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Apostila e resposta Estrutura e funçao da educacao EAD SUMARE mod 6

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Prévia do material em texto

Estrutura e Funcionamento 
da Educação Básica 
 
 
Professor-Autor 
Andréia Martins 
Lilianne Magalhães 
 
 
 
 
 
 
Equipe Coordenadoria de Educação a Distância 
Coordenador: Edgar Yukio Ishibashi 
Web designers: Viviane Vicente dos Santos e Sara Azevedo Benedicto 
Analista EaD: Erionaldo Teixeira 
Auxiliar EaD: Felipe Grande 
 
Equipe de Apoio 
Designer Instrucional: Viviane Vicente dos Santos 
Designer Gráfico e Ilustração: Viviane Vicente dos Santos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Orientações 
Ícones 
 
 
Glossário 
Você sabia? 
 
Refletindo... 
 
 
Videoteca 
 
Atenção: 
 
 
 
 
A nova Lei, a formação de professores, e a 
população de baixa renda 
 
Olá turma, como foram as aprendizagens até aqui? 
Este é o nosso último módulo e estudaremos alguns 
pontos em destaque da atual lei de diretrizes e bases 
da educação objetivando nos aprofundar em algumas 
questões, a saber: 
- o ensino religioso; 
- a lei 10.639/2003; 
- a lei 11.645/2008. 
As duas últimas alteram alguns artigos da Lei 
9.394/1996. 
Esta aula foi organizada a partir da síntese de alguns 
textos como: Estrutura e financiamento do ensino, de 
Carlos Rodrigues Brandão, Lei de Diretrizes e Bases 
da educação nacional 9394.96, Contribuições para 
implementação da lei 10.639/2003 e Estatística sobre 
educação escolar indígena organizados pelo 
Ministério da Educação e Cultura (MEC) 
 
1 – O ensino religioso: questões importantes para o debate 
 Sabe-se que, no Brasil, é impossível falar de escolarização sem falar de 
religião. Mas como isso aparece na legislação? Martins realiza essa discussão 
em artigo intitulado “O Ensino Religioso nas Escolas Públicas Brasileiras: um 
olhar histórico para uma questão contemporânea”. Neste texto a autora busca 
entendimento das articulações para a inserção do ensino religioso facultativo nas 
escolas públicas primárias na constituição de 1934, realizando uma análise das 
relações entre Igreja e Estado, e como essas instituições tem se articulado para 
sua manutenção e a ampliação da obrigatoriedade do ensino religioso no ensino 
fundamental, proposta na Lei de Diretrizes e Bases 9394/96. 
Fazendo uma retomada histórica Martins mostra que a primeira 
constituição brasileira tornou a religião católica a religião oficial do Estado 
Brasileiro. A separação entre Igreja e Estado só se dará no Brasil a partir da 
promulgação de nossa segunda constituição em 189. Esta Constituição afirma 
que o Brasil é país laico, isto é, não possui uma religião oficial. 
No entanto, a mudança no texto constitucional no final do século XIX não 
acalmou as ambições da Igreja Católica, que iniciou um longo processo de 
articulação para a inserção do ensino religioso nas escolas públicas brasileiras. 
No Governo Vargas, a Igreja solicitou o direito de ministrar aulas de 
religião nas escolas públicas, agindo assim com uma posição totalmente 
contrária ao estado neutro. Neste momento, o ensino religioso se torna um dos 
três pontos da pauta da Constituição Federal de 1934. São eles: o casamento 
indissolúvel, o ensino religioso e a assistência religiosa às forças armadas. No 
 
 
 
 
 
