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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ FISIOPATOLOGIA DA NUTRIÇÃO E DIETOTERAPIA II PROFESSORA : RAYLANE NUNES FIGUEIRA HEPATOPATIAS CONTEÚDO: • Introdução • Revisão anátomo-funcional da estrutura do fígado • Hepatites agudas e crônicas: • Conceito/ classificação / Características/transmissão; • Fisiopatologia/Epidemiologia/Etiologia; • Quadro clínico/ diagnóstico/ manifestações clínicas, curso e prognóstico; • Exame físico e complementares; • Complicações e mortalidade / Tratamento . • Icterícia, hipertensão portal, ascite • Coma hepático • Encefalopatia hepática • Síndrome hepatorrenal • Outras doenças hepáticas (Insuficiência hepática aguda e crônica, esteatose hepática, doença hepática gordurosa não alcoólica e esteato-hepatite não alcoólica, cirrose hepática, câncer hepático). “alteração do paladar” OBJETIVOS DIETOTERÁPICOS HEPATOPATIAS: • Manter / recuperar o estado nutricional; • Dar suporte ao paciente na fase aguda da doença; • Minimizar ou evitar o catabolismo; • Prevenir sintomatologias associadas à dieta. INTRODUÇÃO: • Maior glândula do corpo humano (1500kg); • Órgão de vital importância para o corpo, sendo essencial à digestão e ao metabolismo corpóreo➔ ele é o principal centro regulador da homeostase nutricional!!! • Suprido com sangue por duas fontes➔ da • Artéria hepática (vindo da aorta, rico em oxigênio) e • Veia porta (supre e coleta sangue drenado do trato digestório, rico em nutrientes); • Cerca de 1500ml de sangue/minuto circulam através do fígado e saem através das veias hepáticas (direita e esquerda) para a veia cava inferior. REVISÃO ANATOMO-FUNCIONAL: • Fígado➔ possui 02 lobos (direito e esquerdo): • ‘direito’→ dividido em seguimentos: anterior e posterior; • ‘esquerdo’→ dividido em seguimentos: medial e lateral. • O lóbulo hepático ➔ considerado a unidade funcional do fígado e rico em mitocôndrias (é cilíndrico, formado por lâminas hepatocelulares dispostas em torno da veia central); • Os hepatócitos➔ principais constituintes dos lóbulos hepáticos (possuindo forma poligonal), sendo ricos em mitocôndrias; • Possuem células de Kuppfer, macrófagos que fagocitam agentes invasores, células velhas ou neoplásicas, células de Ito que sintetizam substâncias precursoras para colágeno e fibroblastos. Sangue do trato digestório Sangue com O2 vindo da Artéria aorta FUNÇÕES - FÍGADO: • É integrante da maior parte das funções metabólicas do organismo➔ • No armazenamento, ativação e transporte de várias vitaminas e minerais; • Metabolismo de CHO, PTN e lipídeos; • Conversão da glicose; ptn; ács. graxos...) • Formação e excreção da bile (para vesícula); • Conversão da amônia em uréia; • Metabolismo de esteróides e desintoxicação (álcool e drogas); • Age como setor de filtração e irrigação (ação fagocítica das céls. de Kupffer/armazena sangue que retorna da veia cava). • Possui alta capacidade de regeneração. COMPLEMENTAR: KRAUSE, 12ª ed – “Funções”(pág.: 708). FUNÇÃO HEPÁTICA: • Síntese do colesterol; • Metabolismo da Bilirrubina; FUNÇÃO: • Metabolismo de CHO; • Defesa Imunológica; Estimulo do Glucagon Estimulo de somatostatina FUNÇÃO: • Formação da Bile; • Síntese