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Segurança na Administração de Medicamentos

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Objetivo
Identificar processos e procedimentos nos serviços de saúde destinados a melhoraria na segurança na aplicação e no uso de medicamentos, apresentar informações que possibilitam ao profissional e sua equipe de enfermagem. O principal intuito de termos uma administração correta de medicamentos, primeiramente é a eficácia no tratamento dos pacientes priorizando o bem-estar do mesmo, sendo eles em tratamento, paliativo ou profilático. Mas com a falta de atenção ou até mesmo com a correria em locais de saúde alguns cuidados que deveriam ser tomados pelos profissionais passam despercebidos trazendo prejuízos à saúde de paciente. De acordo com as estatísticas levantada pelos Incidentes relacionados a medicamentos (IRM) levantada através de estudos pelo Institute off Medicine, 
Nos Estados Unidos da América (EUA) a cada ano que se passa o número de IRM aumenta no mundo sendo 1,5milhões de eventos adversos e 7.000 mortes devido a erros em pacientes hospitalizados .No Reino Unido, entre 2005 e 2010, foram notificados no Sistema Nacional de Estudos e Relatos de Incidentes 5.437.999 incidentes envolvendo pacientes, destes quase 10%, 526.186 foram de IRM. Destes 439.318 não causaram danos ao paciente, 68.578 causaram danos leves, 17.421 causaram danos moderados, 555 causaram danos severos e 271 causaram a morte.4,5.
A organização mundial de saúde (OMS) teve como iniciativa a implementação dos 11 certos para serem usados pelos profissionais de saúde.
‘’Como estímulo a uma prática segura a Organização Mundial da saúde (OMS) estabeleceu um conjunto de protocolos básicos, entre eles o relativo ao uso e administração segura de medicamentos. ‘’ 
Em base destes estímulos de prática segura, o nosso trabalho vem mostrar a importância da utilização destas entre essas e outras técnicas para a melhor segurança e bem-estar tanto do paciente quanto do profissional de saúde, que deve ser preservada até mesmo por questões de segurança na atividade exercida. 
A fim de reduzir a mortalidade por esses erros temos diversas ferramentas obrigatórias em instituições de saúde em todo o mundo, porém erros ainda continuam ocorrendo onde pode haver consequências graves como infecções, complicações em quadros clínicos, e até mesmo de óbito.
 ‘’Os erros de medicação repercutem negativamente no cuidado, gerando custos desnecessários aos serviços de saúde, prolongando o tempo de permanência no hospital e ações com questões litigiosas´´. 
O objetivo deste instrumento de pesquisa é obter a informação sobre a causa e eficácia dos métodos utilizados para a segurança do paciente e assim minimizar as causas, erros e consequências dos mesmos. 
 Introdução 
Quando o medicamento se encontra sob o controle de profissionais de saúde, de paciente ou do próprio consumidor, podendo ou não provocar danos ao paciente. Os erros de medicação podem ser relacionados tanto à prática profissional, produtos usados na área de saúde, procedimentos, quanto problemas de comunicação, incluindo prescrição, rótulos, embalagens, nomes, preparação, dispensação, distribuição, administração, monitoramento e uso de medicamentos.
O processo da administração correta de um medicamento vai muito além de aplicar uma injeção em um paciente. Por ser um processo longo que envolva mais de um profissional de saúde, ele está propicio à erros. Para minimizar as falhas, há um protocolo “Segurança na Prescrição, Uso e Administração de Medicamentos” publicado pela Anvisa.
A agência nacional de vigilância sanitária ressalta o protocolo de segurança na prescrição, uso e administração de medicamentos deverá existir em todos os estabelecimentos que prestam cuidados à saúde, em diferentes níveis de complexidade, em que medicamentos sejam utilizados para profilaxia, exames diagnósticos, medidas paliativas e tratamentos.
 Os erros de medicação causam pelo menos uma morte todos os dias e prejudicam aproximadamente 1,3 milhões de pessoas anualmente. O impacto é aproximadamente o dobro em termos do número de anos de vida saudável perdidos. Muitos países carecem de bons dados, que serão recolhidos como parte da iniciativa.
Mundialmente, o custo associado aos erros de medicação foi estimado em US$ 42 bilhões por ano ou quase 1% do total das despesas de saúde globais.