entanto, o processo de implementação do ensino religioso nas escolas públicas 
em nível nacional, como era desejo dos altos escalões da Igreja Católica 
encontrou inúmeras resistências. A educação neste momento era um importante 
campo de disputas políticas, de um lado a Igreja Católica e por outro, os 
intelectuais, educadores que se intitulavam Pioneiros da Educação Nova, como 
vimos no módulo II deste curso. 
Martins afirma que a Igreja Católica teve um amplo processo de 
articulação para consegui o ensino religioso nas escolas públicas primárias 
brasileiras na constituição de 1934. Com muitos embates entre os vários grupos 
de interesses na arena educacional. Após a entrada do ensino religioso 
facultativo nas escolas públicas brasileiras via o texto constitucional ele não irá 
mais sair. Ou seja, nesse momento é marcado o retorno “definitivo” da proteção 
ao ensino religioso. 
Na Constituição de 1988, ou seja, na atual Constituição, essa disciplina é 
prevista no artigo 210. Onde temos que: “o ensino religioso de matrícula 
facultativa, constituirá disciplina dos horários normais das escolas públicas de 
ensino Fundamental” (BRASIL, 1988). 
Essa regulamentação também foi realizada em 1996, pela atual Lei de 
Diretrizes e Bases da Educação Brasileira. A Lei 9394/96 descreve em seu artigo 
33: 
- O ensino religioso, de matrícula facultativa, é parte integrante da formação 
básica do cidadão e constitui disciplina dos horários normais das escolas 
públicas de ensino fundamental, assegurado o respeito à diversidade cultural 
religiosa do Brasil, vedadas quaisquer formas de proselitismo. (Redação dada pela 
Lei nº 9.475, de 22.7.1997)§ 1º Os sistemas de ensino regulamentarão os 
procedimentos para a definição dos conteúdos do ensino religioso e 
estabelecerão as normas para a habilitação e admissão dos professores.§ 2º Os 
sistemas de ensino ouvirão entidade civil, constituída pelas diferentes 
denominações religiosas, para a definição dos conteúdos do ensino religioso. 
O artigo descrito acima normatiza o ensino religioso nas escolas públicas de 
ensino fundamental, e reacende uma discussão nacional muito pertinente: Se a 
escola é obrigada a trabalhar com o ensino religioso, onde esta a laicidade do 
Estado? Vivemos realmente em um estado laico? 
Martins aponta que o ensino religioso nas escolas públicas suscita uma grande 
discussão e indaga: O que esta por traz desta questão? Será apenas uma 
discussão sobre uma disciplina dentro de um conjunto de matérias a serem 
ensinadas no composto curricular de uma escola? 
 
Martins desta ainda o conceito de laicidade como vemos: 
Segundo o dicionário Larrousse Cultural (1999, p. 
556).: Laicidade é a “concepção e organização da 
sociedade fundadas na separação entre Igreja e 
 
 
 
 
Estado e que excluem as Igrejas do exercício de todo 
o poder político e administrativo e, em especial, da 
organização do ensino”. Podemos entender então 
que dentro de um Estado laico a Igreja não deve 
intervir na organização do processo educativo. A 
palavra secularização, segundo o dicionário acima 
citado é “fazer voltar ao século, a vida ao mundo leigo 
(o que era do domínio religioso), sujeitar-se as leis 
civis, abandonar uma ordem religiosa” (Larrousse 
Cultural,1999, p.815 apud Martins) 
 
Martins destaca que podemos afirmar que o Brasil é um país laico, nós 
não temos uma religião oficial do Estado brasileiro. Ou seja, a nossa Constituição 
afirma que temos liberdade de crenças e de consciência. Então, 
normativamente, o Estado Brasileiro é um Estado laico e esta laicidade é 
reafirmada em acordos nacionais em que o Brasil é signatário, entre eles 
podemos destacar: Pacto Internacional dos Direitos Civis e Culturais, Convenção 
Americana sobre Direitos Humanos, a Convenção relativa á Luta contra a 
Discriminação no Campo do Ensino e a Convenção sobre os Direitos das 
Crianças. 
 
Neste ponto temos um grande impasse, a constituição de 1988 em 
seu artigo 18 afirma que: 
É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e 
aos Municípios: I – estabelecer cultos religiosos ou 
igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o 
funcionamento ou manter com eles ou seus 
representantes relações de dependência ou aliança 
ressalvada, na forma da lei, a colaboração de 
interesse público; (BRASIL, 1988) 
 
 
No texto normativo é evidente a laicidade do Estado brasileiro, que é 
reafirmada e detalhada ao longo do artigo 5º: 
 
VI – é inviolável a liberdade de consciênciae 
de crença, sendo assegurado o livre exercício dos 
cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a 
proteção aos locais de culto a suas liturgias; 
VII – é assegurada, nos termos da lei, a 
prestação de assistência religiosa nas entidades civis 
e militares de internação coletiva; 
VIII – ninguém será privado de direitos por 
motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica 
 
