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ORÇAMENTO, PLANEJAMENTO E CONTROLE DE OBRAS. ENGENHEIRO CIVIL AZENIL DE CARVALHO FILHO Orçamento de Obras: Objetivos O orçamento de uma obra tem utilidades diversas, podendo ainda ocorrer antes, durante ou após o projeto e ainda para cálculo do custo de reedição no caso de construções já usadas. Orçamento de Obras Antes do Projeto Tem como finalidade básica servir como de tomada de decisão para análise de viabilidade de uma obra ou para planejamento financeiro. Algumas vezes temos uma área e temos uma ideia, mas será que é viável construir aquele empreendimento? Qual o custo? Qual o preço de venda (Nesse caso há de se fazer um estudo de avaliação de imóveis com base no preço de mercado)? Teremos capital para fazer a obra? Em quantos meses? Essas são algumas das perguntas que temos que responder antes de gastar mais recursos (tempo e dinheiro) em uma ideia inviável. Nesse caso alguns autores chamam de estimativa de custos ou orçamento preliminar, pois ainda não temos os projetos em mãos, dessa forma podemos fazer pelo método comparativo, ou seja, por analogia com obras semelhantes, ou pelo método do custo unitário básico de construção, o famoso CUB. Orçamento de Obras como parte do Projeto Ao confeccionarmos o orçamento como parte do projeto, já temos em mãos os projetos para um melhor detalhamento. Nesse caso chamamos de Orçamento Analítico visto que é um orçamento detalhado de acordo com os projetos da construção. Quanto melhores e mais detalhados forem os projetos maior a precisão do nosso orçamento. Como trabalhamos com orçamento e planejamento de forma conjunta, nessa fase elaboramos ainda o cronograma físico da obra (dimensionamento de equipes), ou seja, como serão executadas as atividades ao longo do tempo. Com isso podemos obter na sequência o orçamento físico-financeiro que divide o uso dos recursos ao longo do tempo de acordo com as etapas previstas em cada período de tempo da execução da obra. A partir do orçamento analítico desenvolvemos ainda a curva ABC de materiais e de serviços, que é uma hierarquização dos serviços e dos insumos de uma obra na ordem de importância (R$) que são necessários a obra. Dessa forma podemos já ter uma programação de consumo de insumos, bem como nos mostra em quais materiais e serviços temos que ter uma análise mais profunda de acordo com sua significância. Orçamento de Obras após o Projeto Após o projeto ser encerrado (obra concluída) é necessário somar os custos efetivamente realizado para conclusão da obra. Calculamos ainda os consumos dos insumos, materiais e mão- de-obra de cada atividade. O efetivo consumo dos materiais poderá nos dar o seu índice unitário, bem como em alguns casos o índice de perdas. Já as horas trabalhadas em cada atividade nos dará as RUP (Razões unitárias de produção) que servem como base para determinação das produtividades. Esses índices servirão para que façamos nossas próprias composições de custo e assim não necessitar de ficar utilizando as composições de custos de terceiros como SINAPI, TCPO, etc. Assim, constataremos ao final a precisão do orçamento estimado durante o projeto, e teremos informações suficientes para comparar e confrontar os índices das composições de custo tradicionais. Custo de Reedição Imagine a situação em que seja necessário a indenização de uma benfeitoria (construção) já com alguns anos de uso e com determinado estado de conservação. Nesse caso não seria adequado simplesmente orçar a obra como se nova fosse. É necessário depreciar o custo. Situação corriqueira pelo poder público para, por exemplo, desapropriar uma construção para passagem de uma estrada. Nesse caso, temos duas alternativas. A primeira seria calcular o custo de recuperação de toda a construção, deixando em estado de nova, que dá mais trabalho, porém maior precisão. Esse custo seria descontado do valor de novo. Outra possibilidade é depreciar por meio de índices tradicionais, como por exemplo o de Ross-Reidecke, conforme veremos adiante. O importante de se perceber é que a depender da fase, a elaboração do orçamento possibilita a obtenção de informações cruciais para tomada de decisão. Vale destacar ainda que conforme visto acima o orçamento pode ter níveis diferentes de complexidade e de precisão. Sendo assim, o fundamental é que TODO ORÇAMENTO É UMA ESTIMATIVA. Os custos reais da obra só serão obtidos após a conclusão da mesma. A precisão dessa estimativa depende da complexidade da obra, da correta identificação (EAP – Estrutura analítica de projetos, como veremos adiante) e quantificação dos serviços, que por sua vez depende da qualidade e detalhamento do projeto, da experiência do orçamentista, de sua vivência em obras e da sua capacidade de ler e interpretar corretamente o projeto, do uso de índices de produtividade e consumo de materiais (inclusive perdas) condizentes com a realidade, da correta elaboração e acompanhamento do planejamento, de um gerenciamento de obras sistemático com intuito de reduzir perdas e tempos ociosos, e da não-ocorrência de situações não previstas (greve, excesso de chuvas, retrabalho, etc.)
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