de PTN➔ Hepatócitos sintetizam: Armazenamento: REVISANDO... FUNÇÃO: • Participa do “Ciclo da Uréia”; EPIDEMIOLOGIA, ETIOLOGIA E DIAGNÓSTICO: • No Brasil➔ doenças gastrenterologias são a 7ª maior causa de mortalidade, a cirrose hepática a 1ª causa de óbito este grupo. • As hepatopatias➔ AGUDAS ou CRÔNICAS; (HEREDIÁRIAS ou ADQUIRIDAS)➔ podem ser consequências de lesões no parênquima hepático que alteram a estrutura morfológica e a capacidade funcional dos hepatócitos, provocados por (agentes ‘patogênicos’) →podendo levar à anormalidades metabólicas e nutricionais com grande morbimortalidade aos pacientes; →As formas AGUDA ou CRÔNICA podem→ se originadas em decorrência de lesões no parênquima hepático, provocados por agentes químicos, viriais, farmacológicos ou ainda, em virtude de outros componentes tóxicos. →Para detecção de doenças hepáticas➔ existem testes laboratoriais importantes e bem específicos: X E R O C A R : K R A U S E , 1 2 ª e d – “ T a b . 2 8 -1 ” (p á g s .: 7 0 9 e 7 1 0 ). DIAGNÓSTICO – HEPATOPATIAS: • TESTES DA FUNÇÃO HEPÁTICA: • Aspartato transaminase Ou TGO transaminase glutâmica oxalacética. • Alananina transaminase Ou TGP Tramsaminase glutâmica pirúvica. • Fosfatase alcalina FA OBSERVE: ❑ FA ↑ --- SUGERE doença hepárica ❑GGT ↑ Gama glutamil transpeptidase ou gama gt ❑SUGERE LESÕES DAS VIAS BILIARES ❑ALBUMINA SÉRICA ↓ ----SUGERE DH CRÔNICA ❑TGP ↑ ---SUGERE LESÃO PARENQUIMATOSA HEPÁTICA DIAGNÓSTICO – HEPATOPATIAS: • EXAMES DE IMAGEM: DIAGNÓSTICO – HEPATOPATIAS: • OUTROS EXAMES: PATOGÊNESE DAS DOENÇAS HEPÁTICAS: • Independente do agente etiológico➔ as hepatopatias podem ser caracterizadas por agressão e necrose celular, resposta imunológica e regeneração nodular➔ comprometendo a estrutura hepática e a capacidade funcional dos hepatócitos. • Por exemplo: AGENTES PATOGÊNICOS • AGENTES VIRAIS • (hepatites: A, B, C, D e E). • MEDICAMENTOS • Principalmente relacionados à hepatite aguda (acetaminofeno, halotano) • DISTÚRBIOS METABÓLICOS • Doença de Wilson; • Hematomacrose; • Galactosemia ( ↑ da [ ] sérica de galactose, decorrente de uma desordem metabólica, fruto de prejuízos na função hepática→ causando deficiência na atividade desta enzima). • AGENTE QUÍMICO • Álcool. • DOENÇA SECUNDÁRIA • Cirrose biliar 1ª; Colangite esclerosante; Fibrose cística. HEPATITE HEPATITE: • Conceito➔ Infecção Sistêmica que abrange não só uma inflamação extensa do fígado, mas também outras alterações do hepatócito, inclusive necrose. • As formas de origens mais comuns são➔ VIRAIS (hepatites A, B, C, D, E e G/GB) e as TÓXICAS (causadas por ingestão excessiva ou inadequada de medicamentos, decorrente do uso de drogas e/ou álcool); • MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS mais comuns➔ icterícia, colúria (urina escura), acolia fecal (fezes claras), astenia (sensação generalizada de debilidade / falta de vitalidade), dentre outros. HEPATITE VIRAL AGUDA : • HEPATITE “A”➔ transmitida via fecal-oral e pode ser contraída através da água (potável e esgoto) e pela ingesta de alimentos contaminados. • HEPATITE “B” e “C”➔ transmitidos pelo sangue, sêmem e saliva. • HEPATITE “D”➔ é raro, com casos identificados nos Estados Unidos. Para sobreviver