 
 
 
ou política, salvo se as invocar para eximir-se de 
obrigação legal a todos imposta e recusar-se a 
cumprir prestação alternativa, fixada em lei. (BRASIL 
1988) 
 
No caso do ensino religioso este é de matrícula facultativa e, como 
afirma a Constituição em seu artigo 210, “constituirá disciplina dos 
horários normais de aula”. A Lei de Diretrizes e Bases (LDB) 9394/96, desde 
que foi promulgada passou por modificações, o texto original afirma que: 
Art.33. O ensino religioso, de matrícula facultativa, constitui 
disciplina dos horários normais das escolas públicas de 
ensino fundamental, sendo oferecida, sem ônus para os 
cofres públicos, de acordo com as preferências 
manifestadas pelos alunos ou por seus responsáveis, em 
caráter: 
I confessional, de acordo com a opção religiosa do 
aluno ou do seu responsável ministrado por professores ou 
orientadores religiosos preparados e credenciados pelas 
respectivas igrejas ou entidades religiosas; ou 
II interconfessional, resultante de acordo entre as 
diversas entidades religiosas, que se responsabilizarão 
pela elaboração do respectivo programa. (BRASIL, 1996) 
 
Martins salienta que o ensino religioso poderia ser oferecido na 
modalidade confessional e interconfessional. O ensino confessional seria aquele 
oferecido por professores ou orientadores religiosos credenciados por igrejas ou 
entidades religiosas. Já o interconfessional seria fruto de um acordo entre 
diferentes denominações religiosas para a definição do conteúdo a ser oferecido 
na escola. 
Em 1997 temos uma mudança de redação e a principal mudança 
realizada foi a retirada dos tipos de ensino religioso, ou seja, não há mais 
menção ao ensino confessional ou interconfessional. Neste momento fica 
proibida a prática do proselitismo religioso e são os sistemas de ensino ficam 
responsáveis por definir conteúdos desta disciplina. 
Martins destaca que o processo de revisão do artigo 33 gerou a lei 
9.476/1997 e, para além da inclusão do ensino religioso nas escolas públicas 
como disciplina obrigatória, esta lei apresentou em seu texto final uma forte 
relação entre Igreja e Estado, mostrando que ainda há sim, influências 
marcantes do poder da Igreja sobre o Estado brasileiro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
O texto final, após a revisão do artigo 33, ficou descrito da seguinte 
maneira: 
O ensino religioso, de matrícula facultativa, é parte 
integrante da formação básica do cidadão e constitui 
disciplina dos horários normais das escolas públicas 
de ensino fundamental, assegurado o respeito à 
diversidade cultural religiosa do Brasil, vedadas 
quaisquer formas de proselitismo. (Redação dada 
pela Lei nº 9.475, de 22.7.1997)§ 1º Os sistemas de 
ensino regulamentarão os procedimentos para a 
definição dos conteúdos do ensino religioso e 
estabelecerão as normas para a habilitação e 
admissão dos professores.§ 2º Os sistemas de ensino 
ouvirão entidade civil, constituída pelas diferentes 
denominações religiosas, para a definição dos 
conteúdos do ensino religioso. (BRASIL, 1996) 
 
Percebemos que a relação de força entre Igreja e Estado na história 
brasileira se faz presente desde o Brasil Colônia, se construindo e reconstruindo 
de maneiras diferentes ao longo da nossa história. Esta questão, como aponta 
Martins, sempre foi motivo de muitas discussões já que pode ser vista também 
como uma forma de controle social das instituições políticas e religiosas. 
 
Quem define o conteúdo a ser ministrado 
na disciplina de “Ensino Religioso”: 
( x ) são os sistemas de ensino 
 
 
 
 
Após a inserção do ensino religioso na Constituição de 1934 este nunca 
mais saiu da nossa Constituição. Atualmente é colocado como obrigatório para 
a escola e facultativo para o aluno. 
 
 
 
 
 
É fundamental pensar na religião enquanto um patrimônio cultural e 
histórico da humanidade, assegurando que alunos e alunas do ensino 
fundamental tenham acesso a este patrimônio. 
 
