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RESUMO OAB

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Direito Civil
CAPACIDADE
Espécies de capacidade: Capacidade de Direito ou de gozo: É a aptidão para ser titular de direitos e deveres na ordem civil. Ela se confunde com os próprios direitos de personalidade, e, portanto, inexiste incapacidade civil de Direito. Capacidade de Exercício ou de fato: É a aptidão para exercer, por si, os atos da vida civil. Referida capacidade é presumida, ou seja, não precisa ser demonstrada e se confunde com personalidade jurídica. Os absolutamente incapazes necessitam de representação para poder praticar os atos, sob pena de nulidade absoluta; já os relativamente incapazes necessitam de um assistente para que o ato não seja anulado (nulidade relativa).
Art. 3º  São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16 (dezesseis) anos
Art. 4º  São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer: I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico; III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade; IV - os pródigos. Parágrafo único.  A capacidade dos indígenas será regulada por legislação especial
Para maiores esclarecimentos vamos analisar um a um os casos em que a legislação prevê a ocorrência da incapacidade relativa. a) Menores púberes: Maiores de 16 e menores de 18 anos. Com base na interpretação sistemática do CC, aplica-se o disposto no artigo 180 para eximir da obrigação o menor púbere que recém completou os 16 anos e ocultou ou mentiu sobre esta informação. 48 b) Ébrio habitual e viciados em tóxicos: Ébrio habitual é o alcoólatra que possui discernimento reduzido. Para que seja possível a interdição se faz necessário que a ebriez seja habitual (diária) e que tenha acarretado a perturbação do discernimento. O mesmo ocorre em relação aos viciados em tóxicos. c) aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade: importa destacar que para todos os fins entende-se que as pessoas maiores são capazes de exercer seus direitos. Em havendo ação de Interdição será constatado, mediante perícia médica, quais atos exigirá a presença de um assistente, o qual lhe acompanhará na tomada da decisão, é o que chama-se de instituto da decisão apoiada. Tanto é assim que o artigo 753, parágrafo 2º do CPC diz que “o laudo pericial indicará especificamente, se for o caso, os atos para os quais haverá a necessidade de curatela”. Destaque para o seguinte trecho “se for o caso”. d) Pródigos: a proteção que se dá aos pródigos decorre da necessidade de preservação de seus bens e do seu mínimo existencial, caso contrário, em face do seu comportamento benevolente, acabaria dilapidando seu patrimônio, colocando em risco sua vida e de sua família. É necessário a constatação de três requisitos para a interdição do pródigo: que os gastos sejam habituais, que sejam excessivos e que coloque em risco sua vida ou de sua família. Obs.: a interdição de um pródigo apenas afetará a possibilidade de ele praticar os atos civis patrimoniais, mas para atos que não tenham necessariamente cunho patrimonial (casar, divorciar...), ele poderá o fazer sem a anuência do curador.
AQUISIÇÃO DE CAPACIDADE
MAIORIDADE CIVIL É alcançada quando a pessoa completa 18 anos de idade, adquirindo a capacidade de exercício. Importa anotar, no entanto, que maioridade civil não se confunde com capacidade civil. Assim, uma menina com 15 anos, casada com autorização judicial por causa de gravidez, é plenamente capaz, pois, com o casamento, emancipou-se.
EMANCIPAÇÃO É o instituto jurídico pelo qual se antecipa a capacidade civil dos menores de 18 anos de idade. Destaca-se que, após a concessão da emancipação, ela jamais poderá ser revogada (característica da irrevogabilidade), no entanto poderá ser anulada em caso de erro, dolo ou coação. Não sendo revogável, ela possui outra característica que é a perpetuidade da emancipação. Por fim, a emancipação é pura e simples, ou seja, não é possível vinculá-la a uma condição. A emancipação pode ser feita de três formas: emancipação voluntária (Será voluntária quando os pais, conjuntamente e mediante escritura pública, concederem ao filho menor de 18 e maior de 16 anos. Destaca-se que a concessão da emancipação deverá ser registrada em Cartório de Registro Civil, a qual não depende de homologação judicial.); emancipação judicial(O menor de 18 anos e maior de 16 anos de idade poderá ter sua emancipação concedida por sentença judicial, após manifestação do Ministério Público, sendo a referida decisão inscrita no Cartório de Registro Civil. Duas possibilidades: a) Jurisdição voluntária: o adolescente requer a emancipação; b) Jurisdição contenciosa: quando existir divergência entre os pais; e emancipação legal. (É aquela que ocorre automaticamente, em face da legislação assim a determinar. Casos: a) casamento para maiores de 16 anos; b) casamento decorrente de gravidez: segundo alguns autores este entendimento é o único que permite o casamento de menores de 16 anos; c) pelo exercício de emprego efetivo; d) colação de grau em curso superior; e) estabelecimento civil ou comercial que lhe proporcione renda para o mínimo existencial; f) relação de emprego que lhe proporcione renda para o mínimo existencial).
Contrato
é o negócio jurídico, fundado no acordo de vontades que tem por fim criar, modificar ou extinguir um direito. Contrato é todo ato humano, lícito, capaz de adquirir, transferir, modificar, ou extinguir uma relação jurídica (contrato em sentido lato). 
Quando as obrigações que se formam no contrato são recíprocas, este é bilateral; quando são pertinentes somente a uma das partes, se diz unilateral. Para que o contrato seja válido, é preciso que seu objeto seja lícito e possível, e as partes contratantes sejam capazes, isto é, estejam legalmente aptas para contratar.
INEFICÁCIA DO CONTRATO
A invalidade do contrato é a falta ou o vício de um dos pressupostos ou requisitos contratuais, como ocorre com o contrato celebrado pelo absolutamente incapaz. Da invalidade pode ocorrer a nulidade ou a anulabilidade do contrato. Ineficaz é o contrato, que, embora válido, não produz seus efeitos devido à existência de um obstáculo extrínseco.
Nos contratos anuláveis, as nulidades podem ser arguidas somente pelos interessados, podem ser sanadas e enquanto não declarado nulo, o contrato produz normalmente seus efeitos.
Os contrato anuláveis podem restabelecer-se por três modos: pela confirmação ou ratificação que é a renúncia da faculdade de pedir a anulação do contrato; pela convalidação, que é o suprimento posterior da omissão e pela prescrição, que é a extinção do direito à anulação pelo decurso do tempo.
	CONTRATO NULO
	CONTRATO ANULÁVEL
	A nulidade pode ser arguida por qualquer interessado.
	A anulabilidade será arguida apenas pelos titulares dos interesses em “!acordo” no contrato.
	Para que se declare a nulidade do contrato, não é preciso provocação, pois cabe ao juiz ex officio, pronunciar quanto à nulidade do contrato, se ninguém o fizer.
	Para que se declare a anulabilidade do contrato, esta deverá ser arguida pela parte que a lei protege.
	A nulidade se dá pela violação de ordem pública ou mandamento coativo que tutela o interesse geral.
	A anulabilidade se dá pela violação de normas que visam proteger o outro contratante.
	O contrato nulo perde seus efeitos desde a sua formação. “ex tunc”
	O contrato anulável tem seus efeitos válidos enquanto não se declara sua invalidade por sentença e só sofre alteração a partir daí. “ex nunc”
	A nulidade é insanável e perpétua, sendo que o contrato nulo não se restabelecerá com o decurso do tempo.
	A anulabilidade é sanável sendo que o contrato anulável é passível de restabelecimento.
	A nulidade produz efeitos “ex tunc”.
	A anulabilidade produz efeitos “ex nunc”.
PRINCÍPIOS DO DIREITO CONTRATUAL
Princípio da Autonomia da Vontade
A autonomia da vontade é o poder que possui o indivíduo de suscitar, mediante declaraçãode sua vontade, efeitos reconhecidos e tutelados pela ordem jurídica.Por esse princípio, a liberdade de contratar domina completamente.
Princípio do consensualismo
Em matéria contratual, o consensualismo significa, havendo acordo de vontade, qualquer forma contratual é válida (verbal, silêncio, mímica, telefone, e-mail), excetuando-se atos solenes que exijam formalidades legais, ou seja, só será exigida forma quando a lei ordenar.
Princípio da obrigatoriedade da convenção
O contrato uma vez elaborado segundo os requisitos legais, se torna obrigatório entre as partes, que dele  não se podem desligar, constituindo-se em uma espécie de lei aplicada  entre os contratantes  a ser fielmente cumprida – “pacta sunt servanda”.O direito contemporâneo  tem abrandado este princípio, fortalecendo sensivelmente a cláusula “rebus sic stantibus” (até que as coisas continuem como estão), também chamada de teoria da imprevisão. Com isto, permite-se a revisão judicial ou um reajuste dos termos do contrato, quando a situação de uma das partes tiver sofrido mudança imprevista e impossível de se prever.
Teoria da Imprevisão
O contrato constitui uma espécie de lei privada entre as partes pactuantes “pacta sunt servanda” (os pactos devem ser respeitados). Por este princípio (obrigatoriedade das convenções), o contrato vincula as partes, não podendo estas se liberarem, senão através do destrato ou da impossibilidade da prestação, provocada por Caso fortuito ou força maior.
Princípio da relatividade dos efeitos
Este princípio encerra a ideia de que os efeitos do contrato são impostos somente às partes, não aproveitando e nem prejudicando terceiros.
Princípio da probidade e da boa-fé
Para o direito a boa-fé é presumida, ou seja, as pessoas têm por instinto agir de boa-fé, cabendo, no entanto, prova em contrário. Exemplo: por expressa disposição legal, o contrato de seguro deverá ser interpretado com base no princípio da boa-fé.
Limitações à Liberdade de Contratar
Como regra, a liberdade de contratar não pode ser limitada, no entanto, duas exceções ao princípio da autonomia da vontade, estão insertas no Código Civil.
a) a ordem pública:
A Lei de ordem pública fixa, no direito privado, as bases jurídicas fundamentais sobre as quais repousa a moral da sociedade. Toda a vez que o interesse individual colidir com o da sociedade, o desta última prevalecerá – “ius publicum privatorum pactis derrogare non potest” – os princípios de ordem pública não podem ser alterados por convenção entre particulares.
b) os bons costumes:
Bons costumes são hábitos baseados na tradição e não na lei, O princípio da autonomia da vontade esbarra nas regras morais não reduzidas a escrito, mas aceitas pelo grupo social.
Quanto à sua natureza, os contratos se classificam em:
Unilaterais – São aqueles que se aperfeiçoam por uma só obrigação. Ex: o Testamento, Doação.
Bilaterais – São os que se aperfeiçoam por reciprocidade de obrigações. Ex: Escrituras de compra e venda. Contrato bilateral, ou seja, aquele em que as obrigações dos contratantes são recíprocas. Exemplos: compra e venda e locação.
Onerosos – Contrato a Título Oneroso – São aqueles onde há sacrifício patrimonial para ambas as partes. Ex: compra e venda.
Gratuitos – São aqueles onde há um sacrifício patrimonial, apenas, para uma das partes. Ex: doação.
Comutativos – São os contratos onde as prestações se cumprem simultaneamente. Ex: Compra e venda.
Aleatórios – São os contratos onde as prestações são deferidas para o futuro. Ex: contrato de Seguro.
Contratos paritários –  as partes estipulam cláusulas em pé de igualdade. A balança está equilibrada. Ex.: compra e venda.
Contratos por adesão –  umas das partes apenas adere à proposta da outra, não podendo discutir as cláusulas contratuais. A balança está desequilibrada. Ex.: fornecimento de água.
Contrato Inominado – Contrato que, embora não vedado em lei, não se acha especificado, disciplinado formalmente no direito positivo. Daí a expressão inominado. Não tendo regulamentação especial, são disciplinados pela analogia com os contratos nominados e pelos princípios gerais de direito.
Contrato Principal –  Contrato dotado de existência independente de um contrato preliminar.
Contrato Sinalagmático – Do grego synallagmatikós, recíproco. Adjetivação daquilo que é bilateral, recíproco, que importa em igualdade de direitos e deveres para as partes contratantes. Contrato em que as partes assumem obrigações recíprocas. Também denominado bilateral.
Quanto ao tempo, os contratos se classificam em:
Contratos instantâneos – aqueles em que as prestações se executam no momento da celebração do contrato. Ex.: compra e venda à vista.
Contratos de trato sucessivo – são aqueles em que não é possível sua satisfação em um só momento. Ex.: seguro.
Quanto às pessoas, os contratos se classificam em:
Contratos pessoais – são realizados em razão da pessoa, com base na anca recíproca entre as partes e só podem ser executados pelo próprio devedor. Ex.: mandato.
Contratos impessoais – quando a pessoa do outro contraente não é elemento determinante para a conclusão do contrato.
EFEITOS DO CONTRATO
Vícios redibitórios: Defeito oculto na coisa recebida em virtude de contrato comutativo que a torna imprópria ao uso a que é destinada ou lhe diminua o valor. O conhecimento do vício ensejaria a não realização do negócio.
Evicção – do latim “evincere”, vencer, triunfar, desapossar. Ato judicial pelo qual alguém reivindica o que é seu e que lhe tinha sido tirado; ação judicial pela qual o vendedor responde perante o comprador, caso a venda da coisa se torne passível de nulidade ou tenha havido fraude na compra anterior.É a perda total ou parcial de uma coisa (bem jurídico), em virtude de sentença que a atribui a terceira pessoa.Ou seja, é a perda total ou parcial de uma coisa, que sofre seu adquirente, em consequência de reivindicação judicial promovida pelo verdadeiro dono ou possuidor. Perda total ou parcial do domínio, ou uso, de uma coisa em virtude de sentença, que a atribui a outrem. 
Arras: popularmente conhecidas tão-somente por “sinal”, são a importância dada por um dos contratantes ao outro, com a finalidade precípua de firmar a presunção de acordo final e tornar obrigatório o ajuste, presumindo-se que contrato está definitivamente cumprido. Embora as arras formem presunção de acordo final, elas podem assegurar, conforme for estipulado, o direito a arrependido, evidenciando-se duas espécies: confirmatórias e penitenciais.As arras confirmatórias consistem na entrega de quantia ou coisa, feita por um contratante ao outro em firmeza do contrato e como garantia de que será cumprido. Usam-se, precisamente, para impedir o arrependimento de qualquer das partes. Quando não se atribui às arras expressamente outra finalidade, devem ser consideradas confirmatórias. As arras dadas na elaboração no ato de formação do contrato ou na conclusão deste constituem princípio de pagamento. As arras penitenciais (art. 1.095 do CC) são aqueles em que se estipulem o direito de arrependimento, com a perda das arras se o arrependido foi quem as deu, ou pelo pagamento em dobro se, a “contrario sensu”, o arrependido foi quem as recebeu.
