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Apostila Processo Civil II - Respostas do Réu - 2019 - Alunos (1)

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL II Prof. Luciano Meneguetti – ago. 2018 
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Após o início do prazo para a apresentação de defesa, o réu poderá adotar 3 atitudes 
distintas: 
 
1) Quedar-se inerte (revelia); 
2) Apresentar resposta; 
3) Reconhecer a procedência do pedido. 
 
RESPOSTAS NO NCPC 
 
 - Impugnação ao valor da causa 
• Contestação - Impugnação aos benefícios da AJG Preliminar de contestação
 - Incompetência relativa 
 - Reconvenção 
 
• Arguição de impedimento/suspeição (de juiz, membro do MP, auxiliar da justiça – 
art. 146 – Prazo: 15 dias a contar do conhecimento do fato). 
 
• Requerimento avulso de desmembramento de litisconsórcio multitudinário ativo 
(art. 113, §2º, NCPC) 
 
 
CURIOSIDADE: Respostas do réu no CPC/73 (art. 297): 
 
 - Contestação 
 - Reconvenção 
 - Exceções (de impedimento/suspeição; incompetência relativa) 
 - Impugnação ao valor da causa 
 - Impugnação aos benefícios da assistência judiciária gratuita 
 
 
 
RESPOSTAS DO RÉU 
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1) CONCEITO 
 A contestação é um meio de defesa por excelência, através do qual o réu resiste, 
formal e/ou materialmente, à pretensão formulada pelo autor na petição inicial. Assim, o 
escopo da contestação é o de que o pedido do autor não seja acolhido. 
 
2) CARACTERÍSTICAS 
 Assim como acontece com a petição inicial, a contestação é uma petição escrita, 
que deve ser assinada por quem tenha capacidade postulatória (advogado; membro do MP; 
defensor público). 
 A contestação consagra o princípio do contraditório. 
 O demandado não é obrigado a contestar. Há, para ele, o ônus (faculdade + 
consequências) da defesa, pois, se não se defender, sofrerá as consequências da revelia. 
 
3) PRAZO 
 O réu terá o prazo de 15 dias úteis para oferecer a contestação, cujo termo inicial 
será a data (art. 335, NCPC): 
 
I) da audiência de conciliação ou de mediação, ou da sua última sessão, quando a parte não 
comparecer ou, comparecendo, não houver autocomposição; 
 
II) do protocolo do pedido de cancelamento da audiência de conciliação ou de mediação 
apresentado pelo réu, quando o autor houver manifestado, expressamente, desinteresse na 
composição consensual (art. 334, §4º, I, NCPC). Se forem vários réus, o termo inicial será, 
para cada um deles, a data de apresentação do seu respectivo pedido de cancelamento da 
audiência (art. 335, §1º, NCPC). 
Todos os réus devem se manifestar (art. 334, §6º, NCPC). Se um deles não pedir o 
cancelamento, vai acontecer a audiência. 
 
III) prevista no art. 231, de acordo com o modo como foi realizada a citação, nos demais 
casos. 
CONTESTAÇÃO 
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Quando não se admitir a autocomposição (a audiência de conciliação/mediação sequer 
chegará a ser designada – o réu será citado para apresentar contestação). 
 
Art. 231. Salvo disposição em sentido diverso, considera-se dia do começo do 
prazo: 
I - a data de juntada aos autos do aviso de recebimento, quando a citação ou a 
intimação for pelo correio; 
II - a data de juntada aos autos do mandado cumprido, quando a citação ou a 
intimação for por oficial de justiça; 
III - a data de ocorrência da citação ou da intimação, quando ela se der por ato do 
escrivão ou do chefe de secretaria; 
IV - o dia útil seguinte ao fim da dilação assinada pelo juiz, quando a citação ou a 
intimação for por edital; 
V - o dia útil seguinte à consulta ao teor da citação ou da intimação ou ao 
término do prazo para que a consulta se dê, quando a citação ou a intimação for 
eletrônica; 
VI - a data de juntada do comunicado de que trata o art. 232 ou, não havendo 
esse, a data de juntada da carta aos autos de origem devidamente cumprida, 
quando a citação ou a intimação se realizar em cumprimento de carta; 
VII - a data de publicação, quando a intimação se der pelo Diário da Justiça 
impresso ou eletrônico; 
VIII - o dia da carga, quando a intimação se der por meio da retirada dos autos, em 
carga, do cartório ou da secretaria. 
§ 1º Quando houver mais de um réu, o dia do começo do prazo para contestar 
corresponderá à última das datas a que se referem os incisos I a VI do caput. 
§ 2º Havendo mais de um intimado, o prazo para cada um é contado 
individualmente. 
§ 3º Quando o ato tiver de ser praticado diretamente pela parte ou por quem, de 
qualquer forma, participe do processo, sem a intermediação de representante 
judicial, o dia do começo do prazo para cumprimento da determinação judicial 
corresponderá à data em que se der a comunicação. 
§ 4º Aplica-se o disposto no inciso II do caput à citação com hora certa. 
Art. 232. Nos atos de comunicação por carta precatória, rogatória ou de ordem, a 
realização da citação ou da intimação será imediatamente informada, por meio 
eletrônico, pelo juiz deprecado ao juiz deprecante. 
 
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• Regras básicas para a contagem de prazos processuais 
 
Os prazos são contados em dias úteis (art. 219, NCPC). 
Os prazos são contados excluindo-se o dia do começo e incluindo o dia do 
vencimento (art. 224, NCPC). 
Os dias do começo e do vencimento do prazo serão protraídos para o primeiro 
dia útil seguinte, se coincidirem com dia em que o expediente forense for encerrado antes 
ou iniciado depois da hora normal ou houver indisponibilidade da comunicação eletrônica 
(art. 224, §1º, NCPC). 
 
• Prazo em dobro 
 
 O prazo será contado em dobro (30 dias úteis) se o réu for: 
 
I) O Ministério Público (art. 180, NCPC); 
 
II) Ente público (União, Estados, DF, Municípios e respectivas autarquias e fundações de 
direito público – art. 183, NCPC). 
 
III) Representado judicialmente por Defensor Público (art. 186, NCPC). 
 
IV) Quando forem vários réus e estes estiverem representados por advogados distintos, de 
escritórios distintos (art. 229, NCPC). 
- Para a hipótese do art. 229, NCPC, cessa a contagem em dobro se, havendo apenas 2 
réus, é oferecida defesa por apenas um deles (art. 229, §1º, NCPC). 
- Não se aplica o prazo em dobro, previsto no art. 229, NCPC, aos processos que tramitam 
em autos eletrônicos (art. 229, §2º, NCPC). 
 
