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Laudos Cap 1

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Capítulo 1 – Introdução à Psicologia Jurídica. A Regulamentação da Atuação do Psicólogo no Contexto Judicial 
 
Laudos Psicológicos nas Varas de Família 
Prof. Laudi Regina Palha - CRP/04 8040 
 Ciclo CEAP – Centro de Estudos Avançados de Psicologia 
Capítulo 1 – Introdução à Psicologia Jurídica. 
A Regulamentação da Atuação do Psicólogo 
no Contexto Judicial 
 
 
 
Prezados (as) alunos (as), 
 
Neste primeiro capítulo, discutiremos a atuação do psicólgo no âmbito judicial, como 
surgiram as primeiras demandas de avaliação psicológica neste contexto e as atuais críticas 
acerca deste trabalho. Visando o desenvolvimento dos nossos estudos sobre a elaboração 
de laudos psicológicos, apresentaremos a legislação que regulamenta o exercício profissional 
do psicólogo jurídico. Em seguida, faremos uma discussão sobre a confecção de laudos a 
partir da apresentação comentada de exemplos de escrita, estudos e reflexões de casos 
práticos, que terão como tema principal a alienação parental nas ações de regulamentação 
de visitas. Ao final do capítulo teremos exercícios para fixação dos assuntos abordados e 
sugestões de bibliografia. Desejo a todos(as) um proveitoso estudo e conto com a 
contribuição de vocês para incrementar nossas discussões! 
 
Laudi 
 
Índice 
 
1- Introdução à Psicologia Jurídica 
2- A Regulamentação da Atuação do Psicólogo no Contexto Judicial 
3- Código de Processo Civil. Lei 13.105 De 13 de março de 2015 
4- Estatuto da Criança e do Adolescente 
5- Relatório Psicológico 
6- Alienação Parental 
7- Textos Complementares (anexo) 
8- Referências Bibliográficas 
9- Exemplo de Laudo Psicológico - Comentado 
10- Estudo de Caso 
11- Atividade Prática 
12- Estudo Dirigido 
Capítulo 1 – Introdução à Psicologia Jurídica. A Regulamentação da Atuação do Psicólogo no Contexto Judicial 
 
Laudos Psicológicos nas Varas de Família 
Prof. Laudi Regina Palha - CRP/04 8040 
 Ciclo CEAP – Centro de Estudos Avançados de Psicologia 
1. Introdução à Psicologia Jurídica 
 
 
 
Segundo PORTILLO (1993), o direito pode ser definido como um “conjunto de leyes, 
preceptos e reglas a que están sometidos los hombres en su vida social. Ciencia que estudia 
las leyes y su aplicación.” (p.1). 
 
O mesmo autor define psicologia como “ciencia que estudia el comportamiento humano em 
el más vasto sentido, abarca toda las actividades, sentimientos y razones de las personas”. 
(p.1). 
 
Assim, a psicologia e o direito têm em comum o objeto de intervenção, ou seja, o homem e 
seu comportamento. 
 
Historicamente, a intervenção da psicologia no campo do direito ocorreu de forma a 
procurar responder aos propósitos de identificação de culpabilidade, responsabilidade, 
recuperação, reincidência, anomalias de caráter e de personalidade. Essa vertente da 
psicologia jurídica foi influenciada pelo ideal positivista e responde à demanda de fornecer 
uma prova ao processo judicial. A tarefa do psicólogo, nessa perspectiva, consiste em 
descobrir as causas subjetivas que acarretam os comportamentos desviantes das normas 
sociais e indicar as técnicas terapêuticas que possam alterar o comportamento anormal. A 
fim de melhor atender a este modelo foram desenvolvidas, na década de 50, várias técnicas 
de detecção de mentiras e investigação de periculosidade. 
 
Seguindo esta tendência, nas Varas Criminais, os laudos e exames são solicitados com o 
objetivo de se determinar a responsabilidade do acusado por um crime e de se verificar seu 
estado mental no momento do crime. 
 
Após a criação das Varas de Família, nas décadas de 70/80, o psicólogo também foi chamado 
a atuar nessa área. Pesquisas realizadas com profissionais do direito e da psicologia revelam 
que os conflitos emocionais advindos da separação de casais dificultam os procedimentos 
judiciais. A solicitação aos psicólogos para uma descrição das condições mentais de cada 
membro do grupo familiar, um diagnóstico e um prognóstico acerca da personalidade dos 
indivíduos demarcam um trabalho fundamentado nos moldes tradicionais, num modelo 
calcado em ideários positivistas. 
Capítulo 1 – Introdução à Psicologia Jurídica. A Regulamentação da Atuação do Psicólogo no Contexto Judicial 
 
Laudos Psicológicos nas Varas de Família 
Prof. Laudi Regina Palha - CRP/04 8040 
 Ciclo CEAP – Centro de Estudos Avançados de Psicologia 
Críticas a esse modelo têm sido feitas há vários anos. Questiona-se a necessidade de que a 
psicologia jurídica esteja atrelada à verificação experimental. Além disso, aponta-se a 
existência de perícias contraditórias que mostram que a psicologia não é uma ciência exata. 
Critica-se também o fato de que as perícias podem reproduzir preconceitos e estereótipos 
sociais sobre grupos considerados marginais, emitindo um julgamento sobre o indivíduo do 
qual ele não pode se defender. 
 
Na área de família, critica-se o fato de que a perícia, muitas vezes, funciona como um 
incentivador dos conflitos e não como um atenuador ou solucionador dos litígios. Isto 
porque, na perícia, a pessoa busca acusações a serem feitas contra a outra parte, numa 
tentativa de provar sua inocência e/ou de ser o vencedor de uma demanda judicial. 
 
Em função dessas reflexões surgem, na área de família, várias propostas de um trabalho 
diferenciado, como estudo psicológico, mediação, conciliação, acompanhamento de visitas; 
visando uma atuação que possa fomentar a saúde mental dos envolvidos nas ações judiciais, 
minimizar os conflitos interpessoais e estimular a autonomia dos indivíduos. Mesmo no 
enfoque pericial, existem sugestões de se trabalhar com as partes com o objetivo de 
favorecer relações familiares mais saudáveis, através de entrevistas de orientação, de 
entrevistas devolutivas, bem como da elaboração de laudos pautados nos princípios técnicos 
e éticos da psicologia, evitando-se, por exemplo, exposições desnecessárias dos envolvidos 
nos processos judiciais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Capítulo 1 – Introdução à Psicologia Jurídica. A Regulamentação da Atuação do Psicólogo no Contexto Judicial 
 
Laudos Psicológicos nas Varas de Família 
Prof. Laudi Regina Palha - CRP/04 8040 
 Ciclo CEAP – Centro de Estudos Avançados de Psicologia 
2. A Regulamentação da Atuação do Psicólogo no 
Contexto Judicial 
 