Direito de retenção: O direito de retenção gera o seu titular uma exceção dilatória. Não impede a condenação à entrega de coisa, mas subordina a eficácia da sentença à prévia satisfação do crédito daquele que detém a “jus retentionis”. Por isso, se o título executivo refere-se a entrega de coisa benfeitorizada pelo devedor, ou por terceiro, antes da execução é obrigatória a liquidação do valor das obras ou melhoramentos a serem indenizados pelo credor (Art. 628), o que se fará de acordo com o disposto nos arts. 603 a 610. A execução só terá início depois do depósito do valor das benfeitorias.  
Obrigações
Obrigação é a relação jurídica, de caráter transitório, estabelecida entre devedor e credor e cujo objeto consiste numa prestação pessoal econômica, positiva ou negativamente, devida pelo primeiroao segundo, garantindo-lhe o adimplemento através de seu patrimônio.
Credor → Prestação ← Devedor
Vínculo Jurídico
Credor e Devedor (Sujeito Ativo e Passivo) - representado por uma pessoa física ou jurídica na relação obrigacional;
Objeto - a prestação;
Vínculo Jurídico - é a relação entre o credor e o devedor.
Esta relação poderá ser obrigação de dar, obrigação de fazer e obrigação de não fazer.
Classificação das Obrigações
Obrigação de dar
É a obrigação de entregar uma quantia de dinheiro ou algo a alguém ou simplesmente dar. Aqui uma pessoa poderá restituir a dívida que deve. Assim é preciso dar (nos casos em que a prestação é essencial para pagamento da dívida), entregar (nos casos em que a prestação é o usufruto da coisa) ou restituir (quando o devedor devolve algo que recebeu do credor). Essa obrigação poderá ser dividida em:
Obrigação de dar coisa certa - o devedor entrega um bem com características individuais, específico. Ex.: Empréstimo de carro, sendo que a devolução deve ser um mesmo carro, com cor, ano, marca, etc., iguais ao anterior.
Obrigação de dar coisa incerta - o devedor deverá pagar um bem que não, necessariamente, precisa ser semelhante, mas com mesma quantidade e gênero. Ex.: No empréstimo do carro deverá devolver um com o mesmo valor, não importando as outras características.
Obrigação de fazer
É quando uma pessoa se compromete a pagar uma dívida em prol da atividade profissional desejada. Ex.: pintura de um quadro. Pode ser classificada como:
Obrigação de fazer fungível - aquela dívida que pode ser paga por outra pessoa que não seja o devedor.
Obrigação de fazer infungível - dívida que somente pode ser paga pelo devedor.
Obrigação de fazer declaração de vontade - quando há um contrato de compromisso entre o credor e o devedor e existe um adiantamento em dinheiro/bem chamado de 'arras'. Esse contrato pode ser retratável (arrependimento), caso o comprador desista da compra há uma perda do dinheiro/bem, mas caso o vendedor desista, este deverá dar uma indenização em dobro ao valor do adiantamento; o contrato poderá ser também irretratável, ambas as partes não poderão se arrepender do acordo.
Obrigação de não fazer
É quando o devedor se compromete a não realizar determinado ato, em função do vínculo estabelecido com o credor. Ex.: direitos de imagem de um artista, que só poderá aparecer com exclusividade em determinada emissora.
Com relação ao modo de execução as obrigações são classificadas em:
Obrigações Simples - quando existe um credor e um devedor. Ex.: Obrigação de dar, de fazer e de não fazer.
Obrigações Complexas - quando há mais de um credor/devedor ou mais de um objeto. Podem ser:
Cumulativas ou Conjuntas - quando há mais de uma obrigação e o devedor só se livrará da dívida se cumprir todas as obrigações.
Alternativas - quando há mais de uma obrigação e o devedor poderá optar por livrar-se apenas de uma.
Facultativas - quando é definida uma obrigação, porém o devedor poderá, a seu critério, realizar o pagamento de outra prestação.
Descumprimento das Obrigações
Na relação obrigacional, se há um cumprimento daquilo que fora combinado entre os sujeitos, há uma extinção pelo cumprimento não gerando consequências para o campo jurídico. Mas, se essas obrigações são descumpridas, a vítima que foi lesada deverá recorrer a justiça que tal obrigação seja cumprida.
Na obrigação de dar é possível exigir esse direito através da força legal, ou seja, se o devedor não pagou a dívida ou entregou o bem como havia definido, estes poderão ser tomados, numa ação judicial, para penhora ou vendidos para pagamento da dívida.
Já a obrigação de fazer, quando não é cumprida tem uma solução diferente. Em casos em que há obrigações de fazer infungível, o credor poderá requisitar perdas e danos ou ainda executar uma ação judicial reivindicando um prazo para o cumprimento da dívida.
Se as obrigações de fazer forem fungíveis, o credor poderá requerer perdas e danos, mas também o poderá contratar outros serviços às custas do devedor.
Quanto a obrigação de não fazer, se ela for descumprida, o devedor deverá abster-se daquilo que foi comprometido. Ele pode requerer perdas e danos ou se possível, desfazer o acordo.
Cláusula Penal
É uma cláusula que está presente no contrato relacionada a perdas e danos.
Se houver um descumprimento no contrato, a vítima já poderá recorrer a perdas e danos, mas se as partes interessadas decidirem, já poderá constar no contrato uma cláusula com o valor das perdas e danos caso haja esse descumprimento total ou parcial da obrigação. Essa cláusula pode ser moratória (quando houver mora) ou compensatória (quando houver inadimplemento).
Mora: é quando há uma demora no cumprimento do contrato. Assim, a multa cobrada é de 2% nas obrigações.
Inadimplemento: é quando há o descumprimento total do contrato.
Essa cláusula não poderá ser superior ao valor da obrigação principal; e a moratória não poderá ultrapassar 2%.
Efeitos das Obrigações
O recibo é o principal instrumento para comprovar que foi cumprida determinada obrigação e, o sujeito fica livre de pagá-la novamente.
Dação em pagamento - quando o credor aceita receber outra coisa no lugar do pagamento. Mas isso só será permitido se houver uma permissão prévia do credor.
Novação - é quando é criado uma dívida nova para eliminar e suprir a dívida anterior. Ex.: se o sujeito deve ao banco R$ 10.000,00 e não tem condições de realizar o pagamento, a instituição reúne-se com esse devedor a fim de saldar a dívida, o credor reduz o valor da dívida e se esse valor for pago pelo devedor ocorre uma novação. Assim, se o nome do devedor estiver com restrição de crédito, ao pagar a dívida, ele limpa o seu nome.
Compensação - quando ambos (devedor e credor) tem uma dívida um com o outro, eles podem utilizar os 'créditos recíprocos'. Essa obrigação somente deve ser aceita se a dívida estiver vencida. Se um sujeito deve R$ 500,00 para outro, e este deve R$ 300,00 para o primeiro, ao invés de um pagar para o outro, compensa-se os créditos e , somente o primeiro sujeito pagará R$ 200,00 para o segundo.
Transação - concordância de ambas as partes para encerrar um conflito. Ex.: em um processo trabalhista, a empresa estipula um valor para o ex-funcionário que se sentiu lesado e em concordância com ele encerra um conflito que poderia demorar, representando riscos para a empresa.
Remissão das dívidas - é quando o credor perdoa a dívida. Esse ato é chamado de 'ato voluntário de liberalidade'.
Direito das Sucessões
O Direito das Sucessões, presente no Direito Civil, é o conjunto de normas e princípios que disciplinam e tratam da transmissão ou transferência do patrimônio de alguém que morreu aos sucessores, seja por força da lei ou por testamento. O direito à sucessão é garantido pela constituição e implica no sujeito – herdeiro, que assumirá os direitos e obrigações de seu antigo titular; isto é, não se trata da extinção da relação jurídica do falecido, e sim da substituição de direitos, não vigorando o princípio de que “a morte dissolve tudo”.
Herança: é o total do patrimônio transmitido, também chamado de acervo, massa ou monte hereditário;
Autor da Herança: é o falecido.
Sucessor: são aqueles que dão continuidade às relações jurídicas do falecido.
Herança e Legado: constituem o patrimônio transmissível. A diferença é que o legado consiste na individualização de bens pelo falecido conferidos a determinada pessoa, e na herança não há tal individualização, pois o herdeiro recebe uma porcentagem não especificada;
Legítima e Porção Disponível: O herdeiro legítimo é contemplado na ordem hereditária, ou seja, legítima é a parte do patrimônio que será transferida aos ascendentes e descendentes referidos na lei, mesmo que esta não fosse a vontade do falecido. Porção Disponível é a parcela do acervo em que o indivíduo poderá dispor de forma livre, como por exemplo, contemplando parentes, estranhos, instituições etc. Na porção disponível domina a liberdade de acordo com a vontade própria; nalegítima, impera a vontade da lei;
Inventário: é o processo judicial que divide o patrimônio entre os sucessores, podendo ser substituído por arrolamento sumário, que é uma processo mais simplificado e ocorre quando os herdeiros são maior de idade, capazes e estão de acordo com a partilha de bens;
Herança Jacente e Herança Vacante: herança jacente ocorre quando uma pessoa falece e deixa um patrimônio sem herdeiros ou há uma expectativa de herdeiros de existência ignorada. Quando isso acontece, o Estado arrecada os bens e realiza um inventário. Após um ano da conclusão do inventário e sem aparecer nenhum herdeiro, a herança é declarada vacante. Cinco dias após a abertura da sucessão, a herança vacante é revertida ao domínio público.
Direito de Família
O Direito de Família é um segmento do Direito Civil que regulamenta e disciplina, através de um conjunto de princípios e regras, as relações pessoais originarias do matrimônio, união estável ou parentesco, além de institutos complementares da tutela e curatela. Família é uma realidade social e compõe a base do Estado, merecendo a mais ampla proteção do mesmo.
Os princípios do Direito de Família são:
Dignidade da pessoa humana, que corresponde ao amparo de cada um dos membros da família;
Igualdade jurídica dos cônjuges e dos companheiros, no que diz respeito aos direitos, deveres e o emprego das mesmas regras e princípios que serão exercidos igualmente pelo homem e pela mulher;
Igualdade jurídica de todos os filhos, tendo sido eles concebidos no casamento, fora dele ou por meio de adoção. Todos terão os mesmos direitos, sendo proibido qualquer tipo de discriminação;
Paternidade responsável e planejamento familiar, no que diz respeito à liberdade do casal em constituir uma comunhão familiar, seja pelo casamento ou pela união estável;
Princípio da comunhão plena e afetividade baseado no vínculo solidário entre os membros da família.
Casamento
Os conceitos e formas do casamento sofrem muitas variações culturais, mas de uma forma geral, é a união estabelecida pela comunhão de vida baseada na igualdade de direitos e obrigações legais. No Brasil, a idade mínima permitida para o casamento é de 16 anos, mas como nesta idade ainda não há a capacidade plena, necessitam da autorização dos pais ou responsáveis legais.
Dos impossibilitados de casar, alguns exemplos são:
ascendentes com descendentes, seja por parentesco biológico ou civil;
adotado com o filho do pai adotivo;
o viúvo com o condenado por homicídio contra o cônjuge falecido.
Comunhão parcial de bens
Nesse regime, os bens adquiridos antes do casamento não se comunicam entre os cônjuges, assim como doações e heranças. Mas, os adquiridos durante a união passam a ser patrimônio comum do casal. Sobre os bens comuns, cada cônjuge terá sua parte no patrimônio, que é dividido igualmente.
Comunhão universal de bens
No Brasil, até 1977, o regime de comunhão universal de bens era o regime oficial, no qual em caso do casal não se manifestar em sentido contrário, esse regime regulava as relações patrimoniais após o casamento.
Nesse regime, os bens adquiridos antes e durante o casamento se comunicam entre os cônjuges, inclusive doações e heranças, formando um patrimônio comum ao casal.
Importante: quando há o termo “comunhão” no nome do regime de bens, há “meação”. A meação indica que metade do patrimônio acumulado por um casal será de cada cônjuge. Porém, enquanto no regime de comunhão parcial a meação ocorre somente para os bens comuns ao casal, na comunhão universal a meação ocorre para todos os bens (particulares e comuns).
Separação de bens
No regime de separação de bens, os bens adquiridos antes e durante o casamento não se comunicam entre os cônjuges. Dessa forma, o casal escolhe, ainda em vida, como ocorrerá a distribuição dos bens adquiridos durante o período do casamento.
O Código Civil impõem que, nesse regime de casamento, os dois cônjuges contribuam para as despesas do casal na proporção dos seus rendimentos, a não ser que ajustem de modo diverso, o que poderá ser feito no pacto antenupcial.
Por exemplo: se o cônjuge “A” ganha o dobro do que recebe o cônjuge “B”, esse cônjuge “A” deverá arcar com as despesas do casal com o dobro da participação do cônjuge “B”, a não ser que tenham ajustado outra proporção para as respectivas contribuições.
Separação total/convencional de bens
O regime da separação total de bens prevê que não haverá comunhão de qualquer bem ou dívida, seja anterior ou posterior ao casamento, adquirido a título oneroso ou gratuito. Rege-se pela máxima: “o que é meu é meu, o que é seu é seu”.
Separação obrigatória de bens
Esta modalidade de regime de bens é idêntica à separação total de bens. No entanto, ela leva o nome de obrigatória porque este regime é imposto em situações específicas, como nos casos de casamento de pessoa com mais de 70 anos e daqueles que dependem de autorização judicial para casar (menores de idade, por exemplo).
Participação final nos aquestos
O regime da participação final nos aquestos é o menos utilizado no Brasil. Isso porque é um regime misto, “decorrendo de um mix entre as regras da separação convencional e da comunhão parcial de bens”, exigindo, por vezes, cálculos complexos a fim de se apurar a meação de cada cônjuge. Explica-se: no decorrer do casamento, são aplicadas as regras da separação total/convencional de bens. Mas, no momento do divórcio, serão aplicadas as normas da comunhão parcial de bens, partilhando-se os bens adquiridos onerosamente por cada um durante a união.
PROCESSO CIVIL
Recursos
QUAIS RECURSOS POSSUEM SUSTENTAÇÃO ORAL?
	Art. 937.  Na sessão de julgamento, depois da exposição da causa pelo relator, o presidente dará a palavra, sucessivamente, ao recorrente, ao recorrido e, nos casos de sua intervenção, ao membro do Ministério Público, pelo prazo improrrogável de 15 (quinze) minutos para cada um, a fim de sustentarem suas razões, nas seguintes hipóteses, nos termos da parte final do caput do art. 1.021:
I - no recurso de apelação;
II - no recurso ordinário;
III - no recurso especial;
IV - no recurso extraordinário;
V - nos embargos de divergência;
VI - na ação rescisória, no mandado de segurança e na reclamação;
VIII - no agravo de instrumento interposto contra decisões interlocutórias que versem sobre tutelas provisórias de urgência ou da evidência;
PRESSUPOSTOS RECURSAIS
	Intrínsecos – Direito de recorrer
	Extrínseco – modo do exercício de recorrer
	Cabimento – Quais recursos são cabíveis de determinadas decisões.
	Tempestividade – Prazo para interposição - Prazos: Art 1003, § 5o Excetuados os embargos de declaração, o prazo para interpor os recursos e para responder-lhes é de 15 (quinze) dias.
 
