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MUSCULAÇÃO AULA 2 Prof. Leonardo Augusto Becker 2 CONVERSA INICIAL Treinamento resistido Nesta disciplina, falaremos sobre prescrição e orientação de treinamento resistido para os diferentes objetivos e populações. Aprenderemos sobre a fisiologia aplicada à musculação: Tema 1 – A célula muscular Tema 2 – Metabolismo energético Tema 3 – Síntese de proteínas Tema 4 – Hormônios e fatores do crescimento Tema 5 – Bioenergética e aplicação prática TEMA 1 – A CÉLULA MUSCULAR Todo músculo é envolto pelo epimísio, que o mantém unido. Na sequência, verifica-se pequenos feixes de fibras envoltas em uma bainha de tecido conjuntivo, os quais são denominados fascículos e perimísios. Logo após, pode-se observar (por meio de um microscópio) as fibras musculares. Uma bainha de tecido conjuntivo, denominada endomísio reveste cada fibra muscular. As fibras musculares mais longas e medem cerca de 12 cm, correspondendo a cerca de 500 mil sarcômeros (Fleck, 2017). A fibra muscular é envolta por uma membrana plasmática denominada plasmalema, que faz parte de uma unidade maior, chamada de sarcolema (composto por plasmalema e membrana basal). Ao final de cada fibra muscular o plasmalema se funde ao tendão, que então se insere no osso. Os tendões transmitem para os ossos a força gerada pelas fibras musculares. No plasmalema estão localizadas as células satélites, que estão envolvidas no desenvolvimento dos músculos esqueléticos. (Fleck, 2017) O sarcoplasma é uma substância gelatinosa que preenche os espaços no interior entre as miofibrilas. O sarcoplasma é rico em proteínas dissolvidas em minerais, glicogênio, gorduras e organelas. No sarcoplasma verifica-se túbulos transversos (túbulos t) interconectados, os quais permitem que os impulsos nervosos sejam rapidamente transmitidos a cada miofibrila. Ainda dentro de cada fibra muscular verifica-se uma rede de tubos (retículo sarcoplasmático) na 3 qual se armazena cálcio, que é fundamental para a contração muscular (Fleck, 2017). As miofibrilas são elementos contráteis no músculo. Cada miofibrila é composta por numerosos sarcômeros. As miofibrilas são compostas por filamentos finos (actina) e grossos (miosina). Os filamentos grossos correspondem a aproximadamente dois terços do músculo esquelético (Fleck, 2017). 1.1 Tipos de fibras musculares No músculo, temos as fibras de contração lenta (tipo I) e de contração rápida (tipo II). As fibras de contração rápidas são subdivididas em duas (tipo IIa e tipo IIx) (Fleck, 2017). As diferentes formas de contração de fibras (tipo I e tipo II) são decorrentes das diferentes formas da enzima miosina ATPase (que decompõe o ATP para liberar energia). Além disso, as fibras musculares do tipo II têm um retículo sarcoplasmático mais desenvolvido do que as fibras do tipo I. Dessa maneira, as fibras do tipo II apresentam maior capacidade de liberar o cálcio no interior da célula muscular (Fleck, 2017). Em geral, as fibras do tipo II apresentam um elevado nível de resistência aeróbia, assim a oxidação é por meio do processo aeróbio. As fibras do tipo I produzem ATP com base na oxidação de carboidratos e gorduras. Já as fibras do tipo II apresentam um melhor desempenho anaeróbio (sem oxigênio). As fibras do tipo II têm maior capacidade de gerar força (Fleck, 2017). TEMA 2 – METABOLISMO ENERGÉTICO Os três combustíveis básicos para o corpo humano são: carboidratos, gorduras e proteínas, que podem ser fracionados em nossas células para a liberação de energia armazenada. O processo de bioenergética nada mais é do que o uso, por cada célula, desses substratos energéticos por meio de vias químicas em cada uma delas. Todas as ações e reações químicas no corpo são chamadas de metabolismo (Thomaz, 2011; Wilmore, 2010). 4 As fontes de energia são utilizadas para o processo de funcionamento natural do corpo humano, bem como para o exercício físico. A energia é necessária para o transporte de íons, sódio, potássio e cálcio através das membranas celulares (Thomaz, 2011; Wilmore, 2010). Em repouso, a energia necessária ao corpo é derivada quase em partes iguais da quebra de carboidratos e gorduras. As proteínas fornecem pouca energia para o metabolismo, mas são importantes como enzimas que auxiliam nas reações químicas. Durante o exercício intenso e de curta duração, utiliza-se predominantemente mais carboidratos. Em exercícios prolongados, com menor intensidade, utiliza-se carboidratos e gordura como fontes energéticas (Thomaz, 2011; Wilmore, 2010). 