e se propagar em seres humanos→ necessita do vírus patogênico da hepatite B. • HEPATITE “E”➔ raro, mais comumente encontrado na Ásia, África e México, ocorrendo em outras regiões quando “importado”. OBSERVAÇÃO... • As formas A e E ➔ são infecciosas (geralmente transmitidas via fecal-oral). • As hepatites B, C e D ➔ são formas séricas, transmitidas pelo sangue e/ou fluidos corpóreos. PS: Também podem causas hepatite aguda→ vírus como Epstein-Barr, citomegalovirus, herpes simples e o da febre amarela e rubéola. ICTERÍCIA: “Coloração amarelada da pele, escleróticas e membranas mucosas consequente à deposição, nesses locais, de pigmento biliar (bilirrubina), o qual se encontra em níveis elevados no plasma (HIPERBILIRRUBINEMIA)”. CAUSAS DA ICTERÍCIA: • CAUSAS INTRA-HEPÁTICAS: • HEPATITE VIRAL • CIRROSE ALCOÓLICA • CIRROSE BILIAR • HEPATITE INDUZIDA POR DROGAS • HEPATITE ALCOÓLICA • ICTERÍCIA POS-HEPÁTICA: • OBSTRUÇÃO POR : • CÁLCULO DA VIA BILIAR PRINCIPAL • CARCINOMA DO PÂNCREAS • OUTRAS (PANCREATITE CRÓNICA, PSEUDOQUISTO PANCREÁTICO,ETC) DETECÇÃO DA ICTERÍCIA: • CLINICAMENTE➔ detectada quando a [ ] sérica de bilirrubina ultrapassa o valor normal → 2-3mg/100ml, sendo valor normal: 0,3-1,0mg/100ml. • REFLETE➔ problemas na produção, metabolismo e excreção da bilirrubina, podendo ou não manifestar doenças hepáticas e não hepáticas. • LOCAIS MAIS FREQUENTEMENTE AFETADOS➔ conjuntiva ocular e pele. HEPATITE VIRAL AGUDA :• SINTOMAS→ divididos em quatro fases: • 1ª fase→ “PRODRÂMICA INICIAL”➔ afeta em torno de 25% dos pacientes, causando: febre, artralgia, artrite, dentre outros. • 2ª fase→ “PRÉ-ICTÉRICA➔ mal-estar, fadiga, febre, anorexia, náuseas/vômitos e dor epigástrica. – 3ª fase→ “ICTÉRICA”➔ icterícia. – 4ª fase→ “CONVALESCENTE”➔ a icterícia e os demais sintomas começa a diminuir. HEPATITE FULMINANTE : • Disfunção hepática grave, acompanhada por encefalopatia hepática de evolução rápida (2 a 8 semanas) • → (atividade mental prejudicada, distúrbio neuromuscular e consistência alterada), sem hepatopatia preexistente. • As causas incluem➔ hepatite viral, toxicidade química (droga, cogumelo veneno, venenos industriais, ...), • doença de Wilson, fígado gorduroso da gravidez, isquemia hepática) • Complicações➔ edema cerebral, coagulopatia, insuficiência renal, problemas cardiovasculares, sepse e pancreatite, entre outros. COMPLEMENTAR: KRAUSE, 12ª ed , cap.: 28. DOENÇA DE WILSON: Excreção biliar prejudicada de Cu (doença autossômica recessiva) Acúmulo de Cu no fígado, cérebro, córnea e rins Pacientes podem se apresentar com hepatite aguda, fulminante ou crônica Sinais hepáticos e neurológicos. Tratamento –Dieta com baixo teor de Cu; –Agentes quelantes de Cu (melhora a sobrevida); –Transplante hepático.ALIMENTOS RICOS EM COBRE: • Leguminosas •Chocolate •Oleaginosas •Mariscos e frutos do mar •Café e chás •Frutas secas •Água mineral HEPATITE CRÔNICA : • Hepatite em curso há pelo menos 6 meses OU evidências clínicas e bioquímicas de doença hepática (biópsia confirmatória de inflamação não resolvida). • Etiologia➔ autoimune, viral, metabólica ou tóxica. • Causas mais comuns de Hepatite Crônica são: • hepatites B e C e autoimunes; • hepatopatias decorrentes