	Interesse – Condicionada à sucumbência ou interesse material de discussão.
	Preparo – Custas com o processamento do recurso - Fique atento para o preparo! As regras estão mais flexíveis! Art. 1.007!! § 2o (custas complementares em 5 dias) e § 4o (na ausência de pagamento, haverá intimação para pagamento das  custas em dobro sob pena de deserção  do recurso).
	Legitimidade – Quem pode interpor o recurso – partes, MP, defensoria, terceiro interessado.
	Regularidade Formal – Forma de apresentação dos recursos.
	Inexistência de súmula impeditiva – O recurso fica com sua admissibilidade condicionada a ausência de súmula impeditiva.
	Inexistência de fatos extintivos ou impeditivos do direito de recorrer – Trata-se da renúncia/confissão sobre o direito e desistência do recurso.
	EFEITO OBSTATIVO - O efeito obstativo diz respeito à preclusão temporal e sua relação com a interposição do recurso
	EFEITO DEVOLUTIVO - Por efeito devolutivo entende-se a transferência ao órgão ad quem do conhecimento de matérias que já tenham sido objeto de decisão no juízo a quo.
	EFEITO SUSPENSIVO - O efeito suspensivo diz respeito à impossibilidade de a decisão impugnada gerar efeitos enquanto não for julgado o recurso interposto.
	EFEITO TRANSLATIVO - Por efeito translativo entende-sea possibilidade de o tribunal conhecer determinadas matérias de ofício no julgamento do recurso. Tradicionalmente associado às matérias de ordem pública (processuais e materiais), também se aplica o princípio ora analisado àquelas matérias que, apesar de não serem propriamente de ordem pública, contam com expressa previsão legal no sentido de poderem ser conhecidas de ofício pelo juiz. É o caso, por exemplo, da prescrição, que, apesar de não ser uma matéria de ordem pública – afinal, pode ser objeto de renúncia nos termos do art. 191 do CC –, pode ser conhecida de ofício no julgamento de recurso em razão da previsão contida nos arts. 332, § 1º e 487, parágrafo único, ambos do Novo CPC.
	EFEITO SUBSTITUTIVO - Previsão do art. 1.008 do Novo CPC determina que o julgamento do recurso substituirá a decisão recorrida, nos limites da impugnação. A interpretação literal do dispositivo legal, entretanto, não se mostra a mais correta, considerando-se ser uníssono na doutrina o entendimento de que a substituição da decisão recorrida pelo julgamento do recurso somente ocorre na hipótese de julgamento do mérito recursal, e ainda assim a depender do resultado de tal julgamento. Não sendo recebido ou conhecido o recurso, não há que falar em efeito substitutivo, porque nesse caso o julgamento do recurso não toma o lugar da decisão recorrida, que se mantém íntegra para todos os fins jurídicos, à exceção da contagem inicial da ação rescisória, que somente ocorrerá, por razões pragmáticas, a partir da data do último julgamento realizado no processo.
	EFEITO REGRESSIVO- O efeito regressivo permite que por via do recurso a causa volte ao conhecimento do juízo prolator da decisão. O efeito ora analisado está presente em todas as espé
RECURSO DE APELAÇÃO ART. 1009!
	Caberá da sentença
	Prazo de 15 dias
	Interposta no juízo a quo, com pedido de remessa com o devido processamento e será apreciado pelo juízo ad quem.
	Possui efeito devolutivo e efeito suspensivo. Contudo, o efeito suspensivo possui exceção: I - homologa divisão ou demarcação de terras;
II - condena a pagar alimentos;
III - extingue sem resolução do mérito ou julga improcedentes os embargos do executado;
IV - julga procedente o pedido de instituição de arbitragem;
V - confirma, concede ou revoga tutela provisória;
VI - decreta a interdição.
	Haverá juízo de admissibilidade, mas será remetido ao tribunal competente independentemente da admissibilidade. Art. 1010 § 3o
	O tribunal irá julgar, podendo anular, decidir, remeter ao juízo a quo, suprir determinados vícios. § 3o Se o processo estiver em condições de imediato julgamento, o tribunal deve decidir desde logo o mérito quando:
I - reformar sentença fundada no art. 485;
II - decretar a nulidade da sentença por não ser ela congruente com os limites do pedido ou da causa de pedir;
III - constatar a omissão no exame de um dos pedidos, hipótese em que poderá julgá-lo;
IV - decretar a nulidade de sentença por falta de fundamentação.
TEORIA DA CAUSA MADURA**
	Embora a inovação recursal seja proibida, o artigo1.014 prevê que: as questões de fato não propostas no juízo inferior poderão ser suscitadas na apelação, se a parte provar que deixou de fazê-lo por motivo de força maior. Assim, poderão ser arguidas, questões de fato que há época da interposição do recurso não seriam possíveis em razão de força maior!
	INOVAÇÃO!! Das decisões que não são impugnáveis por agravo de instrumento, caberá impugnação em preliminar de apelação!!! Ou seja, afasta a preclusão!!!! Art. 1009 §º 1. Tal hipótese existe em razão da extinção do recurso de agravo retido!
	ATENÇÃO ! Art. 942.  Quando o resultado da apelação for não unânime, o julgamento terá prosseguimento em sessão a ser designada com a presença de outros julgadores, que serão convocados nos termos previamente definidos no regimento interno, em número suficiente para garantir a possibilidade de inversão do resultado inicial, assegurado às partes e a eventuais terceiros o direito de sustentar oralmente suas razões perante os novos julgadores.
§ 1o Sendo possível, o prosseguimento do julgamento dar-se-á na mesma sessão, colhendo-se os votos de outros julgadores que porventura componham o órgão colegiado.
§ 2o Os julgadores que já tiverem votado poderão rever seus votos por ocasião do prosseguimento do julgamento.
Como não há mais os embargos infringentes, há essa nova tendência quanto ao julgamento do recurso**
	 