 
 
Conforme documento referente às atribuições do psicólogo no Brasil, enviado, em 1992, 
pelo Conselho Federal de Psicologia ao Ministério do Trabalho, para compor o Catálogo 
Brasileiro de Ocupações – CBO, o psicólogo jurídico tem as seguintes atribuições gerais: 
 Avalia as condições intelectuais e emocionais de crianças, adolescentes e adultos em 
conexão com processos jurídicos, seja por deficiência mental e insanidade, 
testamentos contestados, aceitação em lares adotivos, posse e guarda de crianças ou 
determinação da responsabilidade legal por atos criminosos. 
 Atua como perito judicial nas varas cíveis, criminais, justiça do trabalho, da família, da 
criança e do adolescente, elaborando laudos, pareceres e perícias a serem anexadas 
aos processos. 
Na área específica de família, o psicólogo, dentre outras atividades: 
 Realiza atendimento psicológico através de trabalho acessível e comprometido com a 
busca de decisões próprias na organização familiar dos que recorrem a Varas de 
Família para resolução de conflitos. 
 Realiza orientação psicológica a casais, antes da entrada de petição, assim como nas 
audiências de conciliação. 
 Realiza atendimento a crianças envolvidas em situações que chegam a instituições de 
Direito, visando a preservação de sua saúde mental. 
 Auxilia os juizados próprios na avaliação e assistência psicológica de menores e seus 
familiares. 
 Colabora com a justiça e apresenta, quando designado ou intimado, laudos,pareceres, depoimentos, etc, que favoreçam a interpretação e a aplicação da Lei. 
Acesse: http://www.mtecbo.gov.br/cbosite/pages/pesquisas/BuscaPorTitulo.jsf 
 
A atuação do psicólogo jurídico (perito e assistente técnico) está prevista e regulamentada 
pelas seguintes leis e resoluções: 
Capítulo 1 – Introdução à Psicologia Jurídica. A Regulamentação da Atuação do Psicólogo no Contexto Judicial 
 
Laudos Psicológicos nas Varas de Família 
Prof. Laudi Regina Palha - CRP/04 8040 
 Ciclo CEAP – Centro de Estudos Avançados de Psicologia 
 Código de Processo Civil. Lei n° 5.869, de 11 de janeiro de 1973, com alterações. 
 Estatuto da criança e do adolescente. Lei n.° 8.069, de 13 de julho de 1990. 
 Lei n° 11.698, de 6 de junho de 2008. Dispõe sobre a guarda compartilhada. 
 Lei n 13.058 de 22 dezembro de 2014. Altera os arts. 1.583, 1.584, 1.585 e 1.634 da 
Lei n 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil) para estabelecer o significado da 
expressão "guarda compartilhada" e dispor sobre sua aplicação. 
 Lei n° 12.318, de 26 de agosto de 2010. Dispõe sobre a alienação parental e altera o 
art. 236 da Lei n.° 8.069, de 13 de julho de 1990. 
 Resolução CFP N.° 007/2003. Manual de Elaboração de Documentos Decorrentes de 
Avaliações Psicológicas. 
 Resolução CFP N.° 010/05. Código de Ética Profissional do Psicólogo. 
 Resolução CFP N.° 008/2010. Dispõe sobre a atuação do psicólogo como perito e 
assistente técnico no Poder Judiciário. 
 Resolução CFP N.º 017/2012. Dispõe sobre a atuação do psicólogo como Perito nos 
diversos contextos. 
 
Considero fundamental para o trabalho do psicólogo, que atua no contexto judicial, o 
conhecimento da legislação sobre esta matéria, seja para o desenvolvimento de suas 
atividades ou para, quando necessário, apresentar algum esclarecimento sobre sua atuação. 
Pessoas envolvidas num processo judicial, através de seus representantes legais, podem 
questionar, por exemplo, os procedimentos técnicos utilizados pelo psicólogo, ou requerer a 
participação de um assistente técnico nas entrevistas realizadas pelo perito. Podem ocorrer 
tentativas de impugnação do laudo do perito que não estabeleceu contato com o assistente 
técnico, antes de iniciar suas avaliações. Em outros casos, podem questionar a formação 
acadêmica de um assistente técnico ou o grau de parentesco deste último com a parte que o 
contratou. Em todas as circunstâncias supracitadas, faz-se necessário o conhecimento e, em 
alguns casos, a transcrição das leis para justificativa sobre a condução do trabalho. Portanto, 
caros alunos, sejam persistentes, leiam todas estas leis e resoluções, com atenção. Espero 
que vocês tomem gosto por esses documentos, os quais nos fortalecem e proporcionam 
segurança para o desenvolvimento de nossas atividades profissionais. Ademais, essas leis 
poderão estimular nossas discussões durante este curso. Não se esqueçam, precisamos ler 
muito, pesquisar as matérias referentes à nossa área de atuação e acompanhar os assuntos 
que estão disponíveis na mídia e podem suscitar curiosidade e algumas opiniões errôneas 
sobre os objetivos do nosso trabalho. Atualmente, existe um interesse da população pelo 
tema “Alienação Parental”, que possui uma lei própria, prevendo a realização de perícia 
psicológica ou biopsicossocial, com indicação dos procedimentos técnicos para avaliação 
psicológica. 
 
Para facilitar nossos estudos serão apresentados os principais artigos do Código de Processo 
Civil relacionados à atuação do perito e do assistente técnico, os quais tratam de perícias de 
um modo geral. Depois, descreveremos os artigos do Estatuto da Criança e do Adolescente 
que também tratam da perícia psicossocial, com previsão de recursos para implantação de 
equipe interprofissional e de suas atribuições e, por fim, transcreveremos o item 3 - 
Relatório Psicológico - do Manual de Elaboração de Documentos Escritos produzidos pelo 
psicólogo, decorrentes de avaliação psicológica, correspondente à Resolução CFP N° 
007/2003. 
Capítulo 1 – Introdução à Psicologia Jurídica. A Regulamentação da Atuação do Psicólogo no Contexto Judicial 
 
Laudos Psicológicos nas Varas de Família 
Prof. Laudi Regina Palha - CRP/04 8040 
 Ciclo CEAP – Centro de Estudos Avançados de Psicologia 
3. Código de Processo Civil. Lei 13.105 De 13 de março 
de 2015 
 
 
(http://livraria.senado.gov.br/e_CPC_2015) 
 
Titulo IV 
Capítulo III – Dos Auxiliares da justiça 
Art. 149 
 
Art. 149. São auxiliares da Justiça, além de outros cujas atribuições sejam determinadas 
pelas normas de organização judiciária, o escrivão, o chefe de secretaria, o oficial de justiça, 
o perito, o depositário, o administrador, o intérprete, o tradutor, o mediador, o conciliador 
judicial, o partidor, o distribuidor, o contabilista e o regulador de avarias. 
Seção II – Do Perito 
Art. 156 a 158 
 