• Vários réus (não designação de audiência) 
 
 Caso não tenha sido designada a audiência (art. 334, §4º, II, NCPC) e havendo 
pluralidade de réus, o dia do começo do prazo para contestar corresponderá à última das 
datas a que se referem os incisos I a VI do art. 231 (art. 231, §1º). 
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Tem que citar, primeiro, todos os réus para, só então, começar a correr o prazo para o 
oferecimento da contestação. A data de início do prazo para o oferecimento de contestação 
será a mesma para todos os réus.Por outro lado, se o autor desistir da ação em relação a réu ainda não citado, o prazo 
para resposta correrá da data de intimação da decisão que homologar a desistência (art. 
335, §2º). 
Esse dispositivo assegura que os demais litisconsortes não sejam pegos de surpresa, já que 
aguardavam a citação do último réu para o início da contagem do prazo para apresentação 
de defesa. 
 
4) ESPÉCIES DE DEFESA NA CONTESTAÇÃO 
 A doutrina classifica a defesa em várias espécies. Dentre elas, destacam-se as 
seguintes: 
 
A) Defesa processual (preliminar) e defesa de mérito: 
 
a.1. Defesa processual: tem por objeto os requisitos de admissibilidade da causa 
(condições da ação e pressupostos processuais). Trata de questões puramente processuais. 
O objetivo é obstaculizar a apreciação do mérito pelo juiz. Visa a extinção do processo sem 
resolução do mérito. Ataca a relação processual. Ex: art. 337, NCPC (litispendência, 
ausência de condições da ação, etc.). 
a.2. Defesa de mérito: é aquela que objetiva a improcedência da ação. Trata da relação 
jurídica de direito material. Visa a extinção do processo com resolução do mérito. Ex: 
prescrição, pagamento, etc. 
 
B) Defesa direta e defesa indireta: 
 
b.1. Defesa direta: é aquela que nega o fato constitutivo do direito do autor (nega os fatos 
– “não aconteceu”) ou suas consequências jurídicas (reconhece o fato, mas nega o efeito 
pretendido pelo autor – “aconteceu, mas o que eu fiz não é passível de indenização – é 
mero aborrecimento”). 
b.2. Defesa indireta: embora reconheça os fatos e suas consequências jurídicas, o réu 
alega um fato novo, que impede, modifica ou extingue o direito do autor. 
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Ex: Ação de cobrança: a) não existe contrato (defesa direta); existe contrato, porém, já 
houve o pagamento – fato extintivo (defesa indireta). 
Ex: Ação de reintegração de posse: a) não houve invasão (defesa direta); usucapião – fato 
impeditivo (defesa indireta). 
 
C) Defesa peremptória e defesa dilatória: 
 
c.1. Defesa peremptória: é aquela que, uma vez acolhida, leva à extinção do processo. 
Ex: processual peremptória – ilegitimidade de parte, litispendência, etc (vício grave – não 
dá para reparar). 
Ex: de mérito peremptória – prescrição, pagamento, etc. 
c.2. Defesa dilatória: é aquela que, mesmo quando acolhida, não provoca a extinção do 
processo, mas apenas causa ampliação da dilatação do curso do procedimento. 
Ex: processual dilatória – nulidade de citação, defeito na representação da parte, 
incompetência relativa do juízo etc. 
Ex: de mérito dilatória – exceção do contrato não cumprido; direito de retenção. 
 
 
A defesa dilatória pode se tornar peremptória se a parte não cumprir, no prazo, a 
diligência saneadora. 
Ex: defeito na representação processual da parte. Juiz fixa o prazo de 15 dias 
para constituir um novo advogado. O autor não cumpre. Se o processo estiver 
em primeira instância, o mesmo será extinto sem resolução do mérito. 
 
D) Objeção e exceção 
 
d.1. Objeção: defesa que pode ser conhecida de ofício pelo juiz. Ex: prescrição, coisa 
julgada, etc. 
Não se sujeita à preclusão. 
d.2. Exceção: defesa que, para ser conhecida pelo juiz, depende de alegação da parte. Ex: 
direito de retenção, incompetência relativa, convenção de arbitragem, etc. 
Se o réu não alegar, preclusão. 
 
 
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5) TÉCNICAS E PRINCÍPIOS APLICÁVEIS NA CONTESTAÇÃO 
 
A) Princípio da eventualidade ou da concentração da defesa 
 Segundo o art. 336, do NCPC, incumbe ao réu alegar, na contestação, toda a 
matéria de defesa, expondo as razões de fato e de direito com que impugna o pedido do 
autor e especificando as provas que pretende produzir. 
Tal dispositivo consagra o princípio da eventualidade, que determina que o réu 
deve formular toda a sua defesa de uma só vez, sob pena de preclusão (consumativa). 
Em razão deste princípio, admite-se que o réu formule argumentos incompatíveis 
entre si. Nesse sentido, é comum que o réu apresente suas teses de defesa em ordem 
sucessiva, sendo as últimas subsidiárias às primeiras. 
Ex: 1- está prescrito; 2- não houve dano; 3- se houve dano, eu não fui o culpado; 4- se eu 
fui o culpado, esse valor que está sendo pedido é muito alto. 
 
 
Esse tema é controvertido. Luiz Guilherme Marinoni, por exemplo, sustenta que 
a defesa sempre deve ser coerente, não se admitindo argumentos contraditórios 
entre si. 
Ex: o réu não pode alegar, simultaneamente, que jamais contratou com o autor e, 
se rejeitada essa alegação, que já pagou a dívida. 
 
Exceções ao princípio da eventualidade 
 Depois da contestação, só é lícito ao réu deduzir novas alegações quando (art. 342, 
NCPC): 
I- relativas a direito ou a fato superveniente. 
Ex: réu quita a obrigação objeto da lide junto ao autor. 
II- Competir ao juiz conhecer delas de ofício. 
Matérias de ordem pública. 
Ex: condições da ação, pressupostos processuais, as matérias do art. 337, NCPC (menos 
incompetência relativa e convenção de arbitragem). 
III- Por expressa autorização legal, puderem ser formuladas em qualquer tempo e grau de 
jurisdição. 
Coincide com o inciso anterior – matérias de ordem pública. 
Ex: incompetência absoluta. 
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B) Ônus da Impugnação Especificada (art. 341, NCPC) 
 Também incumbe ao réu se manifestar precisamente sobre as alegações de fato 
constantes na petição inicial, sob pena de presumirem-se verdadeiras as não impugnadas. 
Dessa forma, não se admite, ao menos em regra, a chamada “defesa genérica” ou 
“defesa por negativa geral”. 
O fato não impugnado torna-se incontroverso, dispensando-se o autor de sua prova. 
Alegação de fato – impugnação: questão controvertida (depende de prova). 
Alegação de fato – ausência de impugnação: fato incontroverso (não precisa ser provado). 
 