AGRAVO DE INSTRUMENTO ART. 1015!
	Hipóteses de cabimento - Art. 1.015.  Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem sobre:
I - tutelas provisórias;
II - mérito do processo; (Art.356)
III - rejeição da alegação de convenção de arbitragem;
IV - incidente de desconsideração da personalidade jurídica;
V - rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento do pedido de sua revogação;
VI - exibição ou posse de documento ou coisa;
VII - exclusão de litisconsorte;
VIII - rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio;
IX - admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros;
X - concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos embargos à execução;
XI - redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, § 1o;
XII - (VETADO);
XIII - outros casos expressamente referidos em lei. (Desta forma, embora haja previsões, o dispositivo não tem a intenção de exaurir todas as hipóteses)
Parágrafo único.  Também caberá agravo de instrumento contra decisões interlocutórias proferidas na fase de liquidação de sentença ou de cumprimento de sentença, no processo de execução e no processo de inventário.
	Opa, Agravo de instrumento em mérito? Sim, o CPC/2015 apresenta essa nova modalidade de impugnação, é exatamente o caso de julgamento parcial antecipado, previsto no artigo 356 do CPC. Nesses casos, o recurso a ser utilizado é o Agravo de Instrumento, e é necessária muita atenção, pois em caso de perda de prazo, haverá preclusão consumativa, ou seja, não poderá ser questionada tal matéria em sede de apelação.
Art. 356.  O juiz decidirá parcialmente o mérito quando um ou mais dos pedidos formulados ou parcela deles:
I - mostrar-se incontroverso;
II - estiver em condições de imediato julgamento, nos termos do art. 355.
§ 1o A decisão que julgar parcialmente o mérito poderá reconhecer a existência de obrigação líquida ou ilíquida.
§ 2o A parte poderá liquidar ou executar, desde logo, a obrigação reconhecida na decisão que julgar parcialmente o mérito, independentemente de caução, ainda que haja recurso contra essa interposto.
§ 3o Na hipótese do § 2o, se houver trânsito em julgado da decisão, a execução será definitiva.
§ 4o A liquidação e o cumprimento da decisão que julgar parcialmente o mérito poderão ser processados em autos suplementares, a requerimento da parte ou a critério do juiz.
§ 5o A decisão proferida com base neste artigo é impugnável por agravo de instrumento.
	É apreciado pelo juízo ad quem, devendo ser endereçado ao Tribunal, mas ATENÇÃO, o art. 1017 prevê que seu protocolo poderá ser realizado : § 2o  No prazo do recurso, o agravo será interposto por:
I - protocolo realizado diretamente no tribunal competente para julgá-lo;
II - protocolo realizado na própria comarca, seção ou subseção judiciárias;
III - postagem, sob registro, com aviso de recebimento;
IV - transmissão de dados tipo fac-símile, nos termos da lei;
V - outra forma prevista em lei.
	Prazo: 15 dias
Efeitos: Não possui efeito suspensivo, mas poderá ser concedido a depender da provocação da parte
	Detalhe importante ! Art. 1.017.  A petição de agravo de instrumento será instruída:
I - obrigatoriamente, com cópias da petição inicial, da contestação, da petição que ensejou a decisão agravada, da própria decisão agravada, da certidão da respectiva intimação ou outro documento oficial que comprove a tempestividade e das procurações outorgadas aos advogados do agravante e do agravado;
II - com declaração de inexistência de qualquer dos documentos referidos no inciso I, feitapelo advogado do agravante, sob pena de sua responsabilidade pessoal;
III - facultativamente, com outras peças que o agravante reputar úteis.
	E SE FOR PJE? § 5o Sendo eletrônicos os autos do processo, dispensam-se as peças referidas nos incisos I e II do caput, facultando-se ao agravante anexar outros documentos que entender úteis para a compreensão da controvérsia.
	CUIDADO !! § 2o Não sendo eletrônicos os autos, o agravante tomará a providência prevista no caput, no prazo de 3 (três) dias a contar da interposição do agravo de instrumento.
§ 3o O descumprimento da exigência de que trata o § 2o, desde que arguido e provado pelo agravado, importa inadmissibilidade do agravo de instrumento.
 