2.1 Carboidratos Em condições de repouso, o carboidrato ingerido é armazenado nos músculos e no fígado na forma de uma molécula de açúcar mais complexa. O glicogênio é estocado no citoplasma das células musculares até que estas o utilizem na forma de ATP (trifosfato de adenosina). O glicogênio que fica estocado no fígado é convertido em glicose e é transportado pelo sangue até os tecidos ativos. Contudo, as reservas de glicogênio no fígado e no músculo são limitadas e podem faltar em exercícios físicos prolongados e intensos (Thomaz, 2011; Wilmore, 2010). 2.2 Gordura As reservas de gordura são, geralmente, maiores do que as reservas de carboidratos. A gordura proporciona uma elevada quantidade de energia durante o exercício físico. Todavia a fonte energética de gordura é menos acessível para o metabolismo, pois inicialmente precisa ser reduzida da sua forma complexa (triglicerídeos), glicerol e ácidos graxos livres (AGLS) e, posteriormente, em ATP. Um grama de gordura tem aproximadamente 9,4 kcal/g, e um grama de carboidrato tem 4,1 kcal/g, contudo, a liberação de energia de gordura é muito lenta para atender às necessidades energéticas (Thomaz, 2011; Wilmore, 2010). 5 2.3 Proteínas A proteína também é uma fonte energética, porém é pouco utilizada e primeiramente precisa ser convertida em glicose, esse processo é chamado de gliconeogênese (proteína convertida em gordura). Já o processo de conversão de proteína em ácidos graxos livres é denominado em lipogênese. Um grama de proteína fornece cerca de 4,1 kcal (Thomaz, 2011; Wilmore, 2010). TEMA 3 – SÍNTESE DE PROTEÍNAS A síntese proteica é um conjunto de mecanismos de produção de proteínas; é determinado pelo DNA e ocorre em duas fases (transição e tradução). Todo esse processo acontece no citoplasma das células e envolve o RNA, os ribossomos, as enzimas e os aminoácidos, que, posteriormente, serão proteínas (Thomaz, 2011; Smith, 2007). As moléculas proteicas específicas (enzimas) controlam a velocidade de liberação de energia (catabolismo – decomposição de compostos químicos). A maneira que essas enzimas aceleram o catabolismo foi caracterizada como “chave fechadura”. A velocidade com que a energia é liberada depende da fonte energética. Uma importante enzima que atua na quebra do ATP é denominada adenosina trifosfatase (ATPase) (Thomaz, 2011; Smith, 2007). O DNA é transcrito pelo RNA mensageiro (RNAm) e depois toda a informação é traduzida pelos ribossomos e pelo RNA transportador (RNAt), o qual transporta os aminoácidos que posteriormente serão proteínas. A molécula de DNA se abre e todos os genes são transferidos para o RNA. Posteriormente, a enzima polimerase do RNA se liga a uma das extremidades do gene, separando o DNA dos ribonucleotídeos. Em seguida, as bases do RNA acompanham a sequência do DNA. A polimerase do RNA se encaixa no gene e vai até a região terminal (Thomaz, 2011; Smith, 2007). A síntese de proteína é a informaçãocontida no gene. Basicamente a cadeia polipeptídica que é formada pelo aminoácido e a sequência do RNAm são baseadas pelo DNA que serviu como molde nas etapas anteriores. 6 A síntese da proteína começa com a associação entre um RNAt, um ribossomo e um RNAm. Cada RNAt transporta um aminoácido cuja sequência de bases corresponde ao códon do RNAm. O RNAt, orientado pelo ribossomo, traz uma metionina e se liga ao RNAm, onde se encontra o códon (AUG) correspondente, dando início ao processo. Em seguida, se desliga e outro RNAt se liga trazendo outro aminoácido. Essa operação é repetida várias vezes, formando a cadeia polipeptídica, cuja sequência de aminoácidos é determinada pelo RNAm. Quando, enfim, o ribossomo chega à região do RNAm, onde há um códon de parada, é determinado o fim do processo (Thomaz, 2011; Smith, 2007). 3.1 Sistema básico de energia O sistema ATP-PCR é o sistema de energia mais simples. Armazena uma quantidade muito pequena de ATP. As células contêm outra molécula de fosfato de alta energia denominada creatina fosfato que serve para regenerar o ATP, com objetivo de manter a reserva energética constante. Esse sistema é classificado como metabolismo no nível de substrato (Thomaz, 2011; Wilmore, 2010). 