pode excutir a coisa mesmo que transferida a terceiros.
· Preferência (Art. 1.422).
· O credor com garantia real tem preferência no recebimento do crédito e no pagamento da dívida em face de um credor sem garantia ou um devedor com garantia posterior.
· O Direito de garantia decorre da vontade das partes e recai sobre coisa certa. Diferente do privilégio, que decorre da lei (independe da vontade das partes) e irá recair sobre todo patrimônio.
· Indivisibilidade (Art. 1.421).
· Não se cria ou não se perde por partes.
· O pagamento parcial da dívida não importa em exoneração correspondente da garantia.
· A indivisibilidade é presumida, devendo

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