	Importante destacar: Quando for realizada a juntada da petição de interposição, o juiz poderá realizar a retratação, e caso entenda ter razão, poderá informar ao relator do recurso que o pleito encontra-se prejudicado.
AGRAVO INTERNO ART. 1021!
	Cabimento - Art. 1.021.  Contra decisão proferida pelo relator caberá agravo interno para o respectivo órgão colegiado, observadas, quanto ao processamento, as regras do regimento interno do tribunal.
	Prazo – 15 dias
	§ 2o O agravo será dirigido ao relator, que intimará o agravado para manifestar-se sobre o recurso no prazo de 15 (quinze) dias, ao final do qual, não havendo retratação, o relator levá-lo-á a julgamento pelo órgão colegiado, com inclusão em pauta.
	§ 3o É vedado ao relator limitar-se à reprodução dos fundamentos da decisão agravada para julgar improcedente o agravo interno.
Tal dispositivo está em perfeita consonância com as estipulações prévias do CPC/2015 no que tange a fundamentação das decisões judiciais
	§ 4o Quando o agravo interno for declarado manifestamente inadmissível ou improcedente em votação unânime, o órgão colegiado, em decisão fundamentada, condenará o agravante a pagar ao agravado multa fixada entre um e cinco por cento do valor atualizado da causa.
 
	§ 5o A interposição de qualquer outro recurso está condicionada ao depósito prévio do valor da multa prevista no § 4o, à exceção da Fazenda Pública e do beneficiário de gratuidade da justiça, que farão o pagamento ao final.
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO ART. 1022!
	Cabimento – Contradição, Omissão, Obscuridade e Corrigir Erro Material.
Parágrafo único.  Considera-se omissa a decisão que:
I - deixe de se manifestar sobre tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em incidente de assunção de competência aplicável ao caso sob julgamento;
Processamento: Será oposto ao juízo que proferir a decisão judicial.
	Prazo – O prazo para OPOSIÇÃO dos embargos é de 5 dias.
Efeitos – Não possuirão efeito suspensivo, salvo: Art. 1026 § 1o A eficácia da decisão monocrática ou colegiada poderá ser suspensa pelo respectivo juiz ou relator se demonstrada a probabilidade de provimento do recurso ou, sendo relevante a fundamentação, se houver risco de dano grave ou de difícil reparação.
Possui efeito interruptivo, o prazo será restituído após a sua apreciação, isso quer dizer que, se o embargo for oposto em momento que caberia também apelação, após o julgamento do embargo, o prazo para apresentação de apelação será totalmente restituído.
	MUITA ATENÇÃO!!! EMBARGOS INTEMPESTIVOS NÃO POSSUEM EFEITO INTERRUPTIVO!
	Embargos com efeito infringente – Condão de modificar a  decisão
Art. 1.023.  Os embargos serão opostos, no prazo de 5 (cinco) dias, em petição dirigida ao juiz, com indicação do erro, obscuridade, contradição ou omissão, e não se sujeitam a preparo.
§ 2o O juiz intimará o embargado para, querendo, manifestar-se, no prazo de 5 (cinco) dias, sobre os embargos opostos, caso seu eventual acolhimento implique a modificação da decisão embargada.
Art. 1024 § 4o Caso o acolhimento dos embargos de declaração implique modificação da decisão embargada, o embargado que já tiver interposto outro recurso contra a decisão originária tem o direito de complementar ou alterar suas razões, nos exatos limites da modificação, no prazo de 15 (quinze) dias, contado da intimação da decisão dos embargos de declaração.
	Pré-questionamento – O CPC trouxe importantíssima inovação, pois agora no que tange ao pré-questionamento da matéria, o Art. 1.025 afirma que: consideram-se incluídos no acórdão os elementos que o embargante suscitou, para fins de pré-questionamento, ainda que os embargos de declaração sejam inadmitidos ou rejeitados, caso o tribunal superior considere existentes erro, omissão, contradição ou obscuridade. A consequência jurídica de tal alteração atinge diretamente nos elementos necessários de admissibilidade dos Recursos Especial e Extraordinário.
	Multas art. 1026: § 2o Quando manifestamente protelatórios os embargos de declaração, o juiz ou o tribunal, em decisão fundamentada, condenará o embargante a pagar ao embargado multa não excedente a dois por cento sobre o valor atualizado da causa.
§ 3o Na reiteração de embargos de declaração manifestamente protelatórios, a multa será elevada a até dez por cento sobre o valor atualizado da causa, e a interposição de qualquer recurso ficará condicionada ao depósito prévio do valor da multa, à exceção da Fazenda Pública e do beneficiário de gratuidade da justiça, que a recolherão ao final.
§ 4o Não serão admitidos novos embargos de declaração se os 2 (dois) anteriores houverem sido considerados protelatórios.
A intenção é desinchar o judiciário e promover a devida celeridade nos processos judiciais.
 
RECURSO ESPECIAL ART. 1029 E SEGUINTES (RESPE)
	Cabimento – Art. 105 III da CF :
III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão recorrida:
a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência;
b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal; 
c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal.
Processamento: Será interposto no Juízo a quo, endereçado ao presidente/vice-presidente do Tribunal com pedido de envio das razões para o STJ, e será remetido ou não para o SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA, sua remessa fica condicionada ao juízo de admissibilidade.
ATENÇÃO: O Respe deverá ter a exposição de fatos e de direito; a demonstração de seu cabimento; e as razões de reforma ou de invalidade da decisão recorrida.
 
	Prazo: 15 dias (Esse prazo vale para Recurso Especial e Extraordinário, havendo, primeiramente a remessa para o STJ e posteriormente para o STF, caso necessite)
Efeito: Não possui efeito suspensivo, mas poderá ser requisitado pela parte a depender da matéria impugnada.
CUIDADO COM O PREPARO E REMESSA!
 
	MUITA ATENÇÃO! JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE – Além dos pressupostos intrínsecos e extrínsecos, os Recursos Especial e Extraordinário possuem peculiaridades. Em ambos os casos a matéria de impugnação deverá ter sido pré-questionada, ou seja, em algum momento ela deve ter sido suscitada e apreciada. (Agora com o CPC de 2015, os Embargos de Declaração poderão ser fundamentais).
Obs: Isso não implica dizer que poderá haver inovação recursal, a diferença é que como os recursos aos Tribunais Superiores são extremamente técnicos, deverá existir confronto do dispositivo, e não somente seu teor.
	AINDA JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE – No RESPE deverá ser demonstrado expressamente o dispositivo enfrentado (lei federal ou tratado internacional), sendo extremamente importante demonstrar o dissídio jurisprudencial.
DICA: O dissídio deverá ser apresentado em forma de cotejo analítico, com enfrentamento do acórdão paradigma X acórdão recorrido. Para fins de cotejo, não poderá ser apresentado acórdão do tribunal que proferiu a decisão, ou seja, deve-se buscar acórdãos de outros tribunais, preferencialmente os dos Tribunais Superiores, mas em sua ausência, TRFs e TJ de Estados diferentes, como já dito. O cotejo não é mera transcrição de acórdãos, mas sim a cópia do exato quesito impugnadocom a fundamental sobre o porquê da irresignação! Deverá ser indicado o endereço eletrônico e demais dados na transcrição dos acórdãos e/ou juntado à petição, cópia desses julgados. PARA FINS DE COTEJO, DEVERÃO SER UTILIZADOS ACÓRDÃOS, NÃO ERRE JUNTANDO DECISÕES MONOCRÁTICAS!
	FUNGIBILIDADE -  Art. 1.032.  Se o relator, no Superior Tribunal de Justiça, entender que o recurso especial versa sobre questão constitucional, deverá conceder prazo de 15 (quinze) dias para que o recorrente demonstre a existência de repercussão geral e se manifeste sobre a questão constitucional.
Parágrafo único.  Cumprida a diligência de que trata o caput, o relator remeterá o recurso ao Supremo Tribunal Federal, que, em juízo de admissibilidade, poderá devolvê-lo ao Superior Tribunal de Justiça.
 
	LEADING CASES E DEMANDAS REPETITIVAS –
É importante destacar que, em casos de matérias com grande repercussão e demandas repetitivas, poderão ser selecionados alguns recursos para representar todos os demais. Desta forma, os demais recursos interpostos de mesma matéria ficarão sobrestados, até a definição do entendimento.
A intenção é unificar o entendimento e garantir a segurança jurídica nos julgados.
RECURSO EXTRAORDINÁRIO ART. 1029 E SEGUINTES (RE)
	Cabimento – Art. 102, III CF:
III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida:
a) contrariar dispositivo desta Constituição;
b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;
c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição.
d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal.
Processamento: Será interposto no Juízo a quo, endereçado ao presidente/vice-presidente do Tribunal com pedido de envio das razões para o STF, e será remetido ou não para o SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, sua remessa fica condicionada ao juízo de admissibilidade.
ATENÇÃO: O RE deverá ter a exposição de fatos e de direito; a demonstração de seu cabimento; e as razões de reforma ou de invalidade da decisão recorrida.
 