do uso de Drogas; • doença metabólica. HEPATITE CRÔNICA: Casos mais avançados➔ icterícia, perda muscular, urina escura, ascite, edema, encefalopatia hepática, sangramento gastrointestinal, esplenomegalia e angioma em aranha. • Sinais e Sintomas➔ - Geralmente não são específicos, mas pode envolver: →Fadiga; →Distúrbio do sono; →Dificuldade de concentração; →Dor abdominal moderada no quadrante superior direito. HEPATITE CRÔNICA “NÃO VIRAL” ➔ ”AUTO-IMUNE”: • Processo inflamatório hepatocelular auto-perpetuado. • ETIOLOGIA➔ desconhecida. • Parece haver a formação de auto-anticorpos que resultam de agressão inflamatória auto-dirigida e incontrolada sobre hepatócitos ou ductos biliares. • TRATAMENTO CLÍNICO➔ • Drogas Imunussupressoras (azatriopina, ciclosporina, corticóides). • TRATAMENTO DIETOTERÁPICO➔ fornecer energia e nutrientes suficientes p/ auxiliar a regeneração celular; • contribuir p/ minimizar o trabalho hepático; • Adequar a alimentação aos efeitos adversos da medicação; refeição junto a administração do fármaco • (↓desconforto GI): Leite ou Suco de Laranja; Observar presença de Esofagite, Diarréia e Esteatorréia, Alimentos fontes de ω-3, • Suplementar K, VitA, C, D, Ca e P no caso de corticóides. ESTEATO-HEPATITE NÃO ALCOÓLICA (EHNA):• PATOGENIA➔ ocorre acúmulo de ‘gotas’ de gordura nos hepatócitos, células estas envovidas por células inflamatórias (agudas ou crônicas). • PODE SER CAUSADA POR: drogas, DM 2, obesidade, bypass ileojejunal, desnutrição e lipodistrofia (distribuição de gordura corpórea anormal). • SINAIS e SINTOMAS➔ pacientes podem ser assintomáticos, no entanto, podem também apresentar: mal-estar, fraqueza ou hepatomegalia. • TRATAMENTO➔ deve levar em consideração a redução dos fatores predisponentes (DM2 e obesidade); uso de medicamentos que sintetizam a insulina e tratamento das dislipidemias. • COMPLICAÇÕES➔ cirrose e doença hepática crônica. ESQUEMATIZANDO... DOENÇAS HEPÁTICAS (ÁLCOOL) DOENÇAS HEPÁTICAS (ÁLCOOL) : • (álcool)→ Causa de Doença hepática mais comum! • O Acetaldeído (produto tóxico do metabolismo do álcool)➔ causa dano à estrutura e função da membrana mitocondrial. Predisposições➔ ‘fator genético’- “enzimas que metabolizam o álcool”; infecção por vírus hepatotrópicos; fatores imunológicos e estado nutricional ‘inadequado’. PATOGÊNESE➔ • 1-ESTEATOSE HEPÁTICA (alcoólica); • 2- HEPATITE (ALCOÓLICA); • 3- CIRRORE (ALCOÓLICA). REVISANDO ALCOOL • Etanol – enzima álcool desidrogenase- acetaldeído- perde um hidrogênio – forma acetato liberado no sangue. • As mitocôndrias usam o hidrogênio provindo do etanol no lugar do hidrogênio resposta do ac graxos; • O acetaldeído causa dano a estrutura da membrana mitocondrial; • Em resposta podem ocorrer distúrbios como: hiperlacticacidemia, acidose, hiperucemia, acetonemia, hiperlipidemia. 1- ESTEATOSE HEPÁTICA: Acúmulo de lipídios no citoplasma de hepatócitos, sobretudo de triglicérides. • Infiltração gordurosa causada por: • ↑ na mobilização de ácidos graxos do tecido adiposo • ↑na síntese hepática de ácidos graxos e ↓ de sua oxidação; • ↑ na produção de triglicerídeos e seu ‘aprisionamento’, pelos hepatócitos. • Pode ser reversível➔ abstenção do álcool (ALCOÓLICA) e ↓ ponderal / DM / Hiperlipidemia (não alcoólica). TERAPIA NUTRICIONAL - ESTEATOSE HEPÁTICA: ✓DIETA HIPOCALÓRIA; ✓NORMOPROTEICA; ✓NORMOGLICIDICA; ✓FIBRAS SOLÚVEIS • LIPIDIOS (leite e derivados desnatados) acidos graxos mono e poli insaturados) • ALIMENTOS ANTIINFLAMATÓRIOS (vit c; ômega 3; semente de linhaça: oleaginosas). 