3.2 Sistema glicolítico O sistema glicolítico (sem a presença de oxigênio) é um método de produção de ATP que envolve a liberação de energia por meio do fracionamento da glicose. A glicose representa 99% de todos os açúcares no sangue que vêm da digestão de carboidratos e da utilização do glicogênio hepático. O glicogênio é sintetizado da glicose por um processo denominado glicogênese. O glicogênio é armazenado no fígado ou no músculo que então é fracionado em glicose-1- fosfato, a qual ingressa na via glicólise num processo chamado glicogenólise (Thomaz, 2011; Wilmore, 2010). Para serem utilizados, glicose e glicogênio precisam ser convertidos em um composto chamado glicose-6-fosfato. A glicólise depende de 10-12 reações enzimáticas para a metabolização da glicose até o ácido lático. Esse processo, ao final, equivale a 3 moldes de ATP, formados para cada mol de glicogênio fracionado. Esse sistema provoca o acúmulo de ácido láctico nos músculos e nos líquidos corporais. Em exercício físico de velocidade máxima de 1 ou 2 7 minutos são altas as demandas de lactato. Em repouso, temos em média 1 mmol/kg, podenso variar até 25 mmol/kg durante o exercício físico intenso (Thomaz, 2011; Wilmore, 2010). 3.3 Sistema oxidativo O sistema oxidativo é o mais completo dos sistemas de energia. Como há utilização de oxigênio, este é um processo aeróbio. A produção oxidativa de ATP ocorre dentro de organelas celulares denominadas mitocôndrias. No músculo, as mitocôndrias estão próximas às miofibrilas e também ficam no sarcoplasma. O sistema oxidativo tem sua velocidade de produção de ATP muito mais lenta (Thomaz, 2011; Wilmore, 2010). TEMA 4 – HORMÔNIOS E FATORES DE CRESCIMENTO Os hormônios podem ser categorizados em dois tipos. Hormônios esteroides e hormônios não esteroides. 4.1 Hormônios esteroides Têm estrutura química similar ao colesterol, são substâncias lipossolúveis e se difundem com bastante facilidade nas membranas celulares. Esses hormônios são secretados em diferentes locais: a) córtex suprarrenal (cortisol e aldosterona); b) ovários (estrogênio e progesterona); c) testículos (testosterona); d) placenta (estrogênio e progesterona). (Thomaz, 2011; Wilmore, 2010) 4.2 Glândulas suprarrenais As glândulas suprarrenais estão situadas em cada rim. Os hormônios secretados são bastante diferentes. A medula suprarrenal produz e libera dois hormônios: epinefrina – adrenalina aproximadamente 80% – e noropinefrina – noroadrenalina aproximadamente 20% – que são catecolominas cujos efeitos são os seguintes: aumento da frequência cardíaca, aumento da taxa metabólica, aumento da glicogenólise (decomposição de glicogênio em glicose, no fígado e 8 músculo), aumento da liberação de glicose e AGLS para o sangue, aumento da pressão arterial (Thomaz, 2011; Wilmore, 2010). A liberação desses hormônios é afetada durante o exercício físico. As concentrações de noradrenalina aumentam significativamente em intensidades acima de 50% do vo2 max, e as concentrações de adrenalina aumentam consideravelmente em intensidades acima de 70% do vo2max. Ao término do exercício físico, o nível de adrenalina retorna próximo ao nível de repouso, porém a noradrenalina pode permanecer elevada por horas (Thomaz, 2011; Wilmore, 2010). 4.3 Pâncreas Os dois hormônios secretados pelo pâncreas são: insulina e glucagon, que atuam nas concentrações plasmáticas de glicose. A principal função da insulina é reduzir a quantidade de glicose circulando no sangue, facilitando o transporte da glicose para o interior das células. Promove glicogênese e inibe a gliconeogênese, mas também atua no metabolismo de proteínas e gorduras, promovendo a absorção celular de aminoácidos. O glucagon, que é secretado pelo pâncreas quando os níveis de glicose estão baixos (hipoglicemia), promove o aumento da degradação de glicogênio hepático até a glicose. A quantidade de glicose durante o exercício físico dependerá da intensidade do exercício. De modo geral, quatro hormônios atuam com objetivo de aumentar a concentração de glicose plasmática: glucagon, adrenalina, noradrenalina e cortisol. Com o aumento da intensidade, ocorre maior liberação das catecolaminas, aumentando significativamente a velocidade de glicogenólise (fígado e músculo) (Powers, 2014; Wilmore, 2010). 4.4 Hormônios não esteroides Não são lipossolúveis e não atravessam facilmente as membranas. Geralmente são classificados em dois: a) proteicos ou peptídeos; b) aminoácidos (tiroxina e tri-iodotironina “tiroide”), adrenalina e noradrenalina “suprarrenal”. 