Art. 156. O juiz será assistido por perito quando a prova do fato depender de conhecimento 
técnico ou científico. 
§ 1º Os peritos serão nomeados entre os profissionais legalmente habilitados e os órgãos 
técnicos ou científicos devidamente inscritos em cadastro mantido pelo tribunal ao qual o 
juiz está vinculado. 
§ 2º Para formação do cadastro, os tribunais devem realizar consulta pública, por meio de 
divulgação na rede mundial de computadores ou em jornais de grande circulação, além de 
consulta direta a universidades, a conselhos de classe, ao Ministério Público, à Defensoria 
Pública e à Ordem dos Advogados do Brasil, para a indicação de profissionais ou de órgãos 
técnicos interessados. 
§ 3º Os tribunais realizarão avaliações e reavaliações periódicas para manutenção do 
cadastro, considerando a formação profissional, a atualização do conhecimento e a 
experiência dos peritos interessados. 
Capítulo 1 – Introdução à Psicologia Jurídica. A Regulamentação da Atuação do Psicólogo no Contexto Judicial 
 
Laudos Psicológicos nas Varas de Família 
Prof. Laudi Regina Palha - CRP/04 8040 
 Ciclo CEAP – Centro de Estudos Avançados de Psicologia 
§ 4º Para verificação de eventual impedimento ou motivo de suspeição, nos termos dos arts. 
148 e 467, o órgão técnico ou científico nomeado para realização da perícia informará ao juiz 
os nomes e os dados de qualificação dos profissionais que participarão da atividade. 
§ 5º Na localidade onde não houver inscrito no cadastro disponibilizado pelo tribunal, a 
nomeação do perito é de livre escolha pelo juiz e deverá recair sobre profissional ou órgão 
técnico ou científico comprovadamente detentor do conhecimento necessário à realização 
da perícia. 
Art. 157. O perito tem o dever de cumprir o ofício no prazo que lhe designar o juiz, 
empregando toda sua diligência, podendo escusar-se do encargo alegando motivo legítimo. 
§ 1º A escusa será apresentada no prazo de 15 (quinze) dias, contado da intimação, da 
suspeição ou do impedimento supervenientes, sob pena de renúncia ao direito a alegá-la. 
§ 2º Será organizada lista de peritos na vara ou na secretaria, com disponibilização dos 
documentos exigidos para habilitação à consulta de interessados, para que a nomeação seja 
distribuída de modo equitativo, observadas a capacidade técnica e a área de conhecimento. 
Art. 158. O perito que, por dolo ou culpa, prestar informações inverídicas responderá pelos 
prejuízos que causar à parte e ficará inabilitado para atuar em outras perícias no prazo de 2 
(dois) a 5 (cinco) anos, independentemente das demais sanções previstas em lei, devendo o 
juiz comunicar o fato ao respectivo órgão de classe para adoção das medidas que entender 
cabíveis. 
 
Seção X – Da Prova Pericial 
Art. 464 a 480 
 
Art. 464. A prova pericial consiste em exame, vistoria ou avaliação. 
§ 1º O juiz indeferirá a perícia quando: 
I – a prova do fato não depender de conhecimento especial de técnico; 
II – for desnecessáriaem vista de outras provas produzidas; 
III – a verificação for impraticável. 
§ 2º De ofício ou a requerimento das partes, o juiz poderá, em substituição à perícia, 
determinar a produção de prova técnica simplificada, quando o ponto controvertido for de 
menor complexidade. 
§ 3º A prova técnica simplificada consistirá apenas na inquirição de especialista, pelo juiz, 
sobre ponto controvertido da causa que demande especial conhecimento científico ou 
técnico. 
 
§ 4º Durante a arguição, o especialista, que deverá ter formação acadêmica específica na 
Capítulo 1 – Introdução à Psicologia Jurídica. A Regulamentação da Atuação do Psicólogo no Contexto Judicial 
 
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área objeto de seu depoimento, poderá valer-se de qualquer recurso tecnológico de 
transmissão de sons e imagens com o fim de esclarecer os pontos controvertidos da causa. 
Art. 465. O juiz nomeará perito especializado no objeto da perícia e fixará de imediato o 
prazo para a entrega do laudo. 
§ 1º Incumbe às partes, dentro de 15 (quinze) dias contados da intimação do despacho de 
nomeação do perito: 
I – arguir o impedimento ou a suspeição do perito, se for o caso; 
II – indicar assistente técnico; 
III – apresentar quesitos. 
§ 2º Ciente da nomeação, o perito apresentará em 5 (cinco) dias: 
I – proposta de honorários; 
II – currículo, com comprovação de especialização; 
III – contatos profissionais, em especial o endereço eletrônico, para onde serão dirigidas as 
intimações pessoais. 
§ 3º As partes serão intimadas da proposta de honorários para, querendo, manifestar-se no 
prazo comum de 5 (cinco) dias, após o que o juiz arbitrará o valor, intimando-se as partes 
para os fins do art. 95. 
§ 4º O juiz poderá autorizar o pagamento de até cinquenta por cento dos honorários 
arbitrados a favor do perito no início dos trabalhos, devendo o remanescente ser pago 
apenas ao final, depois de entregue o laudo e prestados todos os esclarecimentos 
necessários. 
 
§ 5º Quando a perícia for inconclusiva ou deficiente, o juiz poderá reduzir a remuneração 
inicialmente arbitrada para o trabalho. 
§ 6º Quando tiver de realizar-se por carta, poder-se-á proceder à nomeação de perito e à 
indicação de assistentes técnicos no juízo ao qual se requisitar a perícia. 
Art. 466. O perito cumprirá escrupulosamente o encargo que lhe foi cometido, 
independentemente de termo de compromisso. 
§ 1º Os assistentes técnicos são de confiança da parte e não estão sujeitos a impedimento 
ou suspeição. 
§ 2º O perito deve assegurar aos assistentes das partes o acesso e o acompanhamento das 
diligências e dos exames que realizar, com prévia comunicação, comprovada nos autos, com 
antecedência mínima de 5 (cinco) dias. 
Capítulo 1 – Introdução à Psicologia Jurídica. A Regulamentação da Atuação do Psicólogo no Contexto Judicial 
 
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Art. 467. O perito pode escusar-se ou ser recusado por impedimento ou suspeição. 
Parágrafo único. O juiz, ao aceitar a escusa ou ao julgar procedente a impugnação, nomeará 
novo perito. 
Art. 468. O perito pode ser substituído quando: 
I – faltar-lhe conhecimento técnico ou científico; 
II – sem motivo legítimo, deixar de cumprir o encargo no prazo que lhe foi assinado. 
§ 1º No caso previsto no inciso II, o juiz comunicará a ocorrência à corporação profissional 
respectiva, podendo, ainda, impor multa ao perito, fixada tendo em vista o valor da causa e 
o possível prejuízo decorrente do atraso no processo. 
§ 2º O perito substituído restituirá, no prazo de 15 (quinze) dias, os valores recebidos pelo 
trabalho não realizado, sob pena de ficar impedido de atuar como perito judicial pelo prazo 
de 5 (cinco) anos. 
§ 3º Não ocorrendo a restituição voluntária de que trata o § 2º, a parte que tiver realizado o 
adiantamento dos honorários poderá promover execução contra o perito, na forma dos arts. 
513 e seguintes deste Código, com fundamento na decisão que determinar a devolução do 
numerário. 
 