2- Questões étnico raciais e o ensino de história, literatura e artes 
 
No Brasil, a história da população negra foi amplamente documentada por 
sua condição escrava. Mais do que isso, na literatura sobre escravidão 
predominou uma visão que insistiu em circunscrever o negro e a negra, primeiro, 
na esfera econômica como mercadorias e, posteriormente, na esfera da cultura 
como exóticos, e na esfera política como grupo destituído de capacidade 
organizativa e propositiva. (Proposta de Plano Nacional de Implementação das 
Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação das Relações Étnico-raciais e 
para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana – Lei 10.639/2003) 
O Ministério da Educação e Cultura (MEC) em um documento intitulado: 
Concepção da diversidade nas políticas do ministério da educação indica as três 
abordagens sobre as políticas a serem desenvolvidas pelo governo federal, são 
elas: a primeira tem por base o binômio inclusão/exclusão, que busca incorporar 
os excluídos a um modelo instituído de política a partir da perspectiva 
socioeconômica, desconsiderando suas identidades específicas. Em tal 
abordagem a questão étnico-racial se dilui, e a diversidade não resulta em 
revisão das concepções, modelos e referências das políticas educacionais. 
A segunda abordagem é baseada na ação afirmativa ou na discriminação 
positiva. Nela, a compreensão é que a situação de pobreza e/ou desigualdade 
social em que se encontram determinados grupos sociais como os negros, índios 
e mulheres não pode ser atribuída exclusivamente aos indivíduos isoladamente. 
Assim, as condições adscritas como etnia, raça, sexo e a definição de 
pertencimento a um grupo são consideradas nos programas e políticas do 
Ministério da Educação e Cultura, como por exemplo, no Programa Universidade 
Para Todos (ProUni). 
Na terceira abordagem a diversidade é tratada na chave das “políticas de 
diferença”, as quais se distinguem das políticas de inclusão social e das políticas 
da ação afirmativa não pela ênfase no particularismo, mas pela demanda pelo 
igual reconhecimento do direito das diversas culturas a se expressarem e 
atuarem na esfera pública. Essa abordagem questiona frontalmente as práticas 
associadas ao mito da democracia racial e aponta para mudança das 
concepções e das formas de organização que orientam as 
políticas educacionais. Essa abordagem ainda não recebeu a devida atenção na 
agenda do MEC. 
É essencial ressaltar que a primeira e a segunda abordagem não são 
contraditórias entre si e podem e, normalmente, ser complementares. A terceira 
abordagem pressupõe o reconhecimento irredutível da contribuição dos 
 
 
 
 
diferentes povos e culturas para sua conformação como nação, de forma a 
ressaltar a pluralidade étnico-racial como um valor. 
A implementação efetiva da lei n. 10.639/2003 ( que torna obrigatório o 
ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira) exige o desenvolvimento dessa 
terceira abordagem de forma sistêmica, refletida em novo desenho de política 
educacional que articule o Ministério da Educação em seu conjunto na direção 
do combate ao racismo e da valorização da educação das relações étnico-
raciais. Ao mesmo tempo é necessária uma orientação clara às instituições de 
ensino superior, responsáveis pela formação do conjunto de profissionais e de 
professores que atuam nas mais diversas áreas, e também aos sistemas 
estaduaise municipais e todos os outros atores que direta ou indiretamente 
atuam no âmbito da educação. 
 
Para entendermos a necessidade de se pensar em uma política de 
ação mais específica de implementação da lei 10.639/2003 vamos conhecer 
alguns números da realidade educacional brasileira em relação a questão 
racial: 
 