 Não se presumem verdadeiros os fatos não impugnados nas hipóteses previstas nos 
incisos I a III do art. 341, do NCPC. 
Art. 341. Incumbe também ao réu manifestar-se precisamente sobre as alegações de fato 
constantes da petição inicial, presumindo-se verdadeiras as não impugnadas, salvo se: 
 
I - não for admissível, a seu respeito, a confissão. 
O que ocorre com fatos relativos a direitos indisponíveis (ex: direito de estado da pessoa, 
direitos da personalidade, etc.). Ex: no pedido de interdição, é irrelevante o silêncio do 
interditando. A incapacidade deverá ser demonstrada por perícia. 
 
II - a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considerar da 
substância do ato. 
Exemplos: fato: morte – certidão de óbito; fato: casamento – certidão de casamento; fato: 
propriedade de bem imóvel – matrícula do CRI, etc. 
 
III - estiverem em contradição com a defesa, considerada em seu conjunto. 
Ex: ação indenizatória. O autor imputa ao réu a pratica de um ilícito. O réu, na contestação, 
nega a prática do ilícito apontando que, no dia do ocorrido, estava em outro lugar (álibi). O 
elemento culpa, mesmo que não impugnado especificamente, não será presumido 
verdadeiro. O álibi afastanão só a conduta, como também a culpa; 
Ex2: Ação de cobrança. O autor alega dois fatos (existência do contrato e inadimplemento). 
O réu contesta, negando tão-somente a existência do contrato. O segundo fato 
(inadimplemento) não vai se tornar incontroverso, pois, para que haja o inadimplemento, 
deve haver um contrato. Assim, ao alegar a inexistência do contrato, a defesa, considerada 
em seu conjunto, também contraria o segundo fato, que é o inadimplemento. 
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Contestação por negativa geral 
O ônus da impugnação especificada não se aplica (art. 341, parágrafo único): 
1- Ao defensor público. 
2- Ao advogado dativo (art. 5º, §§ 3º e 4º, da Lei 1.060/50). 
3- Ao curador especial (art. 72, NCPC). 
 
Defensor público: exceção criticada por Fredie Didier Jr. Ela só se justifica quando houver 
dificuldade de comunicação entre o defensor e o assistido (atuação do defensor como 
curador especial). Do contrário, se fosse para qualquer caso, estar-se-ia ferindo o princípio 
da igualdade. 
 
Advogados públicos: Discute-se se os advogados públicos estão sujeitos ao ônus da 
impugnação especificada. Para Leonardo Carneiro da Cunha, os advogados públicos não 
estão sujeitos ao ônus em razão da indisponibilidade do interesse público, da 
inadmissibilidade de confissão e da presunção de legitimidade dos atos administrativos. 
Para Fredie Didier Jr e para o STJ (Resp. 635.996/SP), o ônus é aplicável aos advogados 
públicos. Do contrário, estar-se-ia ferindo o princípio da igualdade. Por que o advogado 
privado tem o ônus e o advogado público estaria dispensado? Não se pode desprezar o 
papel do advogado na construção da decisão judicial. Se o ônus não fosse obrigatório, qual 
seria a função dos advogados públicos? 
As únicas exceções ao ônus estão previstas no parágrafo único, do art. 341, do NCPC, e a 
advocacia pública não está incluída nelas. 
 
6) DEFESA PROCESSUAL/PRELIMINARES (art. 337, NCPC) 
 
Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar as matérias constantes nos incisos 
do art. 337, do NCPC. 
 
I - inexistência ou nulidade da citação; 
 
II - incompetência absoluta e relativa; 
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Novidade do NCPC: tudo em preliminar de contestação. No CPC/73, a incompetência 
absoluta era em preliminar de contestação, mas a incompetência relativa era alegada em 
peça separada (exceção). 
Competência absoluta (critérios: matéria, pessoa e hierarquia). Pode ser declarada de 
ofício e alegada a qualquer tempo e em qualquer grau de jurisdição. 
Competência relativa (critérios: valor da causa e território, em regra). Se não alegar em 
preliminar de contestação, prorroga-se a competência. O juiz não pode conhecer de ofício 
(art. 337, §5º). 
Art. 340, NCPC – alegação de incompetência na contestação protocolada no foro do 
domicílio do réu (novidade – vamos ver mais para frente). 
 
III - incorreção do valor da causa; 
Novidade do NCPC – antes era em peça separada e formava um incidente (CPC/73). 
Agora, preliminar na contestação. 
O réu deve impugnar o valor da causa na contestação, sob pena de preclusão (art. 293, 
NCPC). O juiz pode corrigir o valor da causa de ofício (art. 292, §3º). 
 
IV - inépcia da petição inicial; 
Falha/defeito no pedido ou na causa de pedir (art. 330, §1º). Considera-se inepta a petição 
inicial quando: a) lhe faltar pedido ou causa de pedir; b) o pedido for indeterminado (salvo 
algumas exceções); c) da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão; d) 
contiver pedidos incompatíveis entre si; e) nas ações que tenham por objeto a revisão de 
obrigação decorrente de empréstimo, de financiamento ou de alienação de bens, quando o 
autor não discriminar, dentre as obrigações contratuais, aquelas que pretende controverter, 
além de quantificar o valor incontroverso do débito. 
 
V - perempção; 
Se o autor der causa, por 3 (três) vezes, a sentença fundada em abandono da causa, não 
poderá propor nova ação contra o réu com o mesmo objeto, ficando-lhe ressalvada, 
entretanto, a possibilidade de alegar em defesa o seu direito (art. 486, §3º). 
Quando o autor deixar de promover atos e diligências que lhe incumbir, abandonando a 
causa por mais de 30 dias, o juiz extinguirá o processo sem resolução do mérito (art. 485, 
III, NCPC). Ex: não recolhe as custas para citação do réu. Como a extinção é sem 
resolução do mérito, o autor poderá propor uma nova ação, idêntica à primeira. Todavia, se 
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esse comportamento do autor se repetir por 3 vezes, deixando que a ação se extinga por sua 
inércia, ocorrerá a chamada “perempção”. Assim, se o autor ajuizar, numa 4ª tentativa, a 
mesma ação, o réu poderá alegar a perempção, caso em que o processo será extinto sem 
resolução do mérito (art. 485, V, NCPC) e ao autor somente será permitido alegar a 
matéria em sua defesa (ex: usucapião), caso seja necessário. O autor não perde o direito, 
ele só não pode ajuizar uma nova ação para reivindica-lo. Pode, entretanto, suscita-lo em 
matéria de defesa. 
 