2- HEPATITE ALCOÓLICA OU DHA: • Acomete 10-15% de homens e 5% das mulheres; • Por ano morrem cerca de 100.000 pessoas por conta do álcool no EUA; • Droga amplamente aceita; • 10% dos brasileiros apresentam danos físicos e psíquicos decorrentes do álcool; • Consumo de álcool inversamente proporcional ao nível sócio-econômico, escolaridade e renda. DHA: Doença Hepática Alcoólica. HEPATITE ALCOÓLICA: • COMPLICAÇÕES AGUDAS: • Ingestão de quantidades excessivas de bebidas alcoólicas. PRINCIPAIS SINTOMAS: • Acidose lática→ lactato/piruvato; • Hipoglicemia➔ inibição da gliconeogênese; • Coma alcoólico→ efeitos tóxicos do etanol no SNC➔ parada respirátoria. TRATAMENTO DE EMERGÊNCIA: infusão intravenosa de glicose e hemodiálise em casos extremos. HEPATITE ALCOÓLICA: Hepatomegalia; ligeiro ↑ das transaminases; ↑ da bilirrubina sérica e albumina sérica (normal ou reduzida) ou anemia. • SINTOMAS➔ Dor abdominal, anorexia, náusea, vômitos, astenia, diarréia, perda de peso e febre. • TRATAMENTO: suspensão do álcool e suporte nutricional (IMPORTANTÍSSIMO, juntamente com o aconselhamento/apoio para a suspensão do álcool). “DESNUTRIÇÃO” no Alcoólatra DESNUTRIÇÃO X ÁLCOOL: • Competição pelo sítio de absorção; • Dieta deficiente e alteração TGI➔ compromete a absorção; • Lesão hepática➔ prejudica o armazenamento, aumentando a excreção. “Metabolismo dos Nutrientes” DESNUTRIÇÃO X ÁLCOOL: PRINCIPAIS DEFICIÊNCIAS: • Tiamina (B1)➔ síndrome de Wernicke-Korsakoff (ataxia, confusão mental). • Niacina (B3)➔ pelagra (“manchas cutâneas”). • Piridoxina (B6)➔ acetaldeído → aumenta sua degradação→ de vômitos e fadiga, até convulsão e confusões mentais. • Folato(B9)➔ anemia megaloblástica (↑ da produção de glóbulos vermelhos além do normal e ‘comprometidos’)→ inapetência, fraqueza e, ulceração bucal,...) • Vitaminas C, D e Niacina➔podem estar deficientes também, em casos mais severos. ATAXIA→ “transtorno neurológico, marcado pela ‘des’coordenação dos movimentos musculares”. TRATAMENTO DIETÉTICO - DHA: • Atenção contínua ➔ às modificações glicêmicas do paciente. Caso apresente hiperglicemia, utilizar as recomendações para paciente diabético a fim de ↓ os níveis glicêmicos; • Caso não haja “descompensação glicêmica”➔ utilize preferencialmente CHO como fonte de energia, lembrando: que a GLICOSE é o metabólito que menos gasta energia para gerar energia, poupando PTN para que seja utilizada para regeneração hepatocelular!!! • Cuidado com os Lipídeos➔ especialmente na Esteatose Hepática! • Devemos: oferecer o mínimo necessário de lipídios. 