- População Brasileira: 92.120.000 pessoas brancas e 91.231.000 pessoas 
negras (11.563.000 pessoas pretas e 79.668.000 pessoas pardas) (IBGE/PNAD, 
2006). 
- Acesso à educação: as pessoas negras constituem a maioria das que estão 
fora da escola; em todas as faixas etárias. Na faixa etária dos sete aos 14 anos, 
representam 2,39%, e os brancos, 1%. Entre 15 e 17 anos, o percentual de 
pessoas negras (6,02%) fora da escola é o dobro do dos brancos (3,7%). Na 
faixa etária dos 18 aos 24 anos, os negros representam 46% e os brancos 39% 
(IBGE/PNAD, 2006 apud Ipea/Disoc/Ninsoc – Núcleo de Gestão de Informações 
Sociais, s.d.). 
- Anos de estudo: os negros com 15 anos ou mais tinham em 2006, em média, 
1,7 ano de estudo a menos que os brancos, 6,4 anos e 8,1 anos, 
respectivamente(Observatório da Equidade, 2006). 
- Freqüência escolar: em 2005, a taxa líquida de matrícula entre jovens negros 
de 11 a 14 anos era de 68%. Os outros 32% já haviam desistido ou encontravam-
se ainda no primeiro ciclo do ensino fundamental enfrentando a repetência (Ipea, 
2006). 
- Taxa de escolarização em idade correta: a desigualdade é ainda acentuada no 
ensino médio e ensino superior. Em 2006, no ensino médio a diferença que 
separa a taxa dos brancos (58,3%) da alcançada pelos negros (37,94%) é de 
quase 21 pontos percentuais. No ensino superior, a distância entre negros e 
brancos é de 12,7 pontos percentuais, sendo 18,5% a taxa de escolarização na 
idade correta de brancos para 6,1% da população negra (IBGE/PNAD apud 
UNESCO, 2008). 
 
 
 
 
- Taxa de Analfabetismo: entre os jovens e adultos pretos e pardos de 15 anos 
ou mais idade, 14,6% não sabem ler e escrever, para 6,5% entre brancos 
(Observatório da Equidade, 2006). 
 
 
 
Leia na integra estes dados no link abaixo: 
http://www.acordacultura.org.br/sites/default/files/doc
umentos/contribuicoes_para_implementacao_da_lei.
pdf 
 
 
 
 
A partir da leitura destes dados como vocês veem a necessidade de uma 
legislação que trata da obrigatoriedade de ensinarmos a história, a literatura e 
arte a partir das contribuições dos afro brasileiros para o desenvolvimento 
cultural, social e econômico do Brasil? 
 
 
Vamos ler a lei 10639/2003. 
 
 Art. 1o A Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar acrescida dos 
seguintes arts. 26-A, 79-A e 79-B: 
"Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e 
particulares, torna-se obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-
Brasileira. 
§ 1o O conteúdo programático a que se refere o caput deste artigo incluirá o 
estudo da História da África e dos Africanos, a luta dos negros no Brasil, a 
cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional, 
resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e 
política pertinentes à História do Brasil. 
§ 2o Os conteúdos referentes à História e Cultura Afro-Brasileira serão 
ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de 
Educação Artística e de Literatura e História Brasileiras. 
§ 3o (VETADO)" 
"Art. 79-A. (VETADO)" 
"Art. 79-B. O calendário escolar incluirá o dia 20 de novembro como ‘Dia 
Nacional da Consciência Negra’." 
 Art. 2o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. 
 
 
 
 
 
 
Brasília, 9 de janeiro de 2003; 182o da Independência e 115o da República. 
 
A lei e sua implementação 
A partir de uma série de seis encontros denominados “Diálogos Regionais 
sobre a Implementação da Lei 10.639/2003”, coordenado pelo professor Valter 
Silvério em 2008, as entidades do movimento negro passaram a exigir a 
construção de um plano que estimulasse as redes de ensino a garantir as 
condições para efetivação de uma educação antirracista e, assim, foi criada a 
Comissão Interministerial responsável por desenvolver o plano de 
implementação da 10.639. 
Em dezembro de 2007 o Ministério da Educação instituiu um Grupo de 
Trabalho para elaborar um Plano Nacional de Implementação das Diretrizes 
Curriculares para a Educação das Relações Étnico-Raciais. 
O desafio de construir o referido Plano Nacional foi estruturado em torno 
de seis eixos temáticos: fortalecimento do marco legal, política de formação para 
gestores e profissionais da educação, política de material didático e para-
didático, gestão democrática e mecanismos de participação social, condições 
institucionais, avaliação e monitoramento. 
Os dois documentos a seguir acompanham a implementação da lei 
10.639: as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações 
Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Africana, 
publicado em 2005 e o Plano Nacional de Implementação das Diretrizes 
Curriculares Nacionais da Educação das Relações Etnico-Raciais e para o 
Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana publicada em 2009. 
 