Além do custo humano, os erros de medicação colocam uma enorme e desnecessária pressão sobre os orçamentos de saúde. Prevenir erros economiza dinheiro e salva vidas.
1. Métodos existentes para práticas seguras de administração de medicamentos.
Nas instituições de saúde do Brasil, administração de medicamentos e um procedimento cotidiano e multiprofissional que associa diferentes áreas do conhecimento tais como Medicina, Enfermagem e Farmácia, sendo a medicação uma parte complementar e fundamental do trabalho da equipe de enfermagem, podendo assim inferir a responsabilidade do enfermeiro em relação a esse processo.
 Este processo envolve a prescrição médica, a dispensação pela farmácia, aprazamento, o preparo e administração dos medicamentos a orientação e a avaliação das respostas, sendo estes últimos de competência e a responsabilidade legal da equipe de enfermagem (POTTER; PERRY, 2005). 
Requisitando dos profissionais conhecimentos de farmacologia em relação ao tipo da droga, mecanismos de ação, excreção, atuação nos sistemas orgânicos; além de conhecimentos de semiologia e semiotécnica, e avaliação clínica do estado de saúde do paciente, em que o enfermeiro deve ver o mesmo, que está recebendo a medicação não apenas do ponto de vista biológico, mas como ser que está interagindo com o profissional no momento de receber o medicamento, que é a oportunidade para a recuperação da sua saúde.
A administração de medicamentos é uma das práticas assistências executadas frequentemente no dia a dia, a complexidade que abrange esta pratica, leva-nos a refletir, visto que tradicionalmente a equipe de enfermagem fica responsável pelo preparo, técnica de administração, armazenamento, o acondicionamento, o acompanhamento do cliente diante das possíveis complicações clínicas e iatrogênicas que podem ser causadas por erros de medições, entretanto, o avanço tecnológico, o aumento e a diversificação dos serviços nestas instituições, o que causou o aumento da dificuldade das etapas que compõem o processo de prescrição, distribuição, preparo e administração de medicamentos, resultando na necessidade de ajustar essa funções às novas tendências globais. 
Tais questões salientam a necessidade de revisão das atividades de trabalho que a equipe de enfermagem se adaptou a desenvolver ao longo da sua história. O enfermeiro, líder da equipe de enfermagem, que recebe em sua formação conhecimentos farmacológicos para coordenar essas práticas de modo mais seguro, deve estar atualizando seus conhecimentos relacionados aos cuidados na administração de medicamentos, além disso, faz ser importante ter o conhecimento das normas estabelecidas nas RDC específicas da ANVISA, a fim de transmitir conhecimentos científicos, técnicas praticas podendo assim capacitar sua equipe para a garantia de uma assistência de enfermagem com mais segurança, livre de danos decorrentes de imperícia, imprudência ou negligência.
Entre as principais estratégias que podem ser aplicadas para garantir a segurança do paciente na prática medicamentosa, está aquela conhecida como regra dos “nove certos”: 
1 - PACIENTE CERTO: Conferir nome e sobrenome do paciente, solicitando ao mesmo que diga seu nome, conferir a data de nascimento do paciente e verificar o número de quarto e leito.
2 - MEDICAMENTO CERTO: Antes do preparo da medicação verificar se na prescrição qual é o medicamento, e conferir lendo, mais de uma vez, o rótulo do mesmo.
 3 - DOSE CERTA: Antes de preparar e administrar a medicação certificar-se da dose na prescrição medica, lendo mais de uma vez e comparando com o preparado
4 - VIA CERTA: Antes da aplicação do medicamento, certificar-se da via, mediante prescrição, lendo mais de uma vez para então aplicar.5 - HORA CERTA: sempre aplicar no horário previsto na prescrição, e no espaço de tempo determinado, exemplo: 6/6h, 8/8h, dando atenção especial à administração de antibióticos.
6 - TEMPO CERTO: durante a aplicação da medicação, respeitar o tempo previsto na prescrição, por exemplo, se for em 30 minutos, ou em quatro horas, controlar adequadamente o gotejamento ou programar corretamente as bombas de infusão contínua ou bombas de seringa, controlando, dessa forma, a infusão.