VI - litispendência; 
Art. 337, §1º Verifica-se a litispendência ou a coisa julgada quando se reproduz ação 
anteriormente ajuizada. 
§2º Uma ação é idêntica a outra quando possui as mesmas partes, a mesma causa de pedir e 
o mesmo pedido. 
§3º Há litispendência quando se repete ação que está em curso. 
Art. 240. A citação válida, ainda quando ordenada por juízo incompetente, induz 
litispendência [...]. 
 
VII - coisa julgada; 
Art. 337, §1º Verifica-se a litispendência ou a coisa julgada quando se reproduz ação 
anteriormente ajuizada. 
§4º Há coisa julgada quando se repete ação que já foi decidida por decisão transitada em 
julgado. 
A coisa julgada torna a decisão de mérito imutável e indiscutível (art. 502, NCPC). 
 
VIII - conexão; 
O dispositivo também se aplica à continência, que é espécie de conexão. 
Art. 55. Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais ações quando lhes for comum o pedido ou a 
causa de pedir. 
Art. 56. Dá-se a continência entre 2 (duas) ou mais ações quando houver identidade 
quanto às partes e à causa de pedir, mas o pedido de uma, por ser mais amplo, abrange o 
das demais. 
Art. 59. O registro ou a distribuição da petição inicial torna prevento o juízo. 
 
 
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IX - incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização; 
Incapacidade de parte (capacidade de estar em juízo). Ex: autor incapaz que não está 
devidamente assistido ou representado por seu representante legal (art. 71, NCPC). 
Defeito de representação (capacidade postulatória). Ex: autor que revoga os poderes 
conferidos ao seu advogado, mas não nomeia outro causídico para representa-lo (art. 111, 
NCPC). 
Falta de autorização. Ex: ausência do consentimento do cônjuge do autor em ação que 
verse sobre direito real imobiliário (salvo quandocasados no regime de separação absoluta 
de bens – art. 73, NCPC). 
 
X - convenção de arbitragem; 
Arbitragem: trata-se de meio alternativo de solução de conflitos (pessoas capazes; direito 
disponível; árbitro – Lei 9307/96). Não passa pelo Poder Judiciário. 
Convenção de arbitragem: 
a) Cláusula compromissória: remessa de conflitos futuros à arbitragem. 
b) Compromisso arbitral: afetação de conflito já existente ao juízo arbitral. 
A convenção de arbitragem não pode ser conhecida de ofício pelo juiz. (art. 337, §5º). 
Art. 337, §6º A ausência de alegação da existência de convenção de arbitragem, na forma 
prevista neste Capítulo, implica aceitação da jurisdição estatal e renúncia ao juízo arbitral. 
 
XI - ausência de legitimidade ou de interesse processual; 
Alguns autores ainda usam o termo “carência de ação”. O NCPC não contempla mais a 
possibilidade jurídica do pedido. 
Ilegitimidade de parte. Ex: testemunha de acidente que ajuíza ação em nome da vítima. 
Falta de interesse processual. Ex: ausência de prévio requerimento administrativo 
previdenciário. 
Veremos mais para frente algumas peculiaridades na hipótese do réu algar ilegitimidade 
passiva (art. 338/339, NCPC). 
 
XII - falta de caução ou de outra prestação que a lei exige como preliminar; 
Ex: Art. 83. O autor, brasileiro ou estrangeiro, que residir fora do Brasil ou deixar de 
residir no país ao longo da tramitação de processo prestará caução suficiente ao pagamento 
das custas e dos honorários de advogado da parte contrária nas ações que propuser, se não 
tiver no Brasil bens imóveis que lhes assegurem o pagamento. 
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XIII - indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça. 
Era em peça separada (impugnação à concessão dos benefícios da assistência judiciária 
gratuita – art. 6º/7º da Lei 1.060/50). A Lei 1.060/50 foi parcialmente revogada pelo 
NCPC. Agora, alega em preliminar de contestação (ou na réplica, ou nas contrarrazões, ou 
por simples petição, no prazo de 15 dias, contados da decisão que concede os benefícios da 
gratuidade da justiça – art. 100, NCPC). 
 
• Conhecimento de ofício das preliminares (defesas processuais) 
 O juiz conhecerá de ofício as matérias elencadas no art. 337, salvo incompetência 
relativa e convenção de arbitragem (art. 337, §5º). 
Se o réu não alegar incompetência relativa: prorroga a competência. 
Se o réu não alegar convenção de arbitragem: renúncia ao juízo arbitral e aceitação da 
jurisdição estatal. 
 
• Alegação de ilegitimidade passiva 
 Caso o réu venha a alegar ilegitimidade passiva, deve-se observar o disposto no art. 
338/339, NCPC. 
✓ Direito de substituição do réu (autor) 
✓ Dever de indicação do legitimado passivo (réu) 
Alegando o réu, na contestação, ser parte ilegítima ou não ser o responsável pelo 
prejuízo invocado, o juiz facultará ao autor, em 15 (quinze) dias, a alteração da petição 
inicial para substituição do réu (art. 338, NCPC). 
De acordo com o art. 338, parágrafo único, do NCPC, realizada a substituição, o 
autor reembolsará as despesas e pagará os honorários ao procurador do réu excluído, que 
serão fixados entre três e cinco por cento do valor da causa ou, sendo este irrisório, nos 
termos do art. 85, § 8º (por equidade). 
Ex: Ilegitimidade de parte – SAMAR 
Quando alegar sua ilegitimidade, incumbe ao réu indicar o sujeito passivo da 
relação jurídica discutida sempre que tiver conhecimento, sob pena de arcar com as 
despesas processuais e de indenizar o autor pelos prejuízos decorrentes da falta de 
indicação (art. 339, NCPC). 
Ex: ação reivindicatória ajuizada contra o caseiro (indicação do proprietário do imóvel). 
 
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Havendo a indicação por parte do réu, o autor poderá optar por: 
a) aceitar a indicação, devendo proceder, no prazo de 15 (quinze) dias, à alteração da 
petição inicial para a substituição do réu, observando-se, ainda, o parágrafo único do art. 
338 (pagamento de custas e honorários). 
b) Alterar a petição inicial, no prazo de 15 (quinze) dias, para incluir, como litisconsorte 
passivo, o sujeito indicado pelo réu (ampliação do polo passivo). 
 