3 - Mas e a educação indígena? 
Vamos ampliar nossa discussão conhecendo alguns dados sobre a 
educação escolar indígena para entendermos o que levou a mudança na lei 
10639/2003 para a lei 11.645/2008. Estes dados fazem parte de um documento 
intitulado; Estatísticas sobre Educação Escolar Indígena no Brasil. 
 
Diversidade sociocultural 
O Brasil hoje reconhece a diversidade sociocultural dos povos indígenas. 
Ela se expressa pela presença de mais de 220 povos indígenas distintos, 
habitando centenas de aldeias localizadas em praticamente todos os Estados da 
Federação. Vivem em 628 terras indígenas descontínuas, totalizando 12,5% do 
territorial nacional. Apesar da ampla distribuição, mais de 60% da população 
indígena está concentrada na região da Amazônia Legal. 
Do litoral ao sertão, da caatinga ao pantanal, da floresta ao cerrado, são 
muitos os ambientes nos quais os povos indígenas estão localizados, resultando 
em diferentes formas de interação e adaptação à natureza e em diferentes 
modos de vida. Há povos que têm na agricultura sua principal fonte de alimentos, 
 
 
 
 
enquanto outros diversificam suas estratégias de sobrevivência com atividades 
de pesca, caça e coleta de produtos silvestres. E há também aqueles que estão 
inseridos na economia de mercado, seja comercializando excedentes, seja 
vendendo sua força de trabalho. 
Ainda que não se tenha dados precisos sobre a população indígena no 
Brasil, é certo afirmar que eles já foram muito mais numerosos no passado. 
Estima-se que, em 1500, a população indígena estava em torno de seis milhões 
de indivíduos, quando da chegada dos primeiros conquistadores. E já chegaram 
a um patamar populacional bem inferior ao estimado no presente: na primeira 
metade do século passado, a população indígena teria chegado a 200.000 
pessoas. 
Nos últimos 30 anos, revertendo a curva decrescente da população 
indígena, tem se registrado um aumento populacional constante, ancorado na 
melhoria das condições sanitárias e de assistência médica nas aldeias, na 
proteção e demarcação de territórios indígenas e no reconhecimento dos direitos 
dessas populações em manterem suas identidades e especificidades culturais, 
históricas e linguísticas. 
A população indígena no Brasil está hoje estimada entre 350 e 500 mil 
índios em terras indígenas, segundo agências governamentais e não-
governamentais. Não há informações sobre índios urbanizados, embora muitos 
deles preservem suas línguas e tradições. De acordo com o censo populacional 
do IBGE, realizado em 2000, a população indígena no Brasil seria de 734.131 
indivíduos. Esse total é questionadopor especialistas, uma vez que o IBGE 
chegou a ele por meio do quesito cor de pele, e não por meio da auto-
identificação étnica. Assim, pessoas que consideram que tem a pele cor indígena 
não necessariamente se reconhecem e são reconhecidas como pertencentes a 
uma comunidade indígena particular. 
 
 
De modo geral, os povos indígenas no Brasil conformam grupos com 
baixa densidade populacional: mais de 50% desses povos são constituídos por 
menos de 500 indivíduos, e apenas três povos são formados por mais de 20.000 
pessoas. Alguns povos indígenas que habitam o território brasileiro também 
vivem em países vizinhos. Há notícias da existência de cerca de 40 "povos 
isolados" no Brasil que têm se recusado a um contato mais direto e permanente 
com segmentos da sociedade brasileira. E, nos últimos tempos, vários povos 
considerados "extintos" estão ressurgindo em meio a processos de reafirmação 
étnica, exigindo o reconhecimento de suas identidades por parte do governo 
brasileiro. São, assim, diversas e dinâmicas as experiências históricas de contato 
dos povos indígenas com a sociedade brasileira, resultando numa 
heterogeneidade de situações de contato e convívio. 
As situações sociolinguísticas vividas pelos povos indígenas são também 
extremamente diversas. Hoje são conhecidas 180 línguas indígenas, distribuídas 
em 41 famílias, dois troncos linguísticos e dez línguas isoladas. Alguns povos 
 