Art. 469. As partes poderão apresentar quesitos suplementares durante a diligência, que 
poderão ser respondidos pelo perito previamente ou na audiência de instrução e 
julgamento. 
 
Parágrafo único. O escrivão dará à parte contrária ciência da juntada dos quesitos aos autos. 
Art. 470. Incumbe ao juiz: 
I – indeferir quesitos impertinentes; 
II – formular os quesitos que entender necessários ao esclarecimento da causa. 
Art. 471. As partes podem, de comum acordo, escolher o perito, indicando-o mediante 
requerimento, desde que: 
I – sejam plenamente capazes; 
II – a causa possa ser resolvida por autocomposição. 
§ 1º As partes, ao escolher o perito, já devem indicar os respectivos assistentes técnicos para 
acompanhar a realização da perícia, que se realizará em data e local previamente 
anunciados. 
 
§ 2º O perito e os assistentes técnicos devem entregar, respectivamente, laudo e pareceres 
em prazo fixado pelo juiz. 
Capítulo 1 – Introdução à Psicologia Jurídica. A Regulamentação da Atuação do Psicólogo no Contexto Judicial 
 
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§ 3º A perícia consensual substitui, para todos os efeitos, a que seria realizada por perito 
nomeado pelo juiz. 
Art. 472. O juiz poderá dispensar prova pericial quando as partes, na inicial e na contestação, 
apresentarem, sobre as questões de fato, pareceres técnicos ou documentos elucidativos 
que considerar suficientes. 
Art. 473. O laudo pericial deverá conter: 
I – a exposição do objeto da perícia; 
II – a análise técnica ou científica realizada pelo perito; 
III – a indicação do método utilizado, esclarecendo-o e demonstrando ser 
predominantemente aceito pelos especialistas da área do conhecimento da qual se originou; 
IV – resposta conclusiva a todos os quesitos apresentados pelo juiz, pelas partes e pelo 
órgão do Ministério Público. 
§ 1º No laudo, o perito deve apresentar sua fundamentação em linguagem simples e com 
coerência lógica, indicando como alcançou suas conclusões. 
§ 2º É vedado ao perito ultrapassar os limites de sua designação, bem como emitir opiniões 
pessoais que excedam o exame técnico ou científico do objeto da perícia. 
§ 3º Para o desempenho de sua função, o perito e os assistentes técnicos podem valer-se de 
todos os meios necessários, ouvindo testemunhas, obtendo informações, solicitando 
documentos que estejam em poder da parte, de terceiros ou em repartições públicas, bem 
como instruir o laudo com planilhas, mapas, plantas, desenhos, fotografias ou outros 
elementos necessários ao esclarecimento do objeto da perícia. 
Art. 474. As partes terão ciência da data e do local designados pelo juiz ou indicados pelo 
perito para ter início a produção da prova. 
Art. 475. Tratando-se de perícia complexa que abranja mais de uma área de conhecimento 
especializado, o juiz poderá nomear mais de um perito, e a parte, indicar mais de um 
assistente técnico. 
Art. 476. Se o perito, por motivo justificado, não puder apresentar o laudo dentro do prazo, 
o juiz poderá conceder-lhe, por uma vez, prorrogação pela metade do prazo originalmente 
fixado. 
 
Art. 477. O perito protocolará o laudo em juízo, no prazo fixado pelo juiz, pelo menos 20 
(vinte) dias antes da audiência de instrução e julgamento. 
§ 1º As partes serão intimadas para, querendo, manifestar-se sobre o laudo do perito do 
juízo no prazo comum de 15 (quinze) dias, podendo o assistente técnico de cada uma das 
partes, em igual prazo, apresentar seu respectivo parecer. 
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§ 2º O perito do juízo tem o dever de, no prazo de 15 (quinze) dias, esclarecer ponto: 
I – sobre o qual exista divergência ou dúvida de qualquer das partes, do juiz ou do órgão do 
Ministério Público; 
II – divergente apresentado no parecer do assistente técnico da parte. 
§ 3º Se ainda houver necessidade de esclarecimentos, a parte requererá ao juiz que mande 
intimar o perito ou o assistente técnico a comparecer à audiência de instrução e julgamento, 
formulando, desde logo, as perguntas, sob forma de quesitos. 
§ 4º O perito ou o assistente técnico será intimado por meio eletrônico, com pelo menos 10 
(dez) dias de antecedência da audiência. 
Art. 478. Quando o exame tiver por objeto a autenticidade ou a falsidade de documento ou 
for de natureza médico-legal, o perito será escolhido, de preferência, entre os técnicos dos 
estabelecimentos oficiais especializados, a cujos diretores o juiz autorizará a remessa dos 
autos, bem como do material sujeito a exame. 
§ 1º Nas hipóteses de gratuidade de justiça, os órgãos e as repartições oficiais deverão 
cumprir a determinação judicial com preferência, no prazo estabelecido. 
§ 2º A prorrogação do prazo referido no § 1º pode ser requerida motivadamente. 
§ 3º Quando o exame tiver por objeto a autenticidade da letra e da firma, o perito poderá 
requisitar, para efeito de comparação, documentos existentes em repartições públicas e, na 
falta destes, poderá requerer ao juiz que a pessoa a quem se atribuir a autoria do 
documento lance em folha de papel, por cópia ou sob ditado, dizeres diferentes, para fins de 
comparação. 
 
Art. 479. O juiz apreciará a prova pericial de acordo com o disposto no art. 371, indicando na 
sentença os motivos que o levaram a considerar ou a deixar de considerar as conclusões do 
laudo, levando em conta o método utilizado pelo perito. 
Art. 480. O juiz determinará, de ofício ou a requerimento da parte, a realização de nova 
perícia quando a matéria não estiver suficientemente esclarecida. 
§ 1º A segunda perícia tem por objeto os mesmos fatos sobre os quais recaiu a primeira e 
destina-se a corrigir eventual omissão ou inexatidão dos resultados a que esta conduziu. 
§ 2º A segunda perícia rege-se pelas disposições estabelecidas para a primeira. 
§ 3º A segunda perícia não substitui a primeira, cabendo ao juiz apreciar o valor de uma e de 
outra. 
Seção XI – Da Inspeção Judicial 
Art. 482 
 
Art. 482. Ao realizar a inspeção, o juiz poderá ser assistido por um ou mais peritos. 
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4.Estatuto da Criança e do Adolescente 
 
 
Seção II - DOS SERVIÇOS AUXILIARES 
 
Art. 150 - Cabe ao Poder Judiciário, na elaboração de sua proposta orçamentária, prever 
recursos para manutenção de equipe interprofissional, destinada a assessorar a Justiça da 
Infância e da Juventude. 
 