• Alegação de incompetência do juízo 
 Havendo alegação de incompetência relativa ou absoluta, a contestação poderá ser 
protocolada no foro de domicílio do réu, fato que será imediatamente comunicado ao juiz 
da causa, preferencialmente por meio eletrônico (art. 340, NCPC). 
A contestação será submetida a livre distribuição ou, se o réu houver sido citado 
por meio de carta precatória, juntada aos autos dessa carta, seguindo-se a sua imediata 
remessa para o juízo da causa (§1º). 
Reconhecida a competência do foro indicado pelo réu, o juízo para o qual for 
distribuída a contestação ou a carta precatória será considerado prevento (§2º). 
Alegada a incompetência, será suspensa a realização da audiência de conciliação ou 
de mediação, se tiver sido designada (§3º). 
Definida a competência, o juízo competente designará nova data para a audiência 
de conciliação ou de mediação (§4º). 
 
 
Em regra, é só o autor quem formula pedidos na demanda. A princípio, cabe ao réu apenas 
se defender. Porém, desde que preenchidos alguns requisitos, o réu também poderá, na 
mesma ação em que foi demandado, formular pedidos em face do autor, assim o fazendo 
por meio da reconvenção. 
 
1) CONCEITO 
 Reconvenção é a ação do réu contra o autor, proposta no mesmo feito em que está 
sendo demandado. 
A possibilidade de o réu apresentar a reconvenção visa atender ao postulado da economia 
processual, bem como evitar a prolação de decisões conflitantes. 
RECONVENÇÃO 
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A reconvenção, que será formulada dentro da própria contestação, trata-se de 
verdadeiro contra-ataque do réu (reconvinte) em face do autor (reconvindo) e, se admitida, 
será julgada em conjunto com a ação principal. 
Detalhe: se o réu não quiser reconvir, ele pode ajuizar uma ação autônoma contra o autor. 
No CPC/73, a reconvenção deveria ser apresentada em peça separada, porém, em 
simultaneidade com a contestação. 
Ao tempo do CPC/73, Cândido Rangel Dinamarco já defendia que a reconvenção poderia 
ser apresentada no bojo da contestação. A jurisprudência também vinha admitindo tal 
prática. 
Seguindo essa linha, o NCPC determina que a reconvenção seja proposta dentro da 
contestação. 
 
 
O réu pode propor reconvenção independentemente de oferecer contestação (art. 
343, §6º, NCPC). 
 
2) REQUISITOS 
 Além dos requisitos gerais (pressupostos processuais, condições da ação e art. 319), 
a reconvenção deve preencher ainda pressupostos específicos: 
 
1- Conexão com a ação principal ou com o fundamento da defesa. 
Ex: conexão com a ação principal (conexão pelo pedido) – um contratante pede a rescisão 
do contrato por inadimplemento do réu e este reconvém pedindo a mesma rescisão, mas 
por inadimplemento do autor. 
Ex: conexão com a ação principal (conexão pela causa de pedir) – autor ajuíza uma ação 
indenizatória pedindo a condenação do réu ao pagamento de danos materiais(dano 
emergente) em virtude de um acidente de trânsito. O réu, com base nos mesmos fatos, 
reconvém e pede a condenação do autor ao pagamento de danos materiais (lucros 
cessantes) e dano moral, alegando ser este o verdadeiro culpado do acidente. 
Ex: conexão com o fundamento da defesa – autor demanda o réu em ação de cobrança (R$ 
10.000,00). O réu alega em sua defesa a compensação (R$ 25.000,00) e reconvém pedindo 
a condenação do autor ao pagamento da diferença (R$ 15.000,00). 
 
 
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2- Competência 
O juízo da causa principal também deve ser competente para julgar a reconvenção. 
Ex: não cabe reconvenção contra o autor, se o processo tramitar na justiça estadual e o réu 
quiser incluir no processo a Caixa Econômica Federal. 
Doutrina (Fredie Didier Jr): se o juízo não tiver competência para a reconvenção, indeferirá 
a sua petição inicial, não admitindo o seu processamento. 
 
3- Compatibilidade de procedimentos 
Como a ação e a reconvenção terão um só processo e serão julgadas conjuntamente, 
é preciso que tenham procedimentos compatíveis. 
 Assim, a reconvenção deve se acomodar ao procedimento da demanda principal, ou 
ambas admitirem o procedimento comum. 
Doutrina (Fredie Didier Jr): quando o efeito prático almejado pela reconvenção puder ser 
alcançado com a simples contestação, como nos casos das ações dúplices, não se admite a 
reconvenção por falta de interesse processual (absoluta desnecessidade). 
 
 
Ampliação subjetiva do processo 
O NCPC admite a inclusão de terceiros no processo em decorrência da 
reconvenção (art. 343, §§ 3º e 4º). 
A reconvenção pode ser proposta contra o autor e terceiro (art. 343, §3º, NCPC). 
Ex: reconvenção declaratória de usucapião; Ex: reconvenção proposta pelo réu 
em ação de acidente de trânsito contra o autor (condutor) e um terceiro 
(proprietário do veículo). 
A reconvenção pode ser proposta pelo réu em litisconsórcio com um terceiro 
(art. 343, §4º, NCPC). Ex: ação de cobrança ajuizada contra somente um 
devedor solidário, que se junta ao outro devedor solidário para apresentar a 
reconvenção pedindo a anulação do contrato. Ex: marido, réu da ação principal, 
apresenta reconvenção junto com sua esposa em uma demanda que envolve 
direito real imobiliário. 
 
 
 
 
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3) RITO DA RECONVENÇÃO 
 Como vimos, a reconvenção é proposta na própria contestação. Logo em seguida, o 
autor é intimado, por meio de seu advogado, para contestá-la em 15 dias, sob pena de 
revelia (art. 343, §1º, NCPC). 
Essa intimação produz todos os efeitos legais da citação previstos no art. 240, NCPC. 
Ao final, ação e reconvenção são julgadas na mesma sentença. 
 
4) AUTONOMIA DA RECONVENÇÃO 
 A desistência da ação principal ou a existência de qualquer causa que a extinga, não 
obsta o prosseguimento da reconvenção (art. 343, §2º, NCPC). 
A reconvenção é verdadeira ação autônoma e, por isso, não é afetada pela extinção da ação 
principal. 
 