 
 
 
indígenas falam mais de uma língua, outros são monolíngues, quer na língua 
indígena, quer no português, como é o caso de vários povos que habitam 
próximo ao litoral, para os quais hoje o português é sua única língua de 
expressão. Em face da baixa densidade populacional de vários povos e devido 
ao fato de se constituírem povos minoritários dentro do Estado Nacional, muitas 
línguas indígenas, hoje, correm o risco desaparecer. A escola, que no passado 
foi um dos principais instrumentos de negação da diversidade linguística e de 
imposição do português como língua nacional, pode ter um papel importante na 
manutenção e na valorização das línguas indígenas. 
 
A questão indígena brasileira precisa muito de ser estudada e discutida, 
a alteração vivenciada pela lei 10639/2003 foi a inserção dos povos indígenas 
como vocês podem ler abaixo: 
 
Art. 1o O art. 26-A da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar 
com a seguinte redação: 
“Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino médio, 
públicos e privados, torna-se obrigatório o estudo da história e cultura afro-
brasileira e indígena. 
§ 1o O conteúdo programático a que se refere este artigo incluirá diversos 
aspectos da história e da cultura que caracterizam a formação da população 
brasileira, a partir desses dois grupos étnicos, tais como o estudo da história 
da África e dos africanos, a luta dos negros e dos povos indígenas no Brasil, a 
cultura negra e indígena brasileira e o negro e o índio na formação da sociedade 
nacional, resgatando as suas contribuições nas áreas social, econômica e 
política, pertinentes à história do Brasil. 
§ 2o Os conteúdos referentes à história e cultura afro-brasileira e dos povos 
indígenas brasileiros serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, 
em especial nas áreas de educação artística e de literatura e história 
brasileiras.” (NR) 
Art. 2o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. 
 
Brasília, 10 de março de 2008; 187o da Independência e 120o da República 
 
 
 
 
É necessário reafirmar a urgente implementação da 
lei 11.645/2008 em nossas salas de aula, para que 
possamos construir um mundo com mais respeito as 
questões etnico raciais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 
 
 
 
BRANDÃO, Carlos Rodrigues. Estrutura e financiamento do ensino. São Paulo: 
AVERCAMP, 2004. BRASIL. 
 
 
BRASIL. Ministério da Educação. Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
Nacional. Disponível em http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/ldb.pdf acesso em 
04/07/2013 
 
 
BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio 
Teixeira. Estatísticas sobre educação escolar indígena no Brasil. Brasília: 
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais, 2007. 
 
MARTINS, Andreia. O Ensino Religioso nas Escolas Públicas Brasileiras: um 
olhar histórico para uma questão contemporânea. In: BIOTO-CAVALCANTI, 
Patrícia;TEIXEIRA, Rosiley. História da Educação Brasileira. São Paulo: Paco 
Editoria, 2013. 
 
Proposta de Plano Nacional de Implementação das Diretrizes Curriculares 
Nacionais da Educação das Relações Étnico-raciais e para o Ensino de História 
e Cultura Afro-Brasileira e Africana – Lei 10.639/2003. Grupo de Trabalho 
Interministerial Instituído por Meio da Portaria Interministerial Mec/mj/seppir No 
605 de 20 de Maio de 2008. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Exercícios: 
 
 
 
Sabe-se que, no Brasil, é impossível falar de escolarização sem falar de religião. Mas 
como isso aparece na legislação? A regulamentação que foi realizada em 1996, pela 
atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira prevê que: 
a) O ensino religioso, de matrícula facultativa, é parte integrante da formação básica 
do cidadão e constitui disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino 
fundamental. 
b) O ensino religioso, de matrícula obrigatória, é parte integrante da formação básica 
do cidadão e constitui disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino 
fundamental. 
c) O ensino religioso, de matrícula obrigatória, é parte integrante da formação básica 
do ensino infantil. 
d) O ensino religioso, de matrícula facultativa, mas todas as escolas devem oferecer a 
disciplina de forma opcional, respeitando-se a diversidade cultural religiosa do Brasil. 
e) O ensino religioso não deve ser oferecido nas escolas dentro de seus horários 
normais de aula, devendo ser ministrados, caso a instituição de ensino deseje, em 
horários fora de aula. 
 