3- CIRROSE ALCOÓLICA: • Sintomas parecidos ou iguais aos da hepatite, de prognóstico incerto e com anormalidades nutricionais. • O prognóstico depende da abstenção ao álcool e do grau de complicações já apresentados. ETIOLOGIA – CIRROSE: ESTÁGIO FINAL DE UMA VARIEDADE DE DOENÇAS CRÔNICAS HEPÁTICAS •AS LESÕES DA CIRROSE CARACTERIZA-SE PELA FIBROSE DIFUSA; •DESTROI A ARQUITETURA LOBULAR NORMAL; •ENVOLVE OS HEPATÓCITOS QUE PROLIFERAM FORMANDO NÓDULOS CELULARES; •DETERMINA A DIMINUIÇÃO DAS FUNÇÕES DE SÍNTESE E EXCREÇÃO HEPÁTICAS FISIOPATOLOGIA – CIRROSE: • Teste de função hepática→ normal • Icterícia • Ascite e edema • Encefalopatia hepática • Hipertensão portal e varizes • Concentrações alteradas de AA • Deficiência de vitaminas e minerais • Intolerância à glicose ou hipoglicemia de jejum CIRROSE ALCOÓLICA: SINTOMAS POSSÍVEIS: • febre; • icterícia; • Escurecimento da pele; • Linhas brancas; • Aranhas vasculares; • Eritrema palmar; • Atrofia testicular; • Baqueteamento dos dedos; • Hematoma; • Aloécia; • ↑parótida; • Hipotensão arterial; • Fezes escuras; • Ascite / edema; • Circulação colateral; • Enrijecimento hepático; • Esplenomegalia ( ↑ do baço); • Perda muscular; • Alterações neurológica; • Confusão mental; • Desorientação • temporo-espacial. CIRROSE ALCOÓLICA: TRATAMENTO: • Em virtude da “diversidade de manifestações clínicas”➔ o tratamento nutricional objetiva em especial: a reversão da desnutrição → melhora do prognóstico. Desnutrição • Achado comum nos estágios mais avançados (moderada à grave); • Papel na patogênese da lesão hepática com grande impacto negativo sobre o prognóstico; • Prevalência depende dos parâmetros utilizados, tipo e grau da doença hepática e do estado sócioeconômico AVALIAÇÃO NUTRICIONAL – CIRROSE: • Deve ser minuciosa e criteriosa➔ determinar a extensão e a causa da desnutrição. • Marcadores nutricionais tradicionais podem ser afetados pela doença e suas consequências➔ por isso a • Opção: antropometria e história dietética combinada com • Avaliação Subjetiva Global (ASG); • Boa segurança e validade; • ↓sensibilidade às alterações do EN; • Monitoramento periódico da antropometria (IMC, dobras, CB e CMB); AVALIAÇÃO NUTRICIONAL - CIRROSE: • Avaliação da ingestão dietética (Anamnese → R 24h); • ASG (inspeção detalhada de quadríceps, deltóide, tríceps, bíceps, face e tronco); • Avaliação bioquímica (albumina, vitD, ácido fólico, cianocobalamina, tiamina, ferro, ferritina, cálcio, entre outros); • Bioimpedância➔ (determinação de água e massa muscular acompanhamento da conduta nutricional) ➔ uso restrito em pacientes com edema, ascite e em uso de diuréticos. XEROCAR: KRAUSE, 12ª ed – “Tab. 28-3→ ‘Fatores que afetam a interpretação dos testes de Aval. Nutric. Objetiva, em pacientes hepatopatas terminais’ e ‘Quadro 28-1→ ‘Parâmetros da ASG para pacientes hepatopatas’. (pág.: 719 ). OBJETIVOS – TERAPIA NUTRICIONAL: • Favorecer a aceitação da dieta e melhorar o aproveitamento dos nutrientes; • Suprir a energia suficiente para atender às necessidades e favorecer o ganho ponderal; • Controlar o catabolismo protéico muscular e visceral ➔ visando garantir o aporte de AAs adequados para manter o BN e síntese de proteínas na fase aguda e normalização da função e regeneração hepática. TERAPIA NUTRICIONAL – CIRROSE: DEVEMOS: • Fornecer o suprimento de energia suficiente para atender às necessidades, bem como favorecer o ganho ponderal➔ “despotencializando” o catabolismo protéico (muscular e visceral)➔ o que necessita também: garantir o aporte adequado