	Prazo: 15 dias (Esse prazo vale para Recurso Especial e Extraordinário, havendo, primeiramente a remessa para o STJ e posteriormente para o STF, caso necessite)
Efeito: Não possui efeito suspensivo, mas poderá ser requisitado pela parte a depender da matéria impugnada.
CUIDADO COM O PREPARO E REMESSA!
 
	MUITA ATENÇÃO! JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE – Além dos pressupostos intrínsecos e extrínsecos, os Recursos Especial e Extraordinário possuem peculiaridades. Em ambos os casos a matéria de impugnação deverá ter sido pré-questionada, ou seja, em algum momento ela deve ter sido suscitada e apreciada. (Agora com o CPC de 2015, os Embargos de Declaração poderão ser fundamentais).
Obs: Isso não implica dizer que poderá haver inovação recursal, a diferença é que como os recursos aos Tribunais Superiores são extremamente técnicos, deverá existir confronto do dispositivo, e não somente seu teor.
	AINDA JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE – O Supremo Tribunal Federal é o guardião da constituição e é a última instância, em sua admissibilidade é fundamental demonstrar a existência de repercussão geral, e assim, o art. 1035:  § 1o Para efeito de repercussão geral, será considerada a existência ou não de questões relevantes do ponto de vista econômico, político, social ou jurídico que ultrapassem os interesses subjetivos do processo.
§ 2o O recorrente deverá demonstrar a existência de repercussão geral para apreciação exclusiva pelo Supremo Tribunal Federal.
 § 3o:  Haverá repercussão geral sempre que o recurso impugnar acórdão que:
I - contrarie súmula ou jurisprudência dominante do Supremo Tribunal Federal;
II – (Revogado);          (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016)   (Vigência)
III - tenha reconhecido a inconstitucionalidade de tratado ou de lei federal, nos termos do art. 97 da Constituição Federal.
Dessa forma, poderá ser arguida a repercussão quando a matéria tiver relevância seja por quantidade de demandas, seja pela importância política, econômica ou jurídica. É importantíssimo destacar que a possibilidade de repercussão geral em razão de descumprimento de entendimento dominante do STF tem sido responsável por grande parte dos recursos admitidos na Suprema Corte, o que demonstra claramente que os tribunais de instâncias inferiores tinham certa resistência em assumir as teses do STF. Agora com o CPC/15 o juízo que indeferir demanda fundada em entendimento pacífico do STF/STJ deverá fundamentar explicando o porquê de não seguir o entendimento, mas, como vários juristas já haviam previsto, os juízes tem exigido confronto analítico desde a primeira instância.   
	FUNGIBILIDADE - Art. 1.033.  Se o Supremo Tribunal Federal considerar como reflexa a ofensa à Constituição afirmada no recurso extraordinário, por pressupor a revisão da interpretação de lei federal ou de tratado, remetê-lo-á ao Superior Tribunal de Justiça para julgamento como recurso especial.
	LEADING CASES E DEMANDAS REPETITIVAS –
É importante destacar que, em casos de matérias com grande repercussão e demandas repetitivas, poderão ser selecionados alguns recursos para representar todos os demais. Desta forma, os demais recursos interpostos de mesma matéria ficarão sobrestados, até a definição do entendimento.
A intenção é unificar o entendimento e garantir a segurança jurídica nos julgados.
DIREITO DO TRABALHO
PRINCÍPIOS DO DIREITO DO TRABALHO
Princípio da Proteção
Este princípio tem o objetivo de proteger o empregado. Ele traz uma atenção ao que favorece ao trabalhador, ou seja, é aplicado sempre para uma melhor condição ao lado mais “frágil”, de forma que haja igualdade por ambas as partes entre empregado e empregador.
In dubio pró-operário: Faz com que a parte mais fraca seja resguardada, tendo uma interpretação de proteção direta ao operário.
Da aplicação da norma mais favorável: Dispõe que com duas ou mais normas sobre o mesmo assunto, aplica-se a norma mais favorável ao empregado. Se houver conflito entre normas e uma for hierarquicamente superior à outra, mas a inferior for mais favorável à parte mais frágil está será aplicada.
Da condição mais benéfica: Faz dos direitos já adquiridos protegidos quando em contrato se quer diminuir os direitos do trabalhador.
Princípio da Irrenunciabilidade
O empregado não tem “o direito” de renunciar a seus direitos previstos na legislação trabalhista, como exemplo, 13º salário e férias. 
Princípio da Continuidade
É o princípio que tem como objetivo assegurar maior possibilidade de permanência do trabalhador em seu emprego, ou seja, prevê a existência do contrato de trabalho por tempo indeterminado, havendo continuidade no vínculo, ainda que a empresa venha a alterar sua estrutura. O contrato de trabalho não pode ser alterado e afetado por motivos empresariais. Além disso, o contrato de trabalho por tempo determinado também deve ser respeitado, pois existe início e fim ao ser realizado.
Princípio da Primazia da Realidade
Este princípio orienta sobre a superioridade dos fatos, a realidade, frente às formalizações burocráticas presentes numa relação de trabalho. o princípio da Primazia da Realidade prevê que no confronto entre realidade e formalização de documentos, sempre vencerá a primeira, quando o assunto for trabalho.
Princípio da Razoabilidade
Este princípio está atrelado ao “bom senso” do Direito do Trabalho. Ele é, na teoria, a régua do quanto é devida uma sentença e como ela deve ser aplicada, ou seja, a coerência entre punição, infração e ‘grandeza’ do punido.
Fontes do Direito do Trabalho
São acontecimentos, fatos e atos que dão origem ao sistema trabalhista. Do ponto de vista material, o sistema trabalhista encontra sua origem em motivos políticos, sociais e econômicos fundamentais à construção de uma determinada forma de sociedade. Na perspectiva formal, está baseado em princípios e regras que se exteriorizam ao mundo por normas jurídicas.
Exemplos de Fontes Materiais:
Constantesreivindicações dos trabalhadores e dos empregadores em busca de melhores condições de trabalho;
Exercício do direito de greve;
Mobilização sindical para pedir a redução do limite da jornada de trabalho;
Reforma Trabalhista: mobilização para flexibilização das normas trabalhistas (crise mundial), trazendo maior diálogo entre empregador e empregado. Negociado prevalecerá sobre o legislado - redução do rigor das leis trabalhistas.
As Fontes Formais são os meios (formas) onde se estabelece uma norma jurídica, nessa vertente, seria quando o direito toma forma. (CLT, Leis, Sentenças Normativas, Convenções Coletivas,etc.).
Dessa última classificação, alguns doutrinadores subdividem as Fontes Formais em Autônomas e Heterônomas.
Fontes Formais Autônomas seriam aquelas criadas pelo próprio destinatário, tais como o Acordo Coletivo, Convenção Coletiva, etc.
Fontes Formais Heterônomas são as criadas pelo Estado. (Lei, Decreto Lei, etc.)
Para que se configure a relação de empregado é necessária a presença de 5 requisitos:
1. Pessoalidade
2. Pessoa física, pessoa natural
3. Não eventualidade ou habitualidade
4. Onerosidade: remuneração = salário + gorjetas.
O salário é dever do empregador (contraprestação) e as gorjetas de terceiros.
5. Subordinação
Quando há plena liberdade de atuação não é subordinação, assim não tem relação de emprego. Subordinação jurídica é a vinculação do empregado ao poder empregatício. 
EMPREGADO: parte mais fraca, é hipossuficiente e subordinado juridicamente ao empregador. Ser subordinado juridicamente ao empregador é estar vinculado ao poder empregatício.
EMPREGADOR: Poder empregatício que é formado por quatro fases que é o poder diretivo, disciplinar, fiscalizatório e regulamentar.
Relação de emprego = relação de trabalho + requisitos caracterizadores do vínculo empregatício, também chamados de elementos fático jurídicos ou pressupostos.
Quanto à exclusividade, a posição majoritária é que ela não é requisito caracterizador do vínculo empregatício.
Quanto à alteridade, artigo 2, CLT, que diz que é o empregador que assume os riscos de sua atividade econômica, ou seja, se deu lucro ou prejuízo, o problema será do empregador.
Teletrabalho: O teletrabalho é conceituado como "prestação de serviços preponderantemente fora das dependências do empregador, com a utilização de tecnologias de informação e de comunicação que, por sua natureza, não se constituam como trabalho externo" (artigo 75-b).
Trabalhador autônomo: ausência de subordinação jurídica.
Trabalhador eventual e avulso: ausência de não eventualidade ou habitualidade.
Trabalhador voluntário: ausência de onerosidade
Estágio: Lei. 11.788/2008. A própria lei diz que não tem vinculo empregatício de qualquer natureza. Se for um estágio conforme a lei do estágio não cria vinculo, mas qualquer desrespeito a algum dos requisitos legais vai ter como efeito a configuração de vinculo empregatício.
EMPREGADO DOMÉSTICO
EC 72de 2013 e artigo 7, $ único CF. O objetivo dessa EC foi o principio da igualdade ou isonomia que foi o de trazer a igualdade dos direitos trabalhistas em relação aos empregados urbanos e rurais.
Duração do trabalho normal não superior a 8 horas diárias e 44 horas semanais.
Adicional de hora extra: 50% sob a hora normal de trabalho.
Normas de higiene, saúde e segurança no trabalho.
Reconhecimento de convenção coletiva do trabalho e acordo coletivo de trabalho. Relação de emprego protegida contra despedida arbitraria ou sem justa causa nos termos de lei complementar que preverá indenização compensatória dentre outros direitos.
Tipos de Contrato de Trabalho são:
Contrato por Tempo Determinado: uma relação de trabalho que resume-se a um certo tempo ou prestação pré-definida, no momento da contratação.
As regras de sua prestação devem ser escritas e registradas formalmente;
Um contrato de trabalho por prazo determinado não pode durar mais de dois anos;
Pode-se prorrogar o trabalho uma vez. Havendo mais uma prorrogação, passam as vigorar as normas da CLT sem determinação de prazo;
Na rescisão antecipada sem justa causa do contrato por prazo determinado, a regra geral determina que o empregador deve pagar metade do valor restante daquele contrato, caso fosse terminado, para fins indenizatório. Também pode ser atribuída rescisão ao trabalhador, caso rompa o contrato sem justificativa.
Contrato Temporário: contrato celebrado pela empresa de trabalho temporário e a tomadora de serviços será por escrito, ficará à disposição da autoridade fiscalizadora no estabelecimento da tomadora de serviços e conterá:
Qualificação das partes;
Motivo justificador da demanda de trabalho temporário;
Prazo da prestação de serviços;
Valor da prestação de serviços;
Disposições sobre a segurança e a saúde do trabalhador, independentemente do local de realização do trabalho. O Contrato de Trabalho temporário, com relação ao mesmo empregador, não poderá exceder ao prazo de cento e oitenta dias, consecutivos ou não.
O contrato poderá ser prorrogado por até noventa dias, consecutivos ou não, além do prazo estabelecido, quando comprovada a manutenção das condições que o ensejaram.
Rescisão do contrato de trabalho
A rescisão de contrato de trabalho é a formalização do fim do vínculo empregatício, ou seja, aponta o término da relação de trabalho por vontade do empregado ou do empregador.
Existem muitas causas e classificações para rescisão de contrato de trabalho, e relacionamos as mais praticadas no mercado, além de mostrar os direitos e deveres, tanto das empresas, como dos profissionais:
Sem justa causa: de iniciativa por parte do empregador, onde o contratante não tem mais interesse na prestação de serviços do funcionário. A empresa precisa comunicar previamente sobre a decisão.
Por justa causa por parte da empresa: quando o empregado comete um ato faltoso (artigo 482 da CLT), de tamanha gravidade, que se justifica o rompimento do contrato de trabalho sem a obrigação de pagamento de alguns títulos, como Fundo de Garantia, aviso prévio e férias proporcionais.
Recursos Trabalhistas
1- Embargos de Declaração - art. 897-A da CLT- Prazo para Interposição: 5 dias - Cabimento: decisão omissa, contraditória, obscura de qualquer grau ou para questionar requisito extrínseco de recurso Extraordinário Revista - Endereçamento:Juízo prolator da Decisão.
2- Recurso Ordinário - art. 895 da CLT- Prazo para Interposição: 8 Dias - Cabimento: Contra sentença em conhecimento (1o grau)/acórdão originário do TRT - Endereçamento: TRT/TST
3- Agravo de Petição - art. 897 da CLT - Prazo para Interposição: 8 Dias - Cabimento: Contra Sentença em Execução - Endereçamento: TRT
4- Recurso de Revista - art. 896 da CLT - Prazo para Interposição: 8 Dias - Cabimento: Contra Acórdão de Recurso ordinário ou de Agravo de petição -Endereçamento: Turma do TST
5 - Embargos - art. 894 da CLT - Prazo para Interposição: 8 Dias - Cabimento: Contra acórdão de recurso de revista que julga recurso ordinário ou agravo de petição, ou agravo e agravo de instrumento de recurso de revista (Sum. 353) Endereçamento: SBDI-1 do TST
6 - Embargos - art. 894 da CLT - Prazo para Interposição: 8 Dias - Cabimento: Contra acórdão originário e não unânime do TST em dissídio coletivo - Endereçamento: SDC do TST
7- Recurso Extraordinário - art. 102, III, da CF- Prazo para Interposição:15 Dias - Cabimento: Contra decisão de última instância do TST - Endereçamento: STF
8- Agravo - art. 557, § 1ºA do CPC - IN 17 do TST e art. 896 da CLT - Prazo para Interposição: 8 Dias - Cabimento: Contra decisão monocrática de relator -Endereçamento: Colegiado
9 - Agravo de Instrumento - art. 897 da CLT e IN 16 - Prazo para Interposição: 8 Dias - Cabimento: Contra decisão que tranca recurso - Endereçamento: órgão ad quem do recurso trancado.
DIREITO PENAL
Crimes em espécie
CRIME UNISSUBSISTENTE
São crimes unissubsistentes, aqueles que, por sua natureza, não admitem a modalidade tentada. 
E a natureza do Crime Unissubsistente é que ele tem umaúnica ação, um único momento, que é exatamente o da conduta criminosa. 
A iter criminis indica os caminhos que percorrem o crime, que vai da cogitação até chegar à consumação perpassando por 4 fases.
Fases do Crime (Iter criminis):
1. Cogitação
2. Atos preparatórios
3. Execução
4. Consumação
 No crime unissubsistente uma única ação do agente consuma o delito. E como não há fracionamento, não admite tentativa.
Injúria é exemplo de crime unissubsistente.
CRIME PLURISSUBSISTENTE
Por sua vez o crime plurissubsistente é aquele que é praticado seguindo as fases do iter criminis e por isso, por ser fracionado, admite a tentativa.
A maioria dos crimes são plurissubsistentes.
CRIME MATERIAL e CRIME FORMAL
Material  é aquele crime que em sua tipificação penal exige o resultado para sua consumação. 
A lei define um tipo penal: crime de homicídio é “matar alguém”. Esse crime só vai se consumar se o sujeito efetivamente morrer. Se uma pessoa quer matar a outra, e contra ela dispara 5 tiros mas ela sobrevive, o crime não se consuma. Nesse caso, o que iremos ter, será a tentativa de homicídio.
Por outro lado, ao inverso do Material, o Formal é aquele crime que não exige o resultado para ser consumado.
O que é extorsão mediante sequestro? 
É quando o agente captura a vítima e exige para si ou para outrem vantagem indevida, não é assim? E qual o momento consumativo do crime? Quando o agente liga para a família pedindo o resgate.
A ação é a extorsão e o resultado seria o pagamento do resgate. Independente de que chegue ao pagamento, o crime se configura no primeiro telefonema com o pedido do resgate. O mesmo não ocorre com o homicídio. O agente dispara os tiros e pratica todos os atos executórios e a vítima não morre. Então não há crime de homicídio. Outro exemplo de crime formal é a concussão, que é um também um crime próprio porque somente o funcionário púbico, em regra, poderá ser sujeito ativo.  Na concussão, o agente exige para si ou para outrem vantagem indevida. E quando se consuma? Quando o agente recebe a vantagem indevida? Não. Se consuma no momento em que o agente exige a vantagem, independente de que se produza o resultado ou não.
CRIMES EM ESPÉCIES
HOMICÍDIO – Art. 121 CP
Art. 121. Matar alguém. Pena – reclusão de 6 a 20 anos.
 