Art. 151 - Compete à equipe interprofissional, dentre outras atribuições que Ihe forem 
reservadas pela legislação local, fornecer subsídios por escrito, mediante laudos, ou 
verbalmente, na audiência, e bem assim desenvolver trabalhos de aconselhamento, 
orientação, encaminhamento, prevenção e outros, tudo sob a imediata subordinação à 
autoridade judiciária, assegurada a livre manifestação do ponto de vista técnico. 
 
Seção IV - DA COLOCAÇÃO EM FAMÍLIA SUBSTITUTA 
 
Art. 167 - A autoridade judiciária, de ofício ou a requerimento das partes ou do Ministério 
Público, determinará a realização de estudo social ou, se possível, perícia por equipe 
interprofissional, decidindo sobre a concessão de guarda provisória, bem como, no caso de 
adoção, sobre o estágio de convivência. 
 
Parágrafo único. Deferida a concessão da guarda provisória ou do estágio de convivência, a 
criança ou o adolescente será entregue ao interessado, mediante termo de responsabilidade 
(165). 
 
Art. 168 - Apresentado o relatório social ou o laudo pericial, e ouvida, sempre que possível, a 
criança ou o adolescente, dar-se-á vista dos autos ao Ministério Público, pelo prazo de cinco 
dias, decidindo a autoridade judiciária em igual prazo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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5. Relatório Psicológico 
 
A Resolução CFP N° 007/2003 instituiu o Manual de Elaboração de 
Documentos Escritos produzidos pelo psicólogo, decorrentes de 
avaliação. 
 
O relatório ou laudo psicológico é uma apresentação descritiva acerca de situações e/ou 
condições psicológicas e suas determinações históricas, sociais, políticas e culturais, 
pesquisadas no processo de avaliação psicológica. Como todo DOCUMENTO, deve ser 
subsidiado em dados colhidos e analisados, à luz de um instrumental técnico (entrevistas, 
dinâmicas, testes psicológicos, observação, exame psíquico, intervenção verbal), 
consubstanciado em referencial técnico-filosófico e científico adotado pelo psicólogo. 
 
A finalidade do relatório psicológico será a de apresentar os procedimentos e conclusões 
gerados pelo processo da avaliação psicológica, relatando sobre o encaminhamento, as 
intervenções, o diagnóstico, o prognóstico e evolução do caso, orientação e sugestão de 
projeto terapêutico, bem como, caso necessário, solicitação de acompanhamento 
psicológico, limitando-se a fornecer somente as informações necessárias relacionadas à 
demanda, solicitação ou petição. 
 
2. Estrutura 
 
O relatório psicológico é uma peça de natureza e valor científicos, devendo conter narrativa 
detalhada e didática, com clareza, precisão e harmonia, tornando-se acessível e 
compreensível ao destinatário. Os termos técnicos devem, portanto, estar acompanhados 
das explicações e/ou conceituação retiradas dos fundamentos teórico-filosóficos que os 
sustentam. 
 
O relatório psicológico deve conter, no mínimo, 5 (cinco) itens: identificação, descrição da 
demanda, procedimento, análise e conclusão. 
 
1. Identificação 
2. Descrição da demanda 
3. Procedimento 
4. Análise 
5. Conclusão 
 
2.1. Identificação 
 
É a parte superior do primeiro tópico do documento com a finalidade de identificar: 
 
O autor/relator – quem elabora; 
O interessado – quem solicita; 
O assunto/finalidade – qual a razão/finalidade. 
 
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No identificador AUTOR/RELATOR, deverá ser colocado o(s) nome(s) do(s) psicólogo(s) que 
realizará(ão) a avaliação, com a(s) respectiva(s) inscrição(ões) no Conselho Regional. 
 
No identificador INTERESSADO, o psicólogo indicará o nome do autor do pedido (se a 
solicitação foi da Justiça, se foi de empresas, entidades ou do cliente). 
 
No identificador ASSUNTO, o psicólogo indicará a razão, o motivo do pedido (se para 
acompanhamento psicológico, prorrogação de prazo para acompanhamento ou outras 
razões pertinentes a uma avaliação psicológica). 
 
2.2. Descrição da demanda 
 
Esta parte é destinada à narração das informações referentes à problemática apresentada e 
dos motivos, razões e expectativas que produziram o pedido do documento. Nesta parte, 
deve-se apresentar a análiseque se faz da demanda de forma a justificar o procedimento 
adotado. 
 
2.3. Procedimento 
 
A descrição do procedimento apresentará os recursos e instrumentos técnicos utilizados 
para coletar as informações (número de encontros, pessoas ouvidas etc) à luz do referencial 
teórico-filosófico que os embasa. O procedimento adotado deve ser pertinente para avaliar 
a complexidade do que está sendo demandado. 
 
2.4. Análise 
 
É a parte do documento na qual o psicólogo faz uma exposição descritiva de forma 
metódica, objetiva e fiel dos dados colhidos e das situações vividas relacionados à demanda 
em sua complexidade. Como apresentado nos princípios técnicos, “O processo de avaliação 
psicológica deve considerar que os objetos deste procedimento (as questões de ordem 
psicológica) têm determinações históricas, sociais, econômicas e políticas, sendo as mesmas 
elementos constitutivos no processo de subjetivação. O DOCUMENTO, portanto, deve 
considerar a natureza dinâmica, não definitiva e não cristalizada do seu objeto de estudo”. 
 
Nessa exposição, deve-se respeitar a fundamentação teórica que sustenta o instrumental 
técnico utilizado, bem como princípios éticos e as questões relativas ao sigilo das 
informações. Somente deve ser relatado o que for necessário para o esclarecimento do 
encaminhamento, como disposto no Código de Ética Profissional do Psicólogo. 
 
O psicólogo, ainda nesta parte, não deve fazer afirmações sem sustentação em fatos e/ou 
teorias, devendo ter linguagem precisa, especialmente quando se referir a dados de 
natureza subjetiva, expressando-se de maneira clara e exata. 
 
2.5. Conclusão 
 
Na conclusão do documento, o psicólogo vai expor o resultado e/ou considerações a 
respeito de sua investigação a partir das referências que subsidiaram o trabalho. As 
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considerações geradas pelo processo de avaliação psicológica devem transmitir ao 
solicitante a análise da demanda em sua complexidade e do processo de avaliação 
psicológica como um todo. 
 
