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DA CONFISSÃO

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DA CONFISSÃO 
1.Conceito
No âmbito do processo penal, é admitir contra si, por quem seja suspeito ou acusado de um crime, tendo pleno discernimento, voluntária, expressa e pessoalmente, diante da autoridade competente, em ato, solene e público, reduzido a termo, a prática de algum fato criminoso e não de qualquer fato prejudicial ao réu.
2.Natureza Jurídica
Trata-se de um meio de prova, isto é, um dos instrumentos disponíveis para que o juiz atinja a verdade dos fatos.
3.Objeto
Seu objeto são os fatos, inadmitindo-se questões relativas ao direito e às regras de experiência.
4.Espécies
4.1- Quanto ao Local
a) Judicial: Produzida diante de autoridade judicial competente para julgar o caso.
b) Extrajudicial: Produzida perante autoridades policiais, parlamentares ou administrativas, competentes para ouvir o depoente em declarações.
4.2- Quanto aos Efeitos Gerados
a) Simples: Quando o confidente admite a prática do crime sem qualquer outra alegação que possa beneficiá-lo.
b) Qualificada: Quando há a admissão de culpa, quanto ao fato principal, levantando o réu outras circunstâncias, de modo a excluir sua responsabilidade ou atenuar sua pena. Ex: Quando o réu admite ter furtado o bem, invocando, entretanto, o estado de necessidade.
Art.197. Valor da Confissão
A melhor e mais útil maneira de se avaliar seu valor é conhecer o fundamento que levou o réu a construí-la, ou seja, é preciso desvendar os motivos a sustentar a admissão da culpa. Sendo os fundamentos ilegais sem qualquer valor judicial.
Fundamentos que confirmam a confissão: O remorso, arrependimento, alívio interior, necessidade de se explicar, interesse, lógica, orgulho ou vaidade, esperança ou medo, masoquismo, altruísmo, convencimento alheio, erro, loucura, coação psicológica e física, tortura psicológica e física, insensibilidade afetiva, instinto de proteção, ódio a terceiros e questões religiosas. 
As confissões extrajudiciais, por não contarem com as garantias constitucionais inerentes ao processo, são apenas um meio indireto de provas, isto é, um indício.
Por sua vez, as confissões judiciais, por serem produzidas diante de juiz, após a citação, sob a proteção do contraditório e da ampla defesa, é meio de prova direto, ainda assim precisa serem confrontadas e confirmadas com outras provas.
5. Critérios de Avaliação e Confronto com outras provas
A confissão não pode ser considerada como no passado, a rainha das provas, visto ser inconsistente em muitos casos.
É indispensável, que o juiz confronte a confissão com outras provas existentes nos autos, jamais aceitando que ela, isoladamente, possa significar a condenação do réu.
Art.198. Direito ao Silêncio
O direito ao silêncio é formulado, constitucionalmente, sem qualquer condição ou exceção, de modo que o legislador não pode limitá-lo de qualquer maneira. Ele não poderá ser interpretado em prejuízo da defesa pelo magistrado, embora seja elemento para isso na formação de seu convencimento (parte final deste art. não recepcionada pela CF/88)
Art.199. Confissão como ato Solene
Quando feita fora do interrogatório, será tomada por termo nos autos, observado o disposto no art.195.
Art.200. Divisibilidade e Retratabilidade da Confissão
A lei permite que o juiz aproveite a confissão por partes, sem deturpar o contexto exposto pelo interrogado, aceitando por exemplo a admissão da culpa no tocante à autoria e à materialidade, mas rejeitando-a no que pertine à excludente.
A confissão pode ser retratada integral ou parcialmente, pode dar-se ainda na fase extrajudicial, como em juízo, entretanto, admitida a possibilidade de retratação, o magistrado não é obrigado a crer na nova versão, preservando seu livre convencimento.
6. A Delação Premiada
No sentido processual, devemos utilizar o termo quando um acusado, admitindo a prática criminosa, revela que outra pessoa também o ajudou de qualquer forma; recebendo, em troca, do Estado, um benefício qualquer, consistente em diminuição de pena, ou, até mesmo em perdão judicial.
Aluna: Camila de O. Leales Fiorino - 201602255199

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