9 Os dois hormônios não esteroides (tiroxina e tri-iodotironina) são produzidos pela tireoide. Esses hormônios aumentam a taxa metabólica em quase todos os tecidos e podem aumentar a taxa metabólica basal em até 60%. Além disso, aumentam a síntese proteica, tamanho e número de mitocôndrias, promovem a rápida absorção de glicose, aumentam a glicólise e gliconeogênese, melhoram a mobilização dos lipídeos e a disponibilidade de ácidos graxos livres. O hormônio estimulante da tireoide – tirotropina – aumenta durante o exercício físico (Powers, 2014; Wilmore, 2010). TEMA 5 – BIOENERGÉTICA A bioenergética compreende as fontes de energia para o exercício físico, tanto aeróbio quanto anaeróbio. As principais fontes de energia anaeróbias são o sistema da fosfocreatina e a glicólise anaeróbia. Já a fonte de energia aeróbia é derivada de fosforilação oxidativa. O conhecimento e a interação de fontes de energia são importantes para otimizar o condicionamento físico (Powers, 2014). Uma das principais fontes de energia para a atividade muscular nos movimentos de pontes cruzadas, deslizamentos de filamento de actina e miosina é a molécula de adenosina trifosfato ou ATP. Os principais componentes são a molécula de açúcar e três grupamentos de fosfato. O ATP é quebrado em ADP (adenosina difosfato) e gera uma molécula livre de fosfato (Pi) que libera energia (Powers, 2014). Outra fonte energética que é armazenada no músculo com o ATPA é a fosfocreatina. Esses dois componentes trabalham permitindo o máximo de energia para os músculos. A fosfocreatina é semelhante à ATP, e auxilia nas concentrações desta. Quando a fosfocreatina é quebrada em creatina, a energia liberada é utilizada para recombinar adenosina difosfato e fosfocreatina,ressintetizando a ATP. Posteriormente, a ATP pode ser quebrada novamente, liberando mais energia para contração muscular (Powers, 2014). De modo geral, há baixos estoques de ATP-PC nos músculos, e esta é consumida em exercícios que duram cerca de 30 segundos. A principal vantagem dessa fonte energética é a capacidade de gerar potência aos músculos em grande quantidade (Powers, 2014). 10 NA PRÁTICA Um jovem começa a praticar musculação com o objetivo de emagrecer. O peso atual é de 120 kg, porém o peso ideal seria em torno 85 Kg. Após dois meses de musculação, esse jovem começa a ter um interesse maior sobre como ocorre, fisiologicamente, a redução do peso. Ao perguntar ao professor da sala de musculação, o professor apenas informou que o processo é decorrente da prática regular de exercício resistido, por meio da qual troca-se gordura corporal por massa muscular. Insatisfeito com a resposta do professor, o jovem lhe procura e, por confiar em seu conhecimento acadêmico, lhe faz a mesma pergunta: “Como ocorre, fisiologicamente, o processo de emagrecimento?” O que você responderia? FINALIZANDO Conforme vimos nos temas anteriores, antes de iniciar a prescrição de exercícios físicos, é importante compreender os conceitos básicos e fundamentais relacionados aos processos fisiológicos que ocorrem em período de repouso e durante o exercício físico. Muitos clientes/alunos não obtêm resultados devido a uma prescrição equivocada de exercício físico, pois não sabem como ocorre o processo fisiológico em repouso e durante o exercício físico. Por essa razão, buscamos, nesta aula, sintetizar as principais vias metabólicas, bem como o processo de degradação de cada uma delas. 11 REFERÊNCIAS DEVLIN, T. M.; FLECK, S. J. Fundamentos do treinamento de força muscular. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017. POWERS, S. K. Fisiologia do exercício: teoria ao condicionamento e ao desempenho. 8. ed. Barueri: Manole, 2014. STOPPANI, J. Enciclopédia da musculação e força de Stoppani: 381 exercícios e 116 programas de treinamento de força vencedores. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017. SMITH, C. Bioquímica médica básica de Marks. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2007. MANUAL de bioquímica com correlações clínicas. São Paulo: Blucher, 2011. KENNEY, W. L.; WILMORE, J. H.; COSTILL, D. L. Fisiologia do exercício e do esporte. Barueri: Manole, 2010. MCARDLE, W. D.; KATCH, F. I.; KACTH, V. L. Fisiologia do exercício, energia, nutrição e desempenho humano. 4. Ed. 12 RESPOSTA O processo de emagrecimento ocorre devido a uma dieta balanceada, com a prática regular de exercício físico. Basicamente, temos de gastar mais energia do que consumimos. Durante a prática regular de exercício físico, temos três fontes de energia, carboidrato, gordura e proteína. Cada fonte de energia é utilizada de uma forma, incialmente é utilizada a fonte de energia derivada dos carboidratos, seguida pela gordura e, por último, proteínas. Todas as vias metabólicas dependem do tipo e intensidade do exercício físico. De modo geral, no exercício resistido, para uma pessoa que busca saúde e redução de peso, a via metabólica prioritária é a de carboidratos.
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