 
1) CONCEITO 
A revelia é um fenômeno processual. Trata-se de uma ausência de defesa do réu. 
Situação do réu que não apresenta contestação ou que não comparece à audiência, tendo 
sido validamente citado. É, portanto, a posição do réu no processo, diante de sua inércia, 
inatividade, ou, como já dito, diante da sua não contestação ou não comparecimento. 
 Se o réu não contestar a ação, será considerado revel e, em regra, presumir-se-ão 
verdadeiras as alegações de fato formuladas pelo autor na petição inicial. 
Se o réu contestar fora do prazo, também ocorrerá o mesmo efeito (contestação 
intempestiva também gera revelia). 
 
2) EFEITOS DA REVELIA 
 A revelia tem dois importantes efeitos: o material e o processual. 
 
a) Efeito material: presunção de veracidade dos fatos alegados pelo autor (art. 344, 
NCPC). 
A presunção de veracidade dos fatos alegados pelo autor é relativa (juris tantum), ou seja, 
admite prova em contrário. A propósito, o juiz, em busca da verdade real, pode determinar, 
REVELIA 
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de ofício, a produção de provas (STJ e art. 370, NCPC). Portanto, a revelia não implica 
necessariamente em vitória do autor. 
 
Observação: art. 345, NCPC (não presunção de veracidade) 
 
Não ocorre a presunção de veracidade se: 
 
I – as alegações de fato formuladas pelo autor forem inverossímeis ou estiverem em 
contradição com a prova constante dos autos. 
Novidade do NCPC (não constava isso no CPC/73). 
A revelia não tem o dom de tornar o absurdo em verdade (não é uma varinha mágica). 
Ex: alegação contrária à prova dos autos – ação contra a concessionária. Deu problema 
com o documento (não podia andar com o carro). Autora pede dano moral mais danos 
materiais (teve que alugar outro carro para poder se locomover). Porém, a própria autora 
junta um documento que mostra alteração na quilometragem do veículo. Mesmo que o réu 
seja revel, não ocorre a presunção de veracidade. 
Ex: alegação inverossímil – em ação decorrente de acidente de trânsito o autor alega que 
o réu estava errado, pois trafegava acima da velocidade permitida, estava a exatos 600 
km/h na avenida Brasília. Alegação totalmente inverossímil. O réu bateu do que, foguete? 
Jato? Mesmo que o réu seja revel, não vai dar para presumir esse fato como sendo 
verdadeiro. 
 
II – havendo pluralidade de réus, um deles contestar a ação, impugnando fatos comuns. 
Somente fatos comuns contestados. Em relação aos fatos exclusivos do litisconsorte revel, 
a presunção de veracidade se aplica normalmente. 
Ex: ação de reparação de danos por acidente de trânsito ajuizada em face do suposto 
proprietário do veículo e da pessoa que o dirigia no momento do acidente (condutor). Se o 
suposto proprietário contesta e alega inexistência do dano, o juiz não pode presumir tal fato 
(a existência do dano) em relação ao corréu que, embora citado, não apresentou 
contestação. Mas, se o suposto proprietário impugnar somente sua condição de dono do 
veículo, sem rebater os demais fatos, estes presumir-se-ão verdadeiros em relação àquele 
que não contestou. 
 
III – o litigio versar sobre direitos indisponíveis. 
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Ex: direitos do estado da pessoa. Mesmo que ocorra a revelia na interdição, os fatos 
afirmados pelo autor não serão presumidos verdadeiros (vai depender de prova – perícia). 
 
IV – a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considere 
indispensável à prova do ato. 
Mesmo esquema do ônus da impugnação especificada. A revelia não faz com que o fato 
“morte”, por exemplo, se torne verdadeiro. Para comprovar a morte, é indispensável 
apresentar a certidão de óbito. 
 
V – se tratar de citação ficta (edital ou hora certa) ou réu que estiver preso, casos nos quais 
o curador especial promoverá a defesa do revel. 
Esta hipótese não está previstano art. 345, NCPC. Decorre de uma interpretação 
sistemática do código (paralelo com o art. 72, do NCPC). 
 
• Não presunção por conta da reconvenção 
Doutrina (Marcus Vinícius Rios Gonçalves): conquanto o réu não tenha apresentado 
contestação, pode ter, de alguma outra maneira, tornado controvertido os fatos. É possível, 
por exemplo, que tenha reconvindo com fundamentos incompatíveis com os da petição 
inicial. Se isso ocorrer, não haverá presunção de veracidade dos fatos que tenham sido 
contrariados. 
 Ex: réu que não contesta, mas apresenta reconvenção pedindo a condenação do autor ao 
pagamento de indenização, pois teria sido este o responsável pelo acidente de veículos 
narrado na inicial 
 
• Alteração do pedido/causa de pedir após a revelia 
O autor, mesmo diante da revelia, não pode alterar o pedido ou a causa de pedir, 
salvo se houver consentimento do réu, a quem será assegurado o direito de responder no 
prazo de 15 dias (art. 329, NCPC). 
Ex: o autor tinha pedido só dano material, mas, com a revelia, quer incluir o dano moral 
também. 
 
b) Efeito processual: os prazos contra revel que não tenha patrono nos autos fluirão da 
data da publicação do ato decisório no órgão oficial (art. 346, NCPC). 
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Não há intimação específica do réu, pois este demonstrou desinteresse no processo ao 
deixar de apresentar contestação. 
Se tiver advogado regularmente constituído nos autos, este será intimado normalmente de 
todos os atos do processo. 
 
 Art. 346, parágrafo único, NCPC - O revel poderá intervir no processo em qualquer fase, recebendo-o no estado em que se encontrar. 
 
 
Produção de provas pelo réu revel 
 Ao revel será lícita a produção de provas, contrapostas às alegações do 
autor, desde que se faça representar nos autos a tempo de praticar os atos 
processuais indispensáveis a essa produção (art. 349, NCPC). 
O réu revel pode produzir prova, desde que compareça em tempo oportuno 
(consagração da súmula 231, STF), até porque a revelia pode autorizar o 
julgamento antecipado do mérito (art. 355, II, NCPC). Então, tem que ser 
rápido. Se não for, já era! 
 
Lembre-se, a revelia tem dois efeitos: um material e outro processual. 
 
 
 
 Além da resposta e da revelia, existe uma terceira atitude que o réu pode tomar 
frente a uma determinada demanda, que é reconhecer a procedência do pedido 
formulado pelo autor. 
Assim o fazendo, o juiz extinguirá o processo com resolução do mérito. 
 
Requisitos: 
 
a) disponibilidade do direito em litígio; 
b) ausência de colusão entre as partes. 
 
