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FRASER, Nancy. Redistribuição ou reconhecimento? Classe e status na sociedade contemporânea. In: Interseções Revista de Estudos Interdisciplinares, UERJ, ano 4, n. 1, 2002, p. 1-9.

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Resumo 
FRASER, Nancy. Redistribuição ou reconhecimento? Classe e status na sociedade contemporânea. In: 
I​ nterseções – Revista de Estudos Interdisciplinares​ , UERJ, ano 4, n. 1, 2002, p. 1-9. 
 
Nascida em 1947, em Baltimore, Nancy Fraser é uma importante filósofa feminista, que se 
preocupa com as concepções de justiça. Estudou Filosofia na City University of New York. Atualmente é 
professora de Ciência Política e Social da New School for Social Research. Seus trabalhos se centram 
na teoria crítica, teoria social, filosofia política, especialmente temas relacionados com o feminismo, a 
crítica do capitalismo e temas como a hegemonia e a política identitária. As formulações de Fraser 
geraram importantes contribuições a, no mínimo, três campos do pensamento social: a teoria feminista, 
a sociologia política dos movimentos sociais e a filosofia da justiça. Nancy Fraser é autora do texto 
“R​edistribuição ou reconhecimento? Classe e status na sociedade contemporânea”, no qual ela utiliza 
os termos “reconhecimento” e “redistribuição” a fim de se tentar compreender as desigualdades sociais. 
Atualmente, as demandas por justiça social tendem a se dividir em duas categorias: demandas 
redistributivas (na qual procura-se distribuir igualmente recursos e riquezas) e políticas de 
reconhecimento (na qual é busca-se conciliar as diferenças, a fim de propor um mundo mais 
respeitoso). Segundo Nancy, o reconhecimento representa uma maior contestação política e uma nova 
compreensão da justiça social, tendo em vista as questões de representação, identidade e diferença. 
Fraser identifica que lutar por reconhecimento não necessariamente irá contribuir para aprofundar as 
lutas por redistribuição e afirma que uma das ameaças à justiça social é a consequência da 
transição/substituição das exigências por redistribuição para as por reconhecimento, porém alega que a 
justiça hoje exige tanto redistribuição como reconhecimento (Fraser, p.1). 
Para fazer com que "redistribuição" e "reconhecimento" possam estar presentes em todos os 
movimentos sociais, se faz necessário desenvolvê-los como dimensões da justiça. Para tal, é 
necessário tratar a justiça de modo bifocal: uma justiça para questão de distribuição justa e uma justiça 
para uma questão de reconhecimento mútuo. 
Falando sobre injustiças, Nancy Fraser alega que, quanto à redistribuição, ela nasce na forma de 
desigualdades parecidas com as injustiças de classe, na qual se baseia a estrutura econômica da 
sociedade. Quanto ao reconhecimento, a injustiça se expressa na forma de submissão ao estatuto e as 
hierarquias, mais conhecidas como "valor cultural". A autora propõe soluções através de "remédios" 
para tais injustiças. 
 
O remédio para a injustiça econômica é alguma espécie de reestruturação político-econômica. 
O remédio para a injustiça cultural, em contraste, é alguma espécie de mudança cultural ou simbólica. (Fraser, p.2) 
 
Segundo Fraser, a melhor saída para a injustiça econômica é uma reestruturação 
político-econômica, enquanto para a injustiça cultural é algum tipo de mudança cultural. Sendo assim, 
as pessoas que estão sendo injustiçadas das duas formas, necessitam tanto de reconhecimento quanto 
de redistribuição. A exemplo do GÊNERO. O gênero é, em suma, um modo bivalente de coletividade. 
 
Ele contém uma face de economia política, que o insere no âmbito da redistribuição. Mas também uma 
face cultural-valorativa, que simultaneamente o insere no âmbito do reconhecimento (Fraser. p.4). 
Homens são mais bem remunerados do que as mulheres, logo: redistribuição. Existe o androcentrismo, 
o qual gera formas de subordinação de status específicas de gênero então: reconhecimento. Enquanto 
a lógica da redistribuição é acabar com esse negócio de gênero, a lógica do reconhecimento é valorizar 
a especificidade de gênero (Fraser, p.5). 
 
A relação do texto com o ​movimento feminista é muito claro. Inclusive, a autora deixa explícito 
ao dizer: as feministas devem buscar remédios que dissolvam a diferenciação de gênero, enquanto 
buscam também remédios culturais que valorizem a especificidade de uma coletividade desprezada 
(Fraser, p.6). É exatamente isso que o movimento faz desde o seu advento, luta pelo direito das 
mulheres e pelo fim da discriminação de gênero, bem como o assédio, a opressão, o patriarcado, o 
machismo e outras diversas reivindicações.

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