Homicídio Simples à
Esta é uma hipótese sem considerar os motivos, as condições da conduta delituosa. Matou e pronto: pena de 6 a 20 anos. Mas a medida da análise do crime, pode haver caso de diminuição ou de aumento de pena.
Meio de execução: O homicídio pode ser dar por ação ou por omissão.
Elemento subjetivo: O dolo que poder ser direto ou eventual. 
Eventual é quando o agente pode até não ter a intenção de matar mas assume o risco, sabe que sua conduta poderá gerar o resultado morte.
Dolo direito de primeiro grau: É a intenção de que sua conduta resulte na morte. Ex.: o agente quer matar uma pessoa dentro de um transporte coletivo. Entra no veículo e dispara tiros contra o seu desafeto. 
Dolo direto de segundo grau: É aquele que decorre dos efeitos secundários do crime. 
Ex.: o agente quer matar uma pessoa dentro do transporte coletivo e para isso ateia fogo no veículo matando outras pessoas que também estavam lá dentro. Com relação a pessoa a quem o agente pretendia matar haverá dolo direto de primeiro grau, e com relação às demais vítimas que por ventura existam, haverá dolo direito de segundo grau.
Homicídio privilegiado à
§ 1º- Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de 1/6 a 1/3.
Relevante valor social: É o valor que diz respeito aos interesses da coletividade. Por exemplo, quando o homicídio é praticado contra uma pessoa que cometeu uma chacina e comoveu toda a sociedade.
Valor moral: Diz respeito aos sentimentos pessoais do agente. Crime de eutanásia, por exemplo que é um crime compassivo, misericordioso ou piedoso.
Homicídio qualificado à
Nessa hipótese os motivos que o determinam e os meios ou recursos empregados pelo agente, revelam ser este portador de certo grau de periculosidade ou faz com que a vítima tenha poucas ou nenhuma chance de se defender.
§2º- Se o homicídio é cometido:
Mediante paga ou promessa de recompensa ou por outro motivo torpe. Pena – reclusão de 12 a 30 anos.
Homicídio mercenário: alguns doutrinadores costumam chamar o homicídio mediante paga ou promessa de recompensa de homicídio mercenário.Responde pelo crime não somente quem pagou como também quem recebeu a recompensa.
Outro motivo torpe: é o motivo imoral, desprezível, vil, que contrasta com a moralidade. Ex.: o marido mata a esposa porque se sente desprezado. O ciúme também é motivo torpe.
I- Por motivo fútil. Pena – reclusão de 12 a 30 anos.
Motivo fútil: é aquele motivo insignificante. É a desproporção entre o motivo e o crime.
II-                  Por emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum. Pena – reclusão de 12 a 30 anos.
III-                À traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido. Pena – reclusão de12 a 30 anos.
IV-               Para assegurar a execução, ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime. Pena – reclusão de 12 a 30 anos.
Homicídio culposo à
§ 3º- se o homicídio é culposo. Pena – reclusão de 1 a 3 anos.
Homicídio culposo: quando o agente não tinha intenção de produzir o resultado morte.
Elemento subjetivo: a culpa, que tem a sua essência na falta de intenção do resultado obtido mas na falta de cuidado necessário.
Negligência à Falta de cuidado. Ato omissivo. Ato negativo.
Imprudência à Prática de ato perigoso. Ato comissivo. Conduta positiva.
Imperícia à Desconhecimento técnico
 