RECONHECIMENTO DA PROCEDÊNCIA DO PEDIDO 
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• Redução dos honorários 
 As despesas e honorários advocatícios serão pagos pela parte que reconhecer a 
procedência do pedido (art. 90, caput, NCPC). 
 Se o réu reconhecer a procedência do pedido e, simultaneamente, cumprir 
integralmente a prestação reconhecida, os honorários serão reduzidos pela metade (art. 90, 
§4º, NCPC). 
 
 
Findo o prazo para a contestação, o juiz tomará, conforme o caso, as providências 
preliminares contidas nos artigos 347/353. 
 
• Revelia 
Se o réu não contestar a ação, o juiz, verificando a inocorrência do efeito da revelia 
previsto no art. 344 (efeito material), ordenará que o autor especifique as provas que 
pretenda produzir, se ainda não as tiver indicado (art. 348, NCPC). 
Obs.: Se houver a ocorrência do efeito material da revelia, o juiz passará direto para o 
julgamento conforme o estado do processo. 
 
• Contestação 
Três situações possíveis: 
a) Se o réu alegar fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor, este será 
ouvido no prazo de 15 (quinze) dias, permitindo-lhe o juiz a produção de prova (art. 350, 
NCPC). 
Defesa indireta. 
b) Se o réu alegar qualquer das matérias enumeradas no art. 337, o juiz determinará a 
oitiva do autor no prazo de 15 (quinze) dias, permitindo-lhe a produção de prova (art. 351, 
NCPC). 
Preliminares. 
c) Se o réu juntar documentos na contestação, o autor manifestar-se-á em réplica a respeito 
dos mesmos (art. 437, NCPC). 
Juntar documentos. 
PROVIDÊNCIAS PRELIMINARES 
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Obs.: Se o réu, em contestação, alegar tão somente defesa direta, não haverá a necessidade 
de o juiz adotar as providências preliminares, passando direto para o julgamento conforme 
o estado do processo. 
 
• Reconhecimento da procedência do pedido. 
Se houver o reconhecimento da procedência do pedido, passará direto para o 
julgamento conforme o estado do processo. 
 
• Irregularidades ou vícios sanáveis 
Verificando a existência de irregularidades ou de vícios sanáveis, o juiz determinará 
sua correção em prazo nunca superior a 30 (trinta) dias (art. 352, NCPC). 
Obs.: Se o vício for insanável, o juiz passará direto para o julgamento conforme o estado 
do processo. 
 
 
Cumpridas as providências preliminares, ou não havendo a necessidade delas, o juiz deve 
proferir uma decisão, que é denominada “julgamento conforme estado do processo” (art. 
353, NCPC). 
 Nesta decisão, o juiz poderá tomar as seguintes atitudes (arts. 354 a 356, NCPC): 
 
1- Extinguir o processo, caso ocorra qualquer das hipóteses previstas nos art. 485 e 
487, II e III (art. 354, NCPC). 
Neste caso, o juiz proferirá sentença. 
Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando: 
Ex.: ausência de pressupostos processuais; ausência de condições da ação; reconhecer a 
existência de litispendência, coisa julgada ou perempção; etc. 
Art. 487. Haverá resolução de mérito quando o juiz: 
II - decidir, de ofício ou a requerimento, sobre a ocorrência de decadência ou prescrição; 
III - homologar: 
a) o reconhecimento da procedência do pedido formulado na ação ou na reconvenção; 
b) a transação; 
c) a renúncia à pretensão formulada na ação ou na reconvenção. 
JULGAMENTO CONFORME O ESTADO DO PROCESSO 
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Parágrafo único. Ressalvada a hipótese do § 1º do art. 332, a prescrição e a decadência não 
serão reconhecidas sem que antes seja dada às partes oportunidade de manifestar-se. 
 
• Extinção parcial 
 Essa decisão pode dizer respeito a apenas parcela do processo (art. 354, parágrafo 
único, NCPC). 
 
Ex.: exclusão de um dos litisconsortes por ilegitimidade de parte. 
 
Ex.: reconhecimento de prescrição parcial. 
 
Ex.: as partes transigirem em relação a apenas um dos pedidos. 
 
 Se a decisão for parcial, esta será considerada decisão interlocutória, impugnável 
por agravo de instrumento (art. 1.015, II, NCPC). 
 
2- Julgar antecipadamente o mérito, proferindo sentença com base no art. 487, I, do 
NCPC quando (art. 355, NCPC): 
 
I - não houver necessidade de produção de outras provas; 
 
II - o réu for revel, ocorrer o efeito previsto no art. 344 (presunção de veracidadedos fatos 
afirmados pelo autor na petição inicial) e não houver requerimento de prova, na forma do 
art. 349 (requerimento de prova elaborado pelo réu revel). 
 
Art. 487. Haverá resolução de mérito quando o juiz: 
I - acolher ou rejeitar o pedido formulado na ação ou na reconvenção; 
 
Fredie Didier Jr: não se permite que o juiz, no julgamento antecipado do mérito, conclua 
pela improcedência, sob fundamento de que o autor não provou o alegado. Vedação ao 
comportamento contraditório (venire contra factum proprium). Fere a boa-fé, a lealdade 
processual e o princípio da cooperação. 
Quando for caso de julgamento antecipado do mérito, o juiz deve assim o fazer, sob pena 
de ferir os princípios da eficiência e da duração razoável do processo. 
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• Julgamento antecipado parcial de mérito 
 Essa decisão pode dizer respeito a apenas parcela do processo (art. 354, parágrafo 
único, NCPC). 
Novidade do NCPC: possibilidade de fracionamento do objeto do processo (mérito). No 
CPC/73, só poderia julgar antecipadamente a lide se todo o processo estivesse pronto para 
julgamento. 
 
• O juiz decidirá parcialmente o mérito quando um ou mais dos pedidos 
formulados ou parcela deles (art. 356, NCPC): 
 
I- mostrar-se incontroverso. 
A incontroversa pode decorrer do fato de o réu reconhecer parte do pedido ou deixar de 
impugnar parte do pedido. 
Ex: ação declaratória de inexistência de débito – duas duplicatas. Uma o réu contesta, mas 
a outra não. O juiz, então, pode julgar procedente a parcela do pedido que restou 
incontroversa. 
 
II- estiver em condições de imediato julgamento, nos termos do art. 355, NCPC 
(JAM). 
 
Ex.: em ação indenizatória, o juiz julga procedente o pedido de dano emergente (já 
devidamente provado), mas continua o processo para produzir prova a fim de comprovar a 
existência do lucro cessante. 
 
Detalhe: A decisão de antecipar parcialmente o julgamento do mérito tem natureza de 
decisão interlocutória, porque não encerra o processo nem a fase de conhecimento. Essa, 
portanto, será impugnável por agravo de instrumento (art. 356, §5º, NCPC). 
 