Vale ressaltar a importância de sugestões e projetos de trabalho que contemplem a 
complexidade das variáveis envolvidas durante todo o processo. 
 
Após a narração conclusiva, o documento é encerrado, com indicação do local, data de 
emissão, assinatura do psicólogo e o seu número de inscrição no CRP. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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6. Alienação Parental 
 
 
 
O termo Síndrome de Alienação parental (SAP) foi proposto pelo psiquiatra norte-americano 
Richard Gardner, em 1985, para descrever a situação onde a mãe ou o pai de uma criança a 
programa para odiar, para romper a convivência e o vínculo afetivo com o outro genitor. 
Segundo Gardner, A Síndrome de Alienação Parental (SAP) é um distúrbio da infância que 
aparece quase exclusivamente no contexto de disputas de custódia de crianças. Sua 
manifestação preliminar é a campanha denegritória contra um dos genitores, uma 
campanha feita pela própria criança e que não tenha nenhuma justificação. Resulta da 
combinação das instruções de um genitor (o que faz a “lavagem cerebral, programação, 
doutrinação”) e contribuições da própria criança para caluniar o genitor-alvo. Quando o 
abuso e/ou a negligência parentais verdadeiros estão presentes, a animosidade da criança 
pode ser justificada, e assim a explicação de Síndrome de Alienação Parental para a 
hostilidade da criança não é aplicável. (GARDNER, 2002). 
Embora existam polêmicas a respeito da utilização do termo “síndrome de alienação 
parental” que não foi incluída na versão atual do Manual Diagnóstico e Estatístico de 
Transtornos Mentais (DSM – V), publicada em 2013, esse fenômeno tem sido observado por 
profissionais e pesquisados que se debruçam nos estudos sobre os conflitos familiares, bem 
como na nossa atuação profissional, no Tribunal de Justiça de Minas Gerais, ao longo dos 
últimos dezoito anos, mormente, nos processos relacionados à guarda, modificação de 
guarda, regulamentação de visitas e alteração de cláusula de visitas. O tema alienação 
parental, há cinco anos aproximadamente, ganhou espaço na mídia nacional, tem sido 
divulgado por jornais, revistas, emissoras de rádio e de televisão, propiciando alguns 
comentários equivocados e falsas expectativas quanto à atuação do psicólogo perante esta 
problemática. 
 
A apresentação do tema “alienação parental”, neste curso de laudos psicológicos, tem como 
objetivo principal estimular os alunos à reflexão e à pesquisa sobre esse fenômeno que pode 
estar presente nos conflitos decorrentes da separação conjugal e, consequentemente, será 
objeto de estudo nas avaliações psicológicas junto às varas de famílias. Em 26 de agosto de 
2010, foi promulgada a Lei N° 12.318 que dispõe sobre a alienação parental, no art. 5º prevê 
que “havendo indício de prática de ato de alienação parental, em ação autônoma ou 
incidental, o juiz, se necessário, determinará perícia psicológica ou biopsicossocial. 
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Questionamentos e dúvidas acerca dos procedimentos técnicos a serem adotados para 
identificação desta problemática têm propiciado discussões entre profissionais e 
pesquisados. Salientamos que o conhecimento técnico e teórico sobre essa matéria e acerca 
dos demais temas pertinentes ao contexto das varas de família será decisivo para a 
qualidade dos laudos psicológicos. A compreensão sobre os conflitos familiares deverá 
contemplar, além de aspectos psicológicos individuais, as mudanças na concepção de 
família, as questões sociais que permeiam as relações de gênero. Com essa abordagem, o 
psicólogo judicial poderá entender os vínculos emocionais, os papéis familiares, 
humanizando um procedimento judicial que se refere às relações humanas privadas. 
Poema para ler os litígios conjugais 
 
Não te amo mais 
Estarei mentindo dizendo que 
Ainda te quero como sempre quis. 
Tenho certeza que 
Nada foi em vão. 
Sinto dentro de mim que 
Você não significa nada. 
Não poderei dizer jamais que 
Alimento um grande amor. 
Sinto cada vez mais que 
Já te esqueci! 
E jamais usarei a frase 
EU TE AMO! 
Sinto, mas tenho que dizer a verdade 
É tarde demais... 
(leia do fim para o começo) 
Clarice Lispector 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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7. Textos Complementares 
 
(Arquivos em anexo) 
 
- Síndrome da Alienação Parental - Gardner_2002 
- LEI No 12.318 
- Síndrome da alienação parental o que é isso - Revista Jus Navigandi - Doutrina e Pecas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Laudos Psicológicos nas Varas de Família 
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 Ciclo CEAP – Centro de Estudos Avançados de Psicologia8. Referências Bibliográficas 
 
BRASIL. Ministério da Justiça. Código de Processo Civil. Lei n° 13.105, de 13 de março de 
2015. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L5 869. htm>. Acesso em 
14-07-2015. 
 
BRASIL. Casa Civil. Estatuto da criança e do adolescente. Lei n. 8.069, de 13 de julho de 
1990. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8069.htm>. Acesso em 
26-11-2011. 
 
BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Classificação brasileira de ocupações do 
ministério do trabalho e emprego. Disponível em: 
<http://www.mtecbo.gov.br/cbosite/pages/pesquisas/ResultadoFamilia.jsf>. Acesso em: 26 
– 7 - 2011. 
 
BRASIL. Lei nº 11.698, de 6 de junho de 2008 – Dispõe sobre a guarda compartilhada. 
Brasília, DF; 2008. 
 
BRASIL. Lei n 13.058 de 22 dezembro de 2014. Altera os arts. 1.583, 1.584, 1.585 e 1.634 da 
Lei n 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil) para estabelecer o significado da 
expressão "guarda compartilhada" e dispor sobre sua aplicação. 
 
BRITO, L.M.T. Vara de Família: uma questão para psicólogos? Rio de Janeiro: UERJ, 1992 
(Dissertação de Mestrado). 
 
CONSELHO FEDERAL de PSICOLOGIA Resolução CFP N.° 007/2003. Manual de Elaboração de 
Documentos Decorrentes de Avaliações Psicológicas. Brasília, 2003. Disponível em 
http://www.pol.org.br/pol/cms/pol/legislacao/resolucao/ Acessado em 01- 09-2011. 
 
_________________________________Resolução CFP N.° 010/05. Código de Ética 
Profissional do Psicólogo. Brasília, 2005. Disponível em 
http://www.pol.org.br/pol/export/sites/default/pol/legislacao/legislacaoDocumentos/codig
o_etica.pdf Acessado em 01- 09 – 2011. 
 