7 - VALIDADE CERTA: Antes do preparo da medicação sempre verificar a data de validade, NUNCA aplicar medicação vencida. Impor uma rotina de verificação e controle de validade nos setores, em parceria com a farmácia.
8 - ABORDAGEM E RESPOSTA CERTA: Antes de administrar de qualquer medicamento deve ser esclarecido qualquer dúvida do paciente referente ao mesmo e deve-se levar em consideração o direito de recusa do medicamento, pelo paciente ou responsável legal. É de extrema importância que o paciente seja informado qual será a medicação administrada, qual a via, a principal ação do medicamento. Fale sempre de maneira clara e objetiva e esclareça as dúvidas existentes do paciente.
9 - REGISTRO CERTO: Após a aplicação do medicamento registrar no prontuário checando com rubrica e ainda anotando queixas, efeitos da medicação, suspensão ou não aceitação de medicação. 
Neste sentido, Malcolm e Yisi (2010) alertam, em seu artigo, para a importância de que o profissional de enfermagem siga os nove certos em busca de uma administração de medicamentos mais segura aos pacientes.
 Um ponto muito relevante na atualidade é o conhecimento acerca da RDC nº 67 de 2007 da ANVISA, que dispõe sobre boas práticas de manipulação de preparações magistrais e oficinais para uso humano em farmácias, determinando que os procedimentos que integram as atividades desenvolvidas em farmácia hospitalar, sejam eles, fracionamento, preparação ou dispensação de medicamentos, devem ser efetuados sob a supervisão e responsabilidade de um profissional farmacêutico habilitado.
Segundo MAIA NETO (1990, p. 28) existe quatro tipos de distribuição de medicamentos: distribuição coletiva, individual, semi-individual e dose unitária. A distribuição coletiva caracteriza-se pelo envio de certa quantidade de determinados medicamentos para serem estocados nos setores e administrados conforme forem sendo prescritos. O segundo tipo tem como característica serem os medicamentos distribuídos a cada paciente, em outras palavras, são encaminhadas medicações individuais, conforme a prescrição médica. 
A forma semi-individual, é uma combinação dos dois tipos anteriores: é a distribuição individual de acordo com a prescrição médica, mas com um percentual de estocagem de medicamentos que ficam nos setores. 
O último tipo é o Sistema de Distribuição de Medicamentos por Dose Unitária – SDMDU, em que a medicação é preparada, identificada para a administração na posologia prescrita pelo médico, a partir da cópia da prescrição original, e encaminhada aos setores para administração. A grande diferença deste sistema para os outros é que, neste caso, os medicamentos são acomodados em embalagens unitárias, com horários e identificações, já prontas para a administração. 
A literatura afirma que a utilização de dose unitária reduz o número de eventos adversos relacionados à medicamentos, pois nesse sistema, o medicamento chega até a enfermagem pronto para a administração, não necessitando, por exemplo, de fracionamentos ou diluição (ROSA, 2002).
2. O papel da Enfermagem no processo das Práticas seguras na Administração de medicamentos. 
Atualmente no setor hospitalar existem responsabilidades que são fragmentadas e subdivididas aos profissionais que exercem a profissão de enfermagem. Para as atribuições do enfermeiro no ato da administração de medicamentos, são vigentes aspectos legais e éticos sobre a prática profissional, que garantem a seguridade ao paciente de que a realizações dos procedimentos serão executadas com segurança e exatidão, mantendo-se a integridade da técnica e da moral do profissional e cliente.
Na terapia medicamentosa o enfermeiro deve ter total conscientização da responsabilidade ética, moral e profissional, respeitando as particularidades de cada indivíduo ou seja os direitos legais, religião, gênero, etnia e os valores do indivíduo a ser assistido. Um erro na administração de medicamentos ocasiona a responsabilidade para categoria de enfermagem, independente do grau profissional que exerça. A administração é cometida decorrente da prescrição médica, executada pela equipe de enfermagem, sendo ela facultada ao grau profissional. 
A equipe é composta por técnicos e auxiliares em enfermagem que são supervisionados por um enfermeiro, sendo ele responsável pelas ações efetuadas por ela. 