Detalhe: Mesmo que haja recurso, a parte poderá liquidar ou executar, desde logo, a 
obrigação reconhecida na decisão que julgar parcialmente o mérito, independentemente de 
caução (art. 356, §2º, NCPC). 
 
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Detalhe: O cumprimento da decisão que julgar parcialmente o mérito poderá ser 
processado em autos suplementares, a requerimento da parte ou a critério do juiz (art. 356, 
§4º, NCPC). 
 
3- Não sendo caso de extinção do processo (art. 354) nem de julgamento antecipado 
do mérito (art. 355), deverá o magistrado proferir uma decisão de saneamento e 
organização do processo (art. 357, NCPC). 
 
 
Não sendo caso de extinção do processo (art. 354) nem de julgamento antecipado 
do mérito (art. 355), deverá o magistrado proferir uma decisão de saneamento e 
organização do processo (art. 357). Trata-se de decisão que o juiz profere para reconhecer 
que o processo está em ordem e que a fase probatória pode ser iniciada. 
 
A decisão de saneamento deve atender ao disposto nos incisos do art. 357, do 
NCPC: 
 
I- resolver as questões processuais pendentes, se houver. 
Será para falar que está tudo em ordem, pois, se não estiver, o juiz, ao invés de sanear, 
deve extinguir o processo. 
Ex.: juiz declara que não é caso de litispendência, pois as demandas são distintas. 
 
II- delimitar as questões de fato sobre as quais recairá a atividade probatória, 
especificando os meios de prova admitidos 
O juiz organiza a atividade instrutória, identificando os fatos controvertidos e 
determinando qual meio de prova servirá a cada um deles. 
Ex.: ponto controvertido – a rachadura se deu ou não em virtude do vazamento – meio de 
prova – perícia. 
Ex.: ponto controvertido – culpa no acidente (passou ou não no sinal vermelho) – prova 
testemunhal. 
 
 
SANEAMENTO E ORGANIZAÇÃO DO PROCESSO 
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• Prova testemunhal – rol de testemunhas 
 Caso tenha sido determinada a produção de prova testemunhal, o juiz fixará prazo 
comum não superior a 15 dias para que as partes apresentem rol de testemunhas (art. 357, 
§4º). 
Mudança importante. No CPC/73 (art. 407), o rol de testemunhas era apresentado no prazo 
que o juiz fixasse ou, em caso de omissão, 10 dias antes da data da audiência. 
 
• Número de testemunhas - limitação 
 O número de testemunhas arroladas não pode ser superior a 10, sendo 3, no 
máximo, para a prova de cada fato (art. 357, §6º). 
 O juiz poderá limitar o número de testemunhas levando em conta a complexidade 
da causa e dos fatos individualmente considerados (art. 357, §7º). 
Doutrina (Fredie Didier Jr): o juiz pode não só restringir como também ampliar o número 
de testemunhas para atender à complexidade da demanda. 
 
• Prova pericial 
 Caso tenha sido determinada a produção de prova pericial, o juiz deve observar o 
disposto no art. 465 (regras para nomeação do perito) e, se possível, estabelecer, desde 
logo, calendário para sua realização. 
Calendário: data da perícia, data para entrega do laudo, data para manifestação das partes, 
etc. 
 
III- definir a distribuição do ônus da prova, observado o art. 373 
Este é o momento oportuno para eventual redistribuição judicial do ônus da prova (art. 
373, §1º, NCPC). 
Regra: 
a) incumbe ao autor a prova do fato constitutivo de seu direito. 
b) incumbe ao réu a prova do fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do 
autor. 
 
IV- delimitar as questões de direito relevantes para a decisão do mérito 
O juiz fixará as teses jurídicas debatidas (ex.: aplica o CDC; aplica o Código Civil; o fiador 
pode renunciar ao benefício de ordem; o dono do veículo responde em caso de acidente de 
trânsito; é possível a desaposentação; aplica a lei “x” a determinado beneficiário da 
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previdência; negativação indevida gera dano moral; pode cumular dano moral com dano 
estético; dentre outras). 
Essas questões não se limitam àquelas suscitadas pelas partes, o juiz também pode, e deve, 
trazer a sua visão acerca do caso. 
 
• Proibição da decisão surpresa 
 Tal dispositivo consagra o disposto no art. 10, do NCPC: O juiz não pode decidir, 
em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual não se tenha 
dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual 
deva decidir de ofício. 
Portanto, o juiz decidirá a causa apenas com base nas questões delimitadas na decisão de 
saneamento e organização do processo. Se, futuramente, o magistrado vislumbrar outra 
questão jurídica relevante para o julgamento da causa, terá de intimar as partes para que 
possam se manifestar acerca desta espécie de aditamento à sua decisão de saneamentoe 
organização do processo. 
 
V- designar, se necessário, audiência de instrução e julgamento 
As pautas deverão ser preparadas com intervalo mínimo de 1 hora entre as audiências (art. 
357, §9º). 
 
• Direito de esclarecimento 
 Realizado o saneamento, as partes têm o direito de pedir esclarecimentos ou 
solicitar ajustes, no prazo comum de 5 dias, findo o qual a decisão se torna estável (art. 
357, §1º). 
 
• Acordo de organização do processo 
 As partes podem apresentar ao juiz, para homologação, delimitação consensual das 
questões de fato e de direito relativas à lide, a qual, se homologada, vincula as partes e o 
juiz (art. 357, §2º). 
São as partes que melhor conhecem as peculiaridades do caso. 
As partes não fazem um acordo em relação ao mérito. Elas, simplesmente, concordam que 
controvertem sobre tais pontos. 
 
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• Audiência de saneamento 
 Se a causa apresentar complexidade em matéria de fato ou de direito, deverá o juiz 
designar audiência para que o saneamento seja feito em cooperação com as partes, 
oportunidade em que o juiz, se for o caso, convidará as partes a integrar ou esclarecer suas 
alegações (art. 357, §3º). 
 As partes devem trazer para esta audiência o rol de testemunhas (art. 357, §5º). 
Com isso, evitam-se provas inúteis ou desnecessárias, aumenta-se a chance de 
autocomposição e diminui a possibilidade de interposição de recursos fundados em 
equívoco na apreciação pelo juiz ou invalidade por ofensa ao contraditório. 
Fredie Didier Jr: o saneamento em cooperação pode ser feito em qualquer causa, até 
mesmo as “não complexas”, pois não há no código nenhuma vedação nesse sentido.

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