_______________________________Resolução CFP N.° 008/2010. Dispõe sobre a atuação 
do psicólogo como perito e assistente técnico no Poder Judiciário. Disponível em 
http://www.pol.org.br/pol/cms/pol/legislacao/resultadoBusca.jsp. Acesso em 02-09-2011. 
 
GONÇALVES, C.R. Direito civil brasileiro: direito de família, v. IV. 4 ed. São Paulo: Saraiva, 
2007. 659p. 
 
HOUAISS, A.; VILLAR, M. S. Dicionário Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro: 
Objetiva, 2001. 
 
PORTILHO, J. U e MEZQUITA, B.V. (comps). Manual de Psicologia Forense. Madrid: Siglo XXI 
de Espanha, 1993. 
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9. Exemplo de Laudo Psicológico - 
Comentado 
 
 
 
O laudo descrito a seguir foi anexado a uma ação judicial de Alteração de Cláusula de 
Visitas. Dados como profissão da mãe, do pai e escola onde a criança estuda foram 
omitidos. Destacamos em negrito/itálico parte do laudo, pois identificamos trecho de um 
texto, que indicamos a seguir, não citado pelo psicólogo autor do referido laudo. 
 
Ballone GJ - Abuso Sexual Infantil, in. VirtualPsy, Internet, disponível em 
<http://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=1&ved=0CB8QFjA
A&url=http%3A%2F%2Fwww.nre.seed.pr.gov.br%2Fumuarama%2Farquivos%2FFile%2Feduc
_esp%2F18_abuso_sexual.pdf&ei=ZWEQVLTaFNe7ggS4iYHIDQ&usg=AFQjCNGXJuK7SgaYUw
10Py7RNLXIpiYBBg&sig2=KcoP_aycxClqV-taK-tXuw&bvm=bv.74649129,d.eXY> 2003, ou 
então clicando aqui. 
A mãe da criança impetrou a referida ação sob alegação de que o pai não reunia condições 
para proteger a filha, durante as visitas no ambiente familiar paterno e apresentou o 
relatório de um psicólogo contratado por ela. O pai apresentou contestação, alegando nunca 
ter sido informado sobre os fatos apresentados na inicial e negou que o sobrinho de sete 
anos, que passou um período de férias na residência dele, tenha abusado sexualmente da 
filha em tela. Solicitou avaliação psicológica com profissional da confiança do juiz. 
 
Avaliação Psicológica anexada aos autos pela requerente, ou seja, a mãe da 
criança. 
Laudo Psicológico 
 
Foi realizada avaliação psicológica com a menor A.S. T. nascida em 08 de setembro de 2006, 
durante o mês de agosto de 2010, filha de CJT, 38 anos de idade e de R. S, 37 anos de idade. 
Nesta oportunidade, constatamos que a mesma, detém bom nível intelectual, bom nível de 
compreensão verbal, falava de forma clara e objetiva diante das questões apresentadas à 
mesma. A menor encontra-se devidamente matriculada na Escola Particular XXX, onde 
apresenta satisfatória adaptação e bom relacionamento com os colegas e professores, 
conforme relato da mãe e da avó materna. Contudo, durante nossos atendimentos, 
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demonstrou certa dificuldade de concentração e traços de insegurança emocional. A mãe e 
avó materna da menor relatam que a mesma tem apresentado medo de escuro, fica ansiosa 
e agressiva diante de diversas situações que antes agia normalmente e, nas últimas 
semanas, ela tem apresentado comportamento de manipulação freqüente do órgão genital. 
Foi constatado durante a avaliação psicológica que a menor foi vítima de abuso sexual, 
tendo sido molestada, segundo relatos próprios, pelo primo por parte de pai, V.C.T, de sete 
anos de idade. “A gente brinca de médico e o V. pega na minha pererequinha, eu pego no 
piu-piu dele, isto aconteceu várias vezes, minha mãe disse que não posso fazer isso mais 
não”. Segundo seus relatos, a situação ocorreu várias vezes na casa do pai, situada na favela 
xx desta Capital, durante suas visitas em finais de semana alternados, porém, não soube 
indicar quantas vezes foi abusada sexualmente. A criança afirmou que o pai fica 
trabalhando, nos finais de semana, e a deixa sozinha com o primo e uma vizinha que toma 
conta deles. Revelou ainda: “Não contei nada pro meu pai”... “agora estou triste”. Destaco 
que a criança que é vítima de abuso sexual prolongado, usualmente desenvolve uma perda 
violenta da auto-estima, tem a sensação de que não vale nada e adquire uma 
representação anormal da sexualidade. A criança pode tornar-se muito retraída, perder a 
confiança em todos adultos e pode até chegar a considerar o suicídio, principalmente 
quando existe a possibilidade da pessoa que abusa ameaçar de violência se a criança 
negar-se aos seus desejos. Na análise dos testes projetivos de personalidade da menor 
traços de insegurança, ansiedade, e medos estão presentes. Tendo em vista que o melhor 
interesse da criança e por se perceber a existência de traumas e sequelas na menor, devido 
ao abuso sexual sofrido por parte do primo paterno, indico a suspensão das visitas à casa do 
pai e de outros parentes paternos, até que o primo da criança seja submetido a tratamento 
psicológico, a fim de se evitar novos episódios de violência sexual. Destacamos que a 
participação do pai na vida da menor será importante num contexto livre de riscos à 
integridade física, emocional e moral da mesma. 
Atenciosamente, 
 
Psicólogo – CRP xxxxx. 
Comentários: 
 O Relatório apresenta erros de português, algumas frases impulsionam o leitor a 
inferências. A redação não está bem estruturada. 
 Não foi apresentada a demanda sobre o relatório apresentado. Qual o motivo dessa 
avaliação psicológica? Psicodiagnóstico para fins judiciais, para acompanhamento 
psicoterapêutico? Quem solicitou essa avaliação? A mãe, a avó da criança ou ambas? 
Conforme a Resolução CFP N.° 007/2003 que instituiu o Manual de Elaboração de 
Documentos Escritos produzidos pelo psicólogo, o relatório psicológico deve conter, 
no mínimo, 5 (cinco) itens: identificação, descrição da demanda, procedimento, 
análise e conclusão. Ainda que possamos utilizar termos diferenciados ou elaborar 
um laudo sem identificação explicitados itens apresentados pela Resolução do 
Conselho Federal de Psicologia, estes dados devem estar contemplados na redação. 
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 O (a) psicólogo (a) não informou os procedimentos técnicos adotados e não 
identificou as pessoas que foram entrevistadas, embora ele (a) tenha citado falas da 
criança, da mãe da criança e da avó materna da criança. 
 O (a) profissional mencionou o uso de testes, mas não os identificou, portanto não 
podemos consultar se a técnica utilizada está liberada para uso, segundo as normas 
do Conselho Federal de Psicologia. 
 O (a) profissional afirma ter acontecido um abuso sexual de uma criança de sete anos 
de idade contra outra de quatro anos de idade, apresenta embasamento teórico 
sobre o tema, porém não identifica a fonte por ele (a) utilizada. Considerando a faixa 
etária das crianças existe a possibilidade de dúvidas sobre estão questão que 
deveriam ter sido esclarecidas com dados de pesquisas e textos científicos. 
 Na confecção do laudo foram descritas falas da criança, que poderiam ter sido 
evitadas. 
 O (a) psicólogo (a) indica a suspensão das visitas entre a criança e o pai. Não haveria 
uma alternativa, como, por exemplo, orientação ao pai e manutenção da convivência 
paterno-filial? 
 O (a) profissional apresenta sugestão de tratamento psicológico para a criança 
supostamente abusadora. Ela foi avaliada, algum parente desta criança foi 
entrevistado? 
 Na última frase do relatório, há a sugestão tratamento adequado, porém sem 
explicitar qual o tratamento e quais as pessoas deveriam ser tratadas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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10. Estudo de Caso 
 