de AAs → manutenção do BN, síntese de proteínas na fase aguda e normalização da função e regeneração hepática. COMO➔ anorexia, náuseas/vômitos, bem como outros sintomas gastrintestinais são comuns→ a ingestão adequada é difícil de ser atingida. dos nutrientes. REFORÇANDO... • ↑ENERGIA (25a30Kcal/kg de peso atual ou ideal), com refeições fracionadas, alimentos de fácil digestão e de alta densidade calórica. • Dieta normo a hiperproteica➔ 1,2 a 1,5g/kg de peso atual de proteínas em pacientes • Lilian- 25 a 40 kcal /kg • Cirróticos compensados (proteínas vegetais e AACR nos casos de intolerância à proteína animal); • Controle dos carboidratos conforme glicemia (50 a 60% do VET); • ↓sódio (250a500mg/dia)➔ controle de líquidos; • Suplementar minerais e vitaminas (hidro e lipossolúveis, zinco). TERAPIA NUTRICIONAL – CIRROSE: • ENERGIA • Recomendação→ 25 a 35 Kcal/Kg/dia. • CARBOIDRATO • O Fígado ➔ tem papel preponderante no metabolismo de CHO → alterações nos hormônios: insulina e glucagon, por exemplo; • Insuficiência hepática→ reduz a produção de glicose e sua utilização. • Patologia→ Taxa de gliconeogênese reduzida → utilização de lipídeos e AA para formação de energia; • Conclusão: modular o tipo de carboidrato! TERAPIA NUTRICIONAL – CIRROSE: • LIPÍDEOS • Ác. Graxos plasmáticos, glicerol e corpos cetônicos ➔ se elevam no jejum➔ Lipólise aumentada. • No entanto, como a capacidade de→ armazenar lipídeos encontra-se preservada➔ dieta hipo com tendência a normolipídica. • Omega 3 – indicado • PROTEÍNAS • Nutriente mais controverso para ser suprido! • Cirrose→ é uma doença catabólica • 0,8g a1g de proteína/kg→BN em cirróticos estáveis. • 1,2g a1,8g de proteína/kg/ideal→BN positivo. • 1.0 a 1,5g de proteína/kg→BN na doença descompensada. TERAPIA NUTRICIONAL – CIRROSE: • VITAMINAS E MINERAIS: • Suplementar, pois a deficiência de micronutrientes contribuir para complicações no quadro! Atenção à tiamina, piridoxina, cianocobalamina, folato, niacina, vit.A, D, Ca, Mg e Zn). • Evitar suplemento com Cu e Mn → (excretados pela bile). OUTROS TRATAMENTOS – CIRROSE: • Reduzir os AAA e aumentar os AACR (teoria do neurotransmissor alterado)➔ no entanto→ há necessidade de mais estudos para verificação dos reais benefícios!!! AACR➔ aminoácidos de cadeia ramificada. ( laticínios e vegetais ) auxilia na síntese de glutamina AAA➔ aminoácidos aromáticos HIPERTENSÃO PORTAL EDEMA→ “ascite” HIPERTENSÃO PORTAL: • Distúrbio hemodinâmico→ na maioria das vezes decorrente de hepatopatia crônica, esquistossomose ou cirrose hepática. • Característica➔ HP ↑ o fluxo de sangue colateral, levando a varizes de esôfago➔ sangramento. • Pressão sanguínea no sistema porta encontra-se aumentada➔ devido à obstrução do fluxo de sangue através do fígado. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: • Hemorragia Digestiva Alta (HDA): • Hematêmese → vômito com quantidade importante de sangue de coloração vermelho-rutilante ou em “borra de café”. • Melena → fezes pretas, liquidificadas e fétidas, devido ao sangue digerido ao longo do trato gastrointestinal. • Sinais e Sintomas de Perda Sanguínea • Aguda➔ sinais de choque hipovolêmico; • Crônica➔ dispnéia, angina, anemia crônica persistente. ASCITE : “Acúmulo de liquido na cavidade abdominal”. • Acontece devido➔a hipertensão portal, hipoalbuminemia, retenção renal de sódio, entre outros. • Para alívio do volume ascítico➔ a conduta é a paracentese e terapia diurética. TRATAMENTO NUTRICIONAL: Objetivo: Contribuir para a reversão do quadro ascítico/edema: Restrição (Moderada a Severa): • de Na (500 A 1600 mgNa/d) ; • e de Água (diurese + 500mL) • ↑ fornecimento de K e Ca (DRI) • adequar a proteína em casos de paracentese. “punção de fluido de uma cavidade do corpo através de uma agulha”. ENCEFALOPATIA HEPÁTICA : CONCEITO: Complicação neuropsiquiátrica frequente nos hepatopatas (em decorrência da falência hepática aguda) DANOS NO CÉREBRO E SNC ausência de metabolização de substâncias tóxicas ao cérebro: Amônia (AMÔNIA→ neurotoxina que induz neuroinflamação.) ENCEFALOPATIA HEPÁTICA: CAUSA: • 50 a 80%➔ pacientes com insuficiência hepática crônica • 7 a 9%➔ pacientes com insuficiência hepática ingerindo quantidade elevada de proteína. OBS.: Algumas situações decorrentes da Cirrose podem precipitar essa síndrome, tais como➔ sangramento gastrointestinal, uremia, anormalidades de líquidos e eletrólitos, infecção, hiper ou hipoglicemia, constipação e azotemia (↑ plasmático dos níveis de compostos de nitrogênio: uréia, creatinina, lipídios, proteínas→ decorrente da ↓ da taxa de filtração glomerular). TRATAMENTO MÉDICO: • Terapia com diurético; • Medicação utilizada para encefalopatia hepática (lactulose, neomicina) LACTULOSE→ açúcar sintético ( dissacarídeos) (lactulose) administrado VO, visando: modificar a acidez no interior do intestino→ mudando assim o tipo de flora bacteriana presente, bem como diminuir a absorção de amoníaco e atuar como laxante (também se podem administrar clisteres evacuadores). NEOMICINA→ antibiótico, utilizado em detrimento da lactulose; este antibiótico reduz a quantidade de bactérias intestinais que normalmente participam na digestão das proteínas. • Tratamento para sangramento gástrico: (fármacos, bandagem). TRATAMENTO NUTRICIONAL – EH: A A C R SÍNDROME HEPATORRENAL : • Deterioração rápida e abrupta da função hepática→ em pessoas com CIRROSE ou INSUFICIÊNCIA HEPÁTICA FULMINANTE. • A (IR) na síndrome hepatorrenal➔ oriunda da perda do tônus adequado nos vasos sanguíneos dos rins, causada em virtude da→ liberação de ‘fatores’ ( pe.: óxido nítrico, prostaglandina) produzidos pela doença hepática➔ causando dilatação dos vasos sanguíneos que irrigam os intestinos e vasoconstrição dos vasos sanguíneos da circulação renal (‘sistema renina-angiotensina’). • TRATAMENTO: • DIÁLISE, TRANSPLANTE HEPÁTICO, TRATAMENTO MEDICAMENTOSO. PROGRESSÃO➔ > dos casos é fatal. CÂNCER HEPÁTICO: CÂNCER HEPÁTICO: DOENÇAS HEPÁTICAS HEREDITÁRIAS : • Doença de Wilson*; • Hemocromatose; • Fibrose cística; • Doença do armazenamento do glicogênio. HEMOCROMATOSE: • Sobrecarga de ferro; • Apresenta hepatomegalia, varizes de esôfago, ascite, pigmentação anormal da pele, intolerância à glicose, complicações cardíacas, hipogonadismo, artropatia e carcinoma hepático; • Saturação elevada de transferrina e de ferritina; • Expectativa de vida normal, evitando cirrose e DM. Preciso do seu cuidado