Homicídio culposo qualificado à
§ 4º- No homicídio culposo a pena é aumentada de 1/3 se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar socorro imediato à vítima, não procura diminuir as consequências do seu ato ou foge para evitar a prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 e maior de 60 anos.
Aumento de pena: A regra de aumento de pena no homicídio culposo com as qualificadoras apresentadas estão no início do parágrafo. Entretanto a sua parte final trata do homicídio doloso e o aumento de pena.
Perdão judicial no homicídio culposo - §5º do art. 121 CP
§5º. Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a penase as consequências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária.
HOMICÍDIO TENTADO
Atinge a modalidade crime de homicídio tentado quando o agente emprega todos os meios necessários para atingir o objetivo de matar a vítima, no entanto, por motivos alheios a sua vontade o resultado morte não ocorre. Quando o agente inicia o seu propósito de matar alguém as consequências poderão ser:
Tentativa de homicídio (ou homicídio tentado)
Homicídio consumado .A vítima vem a óbito. Ou seja, o autor do delito chegou ao seu intento.
Lesão corporal consumada
Mesmo que o agente quisesse matar, mas o máximo que conseguiu foi causar danos e lesões corporais na vítima, sejam mais graves ou menos graves.
HOMICÍDIO CONSUMADO
O crime de homicídio se consuma com a morte encefálica da vítima.
É perfeitamente possível estar diante de um homicídio consumado onde a vítima respira e bate o coração, porque para o direito penal o crime se consuma com a morte encefálica.
INDUZIMENTO AO SUICÍDIO – Art. 122 CP
Art. 122. Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe auxílio para que o faça. Pena – reclusão de 2 a 6 anos se o suicídio se consuma; ou reclusão de 1 a 3 anos se da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave.
O crimede induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio precisa de resultado naturalístico obrigatório. Isso quer dizer que a vítima precisa atingir o resultado lesão corporal ou morte. Mesmo que a vítima chegue a tentar o suicídio, se não resultou ao menos em lesão corporal grave, não há crime porque não há tal delito na modalidade tentada.
Punição do suicídio: não há tipicidade penal para o suicídio. Não comete crime quem tenta se suicidar.
Sujeito ativo: qualquer pessoa, excluindo-se a pessoa que quer se suicidar. (observando que o crime em questão é induzimento ao suicídio)
Sujeito passivo: a pessoa capaz de ser induzida, instigada ou auxiliada a suicidar-se.  Se essa pessoa não tiver discernimento acerca do fato, não tiver capacidade mental por doença ou menoridade o crime será de homicídio.
Roleta russa: os sobreviventes respondem por participação em suicídio pois a prática incide em instigação ao suicídio.
Pacto de morte: os sobreviventes respondem por participação em suicídio.
O autor desse crime é aquele que instiga, que induz, para que a vítima se suicide.
Induzir à  é quando a vítima nunca pensou em suicídio e o agente faz surgir nela a vontade de tirar a própria vida;
Instigar à  nesse caso a vítima já pensou em dar fim aos seus dias, e o que autor faz é reforçar essa ideia previamente existente;
Auxiliar à  é quando o agente dispõe à vítima, as ferramentas para o suicídio, quando ele colabora para tal ato.
Quando se consuma: com a lesão ou morte da vítima.
Modalidade tentada: não há.
Autor: quem instiga.
Vítima: quem se suicida.
INFANTICÍDIO – Art. 123CP
Art. 123. Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho durante o parto ou logo após. Pena – detenção de 2 a 6 anos.
Sujeito ativo: É crime próprio. Somente a mãe pode ser sujeito ativo do infanticídio.
Estado puerperal é alteração bioquímica na mulher decorrente do parto. Esse estado pode prolongar até 8 semanas.
O STF entende que o crime de infanticídio permite a co-autoria e o concurso de agentes. Se o indivíduo tem conhecimento de que a mulher está em estado puerperal com a intenção de matar o próprio filho e colabora na conduta delituosa, pratica da mesma forma o crime de infanticídio.
Se um terceiro mata a criança com o auxílio da mãe em estado puerperal dessa mesma criança, o terceiro responde por homicídio e mãe por infanticídio.
Não é infanticídio se a mãe mata um filho de 1 ano, mesmo que esteja em estado puerperal de outro.
No entanto, se uma mãe mata um bebê na maternidade achando que é o seu próprio filho, comete infanticídio com base no art. 20, § 3º do CP, que trata do erro quanto a pessoa. A consequência jurídica será de que se transfere para a vítima real todas as características, inclusive a tipificação, caso a vítima originariamente tivesse sido atingida.
Infanticídio culposo: não existe. Se a mãe mata o próprio filho culposamente, mesmo estando em estado puerperal, responderá por homicídio culposo, porque o elemento subjetivo desse crime é o dolo.
Consumação: com a morte da criança
Tentativa: Admitido desde que o resultado não aconteça por motivos alheios à vontade do agente.
CRIME DE ABORTO – Art. 124 CP
Art. 124. Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lhe provoque. Pena de detenção de 1 a 3 anos.
Sem o consentimento da gestante: de 3 a 10 anos
Com o consentimento da gestante: de 1 a 4 anos
Aborto de gêmeos:  se decorrer da mesma conduta, haverá dois crimes de aborto em concurso formal, perfeito ou imperfeito.
Tentativa de aborto e infanticídio: poderá acontecer quando a mãe tenta abortar e o feto nasce com vida, e é morto em seguida pela mãe.
Não admite modalidade culposa, porque o elemento subjetivo é o dolo.
Matar a mulher que sabe estar grávida: homicídio em relação à mulher com aborto provocado sem o consentimento da gestante em relação ao feto, em concurso formal.
O aborto é crime e isso é sabido, no entanto existem algumas situações em que há previsão de exclusão de culpabilidade na prática do aborto, e estão elencadas no art. 128 do Código Penal Brasileiro.
A doutrina e a jurisprudência diz que não se trata de afirmar que o Código Penal permite o aborto porque o médico está impedido de realizar tal prática, exceto nas hipóteses em que a lei penal chama de aborto necessário.
Aborto necessário: é o praticado quando não há outro meio de salvar a vida da gestante. É lícito.
Estado de necessidade: parte da doutrina entende que haveria nesse caso de aborto necessário, verdadeiro estado de necessidade que irá ensejar na ilicitude do ato praticado pelo médico.
Aborto eugenésico: também conhecido como aborto eugênico, visa impedir a gestação de um feto com anomalias. Não se confunde com aborto necessário. Este não crime, mas o eugênico, sim.
Feto anencéfalo: A ADPF 54/2012 autoriza abortos em gravidez com fetos anencéfalos. Não há que se falar em descriminalização do aborto mas tão somente que nesses casos, deverá ser considerado aborto terapêutico ou aborto necessário do inciso I, Art. 128 do Código Penal. É hipótese de aborto supra-legal. Não exige autorização judicial para que se faça esse aborto terapêutico, uma vez que, em sendo um feto anencéfalo, ou seja, sem o cérebro, não há vida, porque para o Direito Penal a morte acontece com a morte cerebral, desse modo, sendo um fato atípico, é responsabilidade do médico manter-se abastecido das condições da gravidez com feto anencéfalo que resultaram no aborto por ele realizado.
Aborto sentimental: O CP autoriza o aborto para gravidez resultante de estupro. Também chamado de aborto sentimental ou aborto humanitário.  Não é necessário autorização judicial nem boletim de ocorrência do estupro. Basta a gestante alegar a violência sofrida. Caso se comprove não ser verdade o alegado, responderá por aborto.
Aborto qualificado: quando do procedimento abortivo resultar em lesão corporal grave ou na morte da gestante.
Pílula do dia seguinte: Não é considerada abortiva porque não interrompe a gestação, ela impede o desenvolvimento gestacional. Não é crime.
CRIMES PATRIMONIAIS
São aqueles crimes contra o patrimônio das pessoas.
Dentre os crimes patrimoniais estão o Furto, do art. 155CP e o Roubo do art. 157CP. Para começar, é preciso entender que FURTO é diferente de ROUBO.
O furto, devemos lembrar de furtivo, de furtivamente que é quando alguém chega discretamente, e podemos lembrar que o furto é praticado furtivamente, sem que ninguém veja, sem que a vítima nem se dê conta. Furtar é subtrair coisa móvel alheia, enquanto que o Roubo é subtrair coisa móvel alheia sob emprego de violência ou grave ameaça ou depois de reduzir as chances de defesa da vítima.
Ou seja a grande diferença de um para outro está justamente no emprego de violência de um e da discrição do outro.
 
FURTO simples – Art. 155 CP
Art. 155. Subtrair pra si ou para outrem coisa alheia móvel. Pena de reclusão de 1 a 4 anos e multa.
Elemento subjetivo: o dolo. Não há furto culposo.
Consumação: quando o agente se apodera da coisa móvel alheia, mesmo que não definitivamente, ainda que não tenha a posse mansa e pacífica e ainda que não tenha se evadido do local. O entendimento com base na jurisprudência do STF é que se aplique a Teoria da Apreensão que diz que considera o crime de furto a partir da mera subtração do bem e que o agente se encontre em poder da coisa alheia.
Tentativa: admite a tentativa.
Furto Qualificado: quando praticado com a destruição ou rompimento do obstáculo para subtração do bem, ou quando o agente se utiliza do abuso de confiança da vítima, pena de 2 a 8 anos e multa.
Furto Circunstanciado – § 1º do Art. 155 CP
§1º- A pena aumenta de 1/3 se o crime é praticado durante o repouso noturno.
O crime é circunstanciado quando tem uma causa de aumento de pena em razão de determinadacircunstância.
Praticado no repouso noturno: se o crime acontece nessas circunstâncias, o crime terá um aumento de 1/3 da pena, é o que diz o parágrafo primeiro do art. 155 do Código Penal. E não se trata da hora da noite, mas

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