A influência do enfermeiro na eficácia de um tratamento é de suma importância, devendo ele ter ciência das leis do exercício profissional da enfermagem, para que saiba fazer o planejamento, organização, execução e avaliação dos serviços prestados na assistência de enfermagem, supervisionar, orientar e direcionar os colaboradores. Um erro pode causar danos irreparáveis a uma pessoa por isso assim como cabe ao enfermeiro administrar medicamentos, cabe a ele também fazer o aprazamento das prescrições médicas e o controle do medicamento administrado, fazendo com que a terapia medicamentosa obtenha um resultado. Uma das atribuições da enfermagem é a administração de medicamentos que envolve satisfação e promoção da reabilitação do paciente / cliente.
 Algumas ações práticas devem ser tomadas para realização de uma administração de medicamento correta, como as citadas abaixo:
-Verificação da medicação e paciente: uma administração deve-se iniciar com a conferência da medicação, tendo a certeza que foi a prescrita pelo médico e também o paciente para atestar a aplicação no indivíduo corretamente. 
- Higienização correta: (anexo x) esse aspecto influência diretamente na prática correta da medicação, podendo ser um agente direcionador de mortes por infecções. Antes da realização de qualquer realização de qualquer procedimento o profissional deve se submeter a higienização correta das mãos e também manter a integridade higiênica do local de trabalho. 
Em todo âmbito hospitalar todos os profissionais são responsáveis pela eficácia do tratamento do paciente, a equipe de enfermagem é diretamente responsável pela a administração dos medicamentos e cuidados gerais.
 
3. Melhorias Práticas Seguras para Administração de Medicamentos
Tendo em vista os aspectos apresentados podemos concluir, que para ocorrer uma excelência na administração de medicamentos pela equipe de saúde e paciente, é fazer primeiro a identificação do problema fazendo um levantamento de dados de que em que setor há uma “distração” do processo de administração para que seja trabalhado e haja melhorias e a prevenção de um ato tão importante para o complemento do tratamento dos pacientes. 
A importância desse levantamento é a procura da excelência do processo, por não está sendo responsabilizada só a equipe de enfermagem, mas estar interligados com outras atividades. Segundo MIASSO (2006 pg.354) podem ocorrer erros em múltiplas etapas, sendo na prescrição, transcrição, dispensação, preparo e na administração dos medicamentos, fazendo assim eficaz o a procura de onde há maior o índice de erro.
Fazendo assim a equipe de enfermagem com a responsabilidade dobrada para tal atividade, logo para que essa ação seja mais eficiente e sem erros, fazer a implementação dos “nove certos”, tornando-se cultura e padronização para os profissionais, sempre trabalhando com a certeza para que tudo ocorra com segurança tanto para o paciente quando para o profissional de saúde, já que um erro pode te causar graves punições ou até mesmo perca legal de atuação na área. Assim fazendo essencial o constante treinamento e avaliação dos profissionais.Importante propor também para as instituições pulseiras de identificação do paciente, tornando mais um critério de verificação no momento da administração, transformando assim o processo livre falhas.
A comunicação eficiente entre as equipes de saúde, prática constante, humanização de paciente e profissional, treinamentos frequentes e orientações são de extrema importância para garantir a segurança eficácia no processo medicamentoso. 
 
 
Referências
https://portal.coren-sp.gov.br/sites/default/files/uso-seguro-medicamentos.pdf
Institute of Medicine of the National Academies. Preventing medication errors: quality chasm series. Washington (DC): National Academy Press; 2007.
http://www.scielo.br/pdf/rgenf/v38n4/1983-1447-rgenf-38-04-e2017-0029.pdf
file:///C:/Users/TMCUATTRO/Downloads/13464-34121-1-PB.pdf
-ENFERMAGEM vol9. Ribeirão Preto, Rev.latinno - Am, 2001. no2 CD-ROM.
	
-Parecer COREN/SP 036/2013-CT Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo.
-Rev. Bras. Enferm. vol.72 no.4 Brasília July./Aug. 2019  Epub Aug 19, 2019
Responsabilidade da enfermagem na administração de medicamentos: Algumas reflexões para uma prática segura com qualidade de assistência.
Rev.Latinno - Am. Enfermagem vol9 no2.Ribeirão Preto Mar./Apr.2001
Parecer COREN/SP 036/2013-CT Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo.

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