Tema: Regulamentação de Visitas/Alienação Parental 
 
Breve Histórico: 
 
João Silva e Maria Alice casaram-se em 31/01/2004. Desta união nasceu uma filha. Maria 
Joana em 20/06/2004. A separação do casal ocorreu após aproximadamente três anos de 
convivência conjugal, por iniciativa do Sr. João Silva. Em 2008, foi homologada a separação 
judicial do casal, onde a guarda da filha foi deferida em favor da mãe, cabendo ao pai visitas 
em finais de semana alternados e em um dia útil da semana, inicialmente, em todas as 
quartas-feiras, podendo este dia ser alterado, com aviso prévio, visando o melhor interesse 
da criança. Ademais, o genitor deveria oferecer a título de pensão alimentícia para a filha o 
valor mensal de quatro salários mínimos. 
 
Embora a supracitada determinação ter acontecido com a anuência dos genitores, desde o 
rompimento matrimonial, foram improdutivas as tentativas do pai de estabelecer 
convivência com a filha. Diante dos obstáculos impostos pela Sra. Maria Alice, o Sr. João Silva 
permaneceu afastado da criança, por aproximadamente dois anos, porém manteve, 
mensalmente, a contribuição financeira para a filha, conforme determinado judicialmente. 
 
Em meados de 2010, o Sr. João Silva tentou restabelecer relacionamento com a filha, sem 
êxito. Diante deste contexto, impetrou ação de regulamentação de visitas, solicitando 
medidas cabíveis com fulcro na Lei N° 12.318, de 26 de agosto de 2010. 
 
A Sra. Maria Alice alega que a filha não deseja estabelecer relacionamento com o pai. 
Acrescentou não confiar no ex-marido para assumir os cuidados com Maria Joana por 
ocasião das visitas. Justifica suas restrições relatando que, ao longo do casamento, o Sr. João 
apresentava comportamento sexualmente compulsivo, tendo, inclusive, se relacionado com 
algumas diaristas do casal. Destacou seu receio de a filha ser sexualmente molestada pelo 
pai. 
 
O processo referente ao caso supracitado foi encaminhado para avaliação psicológica, com 
solicitação de apuração da existência de alienação parental e requisição de sugestões para 
visitação entre pai e filha. 
 
 
Com base neste breve histórico, peço-lhes para indicar os possíveis procedimentos 
técnicos para realização do estudo psicológico, pensando, sobretudo, nos aspectos a 
serem abordados no laudo psicológico. Para apoiar esta atividade, sugiro a leitura da lei e 
dos textos de apoio indicados anteriormente, no item sobre Alienação Parental. 
 
 
 
 
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11. Atividade Prática 
 
Atividade Prática 
 
Visando uma reflexão sobre as expectativas dos operadores do direito e dos cidadãos em 
geral em relação aos laudos periciais sobre o tema “alienação parental”, apresento a 
notícia e o vídeo abaixo, onde um desembargador concede entrevista sobre esse assunto. 
 
Notícia: 
 
http://jobhim.blogspot.com/2011/03/alienacao-parental-reversao-da-guarda.html 
 
Vídeo: 
http://www.youtube.com/watch?v=PdsKQKL7N70 
 
Para comentar esta atividade, basta clicar em "responder" 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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12. Estudo Dirigido 
 
Marque Verdadeiro ou Falso para as afirmações abaixo: 
 
1. Independente das características de um processo judicial, os procedimentos técnicos 
adotados para a avaliação psicológica deverão seguir, rigidamente, o mesmo padrão, 
os mesmos procedimentos técnicos, a fim de se evitar questionamentos sobre o 
laudo psicológico apresentado. 
2. Para o psicólogo judicial elaborar seu relatório/laudo psicológico é desnecessário o 
conhecimento sobre as leis de sua área de atuação, desde que o profissional tenha 
sólida formação técnica e teórica. 
3. No contexto das varas de família, o trabalho do psicólogo, exclusivamente pericial, 
atende aos interesses das pessoas envolvidas nos processos judiciais. 
4. Se nomeado pelo juiz, o psicólogo perito não necessita estar inscrito no Conselho 
Regional de Psicologia. 
5. Os assistentes técnicos, por serem de confiança das partes processuais, não estão 
sujeitos a impedimento ou suspeição. 
6. Durante a avaliação psicológica, o psicólogo perito e o assistente técnico podem usar 
todos os meios necessários, ouvir testemunhas, buscar informações e documentos 
que estejam em poder de instituições públicas e instruir o laudo com fotos, desenhos 
e outras peças que julgarem necessários para a situação avaliada. 
7. O perito que, por dolo ou culpa, prestar informações inverídicas responderá pelos 
prejuízos que causar à parte e ficará inabilitado para atuar em outras perícias no 
prazo de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, independentemente das demais sanções previstas 
em lei, devendo o juiz comunicar o fato ao respectivo órgão de classe para adoção 
das medidas que entender cabíveis. 
8. No laudo psicológico, é possível apresentar sugestões para o caso avaliado, tais 
como, indicação de psicoterapia, proposta de formato de visitação entre pais e filhos. 
9. As pessoas envolvidas nos processos de avaliação psicológica deverão ser informadas 
sobre todos os meios de registro e observação da prática psicológica, tendo em vista 
as normas do Código de Ética do psicólogo e a legislação profissional vigente.10. A Lei que dispõe sobre a alienação parental determina que o laudo pericial terá base 
em ampla avaliação psicológica ou biopsicossocial, conforme o caso, 
compreendendo, inclusive, entrevista pessoal com as partes, exame de documentos 
dos autos, histórico do relacionamento do casal e da separação, cronologia de 
incidentes, avaliação da personalidade dos envolvidos e exame da forma como a 
criança ou adolescente se manifesta acerca de eventual acusação contra genitor. 
 
 
 
Gabarito: 
 
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 
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