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AUTOR: RUBENS ALVES RESUMO DO TEXTO: FILOSOFIA DA CIÊNCIA – EM BUSCA DA ORDEM ACADÊMICA: IDÊ LOURENÇO DE S. LOPES PROFESSOR: TÁCITO ALVES ARAÚJO Turma: N 2 FILOSOFIA DA CIÊNCIA - EM BUSCA DA ORDEM CAPITULO 3 A.1. Não importa as diferenças que separam o senso comum da ciência: ambas estão em busca de ordem. Você não acha curioso este fato? Cada um à sua moda, o menino Azande é o mais sofisticado cientista estão atrás de uma mesma coisa. Por quê? Para responder a esta pergunta temos de sair dos domínios da filosofia da ciência e entrar no mundo fascinante do comportamento dos organismos e das pessoas. Desta forma que descobrimos que a exigência de ordem se fundamenta na própria necessidade de sobrevivência. Não existe vida sem ordem nem comportamento inteligente sem ela. Prescott Lecky afirma: “a habilidade para prever, e predizer os acontecimentos ambientais, de entender o mundo em que vive, e assim a capacidade para antecipar eventos e evitar a necessidade de reajustamentos bruscos; é um pré-requisito absoluto para que os indivíduos se mantenham inteiro. O indivíduo deve sentir que ele vive num ambiente estável e inteligível no qual ele sabe o que fazer e como fazê-lo”. “A aprendizagem parece ser, basicamente, um processo unificador cujo objetivo é uma atitude livre de conflitos” (Prescott Lecky Self- Constency p.83). A ideia do autor, as pessoas necessitam de ordem para sobreviver, ele afirma: “Se não necessitamos de ordem para sobreviver não a procuraríamos. E é somente porque a procuramos que a encontramos”. A ciência é uma função da vida. Justifica-se apenas enquanto órgãos adequado à nossa sobrevivência. Uma ciência que se divorciou da vida perdeu a sua legitimação. A.2. Não se pode negar, por outro lado, que o senso comum e a ciência nos apresentam visões de ordem muito diferentes uma da outra. O autor diz: “Temos de reconhecer que a consciência ordinária do homem comum, é uma criatura de desejos e não de estudo intelectual investigação e especulações”. “O homem vive num mundo de sonhos antes que de fatos, cujo sucesso ou frustração constitui a sua própria essência”. (John Dewey. Reconstruction in Philosophy. P.5 e 7). Note esta última afirmação: o mundo humano se organiza em torno de desejos. E aqui temos o ponto central de nossa grandeza e miséria. O autor justifica que é do desejo que surge a música, a literatura, a pintura, a religião, a ciência e tudo o que se poderia denominar criatividade. Ele ainda enfatiza que também é através do desejo que surgem as ilusões e os preconceitos. Afirma que esta é a razão porque a ciência, desde os seus primórdios, tratou de inventar métodos para impedir os desejos que corrompessem o conhecimento objetivo da realidade. Já que o desejo não pode ser erradicado e é central na ordem de nossa experiência cotidiana, de que forma se relacionam a ordem dos valores e a ordem da ciência? Uma denomina a outra? Qual? De que forma? Este é um problema para ser pensado. A verdade científica é sempre um paradoxo, se julgada pela experiência cotidiana que apenas agarra a aparência efêmera das coisas. (Karl Marx). B.1. Esta é a razão porque o cientista é um caçador do invisível. Sei que isto parece contrariar todos os chavões acerca dos cientistas, que eles só trabalham com fatos, que só leva em consideração aquilo que pode ser visto, tocado e medido, em oposição às pessoas do senso comum que acreditam em coisas que não podem ser vistas. O autor faz alusão ao dizer que os cientistas muito próximos aos religiosos e místicos, é que estes acreditam no invisível que algo existe e vai acontecer, alguém que não a conhece e tem certeza que existe, Deus. Crê em Deus que é invisível. Essa é a diferença da experiência mística, não pode ser verificada pela razão ou pelos sentidos, já que provém do auto conhecimento espiritual. Já na ciência, os cientistas é o caçador do invisível, ele trabalha para provar o real, com fatos que podem ser comprovados, tocados, experimentados, visualizados e concretizados. O autor faz uma citação no livro de 2 cor.4:18 – “Nó olhamos não para as coisas que são vistas. Porque as coisas que não são vistas são eternas”.( Ap. Paulo, 2 Cor. 4.18). O místico crê num Deus desconhecido. O pensador e cientistas creem numa ordem desconhecida. É difícil dizer qual deles sobrepuja o outro em sua devoção não racional. O objetivo do cientista é descobrir numa ordem invisível que transforme os fatos de enigma em conhecimentos. Os cientistas só buscam os fatos que são decisivos para a confirmação ou negação de suas teorias. O que se pode observar que os cientistas trabalham em um único propósito de comprovar suas verdades através dos fatos, de suas experiências. A ciência não nos oferece cópias do real. Ela nos dá apenas modelos hipotéticos e provisórios da mesma. Mary Hesse diz: “sob a luz da física moderna não se pode mais considerar a ciência como uma descrição literal do que existe na natureza, como se pode admitia em séculos passados. Teorias científicas descrevem a natureza em termos de analogias retiradas de tipos familiares de experiências”. (Mary B. Hesse, Science and the Human Imagination p. 12-3). A autora afirma que dispomos apenas de “tipos familiares de experiências”. É isto mesmo. Conhecer é reduzir o desconhecido ao conhecido. Uma teoria científica tem sempre a pretensão de oferecer uma receita universalmente válida, válida para todos os casos. Estas exigências de universalidades têm a ver coma exigência de ordem sobre que já falamos. Leis que funcionam aqui, e não funcionam ali não são leis, é um universo que se comporta de uma forma, em certos momentos, e de outra, em outros não é um cosmos.
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