 
Sobre a diversidade cultural brasileira podemos afirmar que não se tem dados muito 
preciso sobre a população indígena. Em relação a população negra sabemos dos 
enormes déficits de escolarização desta população. Podemos afirmar que: 
a) a população indígena no Brasil é insignificante 
 
 
 
 
b) o percentual de indígenas que conclui o ensino superior é altíssima 
c) os negros no Brasil são menos escolarizados que os brancos 
d) a população negra no Brasil é muito pequena 
e) os negros no Brasil são mais escolarizados que os brancos. 
 
Em uma abordagem baseada nas ações afirmativas pode-se afirmar que a situação 
social em que se encontram determinados grupos sociais como os negros, índios e 
mulheres não pode ser atribuída aos indivíduos isoladamente, assim, de acordo com 
as leituras realizadas na disciplina, fazem-se necessárias: 
 
a) políticas pejorativas 
b) políticas de discriminação positiva 
c) políticas que tratem todos como iguais 
d) políticas assistencialistas 
e) políticas de inclusão 
 
 
Para a implementação da lei 10.639/2003, que torna obrigatório o ensino sobre 
História e Cultura Afro-Brasileira, faz-se necessária: 
a) Uma orientação clara às instituições de ensino superior, responsáveis pela formação 
do conjunto de profissionais e de professores que atuam na educação básica. 
b) Uma aprovação da sociedade como um todo visto a importância de todas as 
culturas não somente da cultura negra. 
c) Um plebiscito já que nem todos concordam que estas culturas estejam 
representadas na escola 
d) Uma consulta às diversas instituições religiosas já que as religiões de matriz africana 
podem causar desconforto à grande parte da população 
e) Um decreto dopoder executivo tornando a lei oficial. 
 
 
A partir dos números da realidade educacional brasileira em relação a questão racial 
abaixo podemos extrair as seguintes informações: 
 
 
 
 
- População Brasileira: 92.120.000 pessoas brancas e 91.231.000 pessoas negras 
(11.563.000 pessoas pretas e 79.668.000 pessoas pardas) (IBGE/PNAD, 2006). 
- Acesso à educação. Na faixa etária dos sete aos 14 anos, representam 2,39%, e os 
brancos, 1%. Entre 15 e 17 anos, o percentual de pessoas negras (6,02%) fora da 
escola é o dobro do dos brancos (3,7%). Na faixa etária dos 18 aos 24 anos, os negros 
repres 
Podemos concluir então que: 
I- A maior parte da população brasileira que está fora do ensino fundamental é 
negra. 
II- A maior parte da população brasileira que está fora do ensino médio é negra. 
III- A população que mais se forma no ensino superior no Brasil é branca. 
IV- A população indígena representa menos que 1% da população e está fora do 
ensino fundamental. 
É correto afirmar somente em: 
a) I, II e III. 
b) II, III e IV. 
c) somente IV 
d) somente I e II. 
e) somente III e IV. 
 
 
O Brasil hoje reconhece a diversidade sociocultural dos povos indígenas. Ela se 
expressa pela presença de mais de 220 povos indígenas distintos, habitando 
centenas de aldeias localizadas em praticamente todos os Estados da Federação. 
Vivem em 628 terras indígenas descontínuas, totalizando 12,5% do territorial 
nacional. Apesar da ampla distribuição, mais de 60% da população indígena está 
concentrada na região: 
a) Amazônia. 
b) Nordeste. 
c) Centro Oeste. 
d) Sudeste. 
e) Pará. 
 
 
 
 
 
 
O Ministério da Educação e Cultura (MEC) em um documento intitulado: Concepção 
da diversidade nas políticas do ministério da educação indica as três abordagens 
sobre as políticas a serem desenvolvidas pelo governo federal, são elas: 
 
a) o binômio inclusão/exclusão, discriminação positiva e políticas de diferença. 
b) inclusão, exclusão e bolsas de estudo. 
c) Bolsa família, alimentação e estudo. 
d) Assistencialista, Inclusão e Marketing. 
e) Arrecadação, inclusão indígena e social.

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